Jesus ensinava no templo, dizendo: «Como podem os escribas dizer que o Messias é filho de David? O próprio David afirmou, sob a acção do Espírito Santo: ‘Disse o Senhor ao meu Senhor: Senta-Te à minha direita, até que Eu faça dos teus inimigos escabelo dos meus pés’. O próprio David Lhe chama ‘Senhor’. Como pode ser seu filho?». E a numerosa multidão escutava com prazer o que Jesus dizia. (Mc 12, 35-37).
O prazer com que a multidão escuta Jesus não é extensível a todas as pessoas e grupos. Era assim então. Será assim agora. Jesus é Mestre da delicadeza, do serviço e do perdão. Porém, não se demite de dizer o que tem a dizer, denunciando aqueles que se servem do poder, da religião ou do saber para espezinharem os outros. Apresenta-Se como o Messias de Deus que vem para ser bênção e salvação, justiça e paz, partilha solidária e fraternidade. Para Ele todos são filhos bem amados de Deus e quem trata mal um dos mais pequeninos está a blasfemar contra Deus, pois Deus está (sobretudo) presente nos mais frágeis.
A postura de Jesus não agrada a todos, especialmente às classes dirigentes, porque se sentem ameaçados no seu saber e no seu poder. Não são apenas as palavras de Deus. É a própria conduta: encontra-Se e faz-Se acompanhar de pobres, maltrapilhos, doentes, pecadores, publicanos, mulheres, crianças, estrangeiros. Não faz questão de ir a grandes banquetes, ainda que não se faça rogado. Por iniciativa própria senta-se à mesa com publicanos e pecadores, e atrai a Si aqueles e aquelas que são considerados escumalha face aos padrões da época para a sociedade.
Como é que nos sentimos? Provocados ou tranquilos? O que nos diz Jesus, é para nós ou passa-nos ao lado?
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