sábado, 14 de maio de 2011

IV Domingo de Páscoa - 15 de maio de 2011

        1 - Neste quarto Domingo da Páscoa, Jesus é-nos apresentado como o BOM PASTOR. Esta imagem belíssima, presente no Antigo Testamento - onde se refere claramente que Deus virá até ao Povo eleito como o Pastor, para apascentar o seu rebanho, cuidando das ovelhas feridas, provendo que nenhuma se perca - é assumida por Jesus Cristo e pelos Seus discípulos que O têm por Guia, Mestre e Senhor.
       Jesus é o Bom Pastor, conhece cada um pelo nome, cuida de todos, em especial dos que precisam de mais atenção. O verdadeiro pastor conhece as suas ovelhas, as que têm dificuldade em caminhar, as que facilmente dispersam, as que precisam de mais atenção para sobreviver, as que estão feridas. Conhece também os melhores pastos. Assim Jesus para a humanidade.
        D'Ele podemos dizer com o salmista: "O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma... Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo..."
       Usando esta imagem, Jesus sublinha acerca do pastor: "... Ele chama cada uma delas pelo seu nome e leva-as para fora. Depois de ter feito sair todas as que lhe pertencem, caminha à sua frente e as ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz. Se for um estranho, não o seguem, mas fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos".
       É Ele, Jesus o Bom Pastor, que nos conduz, que vai à nossa frente, que dá a vida por nós, que testemunha o amor de Deus por cada um, que nos leva à abundância da vida, saciando a nossa fome e a nossa sede, mesmo e apesar das provações do tempo presente.

       2 - Vale a pena ler com atenção todo o texto da Epístola de São Pedro, onde o Apóstolo parte da iniciativa de Jesus, vindo da parte de Deus, e que sofre por nós, dá a vida pela humanidade, desafiando-nos a viver do jeito que vivia Jesus, imitando os seus gestos, as suas atitudes:
       "Se vós, fazendo o bem, suportais o sofrimento com paciência, isto é uma graça aos olhos de Deus. Para isto é que fostes chamados, porque Cristo sofreu também por vós, deixando vos o exemplo, para que sigais os seus passos. Ele não cometeu pecado algum e na sua boca não se encontrou mentira. Insultado, não pagava com injúrias; maltratado, não respondia com ameaças; mas entregava Se Àquele que julga com justiça. Ele suportou os nossos pecados no seu Corpo, no madeiro da cruz, a fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas fomos curados. Vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor e guarda das vossas almas".
       O discípulo não é superior ao Mestre. Se o Mestre dá a outra face, também nós. Se o Mestre responde ao mal com o bem, também nós. Se Ele vem para servir, também nós, na certeza que Ele nos acompanha como Bom Pastor, n'Ele fomos salvos e n'Ele temos a vida eterna.

       3 - O desafio que São Pedro renova na Epístola é o mesmo que vem dos primeiros tempos da pregação, com a certeza de que Deus age em nós e através de nós. A iniciativa é de Deus, que quer a nossa salvação, que em Jesus Cristo nos devolve a alegria e a confiança, e que nos insere nesta vida nova.
       O que é necessário então para vivermos em Jesus Cristo?
       Responde-nos Pedro: "Convertei-vos e peça cada um de vós o Baptismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo, porque a promessa desse dom é para vós, para os vossos filhos e para quantos, de longe, ouvirem o apelo do Senhor nosso Deus".


Textos para a Eucaristia (ano A): Act 2,14a.36-41; Sl 22 (23); 1 Ped 2,20b-25; Jo 10,1-10.

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