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quinta-feira, 30 de junho de 2016

Primeiros santos mártires da Igreja de Roma

Nota biográfica:
       Na primeira perseguição contra a Igreja, desencadeada pelo imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64, muitos cristãos foram martirizados com atrozes tormentos. Este facto é atestado pelo escritor pagão Tácito (Annales 15, 44) e por S. Clemente, bispo de Roma, na sua Epístola aos Coríntios (cap. 5-6).
     Ontem celebrávamos o martírio de São Pedro e de São Paulo, Apóstolos, cuja importância e visibilidade os coloca como como testemunhas e modelos para a Igreja de Roma e, consequentemente, para toda a Igreja. Pedro e Paulo foram mortos nesta perseguição de Nero aos cristãos romanos. Mas além deles, mais conhecidos, muitos outros cristãos, só porque o eram, forma mortos.


Oração de coleta:
       Senhor nosso Deus, que consagrastes pelo sangue dos mártires os grandiosos princípios da Igreja de Roma, fazei que a sua coragem no combate nos alcance uma força invencível e a alegria da vitória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Epístola de São Clemente, papa, aos Coríntios

Sendo vítimas de fanatismo iníquo, deram-nos um magnífico exemplo de fidelidade
Deixemos os exemplos dos antigos e falemos dos nossos atletas mais recentes; apresentemos os exemplos generosos do nosso tempo. Vítimas do fanatismo e da inveja, os que eram as maiores e mais santas colunas da Igreja sofreram perseguição e tiveram de combater até à morte.
Ponhamos diante dos nossos olhos os bons Apóstolos. Por causa dum fanatismo iníquo, Pedro teve de suportar duros tormentos, não uma ou duas vezes, mas muitas; e, depois de sofrer o martírio, passou para o lugar que lhe era devido na glória. O mesmo fanatismo e rivalidade deu a Paulo ocasião para alcançar o prémio da paciência: sete vezes lançado na prisão, exilado e apedrejado, tornou-se o pregoeiro da palavra no Oriente e no Ocidente e conseguiu uma extraordinária fama com a sua fé. Depois de ensinar ao mundo inteiro o caminho da justiça e de chegar até aos confins do Ocidente, sofreu o martírio que lhe infligiram as autoridades e partiu deste mundo para o lugar santo, deixando-nos um exemplo perfeito de paciência.
A estes homens, mestres de vida santa, juntou-se uma grande multidão de eleitos, que, vítimas de ódio iníquo, sofreram muitos suplícios e tormentos, e assim se converteram para nós num magnífico exemplo de fidelidade. Vítimas do mesmo ódio, sofreram perseguição muitas mulheres, como Danaides e Dirces, que, suportando graves e horríveis suplícios, correram até ao fim a árdua carreira da fé e, sendo fracas de corpo, receberam o nobre prémio do triunfo. O fanatismo dos perseguidores separou esposas dos maridos, alterando o que disse nosso pai Adão: É osso dos meus ossos e carne da minha carne. O fanatismo e a rivalidade destruíram grandes cidades e fizeram desaparecer numerosas povoações.
Escrevemo-vos isto, caríssimos, não só para vos recordar os deveres que tendes, mas também para nos incitarmos a nós próprios. Encontramo-nos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos portanto as preocupações inúteis e vãs, e voltemo-nos para a norma gloriosa e venerável da nossa tradição, para compreendermos o que é belo, o que é bom, o que é agradável ao nosso Criador. Fixemos atentamente o nosso olhar no Sangue de Cristo e reconheçamos como é precioso perante Deus o seu Sangue, que, tendo sido derramado pela nossa salvação, alcançou para o mundo inteiro a graça da conversão.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

São Clemente I, Papa e Mártir

Nota biográfica:
       Clemente foi o terceiro sucessor de Pedro no governo da Igreja de Roma, no final do século I. Escreveu uma importante carta aos Coríntios para restabelecer entre eles a paz e a concórdia.

ORAÇÃO de coleta:
       Deus eterno e omnipotente, que em todos os Santos manifestais o vosso poder admirável, dai nos a graça de celebrar com alegria a festa de São Clemente, sacerdote e mártir de Cristo, que provou com o exemplo da sua vida a doutrina que pregava e confirmou com o testemunho da sua morte os mistérios que celebrava. Por Nosso Senhor.

Da Carta de São Clemente I, papa, aos Coríntios

Os dons de Deus são admiráveis
Irmãos, como são preciosos e admiráveis os dons de Deus! A vida na imortalidade, o esplendor na justiça, a verdade na liberdade, a fé na confiança, a continência na santidade: tudo isto está ao alcance da nossa inteligência. Que será então o que está preparado para aqueles que O esperam? Só o Criador e Pai dos séculos, o Santíssimo, só Ele conhece o seu número e a sua beleza. Lutemos, portanto, com denodado esforço para sermos contados no número dos que esperam n’Ele, a fim de sermos participantes dos dons prometidos.
Como alcançar isto, irmãos? Podemos alcançá-lo, se o nosso pensamento estiver arraigado em Deus pela fé, se procurarmos com diligência o que Lhe é agradável e aceite, se praticarmos o que estiver de acordo com a sua vontade santa e seguirmos o caminho da verdade, afastando de nós toda a injustiça e perversidade, toda a avareza e rivalidade, toda a malícia e engano.
O caminho, irmãos, em que encontramos a nossa salvação é Jesus Cristo, sumo sacerdote das nossas oblações, advogado e protector da nossa fragilidade. Por Ele fixamos o nosso olhar nas alturas do Céu; por Ele contemplamos, como num espelho, a face imaculada e soberana de Deus; por Ele se abrem os olhos do nosso coração; por Ele se abre para a luz a nossa inteligência obscurecida; por Ele o Senhor quis dar nos a saborear o conhecimento imortal, Ele que, sendo o esplendor da majestade de Deus, é tão superior aos Anjos quanto mais excelente é o nome que recebeu em herança.
Por isso, irmãos, militemos com toda a valentia sob as suas ordens justíssimas. Os grandes não podem subsistir sem os pequenos nem os pequenos sem os grandes. Em todas as coisas há uma certa mistura e daí a sua utilidade. Sirva nos de exemplo o nosso próprio corpo. A cabeça nada é sem os pés, nem os pés sem a cabeça; os mais pequenos membros do nosso corpo são necessários e úteis a todo o corpo; de facto, todos os membros cooperam e se subordinam mutuamente.
Conservemos pois o nosso corpo íntegro em Jesus Cristo e submeta se cada um ao seu próximo conforme o dom que por graça lhe foi concedido. O forte cuide do fraco e o fraco respeite o forte; o rico socorra o pobre e o pobre louve o Senhor por lhe ter dado quem remedeie a sua necessidade. O sábio manifeste a sua sabedoria não com palavras mas com boas obras; o humilde não dê testemunho de si próprio, mas deixe que os outros o façam por ele. Portanto, já que recebemos d’Ele todos estes dons, devemos dar Lhe graças por todos eles. A Ele glória pelos séculos dos séculos. Amen.