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terça-feira, 3 de abril de 2018

Mulher, porque choras? A quem procuras?

       Liturgicamente celebramos a Páscoa durante 8 dias como se de UM só e grande DIA se trate. A Páscoa não é o fim de um ciclo, é início de vida nova. Também hoje, em terça feira da Páscoa, celebramos a vida nova da ressurreição que acontece em Cristo Jesus e em nós acontecerá... melhor, em nós deverá acontecer constantemente, num exercício de passarmos da quaresma das nossas vidas, da morte, para a Páscoa, para as páscoas que nos ligam aos outros e a Deus.
       No evangelho hoje proposto, de São João, vemos como Maria Madalena, junto ao sepulcro de Jesus, é por Ele surpreendido. A experiência de encontro com o Ressuscitado há de levar-nos ao anúncio da boa nova, à proclamação da ressurreição, ao testemunho. Maria Madalena vai jubilosa comunicar o viu e e ouviu.
Maria Madalena estava a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus. Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?» Ela respondeu- lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram». Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele. Disse-lhe Jesus: «Mulher, porque choras? A quem procuras?» Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar». Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!» Jesus disse-lhe: «Não Me detenhas, porque ainda não subi para o Pai. Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito (Jo 20, 11-18).
       O mesmo sucede com Pedro e os demais apóstolos. Fazem a experiência de encontro com o Ressuscitado, e tornam-se, agora sim, verdadeiros apóstolos, anunciadores da BOA NOTÍCIA, levando outros à conversão, ao batismo:
No dia de Pentecostes, disse Pedro aos judeus: «Saiba com absoluta certeza toda a casa de Israel que Deus fez Senhor e Messias esse Jesus que vós crucificastes». Ouvindo isto, sentiram todos o coração trespassado e perguntaram a Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?» Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um de vós o Baptismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo, porque a promessa desse dom é para vós, para os vossos filhos e para quantos, de longe, ouvirem o apelo do Senhor nosso Deus». E com muitas outras palavras os persuadia e exortava, dizendo: «Salvai-vos desta geração perversa». Os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o Baptismo e naquele dia juntaram-se aos discípulos cerca de três mil pessoas (Actos 2, 36-41).

sábado, 22 de julho de 2017

Santa Maria Madalena

É mencionada entre os discípulos de Cristo, assistiu à sua morte e mereceu ser a primeira a ver o Redentor ressuscitado de entre os mortos na madrugada do dia de Páscoa (Mc 16, 9). O seu culto difundiu-se na Igreja ocidental, sobretudo a partir do século XII.
Em 2016, o Papa Francisco decretou que a memória litúrgica de Santa Maria Madalena subisse de categoria e passasse a ser Festa, sublinhando o papel das mulheres na vida de Jesus Cristo, na Igreja e na sociedade e tendo em conta o papel peculiar de Maria Madalena no Evangelho, mormente no anúncio da ressurreição, pois a ela lhe coube essa primazia e precedência.
Oração (coleta):
       Senhor, que, na vossa infinita bondade, quisestes que Maria Madalena fosse a primeira a receber do vosso Filho a missão de anunciar a alegria pascal, concedei-nos, por sua intercessão, que, seguindo o seu exemplo, anunciemos a Cristo ressuscitado e O contemplemos no reino da glória. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

       Maria Madalena, aquela de quem Jesus retirou sete espíritos, e que O acompanhou durante a vida pública, servindo-O juntamente com outras mulheres, predispondo dos bens que possuíam e do facto de pertencerem a um grupo mais favorecido, livre, com posses (cf. Lc 8, 1-3).
       Durante muitos anos, Maria Madalena foi confundida ora com a mulher adúltera, ora com uma mulher de vida fácil, passe a expressão. Contudo a Igreja tem vindo a corrigir o erro. Não é que não pudesse ser um ou ser outra, e estar entre as primeiras e principais testemunhas do Evangelho. Mas destas não se conhece a identidade, e daquela sabe-se quem é (Maria) e de onde é: Magdala (= magdalena = madalena).
       Crê-se, que os sete espíritos deveria ser uma grave doença e a partir da cura ela não mais deixou de servir Jesus e os seus discípulos, com os seus bens, e com os seus préstimos, como reconhecimento e gratidão pela cura.
       A passagem de São João (8, 1-11), da mulher que é levada à Sua presença para que Ele emita um juízo. "Tu que dizes?" Deve cumprir-se o que está prescrito na Lei de Moisés? A resposta de Jesus é inequívoca: «Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!» E logo para esta mulher: «Ninguém te condenou? Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»
       Em nenhum momento se fala na identidade desta mulher. Mais tarde a Igreja, e alguns Padres da Igreja, fazem uma leitura abusiva dizendo que se tratava de Maria Madalena.
       Outra passagem que é confundida relacionando-a com Maria Madalena, é a unção de Betânia (Jo 12, 1-11). A mulher que unge os pés de Jesus, com um perfume de alto preço é MARIA, IRMÃ DE LÁZARO e não Maria Madalena, e não é confundível com nenhuma prostituta. O que acontece, com efeito, nos outros evangelistas: Mateus (26, 6-13) e Marcos (14, 3-9) referem a unção de Betânia, dizendo que uma mulher se aproximou d'Ele e lhe perfumou os pés. Não dizem o nome da mulher, ainda que alguns concluam que se poderia tratar de Maria, irmão de Lázaro, por ser aí que a família morava. Ajuda outra passagem, em (Lc 10, 38-42), em que Maria está aos pés de Jesus a escutá-l'O. É uma cena semelhante à da mulher que se senta por detrás de Jesus para lhe perfumar os pés. O evangelho de São Lucas (7, 36-50) é mais extenso na narração desta passagem. Em casa do fariseu Simão, uma mulher, conhecida da cidade como pecadora, banha os pés de Jesus com as lágrimas, limpa-lhos com os cabelos e perfuma-lhos. Em todas as narrações há uma grande proximidade de dados, pelo que facilmente se concluiria que se trata de Maria, irmã de Lázaro e de Marta. Pecadora, conhecida por toda a cidade, só Lucas o refere e sem especificar o nome. MARIA MADALENA não se confunde nem com Maria de Betânia, irmã de Lázaro, nem com a Mulher pecadora que Lucas refere, nem muito menos com a Mulher surpreendida em adultério e levada à presença de Jesus. TODAS ELAS, a três ou quatro mulheres merecem o maior carinho da parte de Jesus. Das que são assinaladas como "pecadoras" não se refere o nome para as salvaguardar, pois ao tempo dos evangelhos ainda havia pessoas que reconheceriam as suas famílias.
       SEM DÚVIDA, Maria Madalena é a primeira testemunha da ressurreição de Jesus.
São Gregório Magno, papa, sobre os Evangelhos

A minha alma tem sede do Deus vivo

Maria Madalena, quando chegou ao sepulcro e não encontrou lá o corpo do Senhor, julgou que alguém O tinha levado e foi avisar os discípulos. Estes vieram também ao sepulcro, viram e acreditaram no que essa mulher lhes dissera. Destes está escrito logo a seguir: E regressaram os discípulos para sua casa. E depois acrescenta-se: Maria, porém, estava cá fora, junto do sepulcro, a chorar.
Estes factos levam-nos a considerar a grandeza do amor que inflamava a alma desta mulher, que não se afastava do sepulcro do Senhor, mesmo depois de se terem afastado os discípulos. Procurava a quem não encontrava, chorava enquanto buscava e, abrasada no fogo do amor, sentia a ardente saudade d’Aquele que pensava ter-lhe sido roubado. Por isso, só ela O viu então, porque só ela ficou a procurá-l’O. Na verdade, a eficácia das boas obras está na perseverança, como afirma também a voz da Verdade: Quem perseverar até ao fim será salvo.
Começou a buscar e não encontrou; continuou a procurar e finalmente encontrou. Os desejos foram aumentando com a espera e fizeram que chegasse a encontrar. Porque os desejos santos crescem com a demora; mas os que esfriam com a dilação não são desejos autênticos. Todas as pessoas que chegaram à verdade, conseguiram-no porque lhe dedicaram um amor ardente. Por isso afirmou David: A minha alma tem sede do Deus vivo; quando irei contemplar a face de Deus? Por isso também diz a Igreja no Cântico dos Cânticos: Estou ferida pelo amor. E ainda: A minha alma desfalece.
Mulher, porque choras? Quem procuras? É interrogada sobre a causa da sua dor, para que aumente o seu desejo e, ao mencionar ela o nome de quem procurava, mais se inflame no amor que Lhe tem.
Disse-lhe Jesus: Maria! Depois de a ter tratado pelo nome comum de «mulher», sem que ela O tenha reconhecido, chamou-a pelo nome próprio. Foi como se lhe dissesse abertamente: «Reconhece Aquele que te conhece a ti. Não é de modo genérico que te conheço, mas pessoalmente». Por isso Maria, ao ser chamada pelo seu nome, reconhece quem lhe falou; e imediatamente lhe chama «Rabbúni», isto é, «Mestre». Era Ele a quem procurava externamente e era Ele quem a ensinava interiormente a procurá-l’O.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Laetare - Madalena

       A Agência Ecclesia, diz-nos que Laetare "é uma banda portuguesa constituída a partir das actividades de um grupo de catequese da paróquia da Reboleira, diocese de Lisboa. Começaram por ajudar na animação musical das eucaristias e depois surgiu o desafio de criar um tema original para participar no festival vicarial da canção cristã.
       A banda é constituída por 2 elementos: Clara Raimundo (Voz) e Pedro Marques (Guitarra, Voz)".
       No dia 17 de MAIO atuaram, em concerto de oração, na Igreja Paroquial de Tabuaço
       Editaram o seu primeiro CD com 11 composições, Ao Teu Sopro. Uma melodia agradável, que nos ajuda a elevar o espírito, com uma forte mensagem cristão. Vale mesmo a pena escutar, meditar, rezar, louvar a Deus. Neste dia em que celebramos a festa de Santa Maria Madalena, aqui fica um tema proposto por este grupo de música cristã.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Amar um ser é esperar nele para sempre

       «Que significa amar?
       Amar um ser é esperar nele para sempre.

       Amar um ser é não o julgar; julgar um ser é identificá-lo com aquilo que dele se conhece: «Agora, conheço-te. Agora julgo-te. Sei aquilo que vales»... Isto representa matar um ser.

       Amar um ser é esperar sempre dele algo de novo, algo de melhor.

       Se bem leio no Evangelho, poderei concluir da maneira pela qual Jesus saiu ao encontro dos homens e os amou e enriqueceu, que Ele sempre os considerou crianças, crianças que não haviam crescido convenientemente, que não haviam sido suficientemente amadas.
      
       Cristo nunca os identificou com aquilo que tinham feito até então.

       Pensai, por exemplo, em Maria Madalena: Cristo esperava dela algo que ninguém tinha conseguido descobrir e amou-a tanto, perdoou-lhe tão generosamente que dela obteve o amor mais puro e mais fiel e, admirados, todos à sua volta comentavam: «Será possível que ela seja assim?! Tínhamo-la julgado, pensávamos conhecê-la, haviamo-la condenado e tudo porque nunca fora convenientemente amada...»
       Cristo amou-a com tal perfeição que a tornou aquilo que os outros, pobres e desconfiados, demasiado avarentos de amor, não tinham sido capazes de suscitar nela.

       Cristo aguardava, esperava tudo de toda a gente. Fazia surgir, ao Seu redor, vocações, amizades e generosidades; e todos os que supunham conhecer de longa data aqueles personagens, ficavam atónitos: «Como? Zaqueu tornou-se generoso? Maria Madalena tornou-se pura e fiel? Tomé tornou-se crente? Mateus, o publicano, feito Apóstolo? E todos esses pobres, todos esses pecadores se transformaram em apóstolos e santos?... Como é possível?»

       Alguém os tinha amado, tinha acreditado neles.
       Alguém não havia repetido o que nós dizemos: «Não há nada a fazer dele, nada se conseguirá. Tentei tudo. Não quero tornar a vê-lo. Não volto a escrever. É perder tempo...»
       Cristo foi ao encontro de cada um deles, dizendo: «Só porque não foi amado o bastante é que se tornou assim mau. Se o amassem mais, seria melhor. Se tivessem sido mais delicados, mais generosos, mais afectuosos para com ele, ele teria conseguido libertar-se daquela armadura, daquela carapaça de que se revestiu para não sofrer tanto»...

Louis Evely, em "Fraternidade e Evangelho", in Abrigo dos Sábios.

Santa Maria Madalena

Nota Biográfica:
       É mencionada entre os discípulos de Cristo, assistiu à sua morte e mereceu ser a primeira a ver o Redentor ressuscitado de entre os mortos na madrugada do dia de Páscoa (Mc 16, 9). O seu culto difundiu-se na Igreja ocidental, sobretudo a partir do século XII.
Oração (colecta):
       Senhor, que, na vossa infinita bondade, quisestes que Maria Madalena fosse a primeira a receber do vosso Filho a missão de anunciar a alegria pascal, concedei-nos, por sua intercessão, que, seguindo o seu exemplo, anunciemos a Cristo ressuscitado e O contemplemos no reino da glória. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

       Maria Madalena, aquela de quem Jesus retirou sete espíritos, e que O acompanhou durante a vida pública.
       Durante muitos anos, Maria Madalena foi confundida ora com a mulher adúltera, ora com uma mulher de vida fácil, passe a expressão. Contudo a Igreja tem vindo a corrigir o erro. Não é que não pudesse ser um ou ser outra, e estar entre as primeiras e principais testemunhas do Evangelho. Mas destas não se conhece a identidade, e daquela sabe-se quem é (Maria) e de onde é: Magdala (=magdalena = madalena).
       Crê-se, que os sete espíritos deveria ser uma grave doença e a partir da cura ela não mais deixou de servir Jesus e os seus discípulos, com os seus bens, e com os seus préstimos, como reconhecimento e gratidão pela cura.
       Viria a ser a primeira testemunha da ressurreição de Jesus.

sábado, 30 de abril de 2011

Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho

       Jesus ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana e apareceu em primeiro lugar a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios. Ela foi anunciar aos que tinham andado com Ele e estavam mergulhados em tristeza e pranto. Eles, porém, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram. Depois disto, manifestou-Se com aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo. E eles correram a anunciar aos outros, mas também não lhes deram crédito. Mais tarde apareceu aos Onze, quando eles estavam sentados à mesa, e censurou-os pela sua incredulidade e dureza de coração, porque não acreditaram naqueles que O tinham visto ressuscitado. E disse-lhes: «Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 9-15).
       O Evangelista Marcos apresenta-nos as várias aparições do Ressuscitado. Jesus ressuscitou a apareceu a Maria Madalena, depois a dois discípulos que iam a caminho do campo (discípulos de Emaús), depois aos Onze.
       Destaca-se, por um lado, as diferenças dos quatro evangelistas quanto às aparições, como por exemplo, a aparição a Maria Madalena, ou às mulheres, aos dois discípulos que iam para o campo, ou iam para Emaús. Neste concreto as diferenças são abonatórias, pois os evangelistas não combinaram entre eles, não é uma farsa, de contrários todos os pormenores coincidiriam. Por outro lado, concordam no essencial, na ressurreição de Jesus, nas aparições do Ressuscitado e nas dúvidas surgidas após os primeiros sinais da ressurreição. Os discípulos ainda não estão refeitos da tragédia e já se anuncia um novo dia, um novo tempo, o Dia do Senhor (= Dies Domini = Domingo, em português), o dia da Ressurreição e da Vida.
       Um dado mais, sobre Maria Madalena. Além de ser referida nos vários evangelhos como primeira testemunha da ressurreição, individualmente ou com as outras mulheres, Marcos dá-nos um referência concreta sobre a sua identidade. Já sabemos que é de Magdala (= Magdalena = Madalena), mas sabemos também que foi uma mulher de quem Jesus expulsou 7 demónios, ou por outra, Jesus curou-a. Desengane-se, uma vez mais, corrigindo o erro, quem a identifica umas vezes com uma prostituta outras vezes com a mulher apanhada em flagrante adultério. Destas duas mulheres não sabemos nem o nome nem a identidade até como forma de preservá-las, depois da conversão.
       Um aspecto final: a aparição de Jesus leva à missão: «Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura»

terça-feira, 26 de abril de 2011

Mulher, porque choras? A quem procuras?

       Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?» Ela respondeu- lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram». Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele. Disse-lhe Jesus: «Mulher, porque choras? A quem procuras?» Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar». Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!» Jesus disse-lhe: «Não Me detenhas, porque ainda não subi para o Pai. Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito (Jo 20, 11-18).
       O túmulo vazio é um sinal, um forte indício da ressurreição de Jesus segundo a carne.
       Com efeito, a fé é imprescindível para a compreensão deste acontecimento maior da nossa fé, uma vez que nos coloca numa dimensão que ultrapassa o tempo e a história, e, de novo, coloca Deus dentro das fronteiras do humano, do espaço-temporal, para nos ajudar a limitação e a fragilidade e nos abrirmos ao futuro de Deus.
       Maria Madalena, diante do sepulcro vazio, chora! A aparição dos Anjos e sobretudo de Jesus vai aclarar a sua fé. Só o encontro com Jesus ressuscitado nos faz olhar com olhos novos a nova realidade que chega até nós por Jesus Cristo.
       Por outro lado, e como temos vindo a destacar, não é no túmulo que se encontra a vida, mas é na vida actual que encontraremos Jesus Cristo. O túmulo fica como sinal, mas faz parte do passado, da história, mas como convite a olhar em frente com confiança, serenidade e alegria. Por outro lado ainda, Cristo ressuscitado não Se limita nas fronteiras de um povo, de uma religião ou de uma cultura, mas na "vastidão" de Deus pode, pelo Espírito Santo, manifestar-Se ao mundo inteiro.

domingo, 24 de abril de 2011

PÁSCOA DE JESUS CRISTO - 24 de abril de 2011

       1 – "No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro... Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro... Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos".
       A ressurreição é um acontecimento inaudito, surpreendente, novo. Como nos lembra Bento XVI, no livro "Jesus de Nazaré", no segundo volume, os judeus conheciam a Ressurreição dos mortos, no fim dos tempos, no último dia. Também puderam testemunhar a ressurreição de Lázaro, do jovem de Naim e da filha de Jairo. Mas neste caso, eles voltam, por algum tempo, à vida que tinham antes, e também para eles a morte temporal chegará (de novo). A ressurreição de Jesus é uma realidade nova. É Ele, mas já não com as limitações espácio-temporais. "Ele, diz Bento XVI, saiu para uma vida diversa, nova: saiu para a vastidão de Deus e é a partir dela que Se manifesta aos Seus".
       Os Apóstolos são surpreendidos com a Ressurreição. Apesar da sua fé, não era claro o que queria dizer Jesus com o anúncio da Sua ressurreição. Daí a necessidade de "verem", de palpar. As mulheres testemunham, mas os discípulos precisam de ir ao túmulo, precisam de encontrar Jesus. Só nesse encontro pessoal é que compreendem que estão perante uma realidade nova. É Cristo que vêem, Ressuscitado, que Se senta à mesa com eles, mas sem possibilidade de O "prenderem" na história e no tempo.
       2 – A Ressurreição de Jesus é a certeza de que Deus Pai sanciona o projecto de Jesus. É Deus Quem O envia para junto de nós. Em Jesus, Deus assume a nossa humanidade e e nossa fragilidade, as nossas limitações, não para ficar igual a nós mas para nos libertar, para iluminar o nosso caminho, para nos ensinar a fazer com que o mundo e a história em que vivemos se tornem novos céus e nova terra, para todos e todos possamos identificarmo-nos na origem, como irmãos, como filhos de Deus.
       "Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio, porque Deus estava com Ele. Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos Judeus e em Jerusalém; e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos".
       Esta é a marca de Cristo e há-de ser a marca dos cristãos. Jesus passou fazendo o bem. O cristão deve tornar-se, em Cristo, um fazedor do bem, enquanto testemunha, em palavra e obras, pela voz e pela vida, da ressurreição de Jesus, como fizeram os primeiros cristãos.
       As palavras de Pedro, em nome dos Apóstolos, são sintomáticas. Todos eles fizeram a experiência de encontro com o Ressuscitado, revisitaram as suas vidas à luz da Ressurreição, e tornaram-se Apóstolos. Com eles também nós, para este tempo, nos tornamos anunciadores da ressurreição e da vida.

       3 – Ouçamos as palavras do Apóstolo Paulo: "Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória".
       Pelo Baptismo tornámo-nos novas criaturas, entramos na ressurreição de Jesus Cristo. Logo, a nossa vida há-de ser projectada e enformada pela luz da ressurreição. As obras das trevas não são próprias do dia. Devemos aspirar às coisas do alto. Cristo Jesus atrai-nos desde a eternidade de Deus. Colocou à direita do Pai a nossa humanidade, atraindo-nos constantemente. Importa que nos deixemos atrair por Ele e para Ele, vivendo desta vida nova que recebemos pela água e sobretudo pelo Espírito Santo.
___________________________
Textos para a Eucaristia (ano A): Act 10,34a.37-43; Col 3,1-4; Jo 20,1-9.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Amar um ser é esperar nele para sempre

       «Que significa amar?
       Amar um ser é esperar nele para sempre.

       Amar um ser é não o julgar; julgar um ser é identificá-lo com aquilo que dele se conhece: «Agora, conheço-te. Agora julgo-te. Sei aquilo que vales»... Isto representa matar um ser.

       Amar um ser é esperar sempre dele algo de novo, algo de melhor.

       Se bem leio no Evangelho, poderei concluir da maneira pela qual Jesus saiu ao encontro dos homens e os amou e enriqueceu, que Ele sempre os considerou crianças, crianças que não haviam crescido convenientemente, que não haviam sido suficientemente amadas.
      
       Cristo nunca os identificou com aquilo que tinham feito até então.

       Pensai, por exemplo, em Maria Madalena: Cristo esperava dela algo que ninguém tinha conseguido descobrir e amou-a tanto, perdoou-lhe tão generosamente que dela obteve o amor mais puro e mais fiel e, admirados, todos à sua volta comentavam: «Será possível que ela seja assim?! Tínhamo-la julgado, pensávamos conhecê-la, haviamo-la condenado e tudo porque nunca fora convenientemente amada...»
       Cristo amou-a com tal perfeição que a tornou aquilo que os outros, pobres e desconfiados, demasiado avarentos de amor, não tinham sido capazes de suscitar nela.

       Cristo aguardava, esperava tudo de toda a gente. Fazia surgir, ao Seu redor, vocações, amizades e generosidades; e todos os que supunham conhecer de longa data aqueles personagens, ficavam atónitos: «Como? Zaqueu tornou-se generoso? Maria Madalena tornou-se pura e fiel? Tomé tornou-se crente? Mateus, o publicano, feito Apóstolo? E todos esses pobres, todos esses pecadores se transformaram em apóstolos e santos?... Como é possível?»

       Alguém os tinha amado, tinha acreditado neles.
       Alguém não havia repetido o que nós dizemos: «Não há nada a fazer dele, nada se conseguirá. Tentei tudo. Não quero tornar a vê-lo. Não volto a escrever. É perder tempo...»
       Cristo foi ao encontro de cada um deles, dizendo: «Só porque não foi amado o bastante é que se tornou assim mau. Se o amassem mais, seria melhor. Se tivessem sido mais delicados, mais generosos, mais afectuosos para com ele, ele teria conseguido libertar-se daquela armadura, daquela carapaça de que se revestiu para não sofrer tanto»...

Louis Evely, em "Fraternidade e Evangelho", in Abrigo dos Sábios.

sábado, 4 de setembro de 2010

Laetare - ao Teu sopro

       Os Prémios Kerygma da Música Católica galardoaram a banda «Laetare» como Prémio Revelação 2009, para destacar como um grupo promissor.
       Noticia a Agência Ecclesia, que Laetare "é uma banda portuguesa constituída a partir das actividades de um grupo de catequese da paróquia da Reboleira, diocese de Lisboa. Começaram por ajudar na animação musical das eucaristias e depois surgiu o desafio de criar um tema original para participar no festival vicarial da canção cristã.
       A banda é constituída por 2 elementos: Clara Raimundo (Voz) e Pedro Marques (Guitarra, Voz)".
       Há poucas semanas editaram o seu primeiro CD com 11 composições, Ao Teu Sopro. Uma melodia agradável, que nos ajuda a elevar o espírito, com uma forte mensagem cristão. Vale mesmo a pena escutar, meditar, rezar, louvar a Deus.
       Depois de termos sugerido o tema "Caminhar (Onde o Amor me levar)", por ocasião do Festival Jota, sugerimos agora Madalena, tema colocado na plataforma do Youtube, pela Canção Nova:
       O Cd "Ao Teu sopro" tem a chancela das Edições Salesianas.
       Para mais informações sobre esta banda, poderá consultar a sua página no MySpace.

terça-feira, 2 de março de 2010

Via Sacra - Décima Quarta Estação

Jesus é sepultado
José, tomando o corpo de Jesus, envolveu-O num lençol limpo e colocou-O num túmulo novo, que mandou escavar na rocha. Em seguida, rolou uma grande pedra para fechar a entrada do túmulo e retirou-se. Maria Madalena e a outra Maria estavam ali sentadas, era frente do sepulcro (Mt 27,59-61).




Oração
Deus Pai,
Tu quisestes que fossemos
baptizados na morte do
Teu Filho Jesus,
nosso Salvador: concede-nos
um sincero arrependimento,
afim de que passando
com Ele na morte,
possamos renascer na
alegria para uma vida nova.
Isto Te pedimos por meio
D'Aquele que por nós
morreu foi sepultado e
ressuscitou, Jesus Cristo
Nosso Senhor.
Amém.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Dia da República

A República Portuguesa é quase centenária. Faz hoje 99 anos. Estas duas imagens são muito republicanas: a bandeira e Maria Madalena associada aos ideais revolucionários da república.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Santa Maria Madalena

Maria Madalena é uma figura incontornável do cristianismo. Está presente ao longo da vida pública de Jesus e dos seus Apóstolos. É curada pelo Mestre. A partir daí segue-O por toda a parte. É certamente uma mulher com posses, com as quais facilita a vida de Jesus e dos seus discípulos.
Muitas vezes foi confundida com a mulher adúltera, outras tantas como prostituta, conhecida pública, mas o mais razoável é que seja uma mulher com muitas posses, procurando a cura para uma doença grave. Jesus dá-lhe resposta.
Assiste à morte de Jesus. Acompanha Maria, Mãe de Jesus, no seu sofrimento.
É a primeira a fazer a experiência do Ressuscitado.