A Sagrada Escritura é um manancial de vida nova. Palavras humanas, com toda a contextualização em que foram transmitidas e escritas, inspiradas por Deus e que se tornam para nós palavras de salvação, palavras de vida eterna.
A contingência do tempo e da história, não aligeira o essencial da mensagem: os caminhos do Senhor levam-nos à felicidade, pois levam-nos pelo caminho da conciliação, da caridade, da justiça, da partilha, da comunhão. E estes valores, estas escolhas, sempre nos aproximam uns dos outros e nos fazem sentir úteis uns aos outros, fazem-nos sentir parte da família humana.
Oseias, mais um dos profetas maiores de Israel, lembra que não são os poderes humanos, o poderes dos exércitos que podem salvar o povo, mas a conversão dos seus membros... o ponto de partida, também aqui, é o amor, a misericórdia de Deus.
Assim fala o Senhor: «Israel, converte-te ao Senhor, teu Deus, porque foram os teus pecados que te fizeram cair. Vinde com palavras de súplica, voltai para o Senhor e dizei-Lhe: “Perdoai todas as nossas faltas e aceitai o dom que Vos oferecemos, a homenagem dos nossos lábios. Não é a Assíria que nos pode salvar; não montaremos mais a cavalo, nem chamaremos ‘Nosso Deus’ à obra das nossas mãos, porque só em Vós o órfão encontra piedade”. Curarei a sua infidelidade, amá-los-ei generosamente, pois a minha ira afastou-se deles. Serei como orvalho para Israel, que florirá como o lírio e lançará raízes como o cedro do Líbano» (Os 14, 2-10).
A uma pergunta de um escriba, Jesus responde com o essencial da Lei e dos Profetas, isto é, de toda a Sagrada Escritura. "Amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo" é única exigência do Evangelho:
Jesus respondeu-lhe: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios» (Mc 12, 28b-34).
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