«A tua vocação - que, desde o princípio, é maternidade, ou seja, deve proteger, guardar e fazer reflorir a vida - tem de prevalecer sobre a tua dor». Toda a Bíblia assegura que, no encontro, entre o amor e a morte, o amor não sucumbe, que «forte como a morte é o amor e nem as águas caudalosas podem apagá-lo» (cf. Ct 8,6-7).
Em nome da maternidade, Maria é ajudada a depor aquela dor que gostaria fosse totalizante e a passar a um novo filho, a um novo amor. Esta é a páscoa de Maria: maternidade ferida e ressurgente. Ferida e multiplicada.
Quando tudo morre, quando tudo escurece no Golgotá, Jesus pronuncia palavras de vida. Diz «mãe», diz «filho». Diz geração e afeto, e vida que recomeça a correr. É sinal da esperança de Jesus: desesperado é quem já vê o triunfo da morte. Cristo não vê outra coisa, vê uma mãe e um filho, pede a um homem e a uma mulher que reatem o fio quebrado da vida. A morte não vencerá, não para sempre.
ERMES RONCHI, As casas de Maria
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