A Fé resiste e matura nas necessidades, nas angústias, nas afrontas, nos sofrimentos, isto é, no interior de uma existência assaltada pela tentação. Não se trata de escamotear ou de superar essa experiência: é no interior dessa experiência que eu sou forte. É um paradoxo, claro, Mas é aí que a própria experiência espiritual se realiza.
O grande obstáculo a uma vida de Deus não é a fragilidade e a fraqueza, mas a dureza e a rigidez. Não é a vulnerabilidade e a humilhação, mas o seu contrário: o orgulho, a autossuficiência, a autojustificação, o isolamento, a violência, o delírio do poder. Diz um poema de Lao Tsé: «Os homens quando nascem são tenros e frágeis. A morte torna-os duros e rijos. As ervas e as árvores quando nascem são tenras e frágeis. A morte torna-as esquálidas e ressequidas. O duro e o rígido conduzem à morte. O fraco e o flexível conduzem à vida». A força de que verdadeiramente precisamos, a graça de que necessitamos, não é a nossa, mas a de Cristo.
Pe. José Tolentino de Mendonça, Pai-nosso que estais na terra.
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