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sexta-feira, 6 de julho de 2012

O que aproxima é a aceitação da outra pessoa

       As ideias são iscos, mas não são elas que separam ou aproximam as pessoas. O que aproxima é a aceitação da outra pessoa. Aceitar outra pessoa não significa concordar com ela, mas sim permitir que a pessoa seja ela própria perante.
       ... quem tem medo de se desentender nunca chega a entender-se.

Laurinda Alves e Alberto Brito, sj. Ouvir, Falar, Amar.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Eu sou assim e os outros que se aguentem...

       ... Uma pessoa diz: «Eu sou assim e os outros que se aguentem, porque não há nada a fazer», está a demitir-se de ser pessoa, a desresponsabilizar-se. E o pior é que muitas vezes pode acrescentar a frase terrível: «E cá sou muito sincero, aquilo que tenho a dizer digo! Não me venham cá com coisas, esteja quem estiver, eu digo o que tenho a dizer!»...
       Há quem lhe chame sinceridade. Mas isso nada tem a ver com sinceridade! Será uma descarga emocional. Será tratar as outras pessoas como se fossem um caixote de lixo. Será dizer o que lhe vem à cabeça. E os outros que se aguentem.
       Ora, insto não é ser sincero! É ser descontrolado, para não dizer malcriado!
       Só sou sincero se atendo à pessoa a quem me dirijo!
       ... E já nem falo das pessoas que, depois de «desbobinar» tudo, declaram: «Mas ao menos disse tudo o que tinha a dizer, ao menos aproveitei a ocasião para...» Isso, então, é inqualificável.... Além de ser um comportamento próprio de adolescentes, é ridículo. Faz lembrar aqueles miúdos que dizem uns aos outros: «Eu sou mais forte do que tu e o meu pai é polícia! Ganhei!» Francamente...

Laurinda Alves e Alberto Brito, sj. Ouvir, Falar, Amar.

terça-feira, 27 de março de 2012

Não posso mudar a vida, mas sim a atitude perante a vida

       ... os conflitos que a vida nos traz, sem que tenhamos feito para os provocar - intencionalmente, quero dizer -, esses só nos dão saúde, se os pudermos superar.
       Então, este seria o princípio: os conflitos que nós próprios provocamos fazem-nos mal, os conflitos que a vida nos traz, quando os conseguimos superar, só nos dão saúde. Não podemos ignorar, nem os podemos hiperbolizar, fazendo as chamadas «tempestades num copo de água»
       ...
       Se parto do que tenho na minha cabeça, forçando a vida a obedecer aos meus sonhos, sem dar margem para que a vida aconteça, se não deixo a vida falar, por não querer que ela me incomode, tudo acaba por se revoltar contra mim.
       Nunca podereis mudar a vida. A minha atitude perante a vida, essa sim, posso mudar.
       ...
       A minha atitute perante a vida, essa, sim, posso mudar! E é a única coisa que está ao meu alcance para mudar. E não é pouco.
       ...
       Repito: aceitar a outra pessoa não quer dizer concordar com ela.
       Não tenho as mesmas opções políticas, nem o mesmo credo religioso, nem a mesma maneira de ver as coisas. Aceitar a outra pessoa é dizer: «Podes ser quem és, diante de mim. Não precisas de te defender de mim».

Laurinda Alves e Alberto Brito, sj. Ouvir, Falar, Amar.

quinta-feira, 15 de março de 2012

4 pés do desenvolvimento humano

  1. O primeiro pé é a família, o lugar da estabilidade. Aqui, falamos da família como o ambiente onde se aprende a viver em confiança.
  2. O segundo pé é a escola, o lugar do trabalho, do estudo, o lugar de criar hábitos de leitura e de investigação, aprendendo a usar essa ferramenta de progresso que nos acompanha desde bem cedo: a pergunta. A escola é também o lugar de treinar a memória e a capacidade de ligar os acontecimentos, o espaço parta conhecer o ser humano, a sociedade, a história, a ciência, a natureza, a arte...
  3. O terceiro pé é o convívio, o lugar da espontaneidade, o espaço dos amigos, dos grupos da festa. É o processo de abertura a pessoas e a ambientes diversos, casa vez mais abrangentes... há gente que de uma cana rachada consegue fazer uma flauta.
  4. O quarto pé é o do espírito, da gratuitidade. Neste pé insere-se o sentido da doação aos outros, do empenho em atividades ou causas que não dão rendimento financeiro, ao fim do mês. Atividades desenvolvidas em associações de estudantes, o voluntariado, entre outras.
Laurinda Alves e Alberto Brito, sj. Ouvir, Falar, Amar.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Laurinda Alves com o Pe. Alberto Brito: Ouvir, Falar, Amar

Ouvir, Falar, Amar. A compreensão é a única força de mudança, Oficina do Livro. Alfragide: 2011.


       Laurinda Alves à conversa com o Pe. Alberto Brito. Já o conhecia de um encontro/retiro no distante ano de 1998, em Braga, na Casa dos Jesuítas. Um pensamento clarificador. Não para eliminar as dúvidas, mas para colocar mais questões.
       A Laurinda Alves não precisa de apresentação, mas para quem desconhece pode sempre consultar o seu blogue pessoal: Laurinda Alves - A Substância da Vida. 
       Ouvir/escutar, "porque ouvir os outros é a maior escola da vida". Escutar com o coração, prestar atenção não apenas ao que a pessoa diz e à sua história de vida, mas à pessoa em si mesma. Diz o Pe. Alberto que se nos fixarmos apenas nas histórias das pessoas e não nas pessoas, ficamo-nos pela fofoquice. Ficar-nos-íamos pelo ouvir, como se estivéssemos a ouvir um rádio e não uma pessoa concreta.
        Falar. É assim que a comunicação acontece, é "a comunicar e a dialogar que nos entendemos e que se constroem relações". Temos uma boca e duas orelhas/ouvidos. Escutámos com interesse, a história da pessoa, mas sobretudo escutar com atenção o que a pessoa é, o que a pessoa sente, o que a pessoa vive, ouvindo o seu grito, o seu desabafo, acolhendo a sua partilha. Pode não ser fácil... queremos falar mais que escutar... queremos que alguém nos escute, nos compreenda, que por vezes esgotámos o tempo com as nossas palavras e não escutámos a pessoa que está diante de nós, como apelo e desafio. Quem não ouve, ou não quer ouvir, corre o sério risco de ficar a falar sozinho.
        Amar, "porque é a partir da aceitação de nós próprios e dos outros que tudo é possível". Escutámos a pessoa, comunicamo-nos como irmãos, para acolhermos e aceitarmos os outros, aceitando-nos também a nós como pessoas, cidadãos, filhos de Deus. Como diz o Pe. Alberto, o que nos separa e divide não são as ideias ou as crenças, mas os sentimentos. O maior desejo do ser humano, de todo o ser humano, é amar e ser amado. E o maior medo é ser rejeitado pelo(s) outro(s). A escuta e a comunicação visam aproximar-nos dos outros, com amor, com paixão, celebrando a vida.
        Enquadra-se aqui outra realidade: a compreensão. "As pessoas quando se sentem compreendidas, mudam". É o que pode resultar da escuta que ama, das palavras que se tornam comunicação amistosa, dos sentimentos que se partilham e se acolhem.
        Seja/sê ouvinte (escutador não tanto de estórias, mas das pessoas que estão perto de ti); fala do que te vai na alma; confia, estimulando os outros à confiança, a libertarem-se do medo; ama, com toda a tua alma, faz do(s) outro(s) a tua casa, o teu refúgio, tendo sempre como horizonte originário e final o Senhor Deus.
       Mais uma leitura que recomendámos, e mais um texto que se lê de fio a pavio. Nesta entrevista perpassa uma grande alegria de quem pergunta e de quem responde, numa conversa fluente, também aqui ao correr da pena, ou melhor no fluir da conversa que existe entre pessoas amigas, entre familiares, entre pessoas que se respeitam e admiram.
       Vale a pena entrar neste diálogo entre e Laurinda Alves e o sacerdote jesuíta, Pe. Alberto Brito.