Do muito que aprendi na Acão Católica, (JAC) Juventude Agrária Católica e na (JOC) Juventude Operária Católica, descobri que, as pessoas do campo, em contacto constante e direto com a natureza, não só pela beleza que o envolve, mas o próprio trabalho, o contemplar, o germinar das sementes, a paciência de saber esperar, têm, em princípio, mais sensibilidade para as coisas de Deus. O camponês sabe que o resultado da sua colheita depende do seu saber fazer, do seu esforço e, por isso, trabalha como se tudo dependesse dele, sabendo no entanto que há outros fatores também decisivos para que a colheita resulte. De qualquer modo não desiste, confia, sabe que Deus providenciará.
Ainda jovem, participei numa conferência, de um famoso teólogo alemão, sobre o Cristo-centrismo do mundo. Dessa conferência, guardei algo que me tem servido para a vida. Tudo no mundo está imbuído, penetrado de Deus. Deus é como um Pintor célebre, que deixa a sua marca em toda a sua obra, de tal modo que os apreciadores, ao olharem para ela, reconhecem de imediato o seu autor.
Passeando com uma amiga, ao entardecer, como quem revela um segredo, confessa-me:
Ainda jovem, participei numa conferência, de um famoso teólogo alemão, sobre o Cristo-centrismo do mundo. Dessa conferência, guardei algo que me tem servido para a vida. Tudo no mundo está imbuído, penetrado de Deus. Deus é como um Pintor célebre, que deixa a sua marca em toda a sua obra, de tal modo que os apreciadores, ao olharem para ela, reconhecem de imediato o seu autor.
Passeando com uma amiga, ao entardecer, como quem revela um segredo, confessa-me:
– Gosto tanto de vir para aqui!... Quando venho sozinha eu rezo e sinto-me tão bem! É como se estivesse na Igreja. Vejo esta paisagem, estes montes, estes campos, estas árvores, estas flores, os passarinhos cantando, a água correndo… Que maravilha! Tudo nos fala de Deus.
Vem isto a propósito de um texto que li e refleti e rezei e partilho convosco, ainda que seja muito sinteticamente. O autor começa afirmando que, todos nós, estamos feitos de fé e sem fé, sem confiança, não poderíamos ser, falar ou mesmo conviver. A partir destas premissas, apresenta alguns rasgos caraterísticos da fé que estamos chamados a viver nos tempos de hoje:
1 – Uma fé Mística
De uma fé apoiada numa cosmovisão de certezas firmes, temos que passar a uma fé mística cada vez mais enraizada no mistério de Deus, mistério que nos envolve, nos origina, nos funda e nos regenera.
Uma fé feita de confiança radical e simples, vivida no seio da complexidade e incerteza, no meio da intempérie. Uma fé que nos leva a saber que somos acolhidos e defendidos na nossa vulnerabilidade, lugar para a misericórdia. Uma fé dialogante e amável, que sabe que a verdade e o bem, não são posse sua, mas não renuncia a ser testemunho da graça que a faz viver.
2 – Irmanados com todas as criaturas.
Precisamos viver uma espiritualidade ecológica que implica uma nova maneira de nos situarmos ante a natureza e ante os outros. Uma espiritualidade que proporcione a nossa harmonia com o Cosmos, que repare a rutura secular entre Deus e a criação.
Uma espiritualidade que redescubra o mistério de Deus no coração do Cosmos e contemple o Cosmos no Mistério de Deus.
Precisamos duma espiritualidade animada pela cortesia e gentileza para com todas as criaturas, tratadas como irmãs.
Uma espiritualidade que:
3 – Uma fé fundada em Deus
Tudo está fundado em Deus que é “essencialmente comunhão, vida em relação, energia em expressão e amor supremo”, que vê no universo em formação uma metáfora do mesmo Deus, uma imagem da sua exuberância de ser, de viver e de colaborar que deu a cada ser o poder de se ir fazendo em relação com todos os seres;
Fundada numa fé em Deus que “sustem todas as coisas com sua palavra poderosa”;
Uma fé que partilhe a esperança de libertação e o gemido da criação inteira. Corpórea e sensível, convencida de que “não há redenção pessoal sem redenção da natureza humana e da natureza da terra a que os seres humanos estão indissoluvelmente ligados, porque convivem com ela”.
Ante todo isto resta-nos cantar com o Salmista:
1 – Uma fé Mística
De uma fé apoiada numa cosmovisão de certezas firmes, temos que passar a uma fé mística cada vez mais enraizada no mistério de Deus, mistério que nos envolve, nos origina, nos funda e nos regenera.
Uma fé feita de confiança radical e simples, vivida no seio da complexidade e incerteza, no meio da intempérie. Uma fé que nos leva a saber que somos acolhidos e defendidos na nossa vulnerabilidade, lugar para a misericórdia. Uma fé dialogante e amável, que sabe que a verdade e o bem, não são posse sua, mas não renuncia a ser testemunho da graça que a faz viver.
2 – Irmanados com todas as criaturas.
Precisamos viver uma espiritualidade ecológica que implica uma nova maneira de nos situarmos ante a natureza e ante os outros. Uma espiritualidade que proporcione a nossa harmonia com o Cosmos, que repare a rutura secular entre Deus e a criação.
Uma espiritualidade que redescubra o mistério de Deus no coração do Cosmos e contemple o Cosmos no Mistério de Deus.
Precisamos duma espiritualidade animada pela cortesia e gentileza para com todas as criaturas, tratadas como irmãs.
Uma espiritualidade que:
- é um modo de pensar, sentir e atuar em comunhão;
- uma forma de se situar ante qualquer realidade, desde o respeito e a reciprocidade;
- que vê tudo com admiração, gratidão e confiança;
- que admira venera e cuida;
3 – Uma fé fundada em Deus
Tudo está fundado em Deus que é “essencialmente comunhão, vida em relação, energia em expressão e amor supremo”, que vê no universo em formação uma metáfora do mesmo Deus, uma imagem da sua exuberância de ser, de viver e de colaborar que deu a cada ser o poder de se ir fazendo em relação com todos os seres;
Fundada numa fé em Deus que “sustem todas as coisas com sua palavra poderosa”;
Uma fé que partilhe a esperança de libertação e o gemido da criação inteira. Corpórea e sensível, convencida de que “não há redenção pessoal sem redenção da natureza humana e da natureza da terra a que os seres humanos estão indissoluvelmente ligados, porque convivem com ela”.
Ante todo isto resta-nos cantar com o Salmista:
Grandes e maravilhosas são as Tuas Obras,
Ó Senhor Deus, Omnipotente!...
Justos e verdadeiros os Teus caminhos
Ó Rei dos povos
Como não temer-Te, Senhor!
Quem não dará glória ao Teu Nome!...
Porque só Vós sois Santo. Aleluia, Aleluia.
Eva La Salette (a partir de ARREGUI, A Graça de Crer no Nosso Tempo),
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