Jorge Mario BERGOGLIO - Papa FRANCISCO. O verdadeiro poder é servir. Por uma Igreja mais humilde. Um novo compromisso de fé e de renovação social. Nascente. 3.º edição. Amadora 2013, 384 páginas.
Um pouco mais de 100 dias depois de ter sido eleito Papa, escolhendo como patrono do seu magistério São Francisco de Assis, num ideário que sublinha o despojamento, a simplicidade, a pobreza, o serviço ecológico a toda a humanidade, numa atenção redobrada aos mais pobres, como aliás é apanágio de Igreja e das comunidades, se a referência primeira e última é Jesus Cristo. Bem na linha dos Seus Predecessores, João XXIII, João Paulo II ou Bento XVI, cuja sabedoria e santidade colocaram ao serviço da Igreja, da humanidade, sendo vozes sonoras na defesa e promoção da paz, da justiça social, da verdade, na procura de sanar feridas e conflitos, protegendo a vida, a mais frágil.
Com o avançar dos dias, vê-se cada vez melhor a espontaneidade dos gestos, a verdade dos mesmos, a autenticidade de um homem de Deus que os senhores Cardeais "fizeram" vestir de branco no passado dia 13 de março. Gestos, palavras, alegria, sorriso, proximidade, abertura, firmeza. O fito: anunciar Jesus Cristo, mostrá-l'O vivo, próximo, amigo, compreensivo.
Os meios de comunicação, como o então Cardeal Bergoglio refere num dos textos colhidos nesta obra, podem aproximar ou afastar. E aproximar bem ou mal. E bem, têm sido favoráveis na divulgação das palavras e dos gestos do Papa Francisco, aproximando-o das pessoas, e ajudando a que mais pessoas se aproximem dele e de Deus. Esta aproximação é merecida e equilibrada.
Para se conhecer alguém, que não vive perto de nós, ou ao qual não temos um acesso imediato, não há como ler sobre essa pessoa e, se possível, ler o que ela disse, escreveu, ou o que é que fez. Neste livros, os editores originais procuram recolher, para publicar na Argentina, os textos de José Mario Bergoglio, optando por publicar os que ainda o não tinham sido. Assim, neste livro coleccionam intervenções, homilias, mensagens do então Arcebispo e depois (2001) Cardeal Bergoglio, desde 1999 a 2007.
A distribuição dos textos, segundo os próprio editores. Primeiro núcleo - textos catequéticos e dirigidos aos catequistas, textos sobre educação e sobre Maria; num segundo núcleo, as homilias de Natla, Quinta-feira Santa, Vigília Pascal e Corpo de Deus; no terceiro núcleo, textos dirigidos ao mundo da cultura, diálogo com o país, comprometimento social e político a favor dos mais frágeis.
Muitas das expressões, contextos, gestos que o Papa Francisco comunica agora ao mundo, são-lhe naturais, como quando era Arcebispo de Buenos Aires, com alegria, simplicidade, apelando à beleza, à intervenção política dos cristãos, ao compromisso de todos no combate à pobreza, na abertura para Deus, na identidade como povo e como Pátria (a Argentina).
É uma coletânia que vai valer a pena ler, meditar, refletir. Por aqui se vê que o Papa Francisco não caiu do Céu, é um trabalhador da vinha, empenhado, interventivo, simples, usando uma linguagem de proximidade, convidativa, desafiadora, simples, acessível. Há expressões que são muito próprias do Papa, e que eram muito características do Cardeal Bergoglio.
Para conhecer melhor, para se deixar tocar pela Mensagem de Cristo e do Evangelho, para dialogar, para abrir a mente e o coração, não deixe de ler estes ou outros escritos do Papa Francisco. Pelo meio vai encontrar alegria, fé, testemunho de vida, comunhão com as pessoas mais simples, comunhão com a Argentina, diálogo com o poder, serviço aos mais frágeis, proximidade com João Paulo II, cumplicidade crente com Bento XVI, grande intimidade com o Sacrário.
O prefácio à edição portuguesa é do Cónego António Rego.
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