A terceira Carta Encíclica de Bento XVI empresta o título a este blogue. A Caridade na Verdade. Agora permanecem a fé, a esperança e a caridade, mas só esta entra na eternidade com Deus. Espaço pastoral de Tabuaço, Távora, Pinheiros e Carrazedo, de portas abertas para a Igreja e para o mundo...
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sexta-feira, 19 de janeiro de 2024
III Domingo do Tempo Comum (ano B) - 21.janeiro.2024
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sábado, 21 de outubro de 2017
Esta é uma geração perversa...
Disse Jesus: "Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas. Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive, assim o será também o Filho do homem para esta geração. No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e há-de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas" (Lc 11, 29-32).
Ao ouvirmos hoje Jesus notamos uma certa indignação, ainda que Ele saiba o quanto é difícil a Sua mensagem ter plena aceitação, mas também sabe que um coração atento, disponível para o bem, para acolher os dons de Deus, poderá facilmente entrar no caminho da felicidade, da santidade, da salvação.
Depois de vários sinais dados por Jesus - milagres, expulsão de espíritos impuros, anúncio da Palavra de Deus, acolhimento dos mais pobres e desfavorecidos, perdão dos pecados -, a incredulidade de muitos levam-n'O a ter este desabafo. Se as multidões reconhecessem o dom de Deus, como tudo seria tão diferente!
O próprio filho do Homem - Jesus Cristo - será um sinal para esta geração, para todas as gerações. Cabe-nos acolher o sinal e deixarmo-nos converter. Não basta possuir talentos, ou receber dons, é necessário desenvolvê-los, colocá-los ao serviço dos outros. A presença de Jesus (como sinal) vale se deixarmos que a Sua presença seja impulsionadora na transformação da nossa vida e do nosso mundo.
O próprio filho do Homem - Jesus Cristo - será um sinal para esta geração, para todas as gerações. Cabe-nos acolher o sinal e deixarmo-nos converter. Não basta possuir talentos, ou receber dons, é necessário desenvolvê-los, colocá-los ao serviço dos outros. A presença de Jesus (como sinal) vale se deixarmos que a Sua presença seja impulsionadora na transformação da nossa vida e do nosso mundo.
Por outro
lado, na nossa vida há muitas situações que carecem de comprovação, como
por exemplo a confiança que depositamos em alguém. Essa confiança é que
nos vai levar a aproximarmo-nos dela. Se pelo contrário somos incapazes
de confiar, nunca descobriremos que ela é uma pessoa de bem. A Jesus
pedem-lhe um sinal inequívoco, depois de terem visto diversos prodígios.
Jesus diz-lhes e diz-nos que o verdadeiro sinal é Ele mesmo, com a Sua
vida e assim o será na morte e ressurreição...
sábado, 24 de janeiro de 2015
Domingo III do Tempo Comum - ano B - 25 de janeiro
1 – "A glória de Deus é o homem vivo; e a vida do homem é a visão de Deus". Esta afirmação pertence a Santo Ireneu, Bispo e Mártir (nasceu por volta do ano 130 e foi morto no ano 200). Quando nos confrontamos com a prática religiosa, com as vivências crentes, a partir de fora, vêm ao de cima exigências, sacrifícios, renúncias. "Porque vais à Missa? Vem daí, vamos tomar um café, deixa lá a Missa, podes ir noutros dias. Com este tempo, já viste o sacrifício que vais fazer?"
Uma visão utilitarista da religião, num ambiente consumista, onde domina a liquidez de ideias e de convicções, o bem-estar a qualquer preço, eliminando tudo o que possa cheirar a esforço, a persistência, a paciência. Desde logo se diga que a vida é multicolor, e não apenas a preto e branco, luz e trevas, deserto e oásis, é uma paleta de cores, com matizes diferentes conforme as circunstâncias que nos envolvem. Até a chuva e o sol alteram a nossa interação com os outros.
Hoje, a Palavra de Deus traz-nos, envolvendo-nos, provocando-nos, um forte apelo à conversão. A Bíblia faz assomar violências e ódios, conflitos e disputas, guerras e vinganças. E, no entanto, entrelaça-nos em histórias de bênção, de aliança, de amizade, histórias de luta, de compromisso, de vida e de esperança, de luz. Algumas tramas fazem-nos pensar que Deus é "vingativo" quando não cumprimos, quando nos desviamos e transviámos. A dualidade da aliança: Deus ama-nos se vivermos segundo as Suas leis. Numa leitura rápida e superficial somos levados a olhar para Deus como um Ser caprichoso, cioso, que nos castiga à primeira falta. É, aliás, uma conceção que ainda voga nas nossas comunidades, em muitos cristãos.
Uma leitura mais atenta, generosa, abrangente da Bíblia, põe em evidência Deus como criador e redentor. Está presente em todos os momentos da nossa vida e da nossa história, sobretudo nas adversidades, na míngua, no exílio e até na morte. A Sua maior glória é o Homem vivo, feliz. Cumprir os Mandamentos é garantia que nos tornamos mais irmãos, mais próximos, mais felizes connosco e com os outros. Deus ama-nos primeiro e sem condições prévias ou reservas futuras.
2 – Entremos agora no Evangelho de São Marcos que nos faz escutar as primeiras palavras de Jesus. Antes, a voz do Pai que dá testemunho acerca de Jesus. Depois, a voz de João Batista que nos aponta o Cordeiro de Deus. Hoje é Cristo que em definitivo assume a missão de evangelizar o mundo.
Depois de João Batista ter sido preso, Jesus parte para a Galileia, a Galileia dos gentios, onde se cruzam crenças e nacionalidades, numa abertura original a todos os que buscam e se deixam interpelar. A salvação está agora acessível a todos, está ao nosso alcance. Jesus vem à nossa aldeia, à nossa vida. É para nós que Ele dirige a Sua pregação: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
Com Jesus, o tempo cumpre-se, chega ao seu fim. O reino está próximo, está no meio de nós, Jesus abre-nos os Céus. É Ele verdadeiramente o reino de Deus, a vida de Deus, a comunhão que nos enlaça para sempre. Podemos viver já sob o olhar amoroso de Deus, sob a Sua luz. Jesus vem porque Deus nos quer, Deus nos quer bem, nos quer vivos, nos quer verdadeiramente humanos, refletindo-O em nós, não por capricho Seu, mas para felicidade nossa.
Caminhando junto de nós, junto do mar da Galileia, Jesus repara em nós. Vê-nos com olhos de ver, com o coração. Lançamos as redes ao mar! Quantas vezes andamos à pesca, à procura, sem saber onde encontraremos bom peixe, se a maré nos trará a fortuna ou a desgraça! A Simão e a André e a nós, Jesus lança o desafio: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens».
Eles deixam tudo, muito rapidamente, e seguem Jesus. Mais adiante, vê também Tiago e João, filhos de Zebedeu, que consertavam as redes. Jesus chama-os e também eles largam os seus afazeres e seguem-n’O. Serão pescadores de homens, preparam-se para ajudar a consertar o mundo, a história, a vida, contribuindo para que o tempo se cumpra para todos.
3 – Página belíssima e luminosa nos traz o livro de Jonas. Também Jonas é chamado por Deus. A missão para o qual é enviado não se afigura muito fácil. É enviado a outra Galileia dos gentios, a uma nação estrangeira, a Nínive. Um povo que não é o seu, mas que Deus quer salvar: «Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi». Para Jonas o melhor seria que Deus fizesse o favor de quanto antes destruir a cidade. Recusa-se, inclusive, a dirigir-se àquela povoação para cumprir a missão que lhe está confiada. Jonas, contrafeito, engolido por uma baleia, desembarca em Nínive para que a vontade de Deus se realize.
O autor dá-nos a informação preciosa de que Nínive era uma grande cidade, em extensão, mas sobretudo aos olhos de Deus. A mensagem é direta: «Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída». Jonas intuiu a bondade de Deus e daí a recusa em anunciar o castigo. Percebe que se avisar os ninivitas estes podem ter tempo de se converter. Ainda assim não pôde fugir à sua missão.
A pregação surte efeito, "Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e revestiram-se de saco, desde o maior ao mais pequeno. Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho, desistiu do castigo com que os ameaçara".
Vendo bem, o propósito de Deus, nesta como outras páginas da Escritura e da história, não é eliminar pessoas, mas eliminar o pecado, o mal, o que é diabólico, ou seja, o que nos afasta dos outros ou nos coloca contra eles. Há lugar para todos. O castigo é preparado por nós. Quando cada um só se preocupa com o seu umbigo, mais tarde ou mais cedo, a comunidade deixa de existir.
No seguimento da leitura, vemos um Jonas revoltado, mal-humorado, levando-se demasiado a sério. Para Ele Deus deveria cumprir com o desiderato original e destruir a cidade, independentemente do número de pessoas que perecesse. "Por isso é que, precavendo-me, quis fugir para Társis, porque sabia que és um Deus misericordioso e clemente, paciente, cheio de bondade e pronto a renunciar aos castigos" (Jn 4, 2). Vendo que Deus não cumpre com (o que Jonas julgava ser) o prometido, manifesta-se desencantado e quer que Deus lhe dê a morte, já que a não deu aos ninivitas. A reposta de Deus é eloquente. Jonas descansa debaixo de um ricínio, que nasceu da noite para o dia, mas que morre do mesmo jeito. Jonas lamenta-se de novo. Chega a resposta de Deus: «E não hei de Eu compadecer-me da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem distinguir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e um grande número de animais?» (Jn 4, 11).
4 – São Paulo segue de perto a missão do contrariado Jonas e sobretudo a missão do convicto Jesus. À comunidade de Corinto e às nossas comunidades:
"O que tenho a dizer-vos, irmãos, é que o tempo é breve. Doravante, os que têm esposas procedam como se as não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que andam alegres, como se não andassem; os que compram, como se não possuíssem; os que utilizam este mundo, como se realmente não o utilizassem. De facto, o cenário deste mundo é passageiro".
O tempo é breve. Demasiado breve. É urgente que cumpramos o nosso tempo, preenchendo-o com o melhor de nós, com o que perdura para lá deste mundo, iniciando já a realeza de Jesus. Se é Ele que age em nós, é possível que todos os esforços valham a pena.
A conversão é a condição de todos os que se abrem à graça de Deus, mendigando o amor de Deus, deixando-Se iluminar pela Sua benevolência.
Na conclusão do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro), coincidindo com a conversão de São Paulo, a evidente certeza que todos precisamos de nos converter a Jesus Cristo, bebendo do mesmo caudal de água viva que jorra d’Ele e nos sacia até à eternidade.
5 – Jonas, Jesus, São Paulo, mostram-nos a conversão como caminho para Deus, cientes da Sua misericórdia infinita, mas que promove a nossa liberdade, as nossas escolhas.
Do mesmo jeito, o salmista nos convoca à oração, respondendo à Palavra de Deus:
"Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, / ensinai-me as vossas veredas. / Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me, / porque Vós sois Deus, meu Salvador. / Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias / e das vossas graças, que são eternas. / Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência, / por causa da vossa bondade, Senhor".
A oração é-nos favorável, inicia com a certeza confiante da bondade de Deus. Cabe-nos, no seguimento, a predisposição para nos convertermos a Ele de todo o coração, para que a nossa vida prossiga até à eternidade, comunhão plena com Ele e com os irmãos, visualizável na partilha solidária e na comunhão fraterna.
Pe. Manuel Gonçalves
quarta-feira, 12 de março de 2014
Daqui a 40 dias, Nínive será destruída... ou não!
Jonas entrou na cidade e caminhou durante um dia, apregoando: «Daqui a
quarenta dias, Nínive será destruída». Os habitantes de Nínive
acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e revestiram-se de sacos,
desde o maior ao mais pequeno. Logo que a notícia chegou ao rei de
Nínive, ele ergueu-se do trono e tirou o manto, cobriu-se de saco e
sentou-se sobre a cinza. Depois foi proclamado em Nínive um decreto do
rei e dos seus ministros, que dizia: «Os homens e os animais, os bois e
as ovelhas, não provem alimento, não pastem nem bebam água. Os homens e
os animais revistam-se de sacos e clamem a Deus com vigor; afaste-se
cada um do seu mau caminho e das violências que tenha praticado. Quem
sabe? Talvez Deus reconsidere e desista, acalmando o ardor da sua ira,
de modo que não pereçamos». Quando Deus viu as suas obras e como se
convertiam do seu mau caminho, desistiu do castigo com que os ameaçara e
não o executou (Jonas 3, 1-10).
Um olhar mais atento a esta passagem da Escritura e verifica-se que o autor sagrado sublinha sobretudo a misericórdia e benevolência de Deus, bem como a universalidade da salvação. Jonas é enviado a uma cidade estrangeira, onde as relações entre pessoas é pecaminosa, destrutiva, egoística, o que levará á destruição da cidade. Jonas é incumbido por Deus para alertar toda a cidade. As pessoas, a começar pelo rei invertem o seu comportamento, arrependem-se e mudam o seu estilo de vida, o que permitirá preservar a cidade.
Deus olha para o pecado mas sobretudo para a capacidade e vontade de mudança. Claramente jogam duas visões de Deus: um Deus castigador, pronto a irritar-se e que agrada a Jonas, até porque aquele povo é inimigo, e um Deus misericordioso e compassivo, que quer a salvação de todos.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Justiça de Jonas :: Misericórdia de Deus
"Jonas ficou muito desgostoso e irritado, quando Deus perdoou aos
ninivitas, e orou, dizendo: «Ah, Senhor! Não era isto que eu dizia,
quando estava ainda na minha terra? Por isso me apressei a fugir para
Társis, por saber que sois um Deus clemente e compassivo, lento para a
ira, rico de misericórdia e sempre disposto a desistir do castigo. Mas
agora, Senhor, tirai-me a vida, porque para mim é melhor morrer do que
ficar vivo»".
Na primeira leitura proposta para a celebração da Eucaristia, neste dia, deparámo-nos como texto que nos fala do perdão de Deus para com o Povo de Nínive. A história (ou estória) de Jonas é conhecida. É chamado por Deus a ir à cidade de Nínive, avisar o povo do que está para acontecer, pois é um povo dividido, alheio ao bem e à solidariedade, distante dos mandamentos de Deus.
Mas a misericórdia de Deus é infinita. Ele não desiste de nós, mesmo que nós nos afastemos dos Seus mandamentos e do Seu caminho. Deus não cessa de vir ao nosso encontro e nos desafiar a uma vida nova. E, por conseguinte, chama e envia Jonas. Este, por sua vez, encara esta missão com enfado e má vontade. Afinal ia avisar um povo estrangeiro.
O povo de Nínive soube responder claramente às palavras de Deus,
arrependeu-se do seu mau caminho, penitenciando-se com gestos concretos,
na perspectiva de mudarem os seus hábitos, para entrarem no caminho do
Senhor.
E vemos de novo um Jonas contrafeito, para quem esperava que Deus realizasse a promessa inicial de destruir o povo.
"Então o Senhor Deus fez crescer um rícino, que se elevou por cima de
Jonas, para lhe dar sombra à cabeça e o livrar do seu mau humor. Jonas
ficou muito contente com o rícino. Mas no dia seguinte, ao romper da
manhã, Deus mandou um verme, que roeu as raízes do rícino, e ele secou.
Ao nascer do sol, Deus fez soprar do oriente um vento abrasador e o sol
bateu em cheio na cabeça de Jonas, fazendo-o desmaiar. E Jonas tornou a
pedir a morte...
O Senhor disse-lhe: «Tu tens pena do rícino, que não te deu qualquer
trabalho e não fizeste crescer, que nasceu numa noite e numa noite
morreu. E Eu não devia ter pena da grande cidade de Nínive, onde há mais
de cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir a mão direita da
esquerda, além de grande número de animais?»" (Jonas 4, 1-11).
Às vezes somos um pouco como Jonas, como gostaríamos de ver Deus a castigar claramente aqueles que aos nossos olhos são maus! E quando vemos que aqueles que são maus, pelo menos nos nossos critérios, têm uma vida desafogada e feliz, ainda mais nos irritamos.
Vejam-se exemplos mais notórios, como a mortandade levada a efeito por alguns personagens da história, e o sofrimento das pessoas inocentes (vítimas da fome, da guerra, de doenças incuráveis, da toxicodependência) como nos apetecia tanto ver Deus a castigar os maus e a salvar os bons e os inocentes... e como isso nos revolta...
Agora se pensarmos que Deus é Pai... que todos somos filhos... mesmo quando nos desviámos dos Seus caminhos... ou quando os outros se desviam do Seu olhar... e como quereríamos a misericórdia e compreensão para nós... como não querê-la também para os outros?!
quarta-feira, 16 de março de 2011
Nínive será destruída...
Jonas entrou na cidade e caminhou durante um dia, apregoando: «Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída». Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e revestiram-se de sacos, desde o maior ao mais pequeno. Logo que a notícia chegou ao rei de Nínive, ele ergueu-se do trono e tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza. Depois foi proclamado em Nínive um decreto do rei e dos seus ministros, que dizia: «Os homens e os animais, os bois e as ovelhas, não provem alimento, não pastem nem bebam água. Os homens e os animais revistam-se de sacos e clamem a Deus com vigor; afaste-se cada um do seu mau caminho e das violências que tenha praticado. Quem sabe? Talvez Deus reconsidere e desista, acalmando o ardor da sua ira, de modo que não pereçamos». Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho, desistiu do castigo com que os ameaçara e não o executou (Jonas 3, 1-10).
A misericórdia de Deus é infinita.
Ele não desiste de nós, mesmo que nós nos afastemos dos Seus mandamentos e do Seu caminho.
Deus não cessa de vir ao nosso encontro e nos desafiar a uma vida nova.
Neste texto de Jonas, como a reflexão que hoje Jesus deixa no Evangelho, aludindo a este episódio de conversão, Deus não quer a condenação nem do justo nem do pecador mas que todos se convertam e convertendo-se se salvem, neste tempo e na eternidade futura.
O povo de Nínive soube responder claramente às palavras de Deus, arrependeu-se do seu mau caminho, penitenciando-se com gestos concretos, na perspectiva de mudarem os seus hábitos, para entrarem no caminho do Senhor.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Levanta-te e vai a Nínive...
O texto de Jonas mostra-nos a paciência de Deus para com o Seu povo e para com os povos estrangeiros. O fundamental não é pertencer a este ou àquele povo, mas a conversão ao Senhor e a mudança de atitude. É a mensagem de Deus, levada por Jonas à cidade de Nínive: mensagem de arrependimento, de conversão e de mudança de vida. O povo escuta e inicia o processo de conversão pelo jejum, pela penitência e pela oração. E assim se livram do castigo.
Sublinhe-se, com efeito e uma vez mais, que o castigo já estava a realizar-se com as divisões egoísticas do povo, e com a fragilidade diante das ameaças vizinhas. Quando nos voltamos para nós, esquecemos a solidariedade que nos engrandece, nos protege e nos renova contantemente.
Sublinhe-se, com efeito e uma vez mais, que o castigo já estava a realizar-se com as divisões egoísticas do povo, e com a fragilidade diante das ameaças vizinhas. Quando nos voltamos para nós, esquecemos a solidariedade que nos engrandece, nos protege e nos renova contantemente.
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