Na colina da aldeia havia algumas cerejeiras. A primavera ainda estava longe, mas os habitantes esperavam ansiosamente por verem desabrochar as delicadas flores brancas, coloridas de rosa.
Junto de uma velha cerejeira havia uma outra ainda muito nova. Mas ela tinha uma imensa pressa de crescer, para mostrar a beleza das suas flores.
A jovem cerejeira perguntava muitas vezes à mais velha:
- Quando posso florir? Falta muito tempo?
Ela respondia-lhe sempre:
- Tens de ter paciência, cara amiga. Na natureza há leis a cumprir. Espera pela tua hora. Verás que, quando terminar o inverno, florirás. Serás bela como uma noiva. Depois virão as primeiras cerejas. Por agora, tens de ter paciência.
A jovem cerejeira, embora lhe custasse muito esperar, suspirava:
- Está bem!
Um certo dia de fevereiro amanheceu com um sol radioso. Parecia mesmo um dia de primavera.
A jovem cerejeira, ao princípio da tarde, perguntou:
- Já posso florir?
A velha cerejeira, indisposta, disse:
- Uff! Vós, as grandes, sois sempre assim! Só sabeis dizer que é preciso ter paciência. Estou farta de vos ouvir! Está um maravilhoso e, a partir de agora, serei eu a mandar em mim.
E foi assim que dos botões da jovem cerejeira despontavam belíssimas flores. As pessoas passavam por ali e ficavam maravilhadas ao contemplar essas flores brancas coloridas de rosa.
A jovem cerejeira sentia-se feliz, contemplando-se a si própria e admirando a sua beleza. Era na paisagem a única cerejeira florida.
Infelizmente, esses dias de sol primaveril duraram pouco tempo. Veio de novo o frio e o gelo, queimando todas as suas flores. Tinha querido ser adulta antes do tempo e estragou a vida.
In revista Juvenil, n.º 552, fevereiro 2012.
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