O itinerário da oração que Jesus indica em Mateus (7,7) e em Lucas (11,9-10) conclui-se numa casa: «Pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e hão de abrir-vos». Pedir só exige a palavra, procurar exige um corpo e uma estrada, bater à porta exige uma casa: depois do limiar, lá dentro, está Alguém. A casa: lugar do pão, do amor e dos nascimentos. E os olhos em que procurar a certeza que conta, de que és atendido e amado. A oração é o ponto onde a solidão cede ao encontro. E a casa é o lugar do encontro, não do eu, não do tu, mas do nós.
No fim, a oração não encontra um objecto, mas uma porta, uma abertura, uma brecha de luz. Que, à sua imagem, faz de nós uma porta atravessada, um limiar transpassado, prelúdio para uma abraço de que os da terra são parábola e nostalgia.
No dia a dia, a fé abre o espaço do mistério, na casa abre o espaço do Céu.
ERMES RONCHI, As casas de Maria.
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