Encontramos hoje na Epístola de São Tiago a mensagem fundamental pela qual é mais vezes citada: a relação entre fé e obras. Obviamente que o ponto de partida e de chegada é a fé, é a fé que nos abre a mente, o coração, a vida, para Deus, e faz com que a nossa existência tenha um sentido de plenitude, o que nos levará ao compromisso. No entanto, se a fé for autêntica leva-nos a imitar Aquele que é o centro da nossa fé, Jesus Cristo. Se olharmos para o Mestre dos Mestres, veremos que a Sua vida e missão se fazem de palavras, revestidas de carne, de gestos, de curas, de perdão, de compreensão, de acolhimento das pessoas mais fragilizadas.
Mas vale a pena ler com atenção o próprio texto e meditar na sua mensagem:
De que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Poderá essa
fé obter-lhe a salvação? Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e
lhes faltar o alimento de cada dia, e um de vós lhe disser: «Ide em
paz; aquecei-vos bem e saciai-vos», sem lhes dar o necessário para o
corpo, de que lhes servem as vossas palavras? Assim também a fé sem
obras está completamente morta. Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu
tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas obras, te
mostrarei a minha fé. Acreditas que há um só Deus? Muito bem! Os
demónios também acreditam, mas tremem! Queres saber, homem insensato,
como a fé sem obras não vale nada? Não foi Abraão, nosso pai,
justificado pelas obras, quando ofereceu o seu filho Isaac no altar?
Repara que a fé cooperava com as obras e que pelas obras a sua fé se
tornou perfeita. Assim se cumpriu a Escritura, que diz: «Abraão
acreditou em Deus e isto foi-lhe atribuído como justiça»; e Abraão foi
chamado «amigo de Deus». Como vedes, o homem é justificado pelas obras e
não somente pela fé. Porque assim como o corpo sem alma está morto,
também a fé sem obras está morta (Tg 2, 14-24.26).
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