Abençoa o espírito quebrado
de quem sofre a pesada solidão dos homens;
o ser que não conhece repouso,
o sofrimento que nunca confiamos
a ninguém.
Abençoa o cortejo
destes noctívagos
que não amedronta o espectro
dos caminhos desconhecidos.
Abençoa a miséria dos homens
que morrem nesta hora.
Dá-lhes, meu Deus,
um bom fim.
Abençoa, Senhor, os corações,
os corações amargos,
antes de tudo.
Dá aos doentes
o alívio,
ensina o esquecimento
àqueles que privaste
do seu bem mais querido.
Não deixes ninguém na terra inteira
na angústia.
Abençoa os que estão na alegria,
protege-os, Senhor.
A mim, até hoje,
nunca livraste da tristeza,
por vezes, ela pesa muito.
Entretanto, dá-me a tua força
e assim posso aguentá-la.
EDITH STEIN, in O Povo de Rio Tinto, n.º 284, Abril 2011
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