A Páscoa que se estende por 50 dias, até à solenidade do Pentecostes, dá-nos nota da ação missionária da Igreja. O Livro dos Atos dos Apóstolos acompanha a formação das primeiras comunidades cristãs, a atualização e encarnação do Evangelho nas realidades novas que vão surgindo. Num primeiro momento faz-nos integrar a missão de Pedro, incluído no grupo dos Doze. Num segundo momento, o filme desenrola-se à volta do Apóstolo dos gentios, São Paulo. Víamos como a comunidade de Jerusalém teve algum receio em acolhê-lo, como foi importante Barnabé, garantindo-o junto da comunidade e, como depois, salvaguardando-o e à comunidade, o fizeram seguir para outras comunidades incipientes.
Hoje vemo-lo em Antioquia da Pisídia e como dá testemunho na sinagoga acerca de Jesus:
Paulo e os seus companheiros largaram de Pafos e dirigiram-se a Perga da Panfília. Mas João Marcos separou-se deles para voltar a Jerusalém. Eles prosseguiram de Perga e chegaram a Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga mandaram-lhes dizer: «Irmãos, se tendes alguma exortação a fazer ao povo, falai». Paulo levantou-se, fez sinal com a mão e disse: «Homens de Israel e vós que temeis a Deus, escutai: O Deus deste povo de Israel escolheu os nossos pais e fez deles um grande povo, quando viviam como estrangeiros na terra do Egipto. Com seu braço poderoso tirou-os de lá e durante quarenta anos sustentou-os no deserto e, depois de exterminadas sete nações na terra de Canaã, deu essas terras como herança ao seu povo. Tudo isto durou cerca de quatrocentos e cinquenta anos. Em seguida, deu-lhes juízes até ao profeta Samuel. Então o povo pediu um rei e Deus concedeu-lhes Saul, filho de Cis, da tribo de Benjamim, que reinou durante quarenta anos. Depois, tendo-o rejeitado, suscitou-lhes David como rei, de quem deu este testemunho: ‘Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará sempre a minha vontade’. Da sua descendência, como prometera, Deus fez nascer Jesus, o Salvador de Israel. João tinha proclamado, antes da sua vinda, um baptismo de penitência a todo o povo de Israel. Prestes a terminar a sua carreira, João dizia: ‘Eu não sou quem julgais; mas depois de mim, vai chegar Alguém, a quem eu não sou digno de desatar as sandálias dos seus pés’». (Atos 13, 13-25).
O Evangelho mostra as consequências ou exigências do discipulado, partindo do gesto significativo do Lava-pés. A Quinta-feira Santa doa-nos a Eucaristia, Sacramento da Caridade divina, mas que não está, de todo, separada do compromisso com os outros. Jesus dá o exemplo. E justifica. Eu que Eu vos fiz, fazei-o uns aos outros. O servo não é maior do que o seu Senhor. Sereis felizes se o puserdes em prática: serviço. E conclui, dizendo: «Quem recebe aquele que Eu enviar, a Mim recebe; e quem Me recebe a Mim, recebe Aquele que Me enviou», incentivando-nos a receber bem aqueles que vêm em nome de Jesus...
Quando Jesus acabou de lavar os pés aos seus discípulos, disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: O servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Sabendo isto, sereis felizes se o puserdes em prática. Não falo de todos vós: Eu conheço aqueles que escolhi; mas tem de cumprir-se a Escritura, que diz: ‘Quem come do meu pão levantou contra Mim o calcanhar’. Desde já vo-lo digo antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu Sou. Em verdade, em verdade vos digo: Quem recebe aquele que Eu enviar, a Mim recebe; e quem Me recebe a Mim, recebe Aquele que Me enviou» (Jo 13, 16-20).
Sem comentários:
Enviar um comentário