"Santo Padre, antes do dia da minha Primeira Comunhão confessei-me. Depois, confessei-me outras vezes. Mas, gostaria de te perguntar: devo confessar-me cada vez que recebo a Comunhão? Mesmo quando cometo os mesmos pecados? Porque eu sei que são sempre os mesmos".
BENTO XVI:
Diria duas coisas: a primeira, naturalmente, é que não te deves
confessar sempre antes da Comunhão, se não cometeste pecados graves que
necessitam ser confessados.
Portanto, não é preciso confessar-te antes de cada Comunhão
eucarística. Este é o primeiro ponto. É necessário somente no caso em
que cometes um pecado realmente grave, que ofendes profundamente Jesus,
de forma que a amizade é destruída e deves começar novamente. Apenas
neste caso, quando se está em pecado "mortal", isto é, grave, é
necessário confessar-se antes da Comunhão. Este é o primeiro ponto.
O segundo: embora, como disse, não é necessário confessar-se antes de
cada Comunhão, é muito útil confessar-se com uma certa regularidade. É
verdade, geralmente, os nossos pecados são sempre os mesmos, mas fazemos
limpeza das nossas habitações, dos nossos quartos, pelo menos uma vez
por semana, embora a sujidade é sempre a mesma. Para viver na limpeza,
para recomeçar; se não, talvez a sujeira não possa ser vista, mas se
acumula. O mesmo vale para a alma, por mim mesmo, se não me confesso a
alma permanece descuidada e, no fim, fico satisfeito comigo mesmo e não
compreendo que me devo esforçar para ser melhor, que devo ir em frente.
E esta limpeza da alma, que Jesus nos dá no Sacramento da Confissão,
ajuda-nos a ter uma consciência mais ágil, mais aberta e também de
amadurecer espiritualmente e como pessoa humana.
Portanto, duas coisas: confessar é necessário somente em caso de pecado
grave, mas é muito útil confessar regularmente para cultivar a pureza, a
beleza da alma e ir aos poucos amadurecendo na vida.
in BENTO XVI, Com Jesus, a vida é uma festa.
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