"A atitude que Deus nos pede: o perdão do coração. O perdão significa que não cobro aquilo que me fizeste, que já passou para o balanço de perdas e ganhos. Talvez não me vá esquecer, mas não vou cobrar. Isto é, não alimento o rancor...
Passar uma esponja, não. Mais uma vez não é possível esquecer. De qualquer modo, vou acalmando o meu coração e pedindo a Deus que perdoe quem me ofendeu. Ora bem: é muito difícil perdoar sem a referência a Deus, porque só se tem capacidade de perdoar quando contamos com a experiência de ter sido perdoados. E, geralmente, essa experiência temo-la com Deus. Mas só quem teve de pedir perdão, pelo menos uma vez, é que é capaz de dar. Para mim há três palavras que definem as pessoas e constituem um compêndio de virtudes e que são: com licença, obrigado e perdão. A pessoa que não sabe pedir licença atropela, vai em frente com a sua, sem se importar com os outros, como se os outros não existissem. Em contrapartida, quem pede licença é mais humilde, mais social, mais integrador...
... há pessoas que acham que não têm de pedir perdão por nada. Estas são vítimas do pior dos pecados: a soberba. E insisto: só quem teve a necessidade de pedir perdão e teve a experiência do perdão é que consegue perdoar. Por isso, aos que não dizem estas três palavras falta-lhes algo na sua existência. Foram podados antes do tempo, ou mal podados pela vida...
In SERGIO RUBIN e FRANCESCA AMBROGETTI, Papa Francisco. Conversas com Jorge Bergoglio.
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