Aproveito a circunstância para congratular-me com a utilização deste meio oportuno de comunicar e por isso mesmo valioso instrumento de evangelização. Faço-o no dia em que celebramos a memória litúrgica de S. João Maria Baptista Vianney, precisamente quando ocorre o 150.º aniversário da sua morte, o que motivou Bento XVI para proclamar o Ano Sacerdotal, do qual o Santo Cura de Ars é a referência a reflectir e a imitar. O propósito de Sua Santidade está bem claro no lema por ele mesmo escolhido para a sua celebração: Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote. Bem podemos dizer que esta foi a preocupação permanente do humilde pároco de Ars, garantida com uma vida de oração e de sacrifício inexcedíveis e determinantes duma disponibilidade e de um zelo iimparáveis e incansáveis que arrastaram àquela pequeníssima localidade que paroquiava multidões vindas de toda a parte, para experimentarem a presença e a Graça de Deus tão palpável nele, como confessava deslumbrado um advogado de Lyon depois de o contactar: “Vi Deus num homem”. A Pastores Dabo Vobis recorda-nos que “o sacerdote é o homem de Deus, aquele que pertence a Deus e faz pensar em Deus”. Todos temos consciência das nossas limitações, da fragilidade espiritual do exercício do nosso ministério que acompanha a pobreza moral da nossa vida. Deste modo, para todos nós sacerdotes, o Ano Sacerdotal deve ser estímulo de revigoramento interior, de propósitos sérios e decididos de conversão e entrega ao Senhor que, não obstante a nossa miséria, nos chamou; e para os nossos fiéis motivo para agradecer o Dom e Mistério do sacerdócio e pedir intensamente pela santificação dos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais. Entreguemos à Mãe Sacerdotal, Mãe de Jesus e Mãe nossa, todas as resoluções que conscientemente vamos assumir.
Lamego, 4 de Agosto de 2009, dia de S. João Maria Baptista Vianney,
+ Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, bispo de Lamego
Fonte: Diocese de Lamego.
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