JOAQUIM GONÇALVES (Bispo de Vila Real, substituído na Diocese, hoje, por D. Amândio Tomás, até agora Coadjutor), O Outro Jonas. Nas Bodas de Ouro Sacerdotais. Gráfica de Coimbra 2: Vila Real 2010.
Este é o pequeno livro, que se lê no intervalo de qualquer coisa, mas grande para reflectir, rezar, para louvar a Deus, para agradecer o dom da vida e da técnica, da pessoa humana, da humildade, da bondade e da generosidade.
Nas Bodas de Ouro Sacerdotais, D. Joaquim Gonçalves deu à estampa um texto poético: O outro JONAS. Partindo desta figura bíblica, dois anos depois de lhe ser feito um transplante ao coração, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, pelo cirurgião, Dr. Manuel Antunes, comparando o transplante ao percurso feito por Jonas, que é engolido por uma baleia, durante três dias. Também D. Joaquim desceu da Montanha de Vila Real, ao coma em Gaia, e ao transplante em Coimbra.
O texto divide-se em 4 partes:
- Missão
- Naufrágio
- O Sermão de Jonas
- A conversão de Jonas
Entrelaça-se no texto os anos de sacerdócio, de Bispo Auxiliar em Braga, de Bispo em Vila Real, e os momentos de doente coronário. É também uma proposta de vida. Um desafio à pastoral do coração a coração, das pessoas, dos grupos.
O livro inclui ainda a belíssima reflexão de D. Joaquim, explorando o texto poético, acrescentando dados, aprofundando, dando mais explicações, fundamentando, agradecendo, louvando a Deus pela técnica e sobretudo pelas pessoas que a utilizam positivamente, ao serviço da criação.
Para enriquecer esta pequena reflexão, uma entrevista concedida pelo Próprio ao "Correio de Coimbra", Como vive um Bispo um transplante cardíaco, quando ainda estava em convalescença.
Na parte final, duas intervenções dos dois últimos papas: João Paulo II e Bento XVI, sobre o transplante e a doação de órgãos.
Deixamos três excertos da reflexão de D. Joaquim sobre o seu texto poético, O outro Jonas:
Deixamos três excertos da reflexão de D. Joaquim sobre o seu texto poético, O outro Jonas:
"Moldado pela técnica, o homem urbano é prisioneiro das mãos e da eficácia da produção, mãos que não se cruzam para rezar, e o homem torna-se uma ovelha sem rebanho e sem pastor, sem Igreja e sem Deus. A tecnociência substitui a Providência e embotou o espírito do homem em relação a tudo o que vá para além da eficácia..."
"Religiosamente, o homem moderno tende a ser agnóstico inquieto. Vive uma filosofia do cansaço: não sabe como ser crente, mas não tem força para ser herege. Sensível às dores do homem, sonha ajudá-lo sem cultivar o amor de Deus, um filantropia sem calor. Em muitos casos, essa sensibilidade aos outros abre uma janela para Deus".
"Deus acompanha sempre com amor a nossa vida, mesmo na doença e na morte. A isso chamamos Providência, mas essa Providência não pode ser controlada pelos nossos meios. Acredita-se. Por isso, quando nos encontramos gravemente doentes, é vontade de Deus que recorramos ao saber científico como se tudo dependesse dos homens, que lutemos sempre pelo dia seguinte e, ao mesmo tempo, nos confiemos à Providência, como se tudo dependesse de Deus..."
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