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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Papa envia 900 mil euros para o Haiti

       Bento XVI vai enviar cerca de 929,4 mil de euros (1,2 milhões de dólares) para ajudar a população haitiana, um ano depois do sismo que atingiu o país.
       O montante vai ser entregue pelo cardeal africano Robert Sarah, presidente do Conselho Pontifício «Cor Unum», organismo que coordena toda a acção socio-caritativa da Igreja Católica.
       O terramoto ocorrido a 12 de Janeiro de 2010 no Haiti, com epicentro de cerca de 25 km a sudoeste da capital, Port-au-Prince, atingiu os 7.0 na escala de Richter. Estima-se que o sismo tenha provocado mais de 220 mil mortos e afectado mais de um milhão de pessoas, a maior parte por terem ficado desalojados.
       O cardeal Sarah leva “uma mensagem”, em nome do Papa, e “ajuda económica” proveniente das contribuições para ajuda às vítimas do terramoto: 800 mil dólares destinados à reconstrução de escolas e 400 mil dólares para a reconstrução das igrejas. A visita do presidente do «Cor Unum» decorre a partir de hoje, prolongando-se até ao próximo dia 13.
       D. Robert Sarah visita algumas comunidades religiosas como as «Irmãs de Cristo Rei», em Léogane, cujo hospital ficou destruído, as «Irmãzinhas de Santa Teresa do Menino Jesus», que gerem um centro para doentes de SIDA e tuberculose, ou os «Companheiros de Jesus», que viram ruir o seu centro para idosos e uma escola. Neste último caso, o cardeal vai lançar a primeira pedra da Escola «Notre Dame des Anges».
       A 11 de Janeiro, o membro da Cúria Romana encontra-se com o presidente da República do Haiti, René Préval, visitando ainda um campo de refugiados, onde celebrará a Missa.
       No primeiro aniversário do terramoto, dia 12 de Janeiro, vai ser lida a mensagem do Papa, na Missa que recorda a tragédia.
       O cardeal Sarah vai reunir também com bispos, seminaristas, responsáveis da Cáritas e de outras organizações internacionais de voluntariado.
       O último ponto do programa oficial é uma Missa, a 13 de Janeiro, na casa das Filhas de Maria «Parideans», que perderam 15 religiosas sob os escombros, após o sismo, que deixou ainda 12 irmãs com ferimentos graves.
       Segundo o Vaticano, a visita de um enviado especial do Papa visa “agradecer também aos que colaboraram no enorme esforço da fase de emergência e renovar o compromisso da Igreja na reconstrução”.
       No último Domingo, o Papa deixou um “pensamento particular” para a população do Haiti, um ano depois do terrível terramoto, ao qual se seguiu também uma grave epidemia de cólera”.
       O Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, vai assinalar o primeiro aniversário da tragédia ao presidir a uma missa, a 12 de Janeiro, na basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
       Para além das muitas perdas humanas e materiais, o abalo sísmico causou na altura sérios danos nas infra-estruturas sanitárias e em reservas de água, deixando a população mais vulnerável ao aparecimento de doenças, como a cólera.

terça-feira, 9 de março de 2010

Será o fim do mundo?

       Depois do Haiti, da Madeira, do Chile, dos temporais na Europa, agora o sismo na Turquia, em que morreram mais de 60 pessoas. É nesta perspectiva que achamos relevante este texto do Pe. António Rego, ajudando-nos também ele a enquadrar as tragédias do tempo presente:

 Nada sabemos fechados no casulo estreito do nosso tempo, do nosso espaço e até dos factos que nos parecem o fim do mundo e que não passam duma gota de água no oceano incomensurável de Deus

       Acontece no dia-a-dia. Ou melhor, num dia entre muitos dias. Parece que se acorda com tudo a correr ao contrário. O trabalho urgente a concluir e chega um telefonema a decretar outro mais urgente, uma dor de cabeça que não vem a propósito, um assunto que chegou ao fim mal concluído, um problema novo que se interpôs a todos, alguma sensação de nervosismo com a ideia de que tudo corre mal.
       Para não falar no que está por fazer, na culpa de alguns insucessos, choques, tensões, com o ego de rastos, a triste sensação de incapacidade para iniciar um novo projecto, o cansaço que desaba e parece bloquear qualquer saída para qualquer problema. E tudo se enrola numa visão mais alargada na profissão, na família, no país de aspecto insolúvel, na economia que parece de terra queimada, na corrupção e esperteza como segredo de triunfo, no poder arrogante dos vencedores de sempre.
       E depois o fio da história, o bem e o mal, a incerteza do fim, a dúvida sobre o amanhã, os tons carregados de cinzento que se abatem sobre o humor, a resistência, a alegria, a relação com os outros, a estima por si próprio. E uma sequência de tragédias naturais exaustivamente exibidas cujas origens reais não sabemos deslindar. Tudo embrulhado na ementa informativa servida a cada refeição, numa selecção quase sádica e macabra de acontecimentos como se não houvesse outra forma de pintar a história a não ser em cores de sangue e dor, com tiros, lágrimas e gemidos lancinantes à mistura.
       Será esta uma representação real da vida ou estaremos marcados pela náusea de Sartre, o niilismo de Nietzsche, o desespero de Hamlet, a fúria de Herodes e a loucura de Hitler, ou a depressão e ansiedade dum pós modernismo insano?
       Bem diferente é a teoria de Jesus. E a sua prática: o desprendimento dos “lírios do campo”, a providência sobre “os cabelos da vossa cabeça”,a certeza de que “nada do que pedimos é em vão”, a confiança “no pão que nos concede” em vez do escorpião, a certeza de que Ele venceu o mundo – tudo isso que nos sustenta – e nos projecta para além do desencanto que pode ser um dia mal passado ou uma visão azeda da história.
       Nada sabemos fechados no casulo estreito do nosso tempo, do nosso espaço e até dos factos que nos parecem o fim do mundo e que não passam duma gota de água no oceano incomensurável de Deus. Há negrumes na alma que apenas a sabedoria de Deus pode romper.

António Rego, in Agência Ecclesia.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O grande dilúvio

       Nestas semanas, desde o dia 12 de Janeiro, quando o Haiti sofreu um forte sismo, com centenas de mortos, desalojados, chegaram até nós notícias de cheias, tempestades, mau tempo: Madeira, ali bem perto com mais de 40 mortes e vários feridos e desalojados; a sismo do Chile que matou mais à volta de 800 pessoas, deixando feridas muitas mais; os temporais que varreram a Europa, com um rasto de violência e morte.
       Inevitavelmente muitas questões se levantam e muitas leituras se fazem: castigo de Deus, abuso do homem, coincidências infelizes. Sobre a leitura que fizemos aquando do sismo do Haiti pode ler-se de novo: Tragédia do Haiti - reflexões avulsas, e sobre o temporal da Madeira: Temporal da Madeira e Caridade, e Haiti, Madeira e Chile: notas avulsas
       Este texto, publicado no Voz Jovem, que fala do grande Dilúvio, ao tempo de Noé, em que numa leitura imediata se diz que foi o castigo de Deus pelo pecado do Homem, e que recolhe a oralidade sobre acontecimentos dramáticos passados. No entanto, o texto tem a preocupação de nos mostrar o quanto Deus nos ama, sempre disposto a levar-nos à Verdade e ao Bem, para nos encontrarmos com Ele em terra firme.
Noé e o grande Dilúvio:
       Noé abanou a sua cabeça em descrédito. Deus continuou a indicar os pormenores.
       “Lembra-te, Noé, que este dilúvio vai durar muito tempo. Irás necessitar de todos os tipos de alimentos para vós e para os animais. Agora – ao trabalho!”
       Noé fez exatamente o que Deus lhe havia pedido. Ele e a sua família cortaram as árvores e construíram o barco. Cobriram-no com alcatrão por dentro e por fora para que nem uma gota de humidade pudesse infiltrar-se.
       Depois, ceifaram campos de cereais. Encheram cesto após cesto com fruta e secaram-na ao sol. Arrecadaram estes mantimentos nas despensas da arca.
       Então deram início à tarefa mais espantosa de todas: chamaram os animais a si e guiaram-nos para dentro do barco. Por fim, todas as pessoas e animais se encontravam seguros a bordo. Deus fechou a porta depois de entrarem. Passaram-se sete dias.
       Então Deus ordenou que a chuva começasse: primeiro, algumas gotas grossas salpicaram a terra seca; depois, Noé escutou um som rápido da chuva a bater no topo do barco. Olhou para fora: uma torrente de água caía do céu.
       Assim que a chuva começou, não havia forma de suster a inundação. Os níveis dos rios subiram e as suas margens transbordaram. A água encheu vales e começou a subira acima dos montes. A pesada embarcação de Noé começou a flutuar.
       Todos os seres vivos a bordo estavam secos e seguros; todo o resto do mundo foi levado pelas águas. Choveu durante quarenta dias e quarenta noites e, por essa altura, o mundo estava completamente submerso. Havia apenas água e céu cinzentos… e a arca de Noé e Deus.

Mónica Aleixo, in Voz Jovem, Fevereiro 2010.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Esperança apesar do Mal

       É impossível não ver a Cáritas como uma referência de compromisso, de esperança, de fé e de amor pelo próximo. Um sinal concreto de que é sempre possível acreditar.

   
       "Ilusão das ilusões”, disse Qohélet, “ilusão das ilusões: tudo é ilusão. Uma geração passa, outra vem; e a terra permanece sempre”. O que vale, afinal, o ser humano?
       Após termos sido confrontados, há pouco mais de um mês, com as imagens tremendas da devastação no Haiti, chegam da Madeira outras igualmente devastadoras, que deixaram atrás de si um inimaginável rasto de morte e destruição.
       Impossível não ficar perturbado perante a desfiguração quase completa de uma cidade, a perda de tantas vidas, o sofrimento de quem nada fez para o “merecer” nem o poderia prever.
       É essa aliás a questão mais dolorosa para quem vive esta situação de longe e não tem de estar mergulhado na lama ou a tentar arrancar do seu caminho as pedras que impedem uma vida normal, construída tantas vezes à custa de muito trabalho e suor: Porquê? Porque sofre o inocente? Porque morrem uma jovem mãe, uma criança, um idoso que dormia descansado?
       A violência do que vemos é assim intensificada por estas perguntas que nos acompanham perante tais imagens. Custa acreditar que o sofrimento tenha um qualquer objectivo purificador, que a vida tenha um sentido para lá deste “sem-sentido” em que a natureza nos reduz a uma terrível insignificância.
       Em boa verdade, é nestas situações que nos confrontamos com uma verdade incontornável sobre a nossa humanidade: não temos respostas. Pensamos que sim, gostamos de acreditar que o questionamento constante terá um resultado óbvio, feliz, mas às vezes nem mesmo o fim do caminho parece lançar alguma luz sobre o percurso que se acabou de fazer. Resta-nos questionar. E acreditar mesmo quando, aparentemente, não há esperança.
       Job, símbolo bíblico do sofrimento do inocente, dizia a certa altura: “Recordai-Vos que a minha vida não passa de um sopro e que os meus olhos nunca mais verão a felicidade”. Mergulhado num sofrimento terrível, tinha respostas definitivas. Enganava-se.
       Sem respostas, pelo menos as que desejaríamos ou as suficientemente óbvias para que as possamos perceber, parece impossível que haja lugar para a esperança. Felizmente, há alguns dos melhores entre nós que não param perante estas calamidades e lançam imediatamente mãos à obra para que o terrível presente destrua apenas o passado (se assim tiver sido) e não hipoteque por completo o futuro.
       No nosso país, quando chegam estes momentos, é impossível não ver a Cáritas como uma referência de compromisso, de esperança, de fé e de amor pelo próximo. Um sinal concreto de que é sempre possível acreditar. Em todas as lutas.
Octávio Carmo, Editorial, in Agência Ecclesia.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Haiti, Madeira e Chile: notas avulsas!

       As notícias que nos chegam pelos meios de comunicação social raramente são positivas. Nos últimos tempos, esta realidade é ainda mais evidente. Para lá das tricas políticas, o sismo no Haiti, que fez milhares de mortos e de desalojados; o temporal que se abateu na Madeira, que provocou 42 mortos, em números oficiais, uma centena de feridos, e várias pessoas desalojadas, e o terramoto/tsunami no Chile, que já conta mais de 700 mortos, provocam-nos apreensão, comovem-nos.
       Nestes casos, pelo menos directamente, não tem a mão humana, como em muitas guerras visíveis e invisíveis provocadas por pessoas e povos mais ou menos poderosos, mais ou menos merdosos. Isso não nos deixa, de todo, tranquilos, se bem que as tragédias provocadas pela mão do homem são muito mais sangrentas, algumas delas avassaladoras: guerra, fome, violência, toxicodepenência, conflitos transfronteiriços, gangs destabelizadores, corrupção com tantas máfias a desfazeram outras tantas famílias; acidentes rodoviáros; as duas Guerras Mundiais; o holocauto em que foram mortos 6 milhões de judeus; o comunismo na China, onde milhares de ciranças são mortas à nascença, e tantos outros horrores; os projecos nucleares que não apenas matam mas deixam gerações destruídas genéticamente; guerras civis sem fim; projec o conflito israel-árabe, a pena de morte ao desbarado,...
       Estes fenómenos da natureza, no entanto, movem muito mais a nossa emoção. No caso anterior sempre se arranja uma desculpa ou uma justificação. Neste caso, é a Natureza! Mas como culpar alguém? Deus? O homem? A Natureza cansada, revoltada? Nem tudo tem uma explicação, embora sobre os sismos e temporais possa haver dados científicos que explicam como se formam e em que condições, mas não o alcance de destruição material e sobretudo humano.
    
       Algumas notas avulsas:
       É abusivo culpar Deus, mesmo que se diga que é para castigar o mal. O homem castiga-se a ele mesmo quando se desvia do bem. Deus, o nosso bom Deus, é Pai, pronto a acolher-nos em todas as circunstâncias...
       É abusivo culpar o homem, ainda que, muitas situações, uma ou outra cheia, uma ou outra tempestade derivem da poluição atmosférica ou da interveção gananciosa do ser humano. Mas nesses caso há que atender aos dados científicos, antes de procurar culpados ou justificações!
      Em todo o caso há tantas lições a tirar destas situações: o ser humano é capaz de dar o seu melhor - quanta ajuda ao Haiti; quanta disponibilidade para ajudar a Madeira! Há sempre alguém que aproveita para se servir, olhe-se para as pilhagens, os gestos de violência, o tráfico de bens e de pessoas... mas não superam a partilha solidária.
      Por outro lado, são ocasiões como estas que nos devem ajudar a reflectir na vida e nas quezílias que por vezes nos desgastam e nos levam a situações depressivas. É oportunidade para nos lembrarmos da efemeridade da vida e da relatividade das seguranças mundanas, comprometendo-nos mais com os outros, dando em cada tempo o melhor de nós mesmos, enquanto há tempo, enquanto é hora.
       Para uns e outros poderá ser oportunidade para abrirmos o nosso coração a Deus, só Ele garante a nossa vida em plenitude, da vida passageira para a eternidade: se tudo acaba com a morte, valerá o nosso empenho por transformarmos o mundo? Se tudo acaba, que sentido terá o sofrimento, sobretudo o sofrimento inocente? E se a justiça for apenas a humana, onde ficará espaço para a redenção? Para a justificação?
       Quando não nos restar mais nada, façamos silêncio, rezemos, deixemos que a voz de Deus nos provoque, rezemos pelos que partiram, rezemos pelos que ficaram, rezemos por nós, abramo-nos ao mistério divino para melhor acolhermos o mistério humano... É tempo de apreciar ainda mais a vida e gastá-la no bem, no que pode perdurar para a vida eterna!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Temporal da Madeira e a Caridade

Desta vez formos surpreendidos pelas notícias que nos chegaram pelos meios de comunicação social, da calamidade da Madeira, fruto de chuvas intensas e de ventos fortes, provocando o transvase das três principais ribeiras do Funchal, inundando ruas, casas, levando pela frente carros, pessoas, destruindo árvores, habitações, estradas, pontes, com aldeias, lugares, pessoas, a ficarem isoladas.
A morte de várias pessoas, os números oficiais apontam para já para 42, uma vez que ainda não há condições de recolher dados mais concretos, bem como dezenas de feridos. Em todo o caso o menos importante são mesmo os números, nestas horas são importantes as pessoas, cada pessoa, e ainda que fosse apenas uma vítima já deveria (e deve) merecer a nossa atenção, a nossa solidariedade e a nossa oração.
As imagens do sismo no Haiti comoveram-nos.
Outra catástrofe, agora, mais perto de nós, pode ter um efeito mais distante.
Quando nos habituamos às mesmas imagens, por vezes, familirizamo-nos tanto que já não lhes devotamos a mesma preocupação. É o efeito das imegens muitas vezes repetidas.
Mas, em todo o caso, são momentos dolorosos, os do Haiti, como os da Madeira.
Uma família que perde todos os seus bens, que não tem alimento, não tem vestuário, não tem casa, merece-nos toda a consideração.
Uma família que perde um dos seus membros, ou dois, ou mais, deve sensibilizarmos em qualquer circunstância, é um momento extremamente doloroso.
Tal como aquando do sismo do Haiti, a solidariedade para com as pessoas da Madeira não se fez esperar, a solidariedade das palavras, dos meios, da oração. Vários organismos mobilizaram-se para resgatar o que é possível, procurando ajudar as pessoas que se encontram isoladas, que estão feridas, ajudando a reconstruir.
Destacamos também o papel da Igreja. A Cáritas Portuguesa disponibilizou de imediato € 25.000,00, através da Cáritas do Funchal.
Associemo-nos também pela oração. Que Deus acolha os que partiram, dê coragem aos que perderam familiares. Que as nossas preces possam confortar todos os que desesperam, e que através das pessoas mais próximas encontram um mão amiga, acolhedora, confortante.
Deus abençoe o povo da Madeira, nesta hora de tristeza e luto.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

We are the World - nós somos o mundo

25 anos depois, nomes conhecidos da música juntam-se para gravar "We Are The World", desta vez para ajudar as vítimas do sismo do Haiti.
Veja a tradução da letra para português:

Chega um momento, quando ouvimos uma certa chamada
Quando o mundo tem que vir junto como um só
Há pessoas morrendo
E está na hora de dar uma mão a vida
O maior presente de todos


Nós não podemos continuar fingindo todos os dias
Que alguém, em algum lugar irá mudar
Todos nós somos parte da grande família de Deus
E a verdade
Você sabe que o amor é tudo que nós precisamos


Refrão:
Nós somos o mundo, nós somos as crianças
Nós que fazemos um dia mais brilhante
Assim comecemos nos dedicando
Há uma escolha que nós estamos fazendo


Nós estamos salvando nossas próprias vidas
É verdade que nós faremos um dia melhor, só você e eu


Lhes envie seu coração assim eles saberão que alguém se preocupa
E as vidas deles serão mais fortes e independentes
Como Deus nos mostrou transformando pedras em pão
E por isso todos nós temos que dar uma mão amiga
in Flores do Tempo.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Deus não existe para nos torturar

       O Bispo de Les Cayes, no Haiti, publicou uma mensagem na qual agradece a ajuda que tem sido oferecida ao país e lamenta que haja quem veja no terramoto do passado dia 12 uma “maldição de Deus”.
       D. Guy Poulard diz que “face a esta desolação, diversas questões são possíveis” enquanto crentes. “Vivendo segundo as reflexões do Antigo Testamento, poderíamos reconhecer que pagamos pelas nossas faltas, mas nós não somos desse tempo, assinala, acrescentando que Deus não existe para nos torturar”.
       O prelado sublinha que a natureza tem as suas leis e que os seres humanos apenas podem “limitar a sua manifestação na gestão respeitosa do direito à vida segundo as nossas relações com o ambiente”.
       O Bispo e todo o presbitério da Diocese, que assinam a missiva, referem que o terramoto “fez-nos sentir uma necessidade urgente de nos solidarizarmos”.
       "Muitas pessoas morreram. Várias casas foram destruídas e também edifícios públicos e eclesiais. Mas nós estamos aqui e mantemos viva a luz da esperança, esperança que precisa dos haitianos, do seu compromisso, da sua vontade de recomeçar e reconstruir", indicam.
       Os signatários agradecem aos países, ONG’s e organizações católicas que estão a ajudar o Haiti, neste momento: “Saudamos os esforços individuais e particulares do Estado e da comunidade internacional, a dedicação dos trabalhadores sanitários, as organizações não-governamentais, os organismos da Igreja Católica - Cáritas, “Catholic Relief Service”, Sociedade de São Vicente de Paulo, Projecto “Espoir Sud” - e dos cultos reformados, que não se pouparam a esforços para socorrer as vítimas”.
       "Os nossos governantes e a comunidade internacional, que nos querem ajudar na reconstrução do país, devem considerar o problema da descentralização para criar, em cada estado, estruturas e infra-estruturas necessárias para melhorar a qualidade de vida das pessoas, como trabalho, escolas, estradas, entre outras necessidades", conclui a mensagem.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

D. Jacinto sobre a tragédia do Haiti



Veja outros vídeos sobre D. Jacinto a partir do blogue da Diocese de Lamego. Leia a homilia completa de D. Jacinto, no dia do Padroeiro da Diocese, São Sebastião, no dia 20 de Janeiro, na página da Diocese.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Anaika!...

Era o orgulho da família!... Anaika tinha 11 anos, cantava no coro da igreja e da escola.
Os colegas de turma chamavam-lhe"pequena advogada", que era isso mesmo que ela queria ser, quando fosse grande,"advogada".
Os sonhos acabaram no preciso momento em que a terra tremeu.Anaika foi encontrada 48 horas depois do sismo e acabou por estar 3 dias, debaixo dos escombros da escola onde estudava.
Após esses dias de sofrimento atroz,ela foi resgatada,ainda a levaram para o hospital de campanha,mas não foi suficiente.Anaika morreu, já foi sepultada.A mãe não compreende e o tio mal consegue repetir as palavras da menina.
- Ela disse: "Obrigada, Senhor, por me teres salvo a vida. Posso perder o pé, mas terei sempre a vida."
- "Mãe, não me deixes morrer!" - Foram as suas últimas palavras.

A coragem de uma criança de 11 anos, que acreditava em Deus e noutro destino,após três dias de sofrimento.O rosto de milhares de vítimas do sismo do Haiti.

- "Deus precisou de Anaika e de tantos outros, junto de Si, na Sua Eterna morada. Que o Senhor os receba na sua Paz."

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tragédia do Haiti - reflexões avulsas

São dramáticas as imagens que nos chegam do Haiti, não apenas as das primeiras horas mas também as actuais. O sismo devastador deu lugar a uma situação de descalabro e mesmo na procura de comida e de água há conflitos, violência, disputas várias pela sobrevivência e num ou noutro caso o ensejo de tirar algum proveito da desgraça alheia.
       Primeira nota: por mais violências e comovedoras que sejam as imagens, nada se compara ao caos instalado, ao sofrimento, ao luto e ao desespero das pessoas que perderam tudo e sobretudo perderam os seus familiares e amigos. Entenderão como uma bênção o terem sobrevivido, mas sobre-vem também a angústia pelo que perderam e por quem perderam. Mesmo depois do país estar recuperado haverá milhares de rostos desfigurados pela tragédia, pelo medo, pela perda de algum familiar. Por mais que tentemos nunca chegaremos a compreender totalmente a dimensão desta tragédia na vida concreta das pessoas.
       Segunda nota: a solidariedade internacional para com as vítimas e para com o Haiti é louvável. Um drama que suscita a comoção e a compaixão de pessoas, instituições e estados do mundo inteiro, mobilizados para minorar a dor e a confusão que se instalou. O ser humano, capaz de muitos atropelos, revela em momentos como este, o seu lado melhor e a capacidade de tentar fazer a diferença. Todos querem participar na ajuda ao Haiti.
       Terceira nota: o sismo pôs a descoberto uma situação que se vivia há muito: a pobreza. Quando ouvíamos falar do Haiti, do Havai, da República Dominicana, era numa linguagem romântica, de paisagens paradisíacas, lugar de férias, de turismo e de encantamento. O sismo desfez a imagem romântica que pudéssemos ter do Haiti. Afinal era um país extremamente pobre, dos mais pobres do planeta, onde as pessoas viviam na miséria. Talvez agora os olhos do mundo se voltem para o Haiti, e sobretudo para as pessoas concretas, como um desafio solidário de partilha e de ajuda na vida quotidiana, permitindo que ao recuperar o país, as pessoas recuperem também e possam encontrar condições humanas para enfrentar novos tempos...
       Quarta nota: só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja, nesta como em muitas situações da vida. O investimento para minorar os resultados do sismo e reconstruir o país, já deveria ter tido lugar no combate à pobreza e a degradação humana.. Por exemplo, os EUA disponibilizaram à partida 100 milhões de dólares. Naturalmente que países industrializados como os EUA, que muitas vezes apregoam a solidariedade, mas que chega apenas quando os holofotes estão ligados. As pessoas já viviam há muito na miséria, em condições sub-humanas...
       Quinta nota: decorrente do aspecto anterior, o investimento feito em armamento, ou até mesmo os gastos de reuniões internacionais, que não dão fruto, que se tornam muitas das vezes reuniões sociais e turísticas para os chefes de Estado, poderia em parte ser canalizado para a irradiação da pobreza. Esta é de bradar aos céus em países já reconhecidos como extremamente pobres, mas mesmo em países desenvolvidos.
       Há dias passava uma reportagem numa das nossas televisões que mostram como havia muitas pessoas que sobreviviam a partir de uma lixeira... e tanto desperdício... Diga-se, a este propósito ainda, que a atenção que o combate ao terrorismo merece, não invalida o investimento prioritário no combate pela irradiação da pobreza, que por sua vez, gera violência: quem nada tem, tudo pode fazer, porque nada tem a perder... por vezes nem a dignidade... que nunca lhe reconheceram...
       Sexta nota: no Haiti, quando os holofotes se apagarem ou se desviarem para outro acontecimento, o pior está para vir, a comoção poderá dar lugar à indiferença e ao esquecimento e quem sofrerá serão os mesmos que agora beneficiam do auxílio e das promessas, mas cujas dificuldades não serão facilmente sanadas. Importa que instituições locais continuem a obra de reconstrução do país e da "reconstrução" das pessoas e das famílias. A este propósito e como referência, o papel da Caritas Internacional e da Caritas Portuguesa, apoiam mas através da Caritas do Haiti, ou seja, de pessoas que já estão há muito no terreno da solidariedade e que lá continuarão. Obviamente, com isto não queremos significar a ajuda que for de fora não é meritória, mas que esta suscite também aquela, para que no final não fiquem desamparados aqueles que agora queremos ajudar...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Exemplo de pobreza e de solidariedade

       Ainda que vivamos num tempo em que muitas vezes se acentua o ter sobre o ser, há pessoas e instituições que são um testemunho de pobreza e de solidariedade, como o foram as Ordens Mendicantes, ensinando que é possível viver a pobreza evangélica na comunhão eclesial.
       No final da Audiência Geral, Bento XVI lançou um apelo à mobilização para ajudar as pessoas e o povo do Haiti.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Morreu o Arcebispo da capital do Haiti

O arcebispo de Port-au-Prince, D. Joseph Serge Miot, morreu na sequência do sismo que ocorreu na noite desta Terça-feira. O corpo do prelado foi encontrado nas ruínas do gabinete da arquidiocese.
“Port-au-Prince está completamente devastada. A catedral, o arcebispado, todas as grandes igrejas e todos os seminários reduziram-se a um monte de escombros”, afirmou o núncio apostólico para o Haiti, D. Bernadito Auza.
Os missionários franceses que residem na cidade referiram que muitos dos sobreviventes estão a refugiar-se em tendas no jardim do Seminário.
Não há ainda notícias sobre o vigário geral da capital haitiana, Mons. Benoît Seguiranno, desaparecido após o tremor de terra.
D. Serge Miot nasceu em 23 de Novembro de 1946, tendo sido ordenado padre em 4 de Julho de 1975. A 29 de Julho de 1997 foi nomeado Arcebispo Coadjutor de Port-au-Prince. Era Arcebispo da capital do Haiti desde 1 de Março de 2008.
Notícia: Agência Ecclesia.

Campanha da Cáritas Portuguesa para o Haiti

Conta de Solidariedade da CARITAS na Caixa Geral de Depósitos
A Cáritas Portuguesa deseja que a ajuda às vítimas do sismo no Haiti constitua “um inequívoco gesto de solidariedade”. Para isso lançou já uma campanha de solidariedade, disponibilizando 5.000€ à sua congénere do Haiti, e espera, a par das anteriores iniciativas que promoveu, “que o nosso povo dê uma resposta ampla, generosa e inequívoca nesta hora de dor dos irmãos que vivem naquele país do Caribe”.
A Organização convida, por isso, todos os que quiserem ser solidários a fazerem o seu donativo na conta “Cáritas Ajuda Haiti”, com o NIB 003506970063000753053 da Caixa Geral de Depósitos.
Em comunicado, a Direcção da Cáritas recorda as “centenas, milhares de mortos e feridos numa devastação indescritível que tornou ainda mais pobre um dos mais miseráveis países do Mundo”.
“Neste momento, ainda devastados pelo sofrimento de terem visto partir entes queridos e amigos e de verem a destruição ter tomado conta das suas ruas, das suas cidades, os haitianos precisam de tudo. Por muito pouco que possamos dar, essa será, certamente, uma generosa contribuição”.
A Cáritas deixa um apelo directo a todos os cristãos: “É porque fazemos da nossa crença uma religião viva que vamos mostrar, uma vez mais, que a nossa solidariedade é real".

Notícia: Agência Ecclesia.