O padre pregador, Pe. Ricardo Barroco, retomou "o fio ao meada" e depois de ter falado de São José, figura importantíssima do Advento, seria agora tempo para falar do Natal. Começou por introduzir uma pequena estória: um professor/a que mostrou a foto de uma família a uma turma, em que um dos filhos do casal era diferente dos seus irmãos que apareciam na foto. Uma das crianças interrogou o professor/a que lhe respondeu que aquela criança era adotada. Outra criança perguntou o que significava ser adotada. Na sala levantou-se uma menina dizendo que podia explicar pois também era adotada: uma criança adotada nasce do coração e não da barriga.
Assim acontece com Maria e com José. Maria dá-nos um Filho que não é dela, é de todos, nasce do Seu ventre mas não é seu. Nasce sobretudo do coração. Maria vive 9 meses em advento, à espera do Filho de Deus. Dá-nos o Seu Filho, por Amor. A gravidez é uma alegria, mas é também uma dor. Ela sabe o que acontecerá, o Seu filho é para todos. Do mesmo jeito, e mais expressivo ainda, São José que é Pai adotivo, é Pai do coração e não do ventre. As duas coisas são importantes, mas no final o que nos une aos outros, aos filhos, é o amor. E por isso José é Pai de verdade porque ama até à loucura.
Num segundo momento, introduzindo Natal, apresentou-nos a simbologia da mangedoura relacionada com o altar da Eucaristia. Mangedoura, onde está o alimento (para os animais). É lá que Maria coloca Jesus. É na mangedoura que os Magos e nós encontramos Jesus, o Deus Menino. Assim também no altar, onde se dá o milagre do alimento da Eucaristia. Jesus está verdadeiramente sobre o altar, e depois é "partido" por todos como alimento até à vida eterna. A mangedoura não se pode dispensar, pois é nela que encontramos o nosso alimento.
No Natal, mas também no Advento, além de Maria (e de José), os Magos vindos do Oriente são figuras por demais relevantes. Quando chegam eles já fizeram um longo caminho. Estiveram em peregrinação durante meses ou anos. Maria esteve em advento 9 meses, nós 4 semanas, os Magos estiveram em atitude de espera e preparação durante largos meses. Vieram adorá-l'O. Como eles também nós devemos pôr-mo-nos a caminho, em peregrinação, mudando a nossa vida. Mudar o mundo é fácil, se começarmos por nos mudarmos a nós. O mais difícil é mudar o nosso coração.
Ofereceram ouro, incenso e mirra, mas o fundamental é o terem oferecido a sua vida, o seu amor. Para aquele menino de nada valem os presentes materiais - são quanto muito um gesto de delicadeza e reconhecimento - , o que vale é o amor. Os Magos vieram de longe. Alteraram as suas rotinas, mudaram as suas vidas para se encontrarem com Jesus. E nós, estamos dispostos a mudar para encontrar Jesus.
Coincidindo este com a celebração popular da popular Santa Bárbara, o pregador fez uma analogia entre Santa Bárbara e Maria, Mãe de Jesus. Prisioneira numa torre, Bárbara manda abrir uma terceira janela - evocando a Santíssima Trindade -, isto é, rasga as paredes para que entre mais luz. Assim Maia, rasga o mundo inteiro para que o Céu possa descer à terra. Com o Seu Sim vem mais LUZ, a Luz por excelência, Jesus. Por outro lado, a torre "cresce" para o alto, ultrapassam as demais construções. Em Maria, o nascimento de Jesus é como que a torre que nos une a Deus, eleva-Se da terra para o Céu, e simultaneamente e o Céu que brota da terra. Nossa Senhora faz uma ligação direta para Deus. Quando vivemos situações de maior dúvida e afastamento, sabemos que n'Ela temos ligação direta para Deus.
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