O Papa Francisco esteve em trânsito pela “sua” América Latina, entre 15 e 22 de janeiro, Chile e Perú. Mantendo a tradição, no último domingo, rezou o Angelus, deixando uma mensagem para todos, mas especialmente aos jovens: o nosso coração não se pode photoshopear. O Papa recomenda que as homilias tenham uma ideia clara, uma mensagem, uma imagem. Lá diz o ditado que uma imagem vale por mil palavras. Imagens e gestos. É o jeito de Jesus que nos interpela com parábolas, comparações, analogias, pequenas estórias, imagens do quotidiano!
O mundo da moda, da música, do espetáculo, da televisão, das revistas conhecem bem o Photoshop, um programa de tratamento de fotografia. Dá para cortar “gorduras”, mazelas no corpo, no rosto, colocando as fotos ao gosto do freguês, de quem é retratado ou para quem vê. A propósito há um pequeno livro de Augusto Cury – A ditadura da beleza – acerca da beleza (sobretudo feminina) publicitada nos meios de comunicação social. Segundo o Psiquiatra brasileiro os “modelos” formatados são uma diminuta percentagem, pois as mulheres concretas não correspondem a medidas decididas por catálogo. É uma ditadura que se impõe pelo marketing, como se as pessoas pudessem se enfaixadas num modelo único!
De forma muito assertiva, como já nos habituou, o Papa Francisco diz como é agradável ver bonitas fotografias, cuidadas digitalmente, mas logo lembrando que o coração, fonte de onde brota o amor, onde se joga a felicidade verdadeira, não pode ser photoshopeado. Nem os outros, nem a realidade. Os filtros coloridos utilizados nas fotos ou nos vídeos não funcionam com os amigos.
Jesus não nos quer maquilhados, quere-nos como somos. Quando Jesus olha para nós não nos vê como seres perfeitos, mas repara no amor que temos no coração para dar aos outros, servindo-os. Na verdade, diz o Papa, Jesus “não Se fixa na tua altura, se tens dificuldade em falar ou não, se adormeces ao rezar, se és muito jovem ou uma pessoa idosa. A única pergunta é: queres seguir-Me e ser Meu discípulo? Não percas tempo em mascarar o teu coração; enche a tua vida do Espírito!”
O Papa dá como exemplo a aposta de Deus em Moisés, tartamudo; em Abraão, um idoso; em Jeremias, muito jovem; em Zaqueu, de baixa estatura; em Pedro, titubeante, e muitos outros.
Há momentos que apetece desistir. Nesses momentos, “não vos deis por vencidos, não percais a esperança! Não vos esqueçais dos Santos, que nos acompanham do céu; recorrei a eles, rezai e não vos canseis de pedir a sua intercessão”.
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