JOSÉ ANTONIO PAGOLA (2008). Jesus. Uma abordagem histórica. Coimbra: Gráfica de Coimbra 2. 554 páginas.
- Uma explicação ao meu livro "Jesus, uma abordagem histórica. Suplemento. Coimbra: Gráfica de Coimbra 2. 64 páginas.
Nos últimos anos foram publicados diferentes livros, romances, histórias, versões alternativas dos evangelhos, com "autênticas" revelações sobre a figura de Jesus, que estiveram escondidas em outros evangelhos (apócrifos), ou em dados secretos. Estas históricas ficcionadas partem de suspeições nunca levantadas, nem pela história, nem pela arqueologia, nem pela antropologia sociológica, e não levam em linha de conta os estudos que se têm realizado ao longo de décadas. Parecem "descobertas" surpreendentes como se de repente lhes caísse em cima material nunca antes visto. Este é um pressuposto para ler esta magnífica obra sobre Jesus, usando de perto o método histórico, analisando o contexto em que viveu Jesus, a cultura, a sociedade, os dados arqueológicos, a comparação com a vida social, cultural e religiosa daquele tempo, naquelas aldeias da Galileia e da Judeia.
O outro pressuposto, sublinhado pelo Papa Bento XVI, referido pelo autor no suplemento, a importância, não exclusiva do método histórico, mas a ajuda para melhor conhecer Jesus encarnado, Há o perigo de uma fé ficcionada, dispensando os dados históricos que se referem a Jesus. O perigo contrário seria basear a fé apenas nos dados comprovados cientificamente. O encontro com Jesus está para lá de todos os dados científicos, mas pressupõe-nos. De contrário, os evangelhos seriam uma fraude e a encarnação uma histórica de embalar.
É um livro com muitas páginas, mas que se lê com facilidade. A linguagem do autor é simples e acessível. As notas de rodapé podem ajudar a uma maior compreensão, mas o texto pode ser lido sem as notas e tornar-se mais leve. Como em outras obras, o autor procura envolver-nos dentro da história e da vida de Jesus. Sendo sacerdote católico, procura que a abordagem história se assuma em primeiro lugar. Como o próprio refere, o crente cristão, porque está envolvido, vai entranhar-se e dedicar-se melhor ao estudo de Cristo. Portanto, Pagola parte da ambiência da fé, propondo a figura de Jesus para hoje, a partir de tudo o que ajuda a situar Jesus no seu tempo. Para os não-crentes, o livro pode revestir-se de uma informação séria sobre a figura de Jesus. Para os crentes pode ajudá-los a acolher Jesus (não romantizado mas) encarnado, no tempo e na história, procurando sintonizar-se com o Seu proceder para que as respostas que damos hoje sejam mais cristãs e nos convertam em irmãos, para construir uma sociedade mais justa e fraterna.
O estilo é vivo, direto, de fácil compreensão. O suplemento explicita alguns pontos que alguns críticos consideraram duvidosos, precisamente por ser um sacerdote a escrever e poder dar azo a leituras contrárias. Clarifica mas não acrescenta nada de substancial que não seja o compromisso com o Evangelho, com a fé católica, na perspetiva de nos aproximar de Jesus e do seu ambiente histórico e cultural e O trazer para o nosso tempo.
Será uma excelente leitura, para conhecer melhor Jesus e o seu tempo, mas também para meditar sobre a compaixão/misericórdia expressa nas atitudes e comportamentos de Jesus. Alguém que se faz mendigo, vive como mendigo, convive com os mendigos. Compadece-se dos mais frágeis, aproxima-Se, conversa com eles, come com eles, mistura-se com eles, opondo-se claramente àqueles que exploram, que se colocam acima dos outros e excluem os outros. Neste Ano da Misericórdia, esta é uma leitura envolvente, mostrando com clarividência uma proximidade, delicadeza, cuidado, opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, doentes, leprosos, pecadores públicos, mulheres e crianças, publicanos e todos os que estão excluídos da vida social, política, religiosa. É visível a compaixão Jesus que Ele remete para o Pai. O Seu agir e os seus dizeres não são seus mais do Pai, que é bom para com todos, bons e maus e que abre a Sua casa e a Sua mesa para todos.
Será uma excelente leitura, para conhecer melhor Jesus e o seu tempo, mas também para meditar sobre a compaixão/misericórdia expressa nas atitudes e comportamentos de Jesus. Alguém que se faz mendigo, vive como mendigo, convive com os mendigos. Compadece-se dos mais frágeis, aproxima-Se, conversa com eles, come com eles, mistura-se com eles, opondo-se claramente àqueles que exploram, que se colocam acima dos outros e excluem os outros. Neste Ano da Misericórdia, esta é uma leitura envolvente, mostrando com clarividência uma proximidade, delicadeza, cuidado, opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, doentes, leprosos, pecadores públicos, mulheres e crianças, publicanos e todos os que estão excluídos da vida social, política, religiosa. É visível a compaixão Jesus que Ele remete para o Pai. O Seu agir e os seus dizeres não são seus mais do Pai, que é bom para com todos, bons e maus e que abre a Sua casa e a Sua mesa para todos.
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