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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Limites que aproximam 2

       Diante do sofrimento e do mal haverá lugar para a esperança? Ouvirá Deus a minha prece? Onde Se esconde Deus quando preciso d’Ele?
       Job e Qohélet chegam à conclusão que o sofrimento não é resultado do bem ou do mal, pois há pessoas boas a sofrer muito e pessoas más a terem uma vida regalada. Os dois textos chegam quase a um beco sem saída. Se não houver uma justiça maior do que aquela que vivemos no tempo presente a nossa busca não teria sentido, tudo seria em vão. Se bem que essa constatação nos pudesse levar a desfrutar melhor da vida, positiva ou negativamente, o vazio seria sempre o destino dos nossos atos, e os nossos fracassos seriam sempre avassaladores.
       Tudo é vaidade (tudo é em vão), a não ser que nos salve o olhar de Deus. "O resumo do discurso, de tudo o que se ouviu, é este: teme a Deus e guarda os seus preceitos, porque este é o dever de todo o homem. Deus pedirá contas, no dia do juí­zo, de tudo o que está oculto, quer seja bom, quer seja mau".
       Job da mesma forma disponibiliza-se com humildade para reconhecer e aceitar a justiça de Deus que ultrapassa toda a justiça humana, ainda que nosso espírito ainda não esteja capacitado para ver.
       Voltando ao ponto de partida, importa fazer de todas as nossas experiências uma oportunidade para nos tornarmos mais fortes, para aprendermos a viver melhor, mais confiantes, disponíveis para acolher o que o tempo nos pode trazer e sobretudo as pessoas e o mistério de Deus nos podem dar.
       Parafraseando São Paulo, quando sou fraco é que sou forte. As minhas fraquezas e insuficiências podem efetivar a decisão firme de me abrir ao semelhante e me disponibilizar para aprender, para crescer. Os fracassos de hoje podem ser janelas abertas que me trazem o vento fresco, o sol que inunda de luz a minha casa, possibilitando que veja para lá das dificuldades do tempo presente.
       O tempo presente não se compara ao que há de vir, onde veremos Deus face a face – São João sublinha que o que somos é uma pequena amostra do que seremos (1Jo 3,2) –, porquanto o nosso compromisso é com o tempo, com o mundo, com a história. É a nossa missão maior, que nos coloca a caminho – São Paulo (Fil 1, 19-26): vivo para ser útil para os meus irmãos.

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4249, de 28 de janeiro de 2014

Limites que aproximam

       Faça das suas insuficiências oportunidade de partilha, de comunhão, de enriquecimento espiritual, de fortalecimento psicológico, numa palavra, faça com que os seus limites sejam uma porta aberta para a saúde (física e espiritual) e para a felicidade.
       Numa série de desenhos animados, Naruto, uma das personagens, dá-nos uma lição extraordinária, e onde se intuem palavras da Bíblia. Jiraiya Sam, um dos três ninjas lendários, da aldeia oculta na folhagem, depara-se com o momento da morte e como numa crónica da sua vida deixa este testamento:
       "Os fracassos são distrações, são testes que aperfeiçoam as nossas qualidades. Vivi a acreditar nisso e em troca jurei cumprir uma missão tão importante que me fizesse esquecer os meus fracassos, assim morreria como um grande ninja... no final também falhei nessa escolha... que história mais inútil... o mais importante é a capacidade de nunca desistir, nunca faltar à palavra, e principalmente nunca desistir, aconteça o que acontecer... Nunca desistir, era essa a verdadeira escolha que tinha de fazer...".
       Encontramos esta riqueza de linguagem no livro de Eclesiastes e no livro de Job, que integram a literatura sapiencial, fazem parte do conjunto de livros do Antigo Testamento, que nos falam da sabedoria, ensinamentos, máximas do povo de Israel, lições de vida deixadas de pais para filhos, de mestres para discípulos.
       Diz Qohélet (Eclesiastes) – vaidade das vaidades, tudo é vaidade… não há nada de novo debaixo do sol, tudo o que o homem faz é vaidade, não passa de um sopro que logo desaparece.
       “Aquilo que foi é aquilo que será; aquilo que foi feito, há de voltar a fazer-se: e nada há de novo debaixo do Sol!... apliquei o meu espírito a estudar e a ex­plorar… Apli­quei, igualmente, o meu co­ra­ção a conhecer a sabedoria, a lou­cura e a insensatez; e reconheci que também isto é correr atrás do vento. Por­que na muita sabe­do­ria há mui­­ta arrelia, e o que au­men­ta o co­nhe­ci­mento, aumenta o sofri­mento” (Ecl 1, 17-18).
       Em Job encontramos o mesmo lamento. O mal seria consequência/castigo do pecado. Job descobre que a sua vida corre mal, o que é uma tremenda injustiça. Sempre se dedicou a fazer o bem, a viver segundo a justiça, a praticar boas obras, a usar de misericórdia. No final, de nada lhe adiantou ser bom e justo, o mundo desabou sobre ele.
       Haverá lugar para a esperança? Ouvirá Deus a minha prece? Onde Se esconde Deus quando preciso d’Ele?

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4248, de 21 de janeiro de 2014

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O pacote de bolachas


Uma moça estava à espera do seu voo, na sala de embarque de um grande aeroporto. Como deveria aguardar ainda muitas horas, resolveu comprar um livro para passar o tempo. E comprou também um pacote de bolachas.

Em seguida, acomodou-se numa poltrona, na sala Vip do aeroporto, para que pudesse descansar e ler em paz. Ao lado da poltrona, sentou-se um homem que abriu uma revista e começou a ler.

Quando ela tirou a primeira bolacha do pacote, o homem também pegou numa. Sentiu-se indignada, mas não disse nada. Apenas pensou: «Mas que cara de pau! Se eu estivesse maldisposta, daria um soco no olho dele, para nunca mais esquecer este atrevimento!»

A cada bolacha que ela pegava, o homem também tirava uma. Aquilo foi-a deixando indignada, mas não conseguia reagir. Quando restava apenas uma bolacha, ela pensou:

«Ah... O que é que este abusador vai fazer agora?»

Então, o homem dividiu a última bolacha ao meio, deixando a outra metade para ela. «Ah! Aquilo era de mais!!!» Ela bufava de raiva.

Pegou no livro e nas suas coisas e dirigiu-se para a porta de embarque.

Quando se sentou, confortavelmente, numa poltrona, já no interior do avião, olhou para dentro da bolsa para tirar uma coisa; para sua surpresa, o pacote de bolachas estava lá, ainda intacto, fechado! Ela sentiu uma imensa vergonha! Percebeu que, afinal, ela é que tinha errado...

Ela tinha-se esquecido de que as bolachas estavam guardadas na sua bolsa. E o homem havia dividido o pacote dele sem se sentir indignado, enervado ou revoltado. Enquanto ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar a dividir com ele as bolachas dela. E já não havia tempo para se explicar nem para pedir desculpas!

Moral: Antes de tirares conclusões, observa melhor! Talvez as coisas não sejam exactamente como pensas! Não penses o que não sabes acerca das pessoas. Existem quatro coisas que não se recuperam nunca: a pedra depois de atirada; a palavra depois de proferida; a ocasião depois de perdida e o tempo depois de passado!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Lição de perseverança!

Já observou a atitude dos pássaros perante as adversidades?

Ficam dias e dias fazendo o seu ninho, recolhendo materiais, às vezes trazidos de locais distantes...
... E quando ele já está pronto e estão preparados para pôr os ovos, as inclemências do tempo ou a acção do ser humano ou de algum animal destrói o que com tanto esforço se conseguiu...

O que faz o pássaro? Pára, abandona a tarefa? De maneira nenhuma. Começa, outra vez, até que no ninho apareçam os primeiros ovos. Muitas vezes, antes que nasçam os filhotes, um animal, uma criança, uma tormenta, volta a destruir o ninho, mas agora com seu precioso conteúdo...

Dói recomeçar do zero... Mas ainda assim o pássaro jamais emudece, nem retrocede, segue cantando e construindo, construindo e cantando...
Já sentiu que a sua vida,o seu trabalho,a sua família,os seus amigos não são o que você sonhou?

Tem vontade de dizer basta, não vale a pena o esforço, isto é demasiado para mim?

Você está cansado de recomeçar, do desgaste da luta diária, da confiança traída, das metas não alcançadas quando estava a ponto de conseguir?
Mesmo que a vida o golpeie mais uma vez, não se entregue nunca, faça uma oração, ponha sua esperança na frente e avance.Não se preocupe se na batalha for ferido, é esperado que algo assim aconteça.Junte os pedaços de sua esperança, arme-a de novo e volte a ir em frente.

Não importa o que você passe... Não desanime, siga adiante.
A vida é um desafio constante, mas vale a pena aceitá-lo.
E sobretudo... Nunca deixe de cantar.