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quinta-feira, 16 de março de 2017

O pobre Lázaro e rico avarento...

       Disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico, que se vestia de linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre chamado Lázaro jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele saciar-se com os restos caídos da mesa do rico; mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas’. Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que, se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo’. O rico exclamou: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha casa paterna – pois tenho cinco irmãos – para que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento’. Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão’. Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos’» (Lc 16,19-31).
       Esta parábola de Jesus é ainda mais provocante e significativa nos dias que correm.
       Em todos os tempos, é visível a dicotomia entre os que mandam e os que obedecem, os que têm e os que nada têm, os que vivem abastadamente e os que vivem na indigência.
       Ao tempo de Jesus, existiam os homens livres e os escravos. Uns viviam regaladamente em seus palácios, subjugando súbditos, gozando a vida, dando largas a todos os luxos, vivendo faustosamente, sem se importarem dos que viviam na miséria, não porque não tivessem feito por isso, mas simplesmente porque eram de outra classe e não tinham direito a almejar por melhores condições de vida. Um fosso gigantesco, determinado por nascimento. Quem nascia em família pobre, seria sempre pobre; quem nascesse em berço de ouro, viveria sempre na abundância, a não ser que acontecesse alguma desgraça.
       No nosso tempo, o fosso entre ricos e pobres, entre magnatas e pedintes, alargou-se, muitas vezes não pelo mérito dos primeiros, mas pelo trabalho e inteligência dos segundos. Não está em causa a criação de riqueza, quando resulta do trabalho honesto e recompensa uns e outros, patrões e trabalhadores. O problema é quando a riqueza se faz à custa dos mais pobres, dos que trabalham, dos malabarismos corruptos, da desonestidade. Por isso também se verifica que há cada vez um fosso maior, mas também que há cada vez mais pobres e uma crescente concentração de riqueza num número cada vez mais reduzido de pessoas e de empresas.
       Em tempo de crise vem ao de cima a fragilidade das economias que procuram satisfazer apenas o lucro esquecendo as pessoas e as famílias. Faltou a aposta na formação, habilitação e (re)qualificação) - daria menos lucro -, no investimento em novos produtos, na modernização de equipamentos e gestão, na reconversão de empresas, na promoção do melhor que havia e há nas empresas: as pessoas.
       Certamente que Jesus, naquele e neste tempo, não diaboliza a economia ou a riqueza, mas enquadra-a num contexto mais amplo. A pessoa há-de estar em primeiro lugar. A economia não é um fim em si mesmo, deve estar ao serviço da pessoa, da sua dignidade, do seu desenvolvimento.
       E ainda que por vezes a pobreza se tenha tornado endémica - "pobres sempre os tereis" -, a responsabilidade dos cristãos é permanente, procurar viver solidariamente como irmãos, partilhar com os mais desfavorecidos, não apenas os bens materiais, mas os valores, a cultura, os bens intelectuais e espirituais, lembrando aqui o provérbio japonês: não se deve dar o peixe, mas deve dar-se a cana e ensinar a pescar. Obviamente, que num primeiro momento é necessário também prover ao alimento e aos bens materiais essenciais, dar o peixe e a cana, ensinar a pescar...

sábado, 3 de agosto de 2013

XVIII Domingo do Tempo Comum - ano C - 4 de agosto

       1 – “Saciai-nos desde a manhã com a Vossa bondade para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias. Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus. Confirmai, Senhor, a obra das Vossas mãos”.
         Invocamos a bênção de Deus para que os nossos dias não sejam em vão e para que o nosso tempo tenha sentido, na abertura solidária aos outros, na busca do olhar de Deus sobre nós. Tão atarefados andamos que a vida se escapa entre as mãos, ora o tempo passa depressa de mais, ora demasiado lento. Só em Deus tornamos os nossos dias abençoados. Como popularmente se diz, vale mais quem Deus ajuda do que quem madruga.
       Procuremos Jesus em toda a parte e sobretudo nos irmãos, comprometidos na transformação do mundo, com o coração impelido para as alturas. A nossa pátria é junto de Deus. Vivamos nesta sadia tensão: alavancados pelo amor eterno de Deus, peregrinos com os outros, testemunhando a salvação pela qual Jesus nos introduz na vida de Deus.
“Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Fazei morrer o que em vós é terreno... Não mintais uns aos outros, vós que vos revestistes do homem novo, que se vai renovando à imagem do seu Criador. Aí não há grego ou judeu, escravo ou livre; o que há é Cristo, que é tudo e está em todos”.
       A Ressurreição de Jesus não é apenas a antecipação da nossa, mas um processo que nos envolve, numa relação cósmica com todo o universo. Vivemos renovados pela redenção operada em Cristo. Com a Sua oferenda ao Pai, oferece também a nossa vida. Ele está em todos. A nossa vida está agora escondida com Cristo em Deus. Procuremo-l’O para O encontrarmos em nós, nos outros, no mundo.
       2 – “Vaidade das vaidades – diz Qohélet – vaidade das vaidades: tudo é vaidade. Quem trabalhou com sabedoria, ciência e êxito, tem de deixar tudo a outro que nada fez. Também isto é vaidade e grande desgraça. Mas então, que aproveita ao homem todo o seu trabalho e a ânsia com que se afadigou debaixo do sol? Na verdade, todos os seus dias são cheios de dores e os seus trabalhos cheios de cuidados e preocupações; e nem de noite o seu coração descansa. Também isto é vaidade”.
        Aparentemente Qohélet faz uma confissão de desencanto, de desilusão. Tudo é igual, todos os dias se repetem constantemente. Não há nada de novo debaixo do Céu. Trabalho e canseiras, cuidados e preocupações, tudo é em vão. Nem de noite o coração descansa. Tanta vida que depois tem que se deixar a outros. A experiência não permite grandes voos, pelo contrário, provoca ansiedade. Bons e maus têm o mesmo destino. Por vezes, parece que os que praticam o mal são abençoados, e os que praticam o bem são amaldiçoados.
       O autor, tal como Job, coloca em causa a sabedoria tradicional, onde sobrevinha uma correlação direta entre a bênção e a justiça, os bons eram recompensados e os maus castigados. Job e Qohélet concluem que há homens justos cujos padecimentos são injustificados.
       Começa uma intuição luminosa, a mão invisível de Deus vai agindo na pessoa e no mundo. “Todas as coisas que Deus fez, são boas a seu tempo. Até a eternidade colocou no coração deles, sem que nenhum ser humano possa compreender a obra divina do princípio ao fim” (3,11). Sanciona a solidariedade: “É melhor dois do que um só: tirarão melhor proveito do seu esforço. Se caírem, um ergue o seu companheiro. Mas ai do solitário que cai: não tem outro para o levantar!” (4, 9-10). Aproxima-te de Deus para O escutares, não sejas insensato.
       3 – Jesus liberta-nos do ciclo de violência e de pecado, de sofrimento e de morte, colocando a nossa natureza humana à direita do Pai, atraindo-nos da eternidade, do futuro de Deus. N'Ele descansa verdadeiramente a nossa alma. Se com Ele ressuscitámos, com Ele instauremos o reino de paz, de justiça e de amor.
       Em Cristo a LUZ de Deus ilumina toda a treva, cimentando a nossa esperança. Aquilo que os sábios Qohélet e Job intuíam em luz difusa, Jesus clarifica na abundância do Seu amor, com a Sua vida, e sobretudo no mistério da Sua morte e ressurreição, com a vastidão de Deus a chegar a toda a parte, tudo em todos. A ressurreição não deixa nada nem ninguém de fora. Na fragilidade dos nossos dias advém a certeza que Deus nos guia e levanta o nosso olhar. Se nos abrimos à Sua ternura e companhia, não ficaremos náufragos do pecado, do egoísmo e da morte. Ele ilumina tudo, os nossos medos e sofrimentos, as nossas dúvidas e hesitações, a nossa insuficiência.
       4 – Um homem aproxima-se de Jesus para que Ele resolva uma contenda de irmãos. Jesus questiona: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?» E logo alerta: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». A avareza brota do coração, da inveja descontrolada, do ciúme. Trata-se de uma atitude e não tem correlação direta com os bens que se possuem. Há pobres e ricos avarentos.
        Por outro lado, não peçamos a Deus que resolva o que está ao nosso alcance resolver, quando muito peçamos para nos dar o discernimento para escolhermos o melhor bem, para aceitarmos as nossas limitações e a capacidade generosa de trabalharmos pela justiça e pela paz.
       Como o têm sublinhado a Doutrina Social da Igreja, os bens materiais e a riqueza deverão atender à justiça e à dignidade das pessoas e das famílias, não as sujeitando a jogos de interesses e a um capitalismo selvagem que não leve em conta a pessoa como fim. O que acontece, muitas vezes, é que as pessoas contam como números e enquanto geram riqueza, e riqueza da qual não beneficiam.
        Quem trabalha merece ser compensado com justiça e equidade, ainda que o trabalho também deva gerar capital e investimento, assegurando dessa forma a criação de riqueza e de mais emprego para que muitos mais tenham acesso aos recursos da terra e a oportunidade de viverem com o fruto do trabalho, realizando-se como pessoas. Numa perspetiva cristã, mais se acentua a dignificação da pessoa e do trabalho como forma de cooperar na obra criadora de Deus.
       Importa, desde logo, não descartar a relevância da caridade, da partilha solidária, com quem não tem ou não pode ter, ou que pelas circunstâncias atuais, do ambiente em que nasceu, ou por limitações pessoais ou outras, não pode trabalhar ou simplesmente não tem acesso ao trabalho, ou o trabalho não lhe permite viver com a devida dignidade, e assim à respetiva família.
       5 – Para uns e outros, Jesus reafirma: «Guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens...». Importa tornar-se rico aos olhos de Deus. O que acumula apenas para si acabará por se perder. Tarde, por vezes, nos damos conta que dependemos uns dos outros, no bem e no mal. Beneficiamos do bem alheio e somos atingidos pelo mal dos outros.
        Socorramo-nos novamente de Qohélet, noutras passagens: “Aquele que ama o dinheiro nunca se saciará do dinheiro, e aquele que ama a riqueza, a riqueza não virá ao seu encontro... Doce é o sono do trabalhador, quer tenha comido pouco ou muito; mas a abundância do rico não o deixa dormir descansado... Assim como saiu nu do ventre de sua mãe, de novo nu partirá como veio” (5, 9.14). “Então o pó voltará à terra de onde saiu e o espírito voltará para Deus que o concedeu... Deus pedirá contas, no dia de juízo, de tudo o que está oculto, quer seja bom, quer seja mau” (12, 7, 14).
       Aspirando às coisas do alto, o dever do discípulo de Cristo é para com o mundo e para com os outros. De novo e sempre o duplo mandamento do amor. Amamos a Deus, amemos também os irmãos. Lembremo-nos sempre que no final seremos julgados pelo amor, pela prática do bem, pela assunção da caridade, e não pela acumulação de bens e de riqueza.
       O Pão nosso de cada dia nos dai hoje, Senhor. Mas dai-nos também a alegria e a coragem da partilha solidária, valorizando o fruto do nosso trabalho e tornando-o dom. “Ensinai-nos a contar os nossos dias, para chegarmos à sabedoria do coração”. Que as preocupações do tempo presente não nos façam esquecer a nossa origem e o nosso fim comum: em Deus, para Deus, com os outros.


Textos para a Eucaristia (ano C): Co (Ecle) 1, 2; 2, 21-23; Sl 89 (90); Col 3, 1-5.9-11; Lc 12, 13-21.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Uma jóia de real valor

"... Não tendes vós muito mais valor do que elas?" (Mateus
6,26)

Uma família tinha um belo vaso que era uma relíquia dos
antepassados. A pequena filha ouviu de sua mãe: "É nosso
tesouro de família". Certo dia, ouviu-se um grande estrondo
e a pequena menina começou a lamentar-se. A mãe, correndo,
veio a seu encontro e a encontrou caída, chorando, ao lado
do vaso quebrado. "Que aconteceu?" perguntou à filha. "Eu
quebrei o tesouro de família", ela respondeu, ainda
soluçando. Sua mãe a levantou e disse: "Sim, mas você está
bem". Quando a menina se tornou adulta ela comentou: "eu
descobri, naquele dia, que eu era o verdadeiro tesouro de
família."

É incrível como valorizamos as coisas materiais desse mundo,
como se fossem tesouros imprescindíveis à nossa felicidade.
Cremos que seremos felizes se tivermos muitos desses
tesouros e infelizes se nada tivermos. Damos exagerado valor
a coisas que não têm valor e não atinamos para o fato de que
nós, filhos escolhidos e separados por Deus, somos os
verdadeiros tesouros desse mundo. Somos nós que temos valor
e não os objectos que possuímos ou não.

Não é o nosso belo carro que herdará os Céus de glória, nem
a nossa bela casa próxima ao mar, nem o grande saldo em
nossas contas bancárias. Tudo isso é passageiro e ficará
aqui neste mundo. O que realmente tem valor é a nossa vida.
Foi por nós que Jesus veio a este mundo. Foi por nós que Ele
morreu na cruz. Foi para nós que Ele preparou as moradas
celestiais. Nós somos o tesouro real e eterno!

Sim, temos muito mais valor que os pássaros de nosso verso
inicial. Temos mais valor que as mais caras jóias desse
mundo. Temos muito mais valor do que os anseios frustrados
que ficaram para trás.

Você é a grande jóia de Deus! Deixe que Ele guarde esse
tesouro... para sempre!

(autor Paulo Roberto Barbosa)

sábado, 25 de setembro de 2010

XXVI Domingo Tempo Comum - 26/setembro

       1 – "Um pobre, chamado Lázaro, jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava saciar-se do que caía da mesa do rico, mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas..."(Evangelho).
       Esta parábola de Jesus é ainda mais provocante e significativa nos dias que correm.
       Em todos os tempos, por nós conhecidos, a dicotomia entre os que mandam e os que obedecem, os que têm e os que nada têm, os que vivem abastadamente e os que vivem na indigência.
       Ao tempo de Jesus, existiam os homens livres e os escravos. Uns viviam regaladamente em seus palácios, subjugando súbditos, gozando a vida, dando largas a todos os luxos, vivendo faustosamente, sem se importarem dos que viviam na miséria, não porque não tivessem feito por isso, mas simplesmente porque eram de outra classe e não tinham direito a almejar por melhores condições de vida. Um fosso gigantesco, determinado por nascimento. Quem nascia em família pobre, seria sempre pobre; quem nascesse em berço de ouro, viveria sempre na abundância, a não ser que acontecesse alguma desgraça.
       No nosso tempo, o fosso entre ricos e pobres, entre magnatas e pedintes, alargou-se, muitas vezes não pelo mérito dos primeiros, mas pelo trabalho e inteligência dos segundos. Não está em causa a criação de riqueza, quando resulta do trabalho honesto e recompensa uns e outros, patrões e trabalhadores. O problema é quando a riqueza se faz à custa dos mais pobres, dos que trabalham, dos malabarismos corruptos, da desonestidade. Por isso também se verifica que há cada vez um fosso maior, mas também que há cada vez mais pobres e uma crescente concentração de riqueza num número cada vez mais reduzido de pessoas e de empresas.
        Em tempo de crise vem ao de cima da fragilidade das economias que procuram satisfazer apenas o lucro e em que as pessoas e as famílias são esquecidas. Faltou a aposta na formação, habilitação e (re)qualificação) - daria menos lucro -, no investimento em novos produtos, na modernização de equipamentos e gestão,  na reconversão de empresas, na promoção do melhor que havia e há nas empresas: as pessoas.
       2 - Certamente que Jesus, naquele e neste tempo, não diaboliza a economia ou a riqueza, mas enquadra-a num contexto mais amplo. A pessoa há-de estar em primeiro lugar. A economia não é um fim em si mesmo, deve estar ao serviço da pessoa, da sua dignidade, do seu desenvolvimento.
       E ainda que por vezes a pobreza se tenha tornado endémica - "pobres sempre os tereis" -, a responsabilidade dos cristãos é permanente, procurar viver solidariamente como irmãos, partilhar com os mais desfavorecidos, não apenas os bens materiais, mas os valores, a cultura, os bens intelectuais e espirituais, lembrando aqui o provérbio japonês: não se deve dar o peixe, mas deve dar-se a cana e ensinar a pescar. Obviamente, que num primeiro momento é necessário também prover ao alimento e aos bens materiais essenciais, dar o peixe e a cana, ensinar a pescar...
       Já o profeta alertava: "ai daqueles que vivem comodamente em Sião e dos que se sentem tranquilos no monte da Samaria" (1.ª leitura). O cristão não pode viver indiferente à miséria. Não se prega a estômagos vazios. Na comunidade não se pode dizer a alguém vai em paz, sabendo que a pessoa não tem que comer ou que vestir, ou onde repousar. No Juízo Final, diz-nos Jesus, o que tivermos feito aos irmãos mais pequenos, pobres, desfavorecidos,, excluídos, marginalizados, esquecidos, é a Ele que o fizemos ou deixámos de fazer. Poderemos deixar Jesus na rua, com fome, a morrer de frio, de aconchego?
        É também neste sentido que podemos escutar o que nos diz São Paulo, na Segunda Leitura: "Tu, homem de Deus, pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas".
_________________
Textos para a Eucaristia (ano C): Am 6,1a.4-7; 1 Tim 6,11-16; Lc 16,19-31

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

NÃO ESQUEÇA O PRINCIPAL!

Conta a lenda que certa mulher pobre com uma criança no colo, passou diante de uma caverna e escutou uma voz misteriosa que lá dentro dizia:
"Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: Depois que você sair, a porta se fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal..."
A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental. A voz misteriosa falou novamente:

"Você agora, só tem oito minutos."

Esgotados os oito minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou. Lembrou-se, então, que a criança lá ficara e a porta estava fechada para sempre!

A riqueza durou pouco e o desespero, sempre. O mesmo acontece, por vezes, connosco. Temos uns oitenta anos para viver, neste mundo, e uma voz sempre nos adverte:
"Não se esqueça do principal!"

E o principal são os valores espirituais, a oração, a vigilância, a vida.

Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais nos fascinam tanto que o principal vai ficando sempre de lado. Assim esgotamos o nosso tempo, aqui, e deixamos de lado o essencial: "OS TESOUROS DA ALMA!"

Que jamais nos esqueçamos que a vida, neste mundo, passa rápido e que a morte chega de inesperado, e quando a porta desta vida se fechar para nós, de nada valerão as lamentações.

"NÃO ESQUEÇAMOS DO PRINCIPAL!"
Dê importância à sua família, seus amigos, seu companheiro, esses sim, são tesouros preciosos e valiosos demais para deixarmos partir sem apreciar os momentos com eles.

Autor desconhecido

quinta-feira, 27 de maio de 2010

800,00 € por dia para cada jogador da Selecção...

       Definitivamente a crise não é para todos.
       É necessário que o IVA aumente de 20% para 21% e assim noutros impostos...
       A Selecção Portuguesa representa, e muito bem, todo o país e, por conseguinte, todos pagámos a participação de Portugal no Mundial de Futebol, na África do Sul, até mesmo aqueles que ganham bem menos que o ordenado mínimo nacional contribuem para os € 800,00 diários de cada jogador, o que corresponderá a € 24.000,00 (vinte e quatro mil euros) em 30 dias, mais do que ganham uma maioria silenciosa de portugueses. Cada jogador já tem garantidos € 30.400,00... No regresso podem fazer umas belíssimas férias!
       Dá que pensar! Quando Bento XVI se deslocou a Portugal, com a maioria das despesas pagas por particulares e por empresas privadas, algumas vozes se levantaram. E que dizer duma situação destas? Há uns bons jogadores na minha terra natal que não se importavam de ir ao Mundial, ficavam com o ano profissional resolvido!
       Também ficámos muito tristes e sensibilizados que os ordenados dos Deputados que elegemos passem a ganhar menos 5% por mês, ainda que tenham telemóvel do Estado, carro, gasóleo, e outras mordomias!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Riqueza

A riqueza não depende do dinheiro que tenhamos acumulado. Quem tem riquezas e não sabe ajudar o próximo é pobre. Quem guarda com avareza os dons que recebeu é pobre. Quem não sabe dar de si mesmo uma palavra, um sorriso, é pobre. Mas aquele que, mesmo pouco ou nada tendo, sabe doar-se em ajuda ao próximo, esse é rico, imensamente rico.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Simplesmente ame!

A inteligência sem amor, te faz prepotente.
A justiça sem amor, te faz implacável.
A diplomacia sem amor, te faz hipócrita.
O êxito sem amor, te faz arrogante.
A riqueza sem amor, te faz avaro.
A docilidade sem amor, te faz servil.
A pobreza sem amor, te faz orgulhoso.
A beleza sem amor, te faz fútil.
A autoridade sem amor, te faz tirano.
O trabalho sem amor, te faz escravo.
A simplicidade sem amor, te deprecia.
A oração sem amor, te faz introvertido e sem propósito.
A lei sem amor, te escraviza.
A política sem amor, te deixa egoísta.
A fé sem amor, te deixa fanático.
A cruz sem amor se converte em tortura.
A vida sem amor...
... não tem sentido!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Lições para a Vida...

As imagens de orquídeas são colírio para os olhos, as sábias frases que as acompanham são momentos para reflectir e o fundo musical contagia a alma.


A Natureza é perfeita em todos os sentidos.Temos um tesouro nas mãos que recebemos de graça.Uma grande maioria não sabe dar valor a isso.Seria muito bem, se esses tesouros durassem para sempre e não só em fotos.As flores são presentes de Deus.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Riqueza e pobreza

Um dia, um pai de família rica levou o seu filho para viajar para o interior com o firme propósito de mostrar quanto as pessoas podem ser pobres.
Eles passaram um dia e uma noite na fazenda de uma família muito pobre. Quando regressaram da viagem o pai perguntou ao filho:
- Como foi a viagem?
- Muito boa, pai!
- Viste o quanto pobres podem ser as pessoas? - perguntou o pai.
- Sim.
- E o que é que aprendeste? - questionou o pai.
E o filho respondeu:
- Eu vi que nós temos um cão em casa, e eles têm quatro. Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim; eles têm um riacho que não tem fim.
Nós temos uma varanda coberta e iluminada com luz, eles têm as estrelas e a lua.
O nosso quintal vai até ao portão de entrada, eles têm uma floresta inteira.
Quando o rapaz estava a acabar de responder, o pai ficou estupefacto.
O filho acrescentou:
- Obrigado, pai, por mostrares-me o quanto "pobres" nós somos!

MORAL DA HISTÓRIA

Tudo o que tu tens depende da maneira como olhas para as coisas. Se tens amor, amigos, família, saúde, bom humor e atitudes positivas para com a vida, tens tudo. Se és "pobre de espírito", não tens nada!

Rita Pando Dias de Oliveira

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ter ou ser?

Um pai, numa situação muito confortável de vida, resolveu dar uma lição ao seu filho ensinando o que é ser pobre. Ficaria hospedado por alguns dias na casa de uma família de camponeses. O menino passou três dias e três noites vivendo no campo.

No carro, voltando para a cidade, o pai perguntou-lhe: “Como foi a tua experiência?” “Boa.” respondeu o filho, com o olhar perdido à distância.

“E o que aprendeste?”, insistiu o pai.

O filho respondeu:
“Que nós temos um cachorro e eles têm quatro. Que nós temos uma piscina com água tratada, que chega até metade do nosso quintal. Eles têm um rio sem fim, de água cristalina, onde têm peixinhos e outras belezas. Que importamos lustres do Oriente para iluminar nosso jardim , enquanto eles têm as estrelas e a lua para iluminá-los. Nosso quintal chega até o muro.
O deles chega até o horizonte. Compramos a nossa comida e aquecemos em microondas, eles cozinham em fogão a lenha. Ouvimos CD's, Mp3, eles ouvem a sinfonia dos pássaros, sapos, grilos, tudo isso às vezes acompanhado pelo sonoro canto de um vizinho trabalhando sua terra. Para nos protegermos vivemos rodeados por um muro, com alarmes... Eles vivem com suas portas abertas, protegidos pela amizade de seus vizinhos. Vivemos conectados ao celular, ao computador, neuroticamente actualizados. Eles estão "conectados" à vida, ao céu, ao sol, à água, ao campo, animais, às suas sombras, à sua família.”

O pai ficou impressionado com a profundidade de seu filho e então o filho terminou: “Obrigado, pai, por me ter ensinado o quanto somos pobres! “

Aí estão, as grandes obras de Deus. Um tapete sobre nossos pés e estendido nos céus. Temos olhos para ver, ouvidos para ouvir, mas falta a humildade em nossa mente e coração para poder sentir.

Esta é a diferença entre o pobre e o rico, entre o ter e o ser.

Que possamos sentir-nos verdadeiramente pobres, para poder crescer.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Migalhas de Fé (continuação)

Na vida, é importante distinguir entre o que necessitas e o que queres. Por vezes, decidir querer menos e sentir-se bem com o que se tem, pode simplificar enormemente a tua vida.

«Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber,nem quanto ao vosso corpo,com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido?» (Mt 6,25)

Extraído de"Migalhas de Fé" - Para Seres o Teu Melhor Amigo, de Phil Etienne