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quinta-feira, 7 de junho de 2018

Amar a Deus de todo o coração e ao próximo

       Aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?». Jesus respondeu: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O. (Mc 12, 28b-34).
       A fé que nos guia de encontro a Deus também nos conduz ao nosso semelhante.
       Com efeito, sempre que Jesus fala no primeiro dos mandamentos - amar a Deus de todo o coração -, acrescenta de imediato a consequência deste amor primeiro, o amor com com o próximo. Acolhemos verdadeiramente a Deus na medida em que acolhemos o nosso irmão. Não é possível amar a Deus se não amarmos os Seus filhos. Qual o Pai ou a Mãe que ia gostar que alguém não amasse os seus filhos... De pouco adiantaria dizer que amava o próprio ou a própria. Quem meus filhos beija minha boca adoça, dizem as mães. Quem ama a Deus ame também o seu irmão.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo...

       Os fariseus, ouvindo dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus, reuniram-se em grupo, e um doutor da Lei perguntou a Jesus, para O experimentar: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». Jesus respondeu: «‘Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas» (Mt 22,34-40).
       A pergunta feita a Jesus, por um doutor da lei, sobre o mais importante dos mandamentos, permite, uma vez mais, ao Mestre dos Mestres, lembrar que não basta saber é essencial que o saber leve ao compromisso concreto com o próximo.
       É uma cilada, mas Jesus não deixa de responder. Segundo a Sagrada Escritura (que corresponde, para nós, ao Antigo Testamento) é inequívoco que o mandamento mais importante é amar a Deus antes e acima de tudo. O doutor da lei tem obrigação de saber. Para qualquer crente, judeu ou cristão, amar a Deus com todas as forças, com todas as capacidades intelectuais, volitivas, espirituais, é o ponto de partida e de chegada, é o princípio e o fim de todas as escolhas. As nossas opções devem procurar estar conformes à vontade de Deus, à Palavra do Senhor. Quando isso acontece, então tudo o mais se tornará fácil e o cumprimento dos restantes mandamentos já se inclui no amor a Deus sobre todas as coisas.
       Porém, se não há dúvidas quanto ao primeiro mandamento, já quanto à importância dos outros havia algumas discussões. Jesus acrescenta, desfazendo dúvidas e confusões, que o segundo mandamento é amar o próximo como a si mesmo. E o próximo é toda a pessoa que encontramos e não apenas os que fazem parte do nosso grupo, da nossa nacionalidade, da nossa religião. Mais, Jesus dirá mesmo que nós é que nos tornamos próximos sempre que nos predispomos a ir ao encontro do outro.
       Vivendo estes dois mandamentos, cumprem-se com todos os outros preceitos existentes na Sagrada Escritura. Como bem disse Santo Agostinho: AMA E FAZ O QUE QUISERES. Amar. Amar. Amar. Única condição para ser verdadeiramente humano. Única forma de encontrar Deus.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Leitura: TOMÁŠ HALÍK - QUERO QUE TU SEJAS

TOMÁŠ HALÍK (2016). Quero que Tu sejas! Podemos acreditar no Deus do Amor. Prior Velho: Paulinas Editora. 272 páginas.
       "Tomáš Halík nasceu emm Praga atual República Checa, no ano de 1948. Licenciou-se em Sociologia, Filosofia e Psicologia na Universidade de Charles, Praga, nos inícios dos anos 70. Estudou Teologia, clandestinamente, na mesma cidade, estudo que continuou na Universidade Lateranense, em Roma, e na Faculdade Pontifícia de Teologia, em Wroclaw (Polónia). Durante a ocupação comunista, sendo perseguido como «inimigo do regime», trabalhou como psicoterapeuta de toxicodependentes. Foi clandestinamente ordenado sacerdote em Erfurt (Alemanha do Leste, em 1978, e trabalhou na «Igreja subterrânea», onde foi um dos assessores mais próximos do cardeal Tomášek".
       Na lombada interior da capa, breve apresentação, de Tomáš Halík, de quem já sugerimos outro belíssimo título - O MEU DEUS É UM DEUS FERIDO. Depois de ter escrito sobre fé e esperança, alguém lhe perguntou porque não escrevia sobre o amor. 
       O autor começa por fazer uma pergunta que habitualmente vamos fazendo, mas para a qual nem sempre encontramos uma resposta satisfatória: deonde vem o mal?. "É possível que hoje em dia nos tenhamos acostumado tanto ao mal, à violência e ao cisnismo, que façamos a nós próprios, com surpresa, outra pergunta: donde provém a ternura e a bondade?
       Ao longo do livro, enraizado na Sagrada Escritura, mas também na história, na experiência, na cultura, o autor vai mostrando que o amor é fonte de todo o bem e em todo o bem é possível encontra Deus de amor. Um dos fios condutores é apresentar o duplo mandamento, a interligação entre o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo. Amar a Deus, amando o próximo. Deus está em nós. O amor habita-nos na identidade mais profunda, onde podemos encontrar Deus.
       Mais que uma resposta, Deus é pergunta. Não é um dado adquirido, mas sempre me transcende. Vai além de toda a compreensão humana, ainda que Se deixe ver em Jesus Cristo. "Os meus livros não são destinados àqueles que têm certeza absoluta de que compreendem perfeitamente o que significa o mandamento do amor a Deus. Esses certamente já têm a sua recompensa. Eu dirigo-me àqueles que buscam o significado dessas palavras, quer se considerem crentes... quase-crentes ou «antigos crentes»... incrédulos e agnósticos ou não crentes".

Algumas expressões:
"Associar os mandamentos do amor a Deus e o mandamento do amor uns aos outros - o núcleo do Evangelho - é a forma de redescobrir o Deus que «desapareceu», especificamente, na nossa relação com o próximo. Deus acontece onde quer que nós amemos as pessoas, o nosso próximo".
"Deus não pode ser obejeto de amor porque Deus não é um obejeto; a perceção objetiva de Deus conduz à idolatria. Eu não posso amar a Deus da mesma maneira que amo outro ser humano, a minha cidade, a minha paróquia ou o meu trabalho. Deus não está diante de mim, tal como a luz também não está diante de mim: eu não consigo ver a luz, só posso ver as coisas iluminadas pela luz".
"Deus acontece ali onde nós amamos".
"É necessário despir a própria alma, porque só quando já nada restar entre nós e a vontade de Deus, se poderá dar aquela união com Deus a que se chama Amor. Nesse momento somos «transformados em Deus por amor»".
"Há vários anos que me sinto fascinado com um definição do amor que é atribuída a Santo Agostinho: amo: volo ut sis (Amo-te, quero que Tu seja!)... «Eu quero que tu sejas». Esta frase exprime a ausência de dúvidas acerca da existência do amado; a sua existência é óbvia para mim, e o meus sentidos podem prová-la. esta frase exprime a minha confirmação fundamental da existência do meu amado, a minha alegria por ele existir. Eu não me limito a notar a sua existência, experimento-a como gratidão, como qualquer coisa que enriquece fundamentalmente a minha própria vida, sem o meu amado, o meu eu profundo perderia a sua integridade, sem ele o meu mundo ficaria desolado e terrivelmente cinzento.
No amor eu abro um lugar de segurança dentro de mim para a pessoa que amo, no qual ela pode ser plena e livremente quem é. Não precisa de representar nem de fingir para mim, nem de tentar merecer continuamente o meu amor através das suas ações. Além disso, só messe lugar seguro de amor é que uma pessoa se pode tornar aquilo que até então só era em potência. Só agora se pode aperceber do seu pleno potencial, que, sem amor, ficaria atrofiado, murcho e sufocado nas suas próprias raízes.
Estou contente por te ter conhecido; alegro-me pelo milagre do amor; quero que a pessoa a quem amo continue a estar comigo. Sim, gostaria que vivêssemos juntos para sempre. A frase «Eu amo-te, quero que Tu sejas» de Agostinho conduz a outra frase, ou seja, à definição magnífica de Gabriel Marcel: «Amar alguém é dizer-lhe: "Tu não morrerás"»... Dentro do verdadeiro amor há sempre uma fonte de eternidade".
"Deus não é «uma terceira pessoa» na relação entre duas pessoas; Deus é a base e a fonte dessa relação".
"Amar a Deus significa sentirmo-nos profundamente gratos pelo milagre da vida e exprimir essa gratidão ao longo da própria vida, aceitando a minha sorte mesmo quando esta não condiz com os meus planos e expectativas. Amar a Deus significa aceitar com paciência e atenção os encontros humanos como mensagens de Deus cheias de sentido - mesmo quando sou incapaz de as compreender devidamente. Amar a deus significa confiar que até os momentos difíceis e obscuros me revelarão um doa o seu significado".
"Deus não pode forçar os seres humanos a aceitar a salvação, o perdão e a misericórdia. Teoricamente é possível que alguém, pelo seu profundo desejo de que «Deus não seja», manifeste esse perverso desejo de forma tão consistente que acabe por se esquivar fatalmente a Deus e por se condenar a si próprio ao eterno afastamento de Deus e separação em relação a Ele".
"Aquilo que Deus traz para a história, onde nós o devemos procurar, é o amor. Eu sou cristão porque aprendi a acreditar nesse amor".
"A fé requer a coragem de escolher e de confiar".
Citando Teilhard de Chardin, "O amor é a única força capaz de unificar as coisas sem as destruir"

sábado, 9 de maio de 2015

Domingo VI da Páscoa - ano B - 10 de maio de 2015

       1 – «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor».
       Crescemos e amadurecemos imitando os outros no nosso comportamento, na nossa aprendizagem, nos nossos gestos, de tal forma que o convívio que se prolonga no tempo acentua as parecenças até mesmo no timbre de voz. Com facilidade confundimos, ao telefone, a voz de dois irmãos, ou da mãe e da filha, ou do pai e do filho. Há filhos que caminham como os pais, têm os mesmos tiques ou trejeitos e imitam-nos no vestir. Pouco disponíveis para escutar os conselhos, repreensões ou sermões, mas prontos para repetir a postura dos pais. Se em casa se fala muito alto, na escola os filhos reproduzirão a mesma sonoridade. Se há palavrões em família, não será muito diferente na escola. Nem tudo é linear. Há crianças de famílias desestruturadas que têm comportamentos exemplares e crianças de famílias bem estruturadas com comportamentos perturbadores quando longe dos pais. Refira-se, a propósito, que hoje em dia a postura mimética é mais abrangente, imitam-se os colegas da sala de aula, os atores de determinada série de televisão, os amigos lá da rua. A televisão e a Internet, meios privilegiados de difusão, facilmente globalizam gestos, formas de vestir e de pensar.
       E como cristãos, quem é que imitamos? A maioria? O que está na moda?
       Os valores que defendemos, na medida em que estamos inseridos numa cultura globalizada, nem sempre são concordes com a fé professada. Recordo os milhares de jovens que aplaudiam o Papa João Paulo II, nos EUA, na sua última viagem apostólica àquele país. Quando lhes perguntavam sobre valores, da vida, da dignidade da pessoa humana desde a conceção à morte natural, as respostas eram curiosas: gostavam do Papa – figura mundial – mas não das ideias que defendia.
       Temos um modelo a seguir e a imitar: Jesus Cristo. Como o Pai me ama, também Eu vos amo. Dou a vida por vós. Amai-vos uns aos outros como EU vos amo.


       2 – As palavras movem, os testemunhos arrastam. Como sublinhava o Papa Paulo VI, o nosso tempo mais que mestres quer testemunhas, ou mestres que sejam testemunhas. Jesus dá-nos o exemplo. É a referência da nossa vida, dos nossos gestos. Não temos que imitar mais ninguém, em absoluto. Devemos ser referência uns para os outros, mas na medida em que transparecemos Jesus Cristo e o Seu evangelho de verdade e de caridade. Como nos dirá São Paulo: sede meus imitadores como eu sou imitador de Cristo.
       O plano original de Deus aponta para uma imitação libertadora, como família, revendo-nos uns nos outros. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Da mesma carne, do mesmo sangue, com a mesma origem. Saímos das mãos de Deus e do Seu coração. Auxiliares uns dos outros. O pecado surge não por sermos diferentes, mas por queremos excluir os outros da nossa vida e colocar-nos diante deles como senhores absolutos do mundo.
       A Encarnação de Deus, em Jesus Cristo, e o Seu mistério pascal, paixão, morte e ressurreição, invertem o caminho para nos colocarem novamente na senda de Deus, orientando-nos uns para os outros, assumindo-nos como irmãos, como família. Ele entrega a Sua vida por nós. «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos». Para termos vida em abundância. «Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei». Jesus trata-nos como irmãos, como amigos. «Vós sois meus amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai».
       A amizade leva-nos à proximidade (e vice-versa) e à identificação. Identificamo-nos com os nossos amigos, de quem aceitamos conselhos, recomendações, a quem pedimos opinião. «Fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros». Como ramos unidos à videira, também nós daremos muitos frutos se unidos a Cristo, se d'Ele nos alimentarmos.


       3 – É mentiroso todo aquele que diz amar a Deus e odiar o seu semelhante. É uma afirmação que decorre da Palavra de Deus e da vivência da fé. Se Deus é Pai de todos, todos somos irmãos. Não podemos rezar o Pai-nosso em comum e depois cada um ir à sua vida, com as suas preocupações, mesmo que honestas e defensáveis. Não. O Pai-nosso não é apenas uma oração que Jesus nos ensina, é um desafio e um compromisso. Reconhecemo-nos diante de Deus como irmãos, dispondo-nos a acolher o Seu reino e a Sua vontade em todo o mundo.
       Com efeito, diz-nos o apóstolo são João, na segunda leitura, «amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados».
       O amor ao próximo não é uma opção. Se seguimos Cristo é para O imitarmos, acolhendo a Sua palavra. Somos discípulos missionários. Embrenhamo-nos no Evangelho e transparecemo-lo através da nossa vida, até que possamos dizer o mesmo que o apóstolo Paulo: «Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim» (Gl 2, 20), «Para mim, viver é Cristo» (Fil 1, 21).
       Jesus dá a Sua vida por nós. Nesta entrega é visível que Deus nos ama primeiro para que também nós possamos amar-nos uns aos outros. É no amor que conheceremos a Deus e n'Ele permaneceremos.

       4 – O sol quando nasce é para todos. Como lembra a Sagrada Escritura, Deus faz chover sobre bons e maus (cf. Mt 5, 45). A salvação que nos é dada em Jesus Cristo, no mistério pascal que celebramos em cada Eucaristia, não é prerrogativa de um ou outro grupo, de um ou outro iluminado. É para todos, independentemente da origem, do caminho percorrido, da raça, da cor, ou da nacionalidade. A única condição é amar, deixar-se plasmar pelo Espírito de Deus.
       Ao longo da história da Igreja, este Corpo de Cristo a que pertencemos pelo Batismo, como membros de que Ele é a Cabeça e o garante, viveu os dramas das diferentes épocas, culturas e sensibilidades, procurando, através dos mais humildes e dos mais santos, aproximar-Se de Jesus, identificar-se com Ele, manter-se fiel ao Evangelho. Logo no início surgem dissensões. As pessoas têm opiniões próprias que precisam de moldar ao proceder de Jesus, libertando-se das arestas de cada um, para sermos MAIS em Cristo.
       Os apóstolos, nomeadamente Pedro, compreendem que a Páscoa não é benefício dos judeus, mas terá que chegar a todos. A conversão de Cornélio, oficial romano, é um desafio para o qual, aparentemente, a primeira comunidade não estava preparada, ainda que o envio de Jesus seja a todo o mundo, a todas as nações. «Na verdade, diz Pedro, eu reconheço que Deus não faz aceção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável».
       O Senhor opera maravilhas a favor de todos os povos. «Todos os fiéis convertidos do judaísmo, que tinham vindo com Pedro, ficaram maravilhados ao verem que o Espírito Santo se difundia também sobre os gentios, pois ouviam-nos falar em diversas línguas e glorificar a Deus».

       5 – O salmista ajuda-nos a rezar e a agradecer: «O Senhor deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça. Recordou-Se da sua bondade e fidelidade em favor da casa de Israel. Os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra inteira, exultai de alegria e cantai».

Pe. Manuel Gonçalves


Textos para a Eucaristia (B): Atos 10, 25-26. 34-35. 44-48; Sl 97 (98); 1 Jo 4, 7-10; Jo 15, 9-17.

sábado, 25 de outubro de 2014

XXX Domingo do Tempo Comum - ano A - 26 de outubro

       1 – Se dúvidas houvesse sobre a primazia do amor a Deus concretizável e traduzido no amor ao próximo, ficariam desfeitas com a resposta de Jesus aos fariseus: «‘Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas».
       Um grupo de fariseus ouve dizer que Jesus tinha feito calar outro grupo, o dos Saduceus. Julgando-se mais espertos, aproximam-se para O experimentar, com um elogio inicial, seguido da pergunta: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?»
     Os judeus, de forma geral, e muito mais os fariseus, estudiosos da Sagrada Escritura, sabem bem qual é o mandamento mais importante. Desde crianças, todo o crente judeu aprende o Shema – «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. Estes mandamentos que hoje te imponho estarão no teu coração…» (Dt 6, 4-6; cf. Dt 6, 1-9). Jesus mais não faz do que Lhes recordar esta belíssima oração, rezada várias vezes ao dia, em todas as idades. É o seu credo, a profissão de fé judaica!
       Logo Jesus acrescenta um segundo mandamento, semelhante ao primeiro, juntando-os. Nos dois mandamentos está contida toda a Sagrada Escritura, a Lei e os Profetas. Com efeito, o amor a Deus conduz e exige o amor ao próximo. E quem é o meu próximo? Aquele que é do meu país? Os meus amigos? Os que pertencem à minha religião? Aqueles que precisam de mim? Em São Lucas, Jesus responde com a parábola do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 29-37). Próximo é quem se aproxima para ajudar.
       Em São Mateus, por sua vez, Jesus fará a ligação imediata: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» (cf. Mt 25, 31-46). Acolher Jesus, amar a Deus, entrar na vida eterna, integrar o Reino de Deus, implica acolher, amar, cuidar de todos aqueles que encontramos, especialmente os mais pobres, material ou espiritualmente falando. E não se trata apenas de palavras ou de intenções, é a postura e o programa de vida de Jesus e dos Seus seguidores.
       2 – Ao longo da história da humanidade e, em particular, da história das religiões se viveu em contradição entre o dito e o feito, entre as intenções e as realizações, entre a palavra e as obras, entre as promessas e a vida prática. Não é de hoje. Mesmo que digamos que antigamente é que era, assim ou assado! A palavra era de honra e para cumprir. Mas o ser humano não é perfeito, e as contradições eram mais que muitas. Hoje, por diversos fatores, o divórcio entre a fé e a vida, entre a palavra dada e a palavra assumida, concretizada, corre mais riscos pois está mais exposta.
       Em Jesus, a certeza evidente de que tudo o que nos liga a Deus nos aproxima dos outros. Até mesmo a oração. A vida de Jesus é disso exemplo. A cumplicidade com Deus não Lhe rouba tempo para estar onde é necessário estar. Humanamente não é possível estar em toda a parte, então chama e envia os apóstolos, chama-nos e envia-nos.
       A hipocrisia que Jesus vislumbra em alguns grupos dirigentes não é uma novidade. Os profetas – Isaías, Jeremias, Ezequiel, Joel, e outros – como mensageiros de Deus e em Seu nome deixam transparecer a dicotomia entre a religião e a vida concreta. São palavras duras, sobretudo em relação àqueles que tinham a missão e a obrigação de cumprir a palavra de Deus, visualizando-a na justiça, no cuidado dos mais desfavorecidos, órfãos e viúvas, no acolhimento dos estrangeiros, na solidariedade com os vizinhos, no perdão aos ofensores e aos devedores, na concórdia dentro da família.
       3 – A Lei de Deus – para judeus, os primeiros 5 livros da Bíblia, Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio, constituem a Lei – contempla precisamente o cuidado e a atenção aos mais frágeis. Não é uma opção. É um mandamento. Diz o Senhor:
«Não prejudicarás o estrangeiro, nem o oprimirás, porque vós próprios fostes estrangeiros na terra do Egipto. Não maltratarás a viúva nem o órfão. Se lhes fizeres algum mal e eles clamarem por Mim, escutarei o seu clamor; inflamar-se-á a minha indignação e matar-vos-ei ao fio da espada. As vossas mulheres ficarão viúvas, e órfãos os vossos filhos. Se emprestares dinheiro a alguém do meu povo, ao pobre que vive junto de ti, não procederás com ele como um usurário, sobrecarregando-o com juros. Se receberes como penhor a capa do teu próximo, terás de lha devolver até ao pôr-do-sol, pois é tudo o que ele tem para se cobrir, é o vestuário com que cobre o seu corpo. Com que dormiria ele? Se ele Me invocar, escutá-lo-ei, porque sou misericordioso».
Voltemos a ler com atenção e veja-se a sabedoria da Lei e a força do mandamento. É vontade de Deus que a justiça, a proximidade, o acolhimento, a generosidade, façam parte do nosso estilo de vida. Deus olha e vê o seu povo e a miséria dos seus eleitos. O mal que fizermos aos outros ou o bem que deixarmos de fazer, pesará nas nossas contas diante de Deus.

       4 – O apóstolo Paulo, de quem habitualmente escutamos a segunda leitura, dá testemunho da sua fé no meio das comunidades que organiza e/ou ajuda a desenvolver. A fé é o ponto de partida, mas tendo em vista o serviço aos irmãos:
"Vós sabeis como procedemos no meio de vós, para vosso bem. Tornastes-vos imitadores nossos e do Senhor, recebendo a palavra no meio de muitas tribulações, com a alegria do Espírito Santo; e assim vos tornastes exemplo para todos os crentes da Macedónia e da Acaia. Porque, partindo de vós, a palavra de Deus ressoou não só na Macedónia e na Acaia, mas em toda a parte se divulgou a vossa fé em Deus, de modo que não precisamos de falar sobre ela".
       Como em outras partes sublinha o apóstolo, a vivência e o amadurecimento da fé compromete as comunidades com os mais desfavorecidos. Cuidados para com os que precisam de ajuda, dentro da comunidade, para que a ninguém falte o necessário para viver com dignidade. Cuidado e atenção e auxílio a favor de outras comunidades onde se verificam maiores dificuldades. São conhecidas as coletas promovidas pelo apóstolo a favor da comunidade de Jerusalém.
       Por um lado, a fé em Jesus Cristo introduz-nos na vida nova. Com a Sua morte e ressurreição, que tornamos presente na Eucaristia, envolve-nos e compromete-nos com o mundo inteiro. Por outro, as obras, o serviço ao próximo, a justiça, a concórdia e a solidariedade, atestam a autenticidade da nossa fé. A fé agrafa-se à vida. A vida adquire sentido, de plenitude, pela fé e projeta-nos até ao Infinito.

       5 – Se nos calarmos, se silenciarmos o grito dos injustiçados, dos esquecidos, dos sem voz nem vez, Deus há de pedir-nos contas. Mas Ele não Se esquecerá. Ele não deixará de ouvir o seu clamor, sobretudo o clamor do pobre:
"Eu Vos amo, Senhor, minha força, / minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador. / Meu Deus, auxílio em que ponho a minha confiança, / meu protetor, minha defesa e meu salvador. / Na minha aflição invoquei o Senhor / e clamei pelo meu Deus. / Do seu templo Ele ouviu a minha voz / e o meu clamor chegou aos seus ouvidos".
       Deus vem em meu auxílio, em todos os momentos da minha vida, conduz-me pela mão, e leva-me ao colo ou sustenta-me aos ombros. O pobre clamou, o Senhor ouviu a sua voz.

Pe. Manuel Gonçalves


Textos para a Eucaristia (ano A): Ex 22, 20-26; Sl 17 (18); 1 Tes 1, 5c-10; Mt 22, 34-40.

sábado, 28 de setembro de 2013

XXVI Domingo do Tempo Comum - ano C - 29 de setembro

       1 – A ganância desbarata a inteligência e destrói o tecido familiar e social. Com conta, peso e medida, a ambição integra o desejo de melhorar as condições de vida. No plano da fé, a ambição é um projeto de santidade que nos compromete diante de Deus e diante do próximo, todos os dias, procurando crescer, amadurecer, tornarmo-nos melhores, mais sãos.
       O desenvolvimento humano, em todas as suas vertentes, aproxima as pessoas e os povos, facilita a comunicação, torna mais democrático o acesso aos bens materiais e culturais. A criação não é exclusiva deste ou daquele, é património da humanidade inteira, mesmo reconhecendo o direito à propriedade privada. As matérias-primas, extraídas da terra que nos irmana, são de todos e para todos. O progresso deve-se ao génio humano. A criação, não! Está antes da vida, antes do ser humano. Tudo o que venha a desenvolver-se, científica e tecnologicamente, é devedor da terra. Os bens da criação não têm proprietários, mas administradores. Excluir outros destes bens é roubar-lhes o direito à terra, à vida, à alimentação, aos lucros da exploração do planeta, ainda que tenhamos contribuído com a nossa inteligência e dedicação. Não faz sentido tornarmo-nos donos daquilo que estava cá antes de nós e que vai ficar depois de nós. E mesmo a evolução científica, tecnológica, cultural, é devedora das gerações passadas. A terra recebemo-la como herança, para todos, deixá-la-emos aos nossos filhos. Não podemos quebrar a cadeia, não podemos transmitir só uma parte da terra. Não é nossa. É roubar o futuro a todos aqueles que estão para vir.
       Em lógica crente, mais se acentua a responsabilidade pelos outros. Não somos ilhas. A resposta de Caim continua a ser dada – acaso sou guarda do meu irmão? –, mas logo combatida por Deus. A vinda de Jesus mostra que o próprio Deus Se entranha no meio de nós, assumindo-nos como filhos. Não vale matar o irmão, destruir a sua vida, ou ser, ativa ou omissamente, facilitador da miséria do outro. O que acontece a um dos Seus filhos afeta os outros. Qual é a maior alegria dos Pais se não ver os filhos bem, todos os filhos? Se um está em sofrimento, os pais (o Pai) continuam a sofrer. Ofendemos um irmão, ofendemos a Deus, ofendemo-nos a nós próprios, já que, em sentido lato, o outro é do nosso sangue, da nossa carne, tem a mesma origem e o mesmo destino.
        2 – Mais uma parábola extraordinária de Jesus. O rico avarento e o pobre Lázaro.
       O rico não tem nome. Jesus não identifica os fautores do mal. Os pobres têm nome, devemos conhecê-los pelo nome. Na alegria todas as famílias são iguais, na tristeza cada uma sofre à sua maneira. Na abundância e na riqueza somos mais iguais. Na avareza não nos diferenciamos, tenhamos muito ou pouco. A pobreza tem rostos e tem nomes. Na sociedade deste tempo contam sobretudo como número. Tantos pobres. Tantas famílias sobre endividadas. Tantos desempregados. Tantos a passar necessidade. Tantos a morrer de fome. Tantas crianças subnutridas.
       A estatística pode ajudar a perceber o flagelo da fome. Porém, enquanto houver uma pessoa com fome, a viver na miséria, mesmo que já não entre nas contagens oficiais, não podemos cruzar os braços e assobiar para o lado como se não fosse nada connosco. É comigo. É contigo. Ajudar a matar a fome e a criar condições para que aquela pessoa possa gerir autonomamente a sua vida. É necessário dar o peixe e logo ajudar a pescar.
       Como tem vindo a acentuar o Papa Francisco, é revoltante ver como os governantes, e a comunicação social, se alarmem com a descida de um por cento na bolsa e silenciem a morte de milhares de pessoas que todos os dias morrem à fome.
       O desemprego é, neste contexto, um drama. A pessoa que não tem emprego, mesmo que conte com a ajuda da família, ou com a subsidiariedade (obrigatória) do Estado, está carente da sua realização, colocando em causa a dignidade de ser pessoa.
       É Lázaro que pede as sobras, as migalhas que caem da mesa, e que mais facilmente damos aos cães, fazendo deles nossa família. Tratar bem os animais, mas sem esquecer a primazia que o outro nos merece, este sim nosso irmão, carne da minha carne, osso dos meus ossos… Lázaro – Deus ajuda. Sempre ajuda através de nós. Deus está de forma privilegiada no pobre, no mais pequenino. As migalhas que caem das nossas mesas, alimentos desperdiçados, correspondem ao PIB da Suíça, 1,3 mil milhões de toneladas que vão para o lixo todos os anos. 870 milhões de Lázaros.
        3 – A época que atravessamos é particularmente marcada por contradições e paradoxos. Sinais preocupantes de individualismo e logo ao lado tantos gestos de partilha, abnegação, de solidariedade.
       Quando o ser humano se fecha e se fixa como centro, como medida de todas as coisas, o sério risco de se tornar deus para os demais. Igualmente perigoso é endeusar o dinheiro, a riqueza, os bens materiais. Se a pessoa é escrava dos bens que deveriam facilitar a sua vida acabará na ruína (afetiva, emocional, como ser humano).
       No Evangelho alguém se acerca de Jesus para lhe pedir a intervenção junto do irmão para que reparta a herança. Resposta pronta de Jesus – ninguém me fez juiz das vossas partilhas. A palavra de Deus não é para justificar a nossa inveja ou obrigarmos os outros a partilhar. A fé, o compromisso com Cristo, obriga-me. Obriga-te. Compromete-nos. Aquele que quiser ser o maior seja o servo de todos. Só seremos verdadeiramente discípulos se e quando nos identificarmos com o Mestre, que dá TUDO e Se entrega TOTALMENTE a nós, dá-nos o próprio Céu como herança.
       Se há uma pessoa com uma fortuna incalculável, e há muitas, voz corrente: essa pessoa podia ajudar mas o dinheiro é dela e que faça o que bem entender. Sim e não. Atente-se à celeuma provocada por uma entrevista a um jovem milionário, que numa noite de festa, terá gastado € 30.000,00. Escandaloso disse a jornalista. Vieram muitos à praça, alguns com a mesma opinião, quase crucificar a entrevistadora, e o entrevistado tornou-se rapidamente popular. Refira-se de novo, o compromisso cristão compromete-nos. Não obriga outros.
       Há muitas outras nuances. Os ordenados elevadíssimos de jogadores de futebol, ou de outras profissões, até na classe dos jornalistas, cuja solidariedade poderia minorar a situação em que se encontra o país. Tudo bem. Alguém tem uma fortuna: ganhou-a honestamente, como herança ou fruto do trabalho, paga de forma justa aos seus empregados, cria mais emprego, paga os respetivos impostos no país onde gera a riqueza. Não haverá muito mais a reclamar. Mais fácil se tolera que um jogador ganhe pelo seu talento que um génio farmacêutico, ou informático…
       Os bens que possuímos são devedores de outras inteligências, de outros tempos, e toda a fortuna é gerada “à custa” de outros, nem sempre devidamente compensados. Pelo meio fica o trabalho infantil, mão-de-obra baratíssima, abusando da necessidade de pessoas e famílias carenciadas. Os recursos naturais, por vezes, são desbaratos em países com necessidade de capital, para já não falar na corrupção.
       4 – Há aqui uma linha que separa. Para Jesus, se há um Lázaro, eu sou responsável por ele. Se o deixo à fome, estou a desviar-se da minha identidade, da minha filiação, do meu compromisso batismal. Como bem disse Santo Ambrósio, aquilo que damos aos pobres como esmola não nos pertence, é deles por direito. A lei que nos obriga é a Lei do Amor.
       No início da crise económico-financeiro e perante o colapso dos bancos, os governos injetaram nos bancos dinheiro mais que suficiente para acabar com a fome no mundo inteiro. Conclusão: existe fome no mundo por que não há vontade política de a irradiar.
       Na parábola deste dia, Jesus volta à perspetiva do Juízo final. O bem ou o mal que fazemos trará consequências no futuro, aqui na terra ou na eternidade. O rico avarento há de ser julgado pelo egoísmo e pela indiferença e desprezo com que tratou os Lázaros que bateram à sua porta. E nós também. Como refere D. António Couto, chegará o dia em que levantará o olhar para Deus…
       O profeta Amós, como há oito dias, é categórico na denúncia do fosso de indiferença do rico para com o pobre: «Ai daqueles que vivem comodamente em Sião e dos que se sentem tranquilos no monte da Samaria. Deitados em leitos de marfim, estendidos nos seus divãs, comem os cordeiros do rebanho e os vitelos do estábulo. Bebem o vinho em grandes taças e perfumam-se com finos unguentos, mas não os aflige a ruína de José. Por isso, agora partirão para o exílio à frente dos deportados e acabará esse bando de voluptuosos».

       5 – Como conclusão, o desafio de Paulo a Timóteo e a cada um de nós: “Tu, homem de Deus, pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna... Guarda o mandamento do Senhor, sem mancha e acima de toda a censura, até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo...”

Textos para a Eucaristia (ano C): Am 6, 1a.4-7; 1 Tim 6, 11-16; Lc 16, 19-31.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

YOUCAT - citações e sublinhados - Bento XVI

"Em Jesus Cristo, o próprio Deus fez-Se homem e permitiu-nos, por assim dizer, lançar um olhar na intimidade do próprio Deus. E ali vemos algo totalmente inesperado... O Deus misterioso não constitui uma solidão infinita; Ele é um acontecimento de amor... Existe o Filho que fala com o Pai. E ambos são um só no Espírito Santo que é, por assim dizer, a atmosfera do doar e do amar, que faz deles um único Deus" (03.06.2006).

"Deus é tão grande que Se pode tornar pequeno. Deus é tão poderoso que Se pode fazer indefeso, aproximando-Se de nós como uma criança indefesa, para que O possamos amar" (25.12.2005).

“Como pode Jesus distribuir o Seu Corpo e o Seu Sangue? Ao fazer do pão o Seu Corpo e do vinho o Seu Sangue, Ele antecipa a Sua morte, aceita-a no Seu íntimo e transforma-a numa ação de amor. Aquilo que exteriormente é violência brutal - a crucifixão - torna-se interiormente um gesto de amor que se doa totalmente” (21-08-2008).

"Onde desaparece Deus, o ser humano não se torna grande; ao contrário, perde a dignidade divina, perde o esplendor e Deus no seu rosto. No fim resulta somente o produto de uma evolução cega e, como tal, pode ser usado e abusado. Foi precisamente quanto a experiência desta nossa época confirmou" (15-08-2005)

"Cada um de nós é o fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um de nós é amado, cada um é necessário" (24-04-2005).

"Somente a rocha do amor total e irrevocável entre o homem e a mulher é capaz de dar fundamento para a construção de uma sociedade que se torne casa para todas as pessoas" (11-05-2006).

"Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza" (Lisboa, 12-05-2010).
“Como pode Jesus distribuir o Seu Corpo e o Seu Sangue? Ao fazer do pão o Seu Corpo e do vinho o Seu Sangue, Ele antecipa a Sua morte, aceita-a no Seu íntimo e transforma-a numa ação de amor. Aquilo que exteriormente é violência brutal - a crucifixão - torna-se interiormente um gesto de amor que se doa totalmente” (21-08-2008).

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

YOUCAT - citações e sublinhados - Madre Teresa Calcutá

Madre Teresa de Calcutá, Beata - alguns dados biográficos AQUI.

"Pelo nascimento sou albanesa; pela nacionalidade, sou indiana; sou uma freira católica. Pela minha missão, pertenço a todo o mundo, mas o meu coração pertence a Jesus Cristo".

"Quando olhamos para a cruz, compreendemos a grandeza do Seu amor. Quando olhamos para a manjedoira compreendemos a ternura do Seu amor por ti e por mim, pela tua família e por cada família".

"O verdadeiro amor dói. Ele dói sempre. Amar uma pessoa custa mesmo; é doloroso abandoná-la e deseja-se morrer por ela. Quando as pessoas se casam, têm de deixar muitas coisas de lado para se poderem amar. A mãe que dá a vida a uma criança sofre muito. A palavra “amor” é tão mal entendida e abusa-se tanto dela".

"Ninguém teria sido melhor sacerdote do que ela [Maria] foi. Ela podia ter dito sem hesitar: «Isto é o Meu Corpo» porque Ela realmente ofereceu a Jesus a seu próprio corpo. E, no entanto, Maria permaneceu a despretensiosa serva do Senhor, para que pudéssemos recorrer sempre a ela como nossa mãe. Ela é uma de nós e estamos sempre unidos a ela. Depois da morte de seu Filho, ela continuou a viver na Terra, para fortalecer os Apóstolos no seu serviço, sendo sua Mãe, até que a jovem Igreja adquirisse forma".

"Pois só Ele é o Caminho, que vale a pena seguir, a Luz, que vale a pena acender, a Vida que merece ser vivida e o Amor que vale a pena amar".
"Amai os pobres e não lhes vireis as costas, pois, quando virais as costas aos pobres, virais as costas a Cristo. Ele próprio Se fez faminto, nu, sem-abrigo, para que vós e eu tenhamos possibilidade de O amar"

"A tuberculose e o cancro não são as piores doenças. Creio que a pior doença é não ser desejado nem amado "

"Não sei bem como será o Céu, mas sei que, quando morrermos, será tempo de Deus nos julgar. Então, Ele não nos perguntará: «Quantas coisas boas fizeste na tua vida?» Ele perguntar-te-á antes: «Com quanto amor fizeste aquilo que fizeste?»

"Nem mesmo Deus poderia fazer algo por alguém que não Lhe dá espaço. devemos estar completamente vazios, para O deixar entrar, para que Ele faça o que quer".

"O enigma é totalmente simples: eu pratico a oração. E por ela me uno ao amor de Cristo e vejo que orar é amá-l'O, orar é viver com Ele, e isso implica realizar as Suas palavras... Para mim, orar é estar ao longo de 24 horas unida à vontade de Jesus, viver para Ele, por Ele e com Ele".

"Há fome do pão ordinário, mas há também a fome de amor, de bondade e de atenção mútua - e esta é a grande pobreza que as pessoas hoje sofrem muito".

sábado, 3 de novembro de 2012

XXXI Domingo do Tempo Comum - ano B - 4 de novembro

       1 – Jesus é um extraordinário ACONTECIMENTO na vida do mundo, um DOM na história da humanidade. Cada gesto, palavra, cada encontro, cada olhar, o sorriso, a delicadeza, o acolhimento, são expressão sublime do AMOR que Jesus nos vem trazer. Ele não anuncia um código de valores, regras para uma conduta regrada, um conjunto de obrigações, delimitando os direitos e os deveres e a linha divisória entre o bem e o mal, o aceitável e o condenável. A Sua vida é sobretudo acontecimento, sinal, presença, vida nova, proximidade, e não tanto discurso, texto, exigência.
       Para Jesus não há balizas para meninos bem comportados que serão compensados por andarem sempre na linha e para meninos mal comportados que por isso serão castigados e já agora ameaçados. Aliás, este maniqueísmo não é de todo possível. Há matizes diversas como o são as vidas de cada pessoa. Não há caminhos iguais. A identidade de cada pessoa acompanha-a pela vida fora. A aproximação ao CAMINHO de Jesus faz-se aceitando o colorido de experiências pessoais, familiares, comunitárias. Ninguém, de forma definitiva e absoluta, poderá considerar-se como ser acabado, perfeito, impecável, sem margem para o erro nem para o aperfeiçoamento. Estamos no Caminho, e a caminho. Estamos sujeitos às vicissitudes do tempo, da história, do nosso temperamento, das circunstâncias que nos envolvem. Sem pessimismos. Sem derrotas antecipadas. Sem vanglória. Somos todos discípulos de Jesus.
       Todos são chamados. Ele vem para todos. Vem com a força e o fogo do amor. Sem preconceitos. Como víamos, ainda no domingo passado, quando é necessário Ele deixa tudo, o caminho e a oração, o descanso e a pregação, para desafiar, para acolher, para perdoar, para curar, para que alguém à margem entre no Seu caminho e Lhe alcance o passo. Deus é Amor. E é Amigo. Jesus não nos mostra senão o amor de Deus e a Sua paixão pela humanidade inteira.
       Ao longo da Sua vida pública não se detém a discutir os pormenores da Lei, ou os preceitos mosaicos que autorizam e sancionam os que são dignos e puros perante a religião. Detém-se diante de pessoas, de carne e osso. Cada pessoa vale. Vale muito. Vale tudo. Ele deixa tudo por cada pessoa excluída, abandonada à sua sorte, a viver na escuridão e marginalizada na sociedade e no templo. Por mais inspirada que seja a Lei nada pode afastar as pessoas do bem, da vida, da alegria, de Deus. Como se vê, Ele não diaboliza a LEI, mas purifica-a pelo perdão e pelo AMOR. A caridade é o fundo, o fundamento, a seiva de todas as leis.

       2 – Quando um doutor da Lei se aproxima de Jesus e Lhe pergunta sobre o maior dos mandamentos, a resposta, que ambos conhecem, está explícita na Sagrada Escritura: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes».
      Sabemos a formulação e o resumo dos mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Os seguidores de Jesus Cristo não precisam de mais leis. Têm o que é preciso: colocar Deus antes e acima de tudo e de todos. A adoração a Deus supõe e implica o amor ao semelhante. Jesus acrescenta o segundo mandamento de imediato para que não haja dúvidas. O amor ao próximo é decorrente do amor a Deus. Se, por mera hipótese, houvesse amor a Deus sem amor ao próximo, seria uma neurose intelectual/espiritual, uma mentira. O inverso deixaria margem para a instrumentalização das pessoas.
      Como nos mostra o evangelista Marcos, nestes últimos domingos, o serviço ao outro, o amor sem limites, a inclusão dos excluídos, é a melhor forma, a única, de amar a Deus. Quem quiser seguir Jesus faça como Ele: ame. Ame sempre. Ame mais. Ame sem parar. Ame cada pessoa. Servindo a todos. Vivendo para amar e para servir.
      Depois de perguntar, o escriba responde, sancionando com alegria as palavras de Jesus: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios».
      Jesus não fala do alto de uma tribuna, sentado, expondo. Ele caminha. Percorre a vida e os caminhos da Judeia, da Galileia, da Samaria, vai às margens de Israel, encontra estranhos e estrangeiros, mulheres e publicanos, doentes e leprosos, crianças e pecadores públicos. Não desvia o olhar de ninguém. Procura à volta, traz para a luz os que vivem nas trevas da solidão, da pobreza, da doença, do pecado. Para Jesus, cada pessoa vale. Vale muito. Vale tudo. Uma multidão que O acompanha não abafa a voz de um. Uma multidão não esconde um coração despedaçado. Ele ouve, Ele sente, Ele olha. Ele cura. Como Ele assim também há de ser a nossa envolvência com cada pessoa que Deus coloca à nossa beira.
      3 – Curiosa a pergunta do escriba, quando se aceita sem discussões ou nuances que o primeiro mandamento é o que coloca Deus em primeiro lugar, tendo-se tornado oração para todos os judeus. Ao logo do tempo, porém, a lei foi sendo adaptada, aumentada, complicada, dando-se uma inexplicável multiplicação de normas, preceitos, que complicam a compreensão da mesma e sobretudo a vivência séria para as pessoas mais simples e cumpridoras.
        As leis, ontem como hoje, têm de servir as pessoas, a sua dignidade, a aproximação entre uns e outros, a inclusão, a justiça, a verdade. Para as pessoas do povo, as leis têm de ser claras, diretas, sem subterfúgios. Para os entendidos, a complexidade das leis serve para iludir os demais e para justificar as exceções, o não cumprimento das mesmas.
       Jesus não é um fazedor de leis, mas um curador de corações, um vendedor de sonhos. Não dita ensinamentos, mas comunica a experiência de proximidade a Deus, ensina com a vida, a amar, a perdoar, a acolher, a dar, a reconhecer nos outros a presença de Deus.
       Para quem vive de Deus e para Deus, o amor ao seu próximo torna-se consequência lógica, inevitável, ainda que entre os entendidos haja discussões sobre quem é o próximo, o que é da minha religião, o que vive perto de mim, o que me ajuda, o da minha classe social e política, o que professa a minha maneira de ver e viver a vida? A resposta de Jesus é conclusiva, próximo é toda a pessoa de quem me aproximo, toda a pessoa que encontro pela frente, pois cada pessoa é presença do Deus altíssimo, a Quem amo em primeiro lugar. Amo a Deus, amando os que Ele me dá para amar. Amo a Deus fazendo a Sua vontade, como quando amo alguém e procuro tudo fazer para lhe ser agradável. E qual a vontade de Deus? Que todos sejam felizes, tenham vida e vida em abundância.

       4 – A epístola aos Hebreus, como em domingos anteriores, mostra-nos a originalidade do sacerdócio de Jesus Cristo, como paradigma e como desafio ao nosso compromisso sacerdotal. Em Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, o Céu desce à terra e da terra, Jesus eleva o homem até à eternidade. Jesus é mediador da Graça de Deus. Santifica-nos. Dá a Sua pela nossa vida.
       N'Ele o AMOR de Deus é-nos revelado em plenitude. Já não vivemos nas trevas, ou enublados pela dúvida, pela incerteza, Jesus é o ROSTO e a PRESENÇA de Deus no mundo, ontem como hoje e para sempre.
“Tal era, na verdade, o sumo-sacerdote que nos convinha: santo, inocente, sem mancha, separado dos pecadores e elevado acima dos céus, que não tem necessidade, como os sumos-sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiro pelos seus próprios pecados, depois pelos pecados do povo, porque o fez de uma vez para sempre quando Se ofereceu a Si mesmo. A Lei constitui sumos-sacerdotes homens revestidos de fraqueza, mas a palavra do juramento, posterior à Lei, estabeleceu o Filho sumo-sacerdote perfeito para sempre”.
A plenitude da Lei de Moisés transforma-Se pela força do amor, pela entrega de Jesus a favor da humanidade inteira. Ele Encarna, assume a nossa humanidade, a nossa finitude. Ama-nos como somos. Ensina-nos a amarmo-nos como irmãos, porque primeiro Ele nos amou e Se entregou por nós.


Textos para a Eucaristia (ano B): Deut 6, 2-6; Hebr 7, 23-28; Mc 12, 28b-34.

sábado, 22 de outubro de 2011

XXX Domingo do tempo Comum - 23 de Outubro

       1 – Disse-lhes e diz-nos Jesus: «‘Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas».
       A pergunta feita a Jesus, por um doutor da lei, sobre o mais importante dos mandamentos, permite, uma vez mais, ao Mestre dos Mestres, lembrar que não basta saber é essencial que o saber leve ao compromisso concreto com o próximo.
        É uma cilada, mas Jesus não deixa de responder. Segundo a Sagrada Escritura (que corresponde, para nós, ao Antigo Testamento) é inequívoco que o mandamento mais importante é amar a Deus antes e acima de tudo. O doutor da lei tem obrigação de saber. Para qualquer crente, judeu ou cristão, amar a Deus com todas as forças, com todas as capacidades intelectuais, volitivas, espirituais, é o ponto de partida e de chegada, é o princípio e o fim de todas as escolhas. As nossas opções devem procurar estar conformes à vontade de Deus, à Palavra do Senhor. Quando isso acontece, então tudo o mais se tornará fácil e o cumprimento dos restantes mandamentos já se inclui no amor a Deus sobre todas as coisas.
       Porém, se não há dúvidas quanto ao primeiro mandamento, já quanto à importância dos outros havia algumas discussões. Jesus acrescenta, desfazendo dúvidas e confusões, que o segundo mandamento é amar o próximo como a si mesmo. E o próximo é toda a pessoa que encontramos e não apenas os que fazem parte do nosso grupo, da nossa nacionalidade, da nossa religião. Mais, Jesus dirá mesmo que nós é que nos tornamos próximos sempre que nos predispomos a ir ao encontro do outro.
       Vivendo estes dois mandamentos, cumpre-se com todos os outros preceitos existentes na Sagrada Escritura.

       2 – Na primeira leitura, do Livro do Êxodo, Moisés explicita os mandamentos na relação com o próximo, concretizando com algumas situações reais em que se poderá provar e experimentar o amor ao próximo.
       "Não prejudicarás o estrangeiro, nem o oprimirás, porque vós próprios fostes estrangeiros na terra do Egipto. Não maltratarás a viúva nem o órfão... Se emprestares dinheiro a alguém do meu povo, ao pobre que vive junto de ti, não procederás com ele como um usurário, sobrecarregando-o com juros... Se receberes como penhor a capa do teu próximo, terás de lha devolver até ao pôr-do-sol, pois é tudo o que ele tem para se cobrir, é o vestuário com que cobre o seu corpo. Com que dormiria ele? Se ele Me invocar, escutá-lo-ei, porque sou misericordioso".
       Muitos anos antes de Jesus, já a Sagrada Escritura sanciona em concreto a vivência do amor ao próximo, atendendo com generosidade e hospitalidade ao estrangeiro que vem até nós, ajudando aqueles que estão numa situação mais frágil (mais precária), que ao tempo eram os órfãos e as viúvas; emprestando dinheiro aos pobres, mas sem juros... se não tem dinheiro para sobreviver como poderiam ter dinheiro para pagar juros... é o contrário do que fazem hoje os países do primeiro mundo em relação aos países do terceiro e do quarto mundos...
       A radicalidade do compromisso com o nosso semelhante já é por demais evidente no livro do Êxodo. Jesus colocará uma referência inelutável: amar o próximo dando a vida por ele, isto é, amar como Ele amou, até ao fim, dando a própria vida se necessário.

       3 - Com efeito, recorda-nos São Paulo na segunda leitura, a referência fundamental é Jesus Cristo, o Seu amor por nós. Ele salva-nos dando a Sua vida, oferecendo-Se em obediência ao projecto de Deus. "Vós sabeis como procedemos no meio de vós, para vosso bem. Tornaste-vos imitadores nossos e do Senhor, recebendo a palavra no meio de muitas tribulações, com a alegria do Espírito Santo; e assim vos tornastes exemplo para todos os crentes da Macedónia e da Acaia".
       O que Paulo nos recomenda, como à comunidade de Tessalónica, é que em tudo procuremos imitar Jesus Cristo. Por vezes torna-se mais fácil imitar o Senhor se tivermos por perto quem exemplifique este amor, como São Paulo para as comunidades que fundou. O Apóstolo relembra que se tornou testemunho do Evangelho de Jesus Cristo, mas que também a comunidade soube responder em zelo e dedicação, ainda que no meio de muitas tribulações.
        O mesmo desejamos para nós e para as nossas comunidades cristãs. No meio das tribulações do tempo presente não deixemos de procurar realizar a vontade de Deus na caridade sem limites, ao jeito de Jesus Cristo.

Textos para a Eucaristia (ano A): Ex 22,20-26; 1 Tes 1,5c-10; Mt 22,34-40.

terça-feira, 31 de maio de 2011

PÃO COM MANTEIGA (autor desconhecido)

Esta pequena história pode ser aplicada no relacionamento entre casais, entre pais e filhos, amigos, colegas, etc.

Esta é a história de um casal que todos os dias, tomava o pequeno-almoço juntos. No dia das suas Bodas de Prata, a mulher passou a manteiga na casca do pão, pensando:

- "Eu sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demasiado o meu marido e durante 25 anos dei-lhe o miolo. Hoje quero satisfazer o meu desejo. Acho justo que eu coma o miolo pelo menos uma vez."

E entregou a casca ao marido, ficando com o miolo. Para sua surpresa, no rosto do marido abriu-se um largo sorriso e ele disse-lhe:

"Muito obrigado por este presente, meu amor! Durante 25 anos desejei comer a casca do pão, mas como tu sempre gostaste tanto dela, jamais ousei pedir-te!"

Moral da história:
1. É preciso dizer claramente o que se deseja, não espere que o outro adivinhe.
2. Pode mesmo pensar que está a fazer o melhor para o outro, mas o outro pode esperar algo totalmente diferente de si.
3. Deixe-o falar, peça-lhe para falar e quando não entender o que o outro diz, não traduza. Peça que explique melhor. Enfim, saia do eu acho, do eu penso que ele pensa que eu penso, se eu disser isto ele vai dizer aquilo, etc.
4. Quando descobrir o que o outro deseja verdadeiramente, não se culpe por ter ficado 25 anos sem saber. Apenas acolha a descoberta e siga em frente. Permita-se ser feliz.
PS: Tão simples como um pão com manteiga!
" Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar "

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ser Feliz...

"Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.”

“Não sei… Se a vida é curta

Ou longa demais para nós,

Mas sei que nada do que vivemos

Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.