A terceira Carta Encíclica de Bento XVI empresta o título a este blogue. A Caridade na Verdade. Agora permanecem a fé, a esperança e a caridade, mas só esta entra na eternidade com Deus. Espaço pastoral de Tabuaço, Távora, Pinheiros e Carrazedo, de portas abertas para a Igreja e para o mundo...
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sexta-feira, 6 de setembro de 2024
sábado, 9 de fevereiro de 2019
Havia sempre tanta gente a chegar...
"...os Apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Então Jesus disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer. Partiram, então, de barco para um lugar isolado, sem mais ninguém. Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam; e, de todas as cidades, acorreram a pé para aquele lugar e chegaram lá primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas" (Mc 6, 30-34).
A liturgia da palavra continua a fornecer-nos textos belíssimos e verdadeiramente significativos.
No Evangelho acompanhamos o regresso dos Apóstolos, depois do envio, em que se nota expressivamente a delicadeza de Jesus para com eles e para com as multidões que O procuram em toda a parte. Preocupa-se com o descanso dos discípulos. Logo depois compadece-se daquela multidão, a quem ensina muitas coisas. O ensino é parte essencial do ministério de Jesus. Significa também que a multidão não vinha apenas à procura de milagres mas de um sentido para as suas vidas.
sábado, 30 de janeiro de 2016
Domingo IV do Tempo Comum - ano C - 31 de janeiro
1 – As pessoas que nos são mais próximas são, ainda assim, as que mais nos surpreendem. Positiva e negativamente. O tempo vai-nos dizendo que as conhecemos de ginjeira, sabemos o que pensam, de que forma reagem, adivinhamos a sua disposição, mesmo que possam tentar disfarçar, sabemos do que são e do que não são capazes. Basta um gesto para as compreendermos e para que nos compreendam. Não precisam de terminar a frase para sabermos o que vão dizer.
Chega um dia e a pessoa faz algo que nos escapa, que não estava no nosso pensamento. Pelo contrário, sempre tivemos a certeza que não faria o que fez, não diria o que disse, não seria capaz de tamanha façanha. Balizamos aqueles que nos são próximos de tal forma que neles não há mistério ou possibilidade de surpresas. Nada mais enganados! A pessoa é sempre um mistério, que nos escapa, que está para além do conhecimento e do sentimento. A pessoa é única. Irrepetível. Bem podemos dizer que conhecemos bem, mas a pessoa do outro nunca é totalmente abarcável ou decifrável.
Por outro lado, a proximidade física e emocional pode toldar-nos a forma como vemos o outro, protegendo-o ou desconfiando que possa ultrapassar-nos seja no que for. Está encaixado na família, no povo, sabemos com o que podemos contar.
Jesus encontra-se na sinagoga de Nazaré, pequena cidade onde cresceu. Entre a assembleia estão conhecidos, familiares, amigos. Conhecem-n'O: «Não é este o filho de José?». Mas é um conhecimento aparente, exterior. A fama de Jesus já os tinha surpreendido. Agora querem ver, não tanto o Jesus que conhecem, mas um fazedor de milagres.
2 – «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Assim terminava a homilia de Jesus sobre o trecho de Isaías proclamado no domingo passado: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor».
Os olhos estão fitos em Jesus. Na continuação deste relato começa a advinhar-se que doravante Jesus não terá uma vida facilitada. A discussão, contudo não é linear. "Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca". A admiração dos seus conterrâneos não é de fácil leitura. Aparentemente sobrevém uma visão positiva acerca de Jesus mas rapidamente azeda. Jesus lê nas entrelinhas. «Não é este o filho de José?». Perguntavam, ao que Jesus responde: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum... Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra». Ficou célebre esta expressão. Jesus veio para o que era seu e os seus não O receberam (Jo 1, 11). A fama precedera-O. Eles conheciam-n'O, mas como filho de José e não como Messias. Como é possível? Não pode ser. Como é que um simples carpinteiro virou mestre? Como é que Alguém tão “nosso” arrasta com tanta gente?
Jesus relembra-lhes situações da Sagrada Escritura em que os profetas foram desprezados, perseguidos, expulsos da sua pátria, e alguns foram mortos. Evoca Elias, perseguido, em fuga, é acolhido pela viúva de Serepta, estrangeira, e Eliseu que curou o Naamã, leproso, o estrangeiro sírio.
Habituados à assertividade de Jesus e a uma diplomacia inclusiva, esta provocação parece destoar. Ficamos a saber com Quem contamos e ao que vem. Pior do que alguém que discorda de nós, é alguém que não tem opinião acerca de nada, tanto se lhe dá como se lhe deu! Jesus compra esta discussão, não se fica pelos "nins", assim-assim, nem sim nem sopas. Por vezes precisamos de alguém que nos diga o que tem de ser dito e ponha os pontos nos "is". É o que faz Jesus. A réplica de Jesus não colhe. Os que estão na sinagoga ficam furiosos com Ele, levantam-se e expulsam-n’O da cidade, levam-n’O ao alto da colina para o precipitarem dali abaixo, “mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho".
3 – Nada nos deve impedir ou condicionar de fazer o bem.
Por vezes é necessário muita resiliência para levar a bom porto os projetos que nos animam. Se o fazemos por nós, talvez até possamos descansar, se é para o bem dos outros, somos impelidos a insistir, insistir, insistir até conseguirmos. Seja como for, temos de estar preparados para encontrar vendavais que podem lançar-nos por terra. Importa não desistir nunca. Deus não desiste de nós. Nunca. Caímos, voltamos a levantar-nos, uma e outra vez e quantas vezes forem necessárias para seguirmos o nosso caminho.
Jesus segue o caminho traçado: ser bênção e anúncio e vida nova para Israel e para todos os povos. Faz-Se CAMINHO por nós e para nós. Vem e procura-nos, encontra-nos e conduz-nos a Deus. Pelo caminho da história e do tempo encontra adversidades, mas que não O impedem de prosseguir. Querem matá-l'O mas ainda não chegou a Sua hora! É tempo de anunciar a Boa Nova aos pobres e a libertação aos cativos.
Na primeira Leitura é o próprio Senhor que desafia Jeremias, um dos profetas maiores: «Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi… te consagrei e te constituí profeta entre as nações. Cinge os teus rins e levanta-te, para ires dizer tudo o que Eu te ordenar. Não temas diante deles… Hoje faço de ti uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e uma muralha de bronze, diante de todo este país… Eles combaterão contra ti, mas não poderão vencer-te, porque Eu estou contigo».
São palavras fortes e elucidativas: "Não temas, faço de ti uma cidade fortificada, uma coluna de ferro, uma muralha de bronze... se recuares serei Eu que te farei temer". Venha quem vier, o anúncio da Mensagem de Deus tem prioridade. O profeta foi chamado desde sempre para essa missão de pregar a palavra de Deus e não tem como se esquivar. Pode ver-se aqui um pré-anúncio do Profeta por excelência, Jesus Cristo, que não recua um passo, segue caminho, irrompe por entre aqueles que O ameaçam em Nazaré, na Galileia, em Jerusalém, na Judeia!
4 – Jesus não está sozinho, segue confiante, sabe que o Pai está com Ele e O guia até que o tempo seja cumprido em plenitude. Jeremias é chamado por Deus e, por conseguinte, em todos os momentos Deus o acompanhará – Eu estou contigo para te salvar!
O salmo responsorial, com o qual respondemos (com a Palavra de Deus) à Palavra de Deus, faz-nos rezar para que Deus nos defenda e nos proteja, e nos faça perceber que Ele é verdadeiramente a rocha firme em Quem podemos confiar: "Sede para mim um refúgio seguro, / a fortaleza da minha salvação. / Vós sois a minha defesa e o meu refúgio: / meu Deus, salvai-me do pecador. / Sois Vós, Senhor, a minha esperança, / a minha confiança desde a juventude. / Desde o nascimento Vós me sustentais, / desde o seio materno sois o meu protetor".
5 – Como segunda leitura tem-nos sido servida a primeira Epístola de São Paulo à comunidade de Corinto. A preocupação do Apóstolo é sublinhar o que de importante e positivo a comunidade vai realizando, alertando para os perigos de se desviar do Evangelho.
A comunidade de Corinto é geradora de muitas inquietações. É uma comunidade bastante grande. Com muitas pessoas fiéis a Jesus e ao Evangelho, sequiosas de aprender mais e mais. Mas como em todas as sociedades, formadas por pessoas, está sujeita a intrigas, invejas, ódios, ciúmes, abusos, aproveitamentos egoístas.
Já escutámos o Apóstolo a lembrar que a Igreja é Corpo de Cristo, e como o corpo tem muitos membros, todos importantes, também a Igreja é formada por diferentes membros, com ministérios diferentes, no entanto, é Deus que atua em todos e a todos dá dons para o bem comum.
Hoje lembra-nos o essencial para nos mantermos no CAMINHO que é Cristo Senhor: "A caridade é paciente, a caridade é benigna; não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa; não é inconveniente, não procura o próprio interesse; não se irrita, não guarda ressentimento; não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta... a caridade não acaba nunca. Quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Mas quando me fiz homem, deixei o que era infantil. Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade".
Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Mandamento novo, amor sem limites. A caridade leva-nos ao Céu. A caridade que nos vem de Jesus e nos atravessa, converte-nos e compromete-nos com os outros, para sempre, até à eternidade.
Pe. Manuel Gonçalves
sábado, 24 de maio de 2014
Domingo VI da Páscoa - ano A - 25 de maio de 2014
1 – O que é que faz uma pessoa quando vai partir? A resposta dependerá do tipo de partida: se vai de viagem, em trabalho para um país estrangeiro ou para uma cidade distante para voltar seis meses depois, ou se a partida é definitiva, para a eternidade. Há, porém, pontos comuns e um deles é a casa arrumada, no aspeto mais físico mas sobretudo espiritual. Fazer as malas. Despede-se dos amigos. Passa os últimos momentos com a família, aproveitando para tranquilizar os que ficam, com a presença e o estímulo dos que o veem partir. Deixa recomendações, para a sua ausência, prometendo não se esquecer e não querendo, consequentemente, ser esquecido. Se é por algum tempo, terá meios, e hoje mais que nunca, de permanecer ligado, contactável, para que não seja tão intensa e desgastante a saudade e a distância. Se a partida é para sempre... para quem tem fé, o apelo à esperança, a certeza de um reencontro na eternidade, a fé de uma presença na Presença de Deus, pela oração. Para quem não tem fé, as palavras poderão não ser muito diferentes, esperando um "quem sabe!"
Jesus, tomando consciência da HORA que se aproxima, prepara os seus discípulos. Pode ver-se, no evangelho HOJE proposto, a tensão para a Cruz mas também para a Ascensão ao Céu. "Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós. Daqui a pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver-Me-eis, porque Eu vivo e vós vivereis... Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco: Ele é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós".
Foram tão intensos aqueles três anos com os discípulos, que estes terão oportunidade para reviver os momentos e as palavras, descobrindo novos significados, colocando em prática o que antes experimentaram. O passado não será uma prisão, ou um tempo para esquecer, mas um desafio para novas vivências, seguindo a postura do Mestre.
2 – Ele vai partir. Há que esclarecer os seus discípulos, os amigos mais próximos, sossegando-os e fixando a condição para manterem a CONEXÃO: guardar o Seus Mandamentos. Não é propriamente um conjunto de regras ou normas que abriguem uma cartilha de pecados e de proibições. Guardar os Mandamentos significa acolher o amor de Deus, o amor que une o Pai e o Filho, enlaçado pelo Espírito Santo. Quem ama permanece em Deus e Deus permanece nele. Quem O ama, procura em tudo ser-Lhe agradável, como procuramos ser agradáveis para com as pessoas de quem gostamos. Sublinhe-se, que agradar a Deus não é um capricho divino, mas é a forma, o conteúdo, o instrumento, de entrarmos em lógica de salvação. Seremos agradáveis a Deus amando e servindo o próximo. Sentindo-nos úteis e protagonistas da história que se refaz pela compaixão, pelo amor, pelo serviço aos outros.
«Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele». Esta é a condição e a certeza de estar em Deus: cumprindo os Seus Mandamentos, viver amando. Exatamente a atitude que assumimos com aqueles que respeitamos, por aqueles a quem nos unem laços de amizade, ou por aqueles a quem temos a obrigação de servir.
3 – Depois da morte de Jesus, os discípulos precisam de tempo para processar e atualizar tudo o que Ele lhes tinha dito, mas sobretudo precisam do Espírito Santo, dado com a Sua Ressurreição. Só à luz da Ressurreição se torna possível entender a Mensagem de Jesus e torná-la acessível para todos. Ressuscitando, Jesus aparece aos discípulos e logo lhes dará o Espírito Santo, para que a Sua Ascensão signifique sobretudo uma presença mais espiritual, mais abrangente, mais profunda. Doravante prevalecerá a fé e a esperança, animadas com a caridade, ligando deste modo a profissão de fé ao mundo e à história. Foi o Seu compromisso, terá de ser o dos seus discípulos, é o horizonte, o chão, o ambiente da nossa vida.
Tudo se altera a partir da Vida Nova que Ele traz aos Seus, com a força do Espírito Santo, com a Luz que vem das alturas e inunda o mundo inteiro, a começar pelo túmulo onde fora colocado.
É HORA de os discípulos espalharem a Boa Notícia da salvação. Aquele que foi morto, Deus O ressuscitou dos mortos. O projeto de perdão e de compaixão, de amor e de serviço, protagonizado por Jesus, volta agora com toda a força do Ressuscitado, a vastidão do Céu – feliz expressão de Bento XVI – chega até nós.
O tempo das portas fechadas já lá vai: "Filipe desceu a uma cidade da Samaria e começou a pregar o Messias àquela gente. Houve muita alegria naquela cidade. Quando os Apóstolos que estavam em Jerusalém ouviram dizer que a Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João. Quando chegaram lá, rezaram pelos samaritanos, para que recebessem o Espírito Santo, que ainda não tinha descido sobre eles: só estavam batizados em nome do Senhor Jesus. Então impunham-lhes as mãos e eles recebiam o Espírito Santo".
Os dons de Deus não são um exclusivo dos primeiros, são privilégio que se estende ao mundo inteiro, a todos aqueles e aquelas que se predispuserem a acolher o próprio Deus. Deus não dá nada menos que a Si mesmo (Ratzinger/Bento XVI). Os Apóstolos recebem o Espírito Santo, anunciam o Evangelho, e comunicam-n'O a outros, aumentando o número dos discípulos de Jesus.
4 – Eloquente e luminosa a mensagem de São Pedro, anunciando Jesus, convocando outros para O anunciarem, dando razões da fé professada, mas pedindo cuidado e respeito por todos, mesmo quando maltratados. Em tudo, o importante é fazer o bem, seguindo as pegadas de Jesus:
"Venerai Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre a responder, a quem quer que seja, sobre a razão da vossa esperança. Mas seja com brandura e respeito, conservando uma boa consciência, para que, naquilo mesmo em que fordes caluniados, sejam confundidos os que dizem mal do vosso bom procedimento em Cristo. Mais vale padecer por fazer o bem, se for essa a vontade de Deus, do que por fazer o mal. Na verdade, Cristo morreu uma só vez pelos nossos pecados – o Justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus. Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito".
A alegria que nos vem da fé há de ser ponte de diálogo, de encontro, de partilha, de comunhão, com novos laços, vida nova, libertando-nos para construir um mundo novo, inundado de Deus. O nosso testemunho há de ser perfume que atrai, que envolve, que provoca adesão e seguimento de Jesus Cristo. As palavras e os gestos que usamos deverão ser promotores de vida e de felicidade. Fazer o bem, sempre. Amor com amor se paga (São João da Cruz). Ao Amor recebido, de Deus, amor partilhado, com os irmãos. Mesmo à ofensa, responder com este Amor maior.
5 – O anúncio da Boa Nova, que nos compromete, gera alegria em nós e a quem escuta de coração leve, disponível, humilde. É na humildade que Maria Se enche de Alegria, e prepara o Seu Corpo e a Sua vida por inteiro para acolher o Corpo de Deus e no-l’O dar.
A primeira Igreja, Maria, alegra-se no Seu Senhor. A Sua alma rejubila em Deus, predispondo-Se a engrandecer a presença de Deus. E tal é o Seu sim, que a Palavra Se faz Carne e Vida n’Ela. E com este jeito simples, belo, humilde, de acolher Deus, a alegria que se estende a Isabel, aos noivos de Caná, e se renova com a vinda do Espírito Santo, em dias de Pentecostes, que breve celebramos como quem se dispõe a transparecer o Deus que também em nós quer ser carne e vida.
Pe. Manuel Gonçalves
Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço.
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quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Ninguém deve gloriar-se nos homens
"Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo, faça-se louco, para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, como está escrito: «Apanharei os sábios na sua própria astúcia». E ainda: «O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios». Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens. Tudo é vosso: Paulo, Apolo e Pedro, o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus" (1 Cor 3, 18-23).
Esta primeira Espístola de São Paulo aos Coríntios é um exercicio pastoral importante. O Apóstolo procura acentuar os aspectos positivos da comunidade, sublinhando o fortalecimento da fé, a vivência da caridade, a adesão alegre a Jesus Cristo.
No entanto, há alguns perigos que se vão manifestando e para os quais Paulo chama a atenção. A tentação da divisão é um deles. Por outro, a tentação do poder. Insinua-se que começava a haver partidários do Apóstolo, de Apolo, de Pedro... São Paulo, ontem como hoje, deixa claro que a referência fundante e fundamental é JESUS CRISTO.
Pedro, Paulo, Apolo, cada um de nós, é de Jesus Cristo e trabalha para irradiar e aprofundar a vivência do Evangelho.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
A fé sem obras está completamente morta
Encontramos hoje na Epístola de São Tiago a mensagem fundamental pela qual é mais vezes citada: a relação entre fé e obras. Obviamente que o ponto de partida e de chegada é a fé, é a fé que nos abre a mente, o coração, a vida, para Deus, e faz com que a nossa existência tenha um sentido de plenitude, o que nos levará ao compromisso. No entanto, se a fé for autêntica leva-nos a imitar Aquele que é o centro da nossa fé, Jesus Cristo. Se olharmos para o Mestre dos Mestres, veremos que a Sua vida e missão se fazem de palavras, revestidas de carne, de gestos, de curas, de perdão, de compreensão, de acolhimento das pessoas mais fragilizadas.
Mas vale a pena ler com atenção o próprio texto e meditar na sua mensagem:
De que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Poderá essa
fé obter-lhe a salvação? Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e
lhes faltar o alimento de cada dia, e um de vós lhe disser: «Ide em
paz; aquecei-vos bem e saciai-vos», sem lhes dar o necessário para o
corpo, de que lhes servem as vossas palavras? Assim também a fé sem
obras está completamente morta. Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu
tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas obras, te
mostrarei a minha fé. Acreditas que há um só Deus? Muito bem! Os
demónios também acreditam, mas tremem! Queres saber, homem insensato,
como a fé sem obras não vale nada? Não foi Abraão, nosso pai,
justificado pelas obras, quando ofereceu o seu filho Isaac no altar?
Repara que a fé cooperava com as obras e que pelas obras a sua fé se
tornou perfeita. Assim se cumpriu a Escritura, que diz: «Abraão
acreditou em Deus e isto foi-lhe atribuído como justiça»; e Abraão foi
chamado «amigo de Deus». Como vedes, o homem é justificado pelas obras e
não somente pela fé. Porque assim como o corpo sem alma está morto,
também a fé sem obras está morta (Tg 2, 14-24.26).
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
A fé em Jesus Cristo não deve admitir aceção de pessoas
Mais um pedaço da Epístola de São Tiago que vale a pena ler e mastigar, sem grandes comentários, pois as suas palavras são claríssimas, colocando-nos na imitação de Jesus Cristo:
A fé em Nosso Senhor Jesus Cristo não deve admitir acepção de pessoas.
Pode acontecer que na vossa assembleia entre um homem bem vestido e com
anéis de ouro e entre também um pobre e mal vestido. Talvez olheis para o
homem bem vestido e lhe digais: «Tu, senta-te aqui em bom lugar»; e ao
pobre: «Tu, fica aí de pé»; ou então: «Senta-te aí, abaixo do estrado
dos meus pés». Não estareis a estabelecer distinções entre vós e a
tornar-vos juízes com maus critérios? Escutai, meus caríssimos irmãos:
Não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na fé e
herdeiros do reino que prometeu àqueles que O amam? Vós, porém,
desprezais o pobre. Não são os ricos que vos oprimem e arrastam aos
tribunais? Não são eles que ultrajam o nome sublime que sobre vós foi
invocado? Assim, se cumprirdes a lei régia da Escritura: «Amarás o teu
próximo como a ti mesmo», procedeis bem. Mas se fizerdes distinção de
pessoas, cometeis pecado, porque a Lei vos acusa como transgressores (Tg 2, 1-9)
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Estamos sujeitos à vã situação do tempo presente
"Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há-de manifestar em nós. Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente a revelação dos filhos de Deus. Elas estão sujeitas à vã situação do mundo, não por sua vontade, mas por vontade d’Aquele que as submeteu, com a esperança de que as mesmas criaturas sejam também libertadas da corrupção que escraviza, para receberem a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adopção filial e a libertação do nosso corpo. É em esperança que estamos salvos, pois ver o que se espera não é esperança: quem espera o que já vê? Mas esperar o que não vemos é esperá-lo com perseverança" (Rom 8, 18-25).
O Apóstolo São Paulo, nesta missiva aos Romanos, mostra-nos a tensão dialógica entre o tempo presente e a eternidade junto de Deus. Enquanto vivemos no tempo e na história, neste mundo, estamos sujeitos à fragilidade humana. O sofrimento acompanha-nos até ao fim, ainda que confortados pela esperança, pela certeza de que a nossa existência tem um fim que desembocará na eternidade de Deus. Essa certeza afasta-nos do fatalismo e do desespero, do vazio e da morte como desaparecimento total da nossa memória, da nossa identidade, da nossa vida.
A imagem não poderia ser mais feliz, a gravidez e o parto que se aproxima. A gravidez e o parto sugere incómodo, dor, sofrimento, às vezes agonia. Mas mais forte que a dor é a alegria do que está para vir, a chegada do filho. É perante essa certeza que as dores são mais facilmente suportadas.
Também assim a nossa vida espiritual que nos compromete com este mundo e com este tempo, antecipando a alegria da comunhão definitiva com Deus para os momentos de travessia, de sofrimento, de provação.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Quem semeia pouco também colherá pouco
Lembrai-vos disto: Quem semeia pouco também colherá pouco e quem semeia abundantemente também colherá abundantemente. Dê cada um segundo o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento, porque Deus ama aquele que dá com alegria. E Deus é poderoso para vos cumular de todas as graças, de modo que, tendo sempre e em tudo o necessário, vos fique ainda muito para toda a espécie de boas obras, como está escrito: «Repartiu com largueza pelos pobres; a sua justiça permanece para sempre». Aquele que dá a semente ao semeador e o pão para alimento também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça. Sereis enriquecidos em tudo e podereis praticar a mais larga generosidade, que fará subir, por nosso intermédio, a acção de graças a Deus (2 Cor 9, 6-11).
Em tempo de carestia, numa crise económico-financeira, que certamente teve e tem origem numa crise de valores, de critérios, de referências fundamentais, as palavras de São Paulo são incisivas quanto à necessidade de sermos solidários, darmos com alegria, e com a certeza que Deus nos cumulará de todas as graças.
Não podemos mais olhar para o lado, como se nada tivesse a ver connosco. O nosso discurso tem que dar lugar à vida, a gestos concretos de caridade, de serviço, de atenção aos mais necessitados. Se acharmos que podemos enriquecer, esquecendo os que nos rodeiam, estamos enganados, mesmo que não ponhamos na nossa vida a dimensão religiosa - como se isso fosse possível -, porque mais tarde ou mais cedo aqueles que nada têm, não têm nada a perder e acontece o que se vem a verificar, a revolta, as roubos, os assaltos...
Para o cristão, a sementeira são as boas obras da caridade.
Como nos lembra o Frei Ventura, em entrevista concedida a Mário Crespo, quando o povo passa fome, o rei não tem o direito de comer faisão...
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Aquele que fez a promessa é fiel
Tendo nós plena confiança de entrar no santuário por meio do sangue de Jesus, por este caminho novo e vivo que Ele nos inaugurou através do véu, isto é, o caminho da sua carne, e tendo tão grande sacerdote à frente da casa de Deus, aproximemo-nos de coração sincero, na plenitude da fé, tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado na água pura. Conservemos firmemente a esperança que professamos, pois Aquele que fez a promessa é fiel. Velemos uns pelos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras, sem abandonarmos a nossa assembleia, como é costume de alguns, mas exortando-nos mutuamente, tanto mais quanto vedes que se aproxima o dia do Senhor (Hebr 10, 19-25).
A Epístola aos Hebreus que temos vindo a escutar nestas três últimas semanas (primeiras do Tempo Comum) é verdadeiramente inspiradora, envolvendo-nos na confiança em Deus, que é Pai e que nos dá por Salvador o Seu Filho, Jesus Cristo, que Se torna para nós o verdadeiro e sumo Sacerdote, o sacerdote que nos convinha, sem mácula nem pecado, que de uma vez para sempre morre pelos nossos pecados.
Sabendo que sacerdote temos à frente da Casa do Senhor - Jesus Cristo - vivamos confiantes e conduzamos outros à presença do Senhor, com a nossa fé e com a prática de boas obras. Ajudemo-nos mutuamente na caridade.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Deus não é injusto!
Deus não é injusto. Ele não pode esquecer o vosso trabalho e o amor que mostrastes pelo seu nome, colocando-vos ao serviço dos santos, no passado e no presente. Desejamos, porém, que cada um de vós mostre o mesmo zelo, mantendo intacta a sua esperança até ao fim, de modo que não vos torneis tíbios, mas imiteis aqueles que, pela fé e pela esperança, se tornam herdeiros dos bens prometidos (Hebr 6, 10-20).
Deus não esquece aqueles que cria por amor.
O autor da Epístola aos Hebreus, sublinha a fidelidade de Deus, mas também o trabalho e o amor das comunidades cristãs. No entanto, alerta para que os crentes não caiam na rotina, deixando de se alegrar na esperança de Deus.
É um alerta para todos os cristãos. Não nos acontecerá por vezes que façamos as coisas tão rotineiramente que não nos deixemos tocar pelas palavras de Deus? Até somos praticantes, mas deixamos-nos provocar, surpreeender pela fé, pelas celebrações, pela palavra de Deus? Entusiasmamo-nos com o amor que Deus nos devota? E na vida quotidiana, experimentamos a presença de Deus? Testemunhamo-l'O nas nossas escolhas?
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não endureçais os vossos corações, como no tempo da provação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais Me tentaram e provocaram, apesar de terem visto as minhas obras...
Tende cuidado, irmãos, que nenhum de vós tenha um coração mau e incrédulo, que o afaste do Deus vivo. Exortai-vos uns aos outros todos os dias, enquanto dura o tempo que se chama ‘hoje’, para que nenhum de vós se endureça, seduzido pelo pecado. Porque todos nós nos tornamos participantes de Cristo, desde que mantenhamos firme até ao fim a confiança inicial (Heb 3, 7-14).
O passado, a história, pode ser de uma grande ajuda, pois nos ajuda a valorizar o que de bom nos legaram os antigos e a corrigir os desvios e os erros dos antepassados, dando mais qualidade à nossa vida actual. A nossa existência define-se no "hoje" das nossas escolhas, das nossas opções, das nossas obras.
A voz do Senhor é um alerta. No passado, quando o povo fechou os ouvidos e deixou de escutar a voz de Deus, transviou-se no pecado, na morte, na destruição. Agora temos a oportunidade de decidir com Deus, seguindo a Sua palavra, escutando a Sua voz, cumprindo a vida que Ele nos dá em abundância.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Veio em auxilio dos descendentes de Abraão
Uma vez que os filhos dos homens têm o mesmo sangue e a mesma carne, também Jesus participou igualmente da mesma natureza, para destruir, pela sua morte, aquele que tinha poder sobre a morte, isto é, o diabo, e libertar aqueles que estavam a vida inteira sujeitos à servidão, pelo temor da morte. Porque Ele não veio em auxílio dos Anjos, mas dos descendentes de Abraão. Por isso devia tornar-Se semelhante em tudo aos seus irmãos, para ser um sumo sacerdote misericordioso e fiel no serviço de Deus, e assim expiar os pecados do povo. De facto, porque Ele próprio foi provado pelo sofrimento, pode socorrer aqueles que sofrem provação ( Hebr 2, 14-18).
A Espístola aos Hebreus, nesta passagem, faz-nos lembrar o início da Epístola de São Paulo aos Filipenses, lembrando-nos, uma e outra, a filiação divina de Jesus, que não se vale da Su omnipotência, mas identifica-Se em tudo com o ser humano.
Ele é da mesma carne e do mesmo sangue dos homens, Não veio em auxílio de anjos, mas das pessoas, de carne e osso.
Torna-se semelhante em tudo, para nos libertar do poder do pecado e da morte, como o Sumo-sacerdote que nos conduz a Deus.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Não Se envergonha de nos chamar irmãos
Convinha, na verdade, que Deus, origem e fim de todas as coisas, querendo conduzir muitos filhos para a sua glória, levasse à glória perfeita, pelo sofrimento, o Autor da salvação. Pois Aquele que santifica e os que são santificados procedem todos de um só. Por isso não Se envergonha de lhes chamar irmãos, ao dizer: «Anunciarei o teu nome aos meus irmãos, no meio da assembleia cantarei os teus louvores (Hebr 2, 5-12).
Iniciámos, ontem, a leitura da Epístola aos Hebreus.
A Epístola aos Hebreus fala-nos de Jesus como o sacerdote por excelência, Aquele que foi estabelecido para nos elevar à grandeza de Deus. Hoje, como escutamos, o autor sagrado fala-nos do Autor da Salvação, Jesus Cristo, que foi provado pelo sofrimento. Ele vem para nos libertar de todo o mal, de todo o sofrimento, a partir de dentro. Ele não sofre, vendo a partir de fora, mas embrenhando-se na hsitória e no tempo, passando pelas fragilidades humanas...
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Deus dá-nos a vida eterna, em Jesus Cristo!
São três que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue; e os três estão de acordo. Se aceitamos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior, porque o testemunho de Deus consiste naquele que Ele deu de seu Filho. Quem acredita no Filho de Deus tem em si mesmo este testemunho. Quem não acredita em Deus considera-O um mentiroso, porque não acredita no testemunho dado por Deus acerca de seu Filho. E o testemunho é este: Deus deu-nos a vida eterna e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida, quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Escrevo-vos estas coisas, para saberdes que tendes a vida eterna, vós que acreditais no nome do Filho de Deus.
As palavras do Apóstiolo São João às Igrejas de Deus são de confiança, incentivando à fé em Jesus Cristo, de forma a viver como Ele, para chegarmos a viver na lógica da vida eterna. O amor vem de Deus, quem ama permanece em Deus. Quem ama conhece a Deus. A maneira de termos acesso a Deus é amar.
Na senda do que ouvimos nos dias anteriores, hoje acentua-se a dinâmica da fé em Jesus Cristo. Deus dá-nos a vida eterna. A vida eterna está no Seu Filho, Jesus Cristo. Quem tem o Filho, quem O segue, tem, com Ele e por Ele, a vida eterna.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Quem ama a Deus ame também o seu irmão.
Nós devemos amar, porque Deus nos amou primeiro. Se alguém disser: «Amo a Deus» e odiar o seu irmão, é mentiroso. Quem não ama o seu irmão, que vê, não pode amar a Deus, que não vê. É este o mandamento que recebemos d’Ele: quem ama a Deus ame também o seu irmão. Quem acredita que Jesus é o Messias nasceu de Deus e quem ama Aquele que gerou ama também o que d’Ele nasceu. Nós sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus, cumprindo os seus mandamentos, porque o amor de Deus consiste em guardar os seus mandamentos (1 Jo 4, 19 – 5, 4).
Continuamos com a primeira Epístola de São João, onde se acentua a origem do Amor, o próprio Deus, foi Ele que nos amou primeiro, e a consequência desse amor, amarmo-nos como irmãos. Por outro lado, uma conclusão óbvia do Apóstolo, quem ama a Deus ama também o seu irmão, ou é mentiroso, uma vez que não é possível separar o amor de Deus do amor ao próximo, seria uma contradição intransponível. O amor a Deus conduz, inevitalvelmente, à concretização desse amor na relação com o nossso semelhante.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Amando-nos, Deus permanece em nós!

Se Deus nos amou tanto, também nós devemos amar-nos uns aos outros. A Deus ninguém jamais O viu. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e em nós o seu amor é perfeito. Nisto conhecemos que estamos n’Ele e Ele em nós: porque nos deu o seu Espírito. E nós vimos e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Se alguém confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós conhecemos o amor de Deus por nós e acreditamos no seu amor. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. Nisto se realiza a perfeição do amor de Deus em nós, porque somos neste mundo como é Jesus e assim temos plena confiança no dia do juízo. No amor não há temor; o amor que é perfeito expulsa o temor, porque o temor supõe um castigo. Quem teme não é perfeito no amor (1 Jo 4, 11-18).
O texto da Epístola de São João é expressivo, não deixando margens para dúvidas. A origem do Amor, é Deus. Ele amou-nos primeiro. Criou-nos, enviou-nos o Seu próprio Filho. A Deus ninguém O viu. Jesus mostrou-nos o rosto de Deus: Pai de Mesiricórdia. Para conhecermos a Deus basta amarmos, confessando que Jesus é o Filho de Deus. Neste mundo, diz-nos o Apóstolo, devemos ser como Jesus e assim se manifestará a presença de Deus em nós.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Amemo-nos, porque o amor vem de Deus
Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o seu amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e nos enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados (1 Jo 4, 7-10).
A Epístola de São João é taxativa, amemo-nos uns ao outros porque o amor vem de Deus. Amar é a única maneira de conhecer Deus e de n'Ele permanecermos, já que Deus é Amor. Se vimos de Deus, se a nossa filiação é divina, a consequência lógica é que nos amemos, para desse modo potenciarmos o Amor de Deus em nós...
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
A nossa pátria está nos Céus
Mas a nossa pátria está nos Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso, pelo poder que Ele tem de sujeitar a Si todo o universo. Portanto, meus amados e queridos irmãos, minha alegria e minha coroa, permanecei firmes no Senhor (Filip 3, 17 - 4, 1).

Colocado à direita de Deus Pai, Jesus Cristo atrai-nos constantemente para Si. Com a Sua morte e ressurreição/ascensão aos Céus, Jesus colocou a nossa natureza humana junto de Deus. Por conseguinte, a nossa pátria está nos Céus, em Jesus Cristo, que nos salva, que nos eleva, que nos impele para Deus. Ainda que caminhemos como peregrinos, sobre a terra, no tempo e na história não desviemos o nosso olhar da nossa pátria, aí deverá está o nosso único e autêntico tesouro, aí deverá estar o nosso coração.
Esta esperança e esta certeza devem comprometer-nos ainda mais com o tempo presente, enquanto aguardamos, antecipamos a glória de Deus em nós e para o mundo. Alguns, diz São Paulo, têm por deus o ventre, centram-se no seu umbigo. Os cristãos centram-se em Jesus Cristo.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Submissão em Cristo Jesus: a caridade
Filhos, obedecei aos vossos pais, no Senhor, como é justo: «Honra pai e mãe» é o primeiro mandamento acompanhado de uma promessa: «para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra». Pais, não exaspereis os vossos filhos, mas educai-os com a disciplina e os conselhos inspirados pelo Senhor. Servos, obedecei aos vossos senhores terrenos, como a Cristo, com temor e respeito e na simplicidade de coração; não com a submissão aparente de quem pretende agradar aos homens, mas como servos de Cristo, que com toda a alma fazem a vontade de Deus. Servi de bom grado, como se servísseis ao Senhor e não a homens, pois sabeis que cada um receberá do Senhor a recompensa do bem que tiver praticado, quer seja escravo ou homem livre. E vós, senhores, tratai os vossos servos do mesmo modo; evitai as ameaças, pois sabeis que tanto eles como vós tendes o mesmo Senhor, que está no Céu e não faz distinção de pessoas ( Ef 6, 1-9).

A Epístola de São Paulo aos Efésios, em continuidade com o texto e a reflexão de ontem, fala-nos na submissão, entendida não tanto como acto de escravização, mas como consequência do amor a Jesus Cristo. Obviamente que o contexto desta epístola é bem diferente do tempo actual, em que havia a escravidão, reconhecida pela lei.
O Apóstolo não é a favor da escravidão, aliás, ele pugna por que todos sejam livres em Jesus Cristo e se tratem como irmãos. Onde a realidade existe, Paulo insiste para que uns e outros, escravos e livres, pais e filhos, vivam em conformidade com o Evangelho, na caridade.
A "submissão" no contexto da Epístola, é o de dar a vida por amor, como Cristo deu pela Igreja, pela humanidade.

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