Habitas num recanto mínimo desta terra.
Os teus olhos chegam
Até onde alcançam muito pouco...
Ao pouco que ouves
Acrescentas a tua própria voz.
Mantém o bem e o mal, o branco e o negro,
Cuidadosamente separados.
Em vão traças uma linha
Para estabelecer um limite.
Se houver uma melodia escondida no teu interior,
Desperta-a quando percorreres o caminho.
Na canção não há argumento,
Nem o apelo do trabalho...
A quem lhe agradar responderá,
A quem lhe agradar não ficará impassível.
Que importa que uns homens sejam bons
E outros não o sejam?
São viajantes do mesmo caminho.
Não julgues,
Ah, o tempo voa
E toda a discussão é inútil.
Olha, as flores florescem à beira do bosque,
Trazendo uma mensagem do céu,
Porque é um amigo da terra;
Com as chuvas de Julho
A erva inunda a terra de verde,
e enche a sua taça até à borda.
Esquecendo a identidade,
Enche o teu coração de simples alegria.
Viajante,
Disperso ao longo do caminho,
O tesouro amontoa-se à medida que caminhas.
Rabindranath Tagore, Abrigo dos Sábios.
"Os teus olhos chegam
ResponderEliminarAté onde alcançam muito pouco..."
Obrigada por esta belissima partilha.
Uma frase tão pequenina, que tanto nos diz...
A Paz de Cristo
Na verdade, a nosso julgamento, por mais ponderado que seja, é sempre limitado e finito. Todo o cuidado é pouco para emitirmos uma juízo de valor. E, claro, é preferível dar o benefício da dúvida.
ResponderEliminarObrigado Canela pelo comentário, pela presença no blogue.
Em Cristo Jesus.