“A doença provavelmente vai matar-me, não sei quando e não
me preocupo com isso. O que sei é que o cancro não vai conseguir matar-me a
vida” (p. 153)
“Sei que tenho um cancro e que um dia me vai vencer. Mas
esse dia ainda não chegou e até lá tenciono continuar a aproveitar cada
momento. Tive várias derrotas na minha vida, mas de todas as vezes caí de pé. É
preciso nunca deixar de viver” (p. 155)
“A minha fé é plástica, irracional, absoluta, converso com
Deus enquanto passeio na rua, Ele senta-se ao meu lado à noite antes de
adormecer e quando rezo, não papagueio apenas umas ave-marias e um pai-nosso,
falo com Ele, discuto, exponho as minhas inquietações. Vou à missa com
regularidade e passo pela Igreja dos Mártires rodas as semanas para falar
durante uns minutos com o padre João Seabra, que me casou, batizou os meus
filhos e continua a ser o meu confessor” (p 149)
“Não deixar nada para amanhã, não pôr a vida em suspenso à
espera do resultado de mais um exame, viver todos os dias, deixou de ser um
objetivo e passou a ser um hábito, uma rotina” (p 140)
"O sofrimento é relativo, podia ser pior, poder ter
acontecido ais meus filhos. Vou morrer, sim. Eu e mais 155 mil pessoas no mesmo
dia. Mas não é amanhã, e enquanto isso não acontece a vida segue pujante, bela,
cheia de amor, de pequenos prazeres, sol e peixe grelhado. A única coisa que
quero é seguir a minha vida tal como ela é, manter tudo exatamente na mesma.
Sem nunca baixar os braços, sem nunca parar de procurar mais um tratamento,
mais uma alternativa, mais uma opção” (p 55-56)
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