A perseverança dá medo. O «para sempre» mete medo.
Muitos são capazes de ser heróis por uma hora, heróis por acaso; mas sê-lo dia-a-dia, calvário após calvário, espera após espera, só poucos conseguem, sem se sentirem despedaçados, sem interrupções, fielmente.
É o «para sempre» que nos faz perceber a nossa inadequação.
Maria é a mulher da perseverança...
É perseverante na fé extrema ao pé da cruz (Jo 19, 25) e nos três dias do grande silêncio em que Cristo está no sepulcro. Ela, a mulher do terceiro dia.
Perseverante na oração com os discípulos à espera do Pentecostes.
Hoje, na cultura do imediato, dos encontros imediatos, dos resultados repentinos, em que já não se sabe investir a longo prazo, porque já não há esperança, Maria volta a chamar-nos para a humilde virtude camponesa da perseverança: no tempo do Inverno, durmas ou estejas acordado, o grão de trigo germina sob a terra.
ERMES RONCHI, As casas de Maria
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