1- Na manhã de Páscoa, com a ressurreição de Jesus Cristo, de simples mortais, tornamo-nos participantes, cúmplices, da vida, da ressurreição, da vitória do bem sobre o mal, do amor sobre o desamor, o ódio e o egoísmo. Na Cruz, Jesus já nos tinha acolhido como irmãos, dando-nos Maria por Mãe, para que A acolhêssemos em nossa casa, como filhos Seus. A ressurreição valida a palavra dada por Jesus ao discípulo amado, a palavra de salvação dada aos Apóstolos e à humanidade inteira: quem acreditar no Filho do Homem terá n'Ele a vida eterna.
Ele vem de Deus para (de novo) nos conduzir a Deus, Seu e nosso Pai. Vive, espalha a boa-nova, propõe o amor e o perdão como forma de salvar o mundo. Se cada um der o melhor de si, o mundo será melhor. Trazíamos em nós as marcas do divino que o pecado obscureceu. Jesus vem como LUZ iluminar a nossa treva e guiar-nos para o dia, para o bem. Mas a LUZ quando é demasiada, quando os olhos não estão preparados, quando o hábito faz desejar a escuridão, faz-nos recuar, temer o que vem a seguir. O que é que acontece quando dormimos no escuro e de repente todo o quarto fica inundado pela claridade do sol? Tapamos os olhos, franzimos o olhar, metemo-nos novamente debaixo da roupa...
Pois é, também no tempo de Jesus muitos não aceitaram a Sua claridade, e a perseguição, a prisão e a morte precipitam-n'O para a Cruz. Na Cruz, mostra-nos de novo o projecto de Deus. Oferece-Se e oferece-nos a Deus: "Pai nas Tuas mãos entrego o Meu espírito". Nessa hora, os discípulos pensaram que tudo estava consumado, como o ouviram a Jesus, mas não.
2 - Dois discípulos regressam de Jerusalém para o campo, para Emaús. Jesus aparece-lhes pelo caminho, interrogando-os sobre o que discutem. Pesarosos, lá vão narrando o que aconteceu a Jesus, em Quem eles tinham depositado a esperança para libertar Israel. Replica-lhes Jesus: "Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na Sua glória?"
Como Mestre, e sem ser reconhecido, Jesus mostra como as Escrituras apontavam para o Messias e para o que viria a suceder-Lhe, mostrando que também na Cruz se cumpre o plano de Deus.
Estando perto de casa, os dois discípulos insistem com Jesus: "«Ficai connosco, Senhor, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite» Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram se lhes os olhos e reconheceram n’O... Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém". Na verdade, Jesus encontra-nos no caminho da nossa vida, no nosso quotidiano. Podemos encontrá-l'O na Sagrada Escritura que fala a Seu respeito, podemos encontrá-l'O na fracção do pão, nos Sacramentos, onde Se dá a conhecer, como aos discípulos de Emaús.
Mais, faz-nos mudar de direcção: a opção não é, e não pode ser, a fuga, o medo, a resignação, mas a alegria, a festa, o anúncio, a partilha. Ele está vivo. O sepulcro está vazio. Jesus, da "vastidão" de Deus, está agora mais próximo, mais acessível e para todos. Já não pode ser retido. Ele vive em nós, manifesta-Se na Palavra, está no meio de nós. Encontra-nos no hoje da nossa vida! Deixemo-nos inundar pelo amor que irradia do Seu rosto e que se reflecte em cada homem e cada mulher do nosso tempo.
3 - Com a Páscoa, Jesus dá-nos o Seu Espírito que nos guia para a verdade e que nos torna destemidos, como aos primeiros Apóstolos, para que na adversidade dos nossos dias, na luta contra a indiferença e o relativismo, contra o egoísmo, possamos renovar o mundo com a certeza de que Jesus Cristo venceu o mal com o amor sem medida.
É este o testemunho que nos dá o Apóstolo São Pedro. Víamo-lo frágil, titubeando conforme as circunstâncias e mediante a proximidade de Jesus, o Mestre e Senhor. Ora adere de alma e coração a Jesus, ora de seguida se dispõe a inverter o projecto do Messias, ora O nega com todos os dentes. A reviravolta acontece em definitivo com a Ressurreição e com a experiência de encontro com o Ressuscitado.
Pedro sem hesitações: "Jesus de Nazaré foi um homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio, como sabeis. Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa. Mas Deus ressuscitou O, livrando O dos laços da morte, porque não era possível que Ele ficasse sob o seu domínio... Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disso todos nós somos testemunhas. Tendo sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou, como vedes e ouvis...".
Já lá vai o tempo em que Pedro e os demais Apóstolos se escondiam com medo do que lhes poderia acontecer. Nem a morte os fará desistir de anunciar a ressurreição de Jesus. É por eles, que Jesus continua a trazer-nos a boa nova da salvação.
4 - Acrescente-se a propósito que o destemor perante a perseguição e a ameaça de morte não significa masoquismo ou desejo de morrer. A vida é uma dádiva amorosa de Deus e que deve ser acolhida, amada, defendida, celebrada. O cristão, porém, não se pode calar perante a injustiça, perante o desamor, perante a violência exercida sobre os mais débeis. Se, em consequência do anúncio da ressurreição, sobrevir a perseguição e até a própria morte, deve prevalecer a verdade.
Por conseguinte, o anúncio da Palavra de Deus espalha-se rapidamente. Com a dura perseguição à Igreja de Jerusalém, os Apóstolos optarão por seguir para outras terras para que outros não fiquem privados da pregação. E assim se espalha o Evangelho. Em Jerusalém ficam, no entanto, os responsáveis pela comunidade, com São Tiago, como líder, mas depois do seu martírio, os Apóstolos definitivamente se concentrarão noutras paragens, para testemunhar Jesus Cristo em todas as ocasiões.
Na segunda leitura de hoje, podemos escutar, uma vez mais, o testemunho de São Pedro, dirigindo-se aos cristãos: "Se invocais como Pai Aquele que, sem acepção de pessoas, julga cada um segundo as suas obras, vivei com temor, durante o tempo de exílio neste mundo... Por Ele acreditais em Deus, que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória, para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus".
Os destinatários daquele e deste tempo, que somos nós, devem viver no temor de Deus, ou por outras palavras, com a fé e a esperança colocadas em Deus e, imitando Jesus, a todos comuniquemos a paz e o bem, sem acepção de pessoas, concorrendo em tudo e com tudo para a glória de Deus Pai.
Ele vem de Deus para (de novo) nos conduzir a Deus, Seu e nosso Pai. Vive, espalha a boa-nova, propõe o amor e o perdão como forma de salvar o mundo. Se cada um der o melhor de si, o mundo será melhor. Trazíamos em nós as marcas do divino que o pecado obscureceu. Jesus vem como LUZ iluminar a nossa treva e guiar-nos para o dia, para o bem. Mas a LUZ quando é demasiada, quando os olhos não estão preparados, quando o hábito faz desejar a escuridão, faz-nos recuar, temer o que vem a seguir. O que é que acontece quando dormimos no escuro e de repente todo o quarto fica inundado pela claridade do sol? Tapamos os olhos, franzimos o olhar, metemo-nos novamente debaixo da roupa...
Pois é, também no tempo de Jesus muitos não aceitaram a Sua claridade, e a perseguição, a prisão e a morte precipitam-n'O para a Cruz. Na Cruz, mostra-nos de novo o projecto de Deus. Oferece-Se e oferece-nos a Deus: "Pai nas Tuas mãos entrego o Meu espírito". Nessa hora, os discípulos pensaram que tudo estava consumado, como o ouviram a Jesus, mas não.
2 - Dois discípulos regressam de Jerusalém para o campo, para Emaús. Jesus aparece-lhes pelo caminho, interrogando-os sobre o que discutem. Pesarosos, lá vão narrando o que aconteceu a Jesus, em Quem eles tinham depositado a esperança para libertar Israel. Replica-lhes Jesus: "Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na Sua glória?"
Como Mestre, e sem ser reconhecido, Jesus mostra como as Escrituras apontavam para o Messias e para o que viria a suceder-Lhe, mostrando que também na Cruz se cumpre o plano de Deus.
Estando perto de casa, os dois discípulos insistem com Jesus: "«Ficai connosco, Senhor, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite» Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram se lhes os olhos e reconheceram n’O... Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém".
Mais, faz-nos mudar de direcção: a opção não é, e não pode ser, a fuga, o medo, a resignação, mas a alegria, a festa, o anúncio, a partilha. Ele está vivo. O sepulcro está vazio. Jesus, da "vastidão" de Deus, está agora mais próximo, mais acessível e para todos. Já não pode ser retido. Ele vive em nós, manifesta-Se na Palavra, está no meio de nós. Encontra-nos no hoje da nossa vida! Deixemo-nos inundar pelo amor que irradia do Seu rosto e que se reflecte em cada homem e cada mulher do nosso tempo.
3 - Com a Páscoa, Jesus dá-nos o Seu Espírito que nos guia para a verdade e que nos torna destemidos, como aos primeiros Apóstolos, para que na adversidade dos nossos dias, na luta contra a indiferença e o relativismo, contra o egoísmo, possamos renovar o mundo com a certeza de que Jesus Cristo venceu o mal com o amor sem medida.
É este o testemunho que nos dá o Apóstolo São Pedro. Víamo-lo frágil, titubeando conforme as circunstâncias e mediante a proximidade de Jesus, o Mestre e Senhor. Ora adere de alma e coração a Jesus, ora de seguida se dispõe a inverter o projecto do Messias, ora O nega com todos os dentes. A reviravolta acontece em definitivo com a Ressurreição e com a experiência de encontro com o Ressuscitado.
Pedro sem hesitações: "Jesus de Nazaré foi um homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio, como sabeis. Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa. Mas Deus ressuscitou O, livrando O dos laços da morte, porque não era possível que Ele ficasse sob o seu domínio... Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disso todos nós somos testemunhas. Tendo sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou, como vedes e ouvis...".
Já lá vai o tempo em que Pedro e os demais Apóstolos se escondiam com medo do que lhes poderia acontecer. Nem a morte os fará desistir de anunciar a ressurreição de Jesus. É por eles, que Jesus continua a trazer-nos a boa nova da salvação.
4 - Acrescente-se a propósito que o destemor perante a perseguição e a ameaça de morte não significa masoquismo ou desejo de morrer. A vida é uma dádiva amorosa de Deus e que deve ser acolhida, amada, defendida, celebrada. O cristão, porém, não se pode calar perante a injustiça, perante o desamor, perante a violência exercida sobre os mais débeis. Se, em consequência do anúncio da ressurreição, sobrevir a perseguição e até a própria morte, deve prevalecer a verdade.
Por conseguinte, o anúncio da Palavra de Deus espalha-se rapidamente. Com a dura perseguição à Igreja de Jerusalém, os Apóstolos optarão por seguir para outras terras para que outros não fiquem privados da pregação. E assim se espalha o Evangelho. Em Jerusalém ficam, no entanto, os responsáveis pela comunidade, com São Tiago, como líder, mas depois do seu martírio, os Apóstolos definitivamente se concentrarão noutras paragens, para testemunhar Jesus Cristo em todas as ocasiões.
Na segunda leitura de hoje, podemos escutar, uma vez mais, o testemunho de São Pedro, dirigindo-se aos cristãos: "Se invocais como Pai Aquele que, sem acepção de pessoas, julga cada um segundo as suas obras, vivei com temor, durante o tempo de exílio neste mundo... Por Ele acreditais em Deus, que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória, para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus".
Os destinatários daquele e deste tempo, que somos nós, devem viver no temor de Deus, ou por outras palavras, com a fé e a esperança colocadas em Deus e, imitando Jesus, a todos comuniquemos a paz e o bem, sem acepção de pessoas, concorrendo em tudo e com tudo para a glória de Deus Pai.
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Textos para a Eucaristia (ano A): Act 2,14.22-33; 1 Ped 1,17-21; Lc 24,13-35.
Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço.
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