- Beleza é um nome de Deus. A beleza da terra é a quenose do Criador, o vestígio do retraimento de Deus. É o primeiro nome das coisas.
- A beleza é o êxtase da história, porta que se abre, êxodo. É o mínimo infinito que deve permanecer aberto ao infinito. No fragmento, o todo.
- A beleza é o projeto de Deus para o cosmos, logos e futuro do homem. A nossa vocação é libertar toda a beleza sepultada em nós.
- A beleza é a elevado preço. A filocalia (o amor pela beleza ou -porque não? - a beleza do amor) é ascese, purificação do olhar e do coração: felizes os puros de coração, porque verão vestígios da Beleza em toda a parte.
- A beleza pode ser vital ou mortal, profética ou anti-profética. Uma ambiguidade radical é imanente à beleza.
- A beleza é o supérfluo necessário. Necessário à qualidade de vida. Nem só de pão vive o homem, mas também da contemplação das pedras do mundo. E do perfume de Betânia derramado sobre os pés de Jesus.
- A beleza é o isco do divino, o sorriso de Deus dentro da matéria. A proximidade de Deus cria beleza, força com que atrai a si todas as coisas.
- A beleza é Deus que ama e cria comunhão. Belo é todo o ato de amor. Mui belo é quem tu amas. A lei primitiva da beleza reside no ato de amor.
- A beleza é a porta do conhecimento. Só o assombro capta alguma coisa, os conceitos engendram ídolos.
- A beleza é a força do coração, nascida do desejo. É a beleza que persuade o ânimo humano. Porque «devo»? Porque o coração me diz que, ao agir assim, encontro a felicidade.
ERMES RONCHI, Os Beijos não dados. Tu és a Beleza.
Sem comentários:
Enviar um comentário