Depois de termos celebrado a solenidade do Corpo e Sangue de Jesus, é agora o dia de celebrarmos o Seu Sagrado Coração. A acentuação de um ou outro aspeto inserem-se na mesma dinâmica de sublinhar o AMOR que Deus nos tem, cuja plenitude se manifestada no mistério de Jesus Cristo, Encarnação, Vida, Morte e Ressurreição. Jesus doa-Se por inteiro a Deus Pai. Doa-Se por inteiro a favor da humanidade.
Fixar-nos no Coração de Jesus é reconhecer que n'Ele todos somos bem Amados de Deus. Cabemos todos no Seu coração. Vejamos o que a liturgia da palavra acentua neste ciclo de leituras.
Na primeira leitura, retirada do livro de Deuteronómio (7, 6-11) a predileção pelo povo, não pela quantidade de pessoas, mas precisamente pela grandeza do amor de Deus:
Moisés falou ao povo dizendo: «Tu és um povo consagrado ao Senhor teu Deus; foi a ti que o Senhor teu Deus escolheu, para seres o seu povo entre todos os povos que estão sobre a face da terra. Se o Senhor Se prendeu a vós e vos escolheu, não foi por serdes o mais numeroso de todos os povos, uma vez que sois o menor de todos eles. Mas foi porque o Senhor vos ama e quer ser fiel ao juramento feito aos vossos pais, que a sua mão poderosa vos fez sair e vos libertou da casa da escravidão... Guardarás, portanto, os mandamentos, leis e preceitos que hoje te mando pôr em prática».
O salmo 102 (103) acentua a bondade de Deus sobre aqueles que O amam.
Na segunda leitura (1 Jo 4, 7-16), São João insiste no mandamento do amor, pelo qual conhecemos Deus, pelo qual Deus permanece em nós. Amar a Deus nos irmãos:
Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus; e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou, e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados. Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e em nós o seu amor é perfeito... Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.
No Evangelho de São Mateus (11, 25-30), Jesus convida-nos para que vamos a Ele e n'Ele encontremos sentido e descanso para a nossa vida. O Seu Coração é manso e humilde, a todos nos interpela, porque a todos nos ama, sem medida, com todas as suas forças, com todo o AMOR do Pai que lhe absorve a vida por inteiro:
Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».
Lembra-nos que só as pessoas de coração simples, pobre, humilde, poderão acolher o mistério que chega da eternidade.
Leituras e orações: Secretariado Nacional da Liturgia.
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