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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

CEP - Normas para Jejum e a abstinência

Jejum e abstinência
       3. O jejum é a forma de penitência que consiste na privação de alimentos. Na disciplina tradicional da Igreja, a concretização do jejum fazia-se limitando a alimentação diária a uma refeição, embora não se excluísse que se pudesse tomar alimentos ligeiros às horas das outras refeições.
       Ainda que convenha manter-se esta forma tradicional de jejuar, contudo os fiéis poderão cumprir o preceito do jejum privando-se de uma quantidade ou qualidade de alimentos ou bebidas que constituam verdadeira privação ou penitência.
       4. A abstinência, por sua vez, consiste na escolha de uma alimentação simples e pobre. A sua concretização na disciplina tradicional da Igreja era a abstenção de carne. Será muito aconselhável manter-se esta forma de abstinência, particularmente nas sextas-feiras da Quaresma. Mas poderá ser substituída pela privação de outros alimentos e bebidas, sobretudo mais requintados e dispendiosos ou da especial preferência de cada um.
       Contudo, devido à evolução das condições sociais e do género de alimentação, aquela concretização pode não bastar para praticar a abstinência como acto penitencial. Lembrem-se os fiéis de que o essencial do espírito de abstinência é o que dizemos acima, ou seja, a escolha de uma alimentação simples e pobre e a renúncia ao luxo e ao esbanjamento. Só assim a abstinência será privação e se revestirá de carácter penitencial.

Determinações relativas ao jejum e à abstinência
       5. O jejum e a abstinência são obrigatórios em Quarta-feira de Cinzas e em Sexta-feira Santa.

       6. A abstinência é obrigatória, no decurso do ano, em todas as sextas-feiras que não coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades. Esta forma de penitência reveste-se, no entanto, de significado especial nas sextas-feiras da Quaresma.

       7. O preceito da abstinência obriga os fiéis a partir dos 14 anos completos.
       O preceito do jejum obriga os fiéis que tenham feito 18 anos até terem completado os 59.
       Aos que tiverem menos de 14 anos, deverão os pastores de almas e os pais procurar atentamente formá-los no verdadeiro sentido da penitência, sugerindo-lhes outros modos de a exprimirem. 
       8. As presentes determinações sobre o jejum e a abstinência apenas se aplicam em condições normais de saúde, estando os doentes, por conseguinte, dispensados da sua observância.

Determinações relativas a outras penitências
       9. Nas sextas-feiras poderão os fiéis cumprir o preceito penitencial, quer fazendo penitência como acima ficou dito, quer escolhendo formas de penitência reconhecidas pela tradição, tais como a oração e a esmola, ou mesmo optar por outras formas, de escolha pessoal, como, por exemplo, privar-se de fumar, de algum espectáculo, etc.

       13. Os cristãos depositarão o seu contributo penitencial em lugar devidamente identificado em cada igreja ou capela, ou através da Cúria diocesana. Na Quaresma, todavia, em vez desta modalidade ou concomitantemente com ela, o contributo poderá ser entregue no ofertório da Missa dominical, em dia para o efeito fixado. 

N.B. - RENÚNCIA QUARESMAL 2018

(Da Mensagem de D. António Couto)

Vamos destinar uma parte da esmola da nossa Caridade quaresmal para as obras em curso no nosso Seminário de Lamego, para podermos acolher mais e mais irmãos e irmãs, e a todos oferecer, em condições dignas, mais tempos de formação, oração, bem-estar e convívio.
Vamos destinar outra parte da esmola da nossa Caridade para levar um pequeno gesto de carinho e um pequeno bálsamo aos nossos irmãos e irmãs da África, mais concretamente da República Democrática do Congo, Diocese de Beni-Butembo, região do Kivu-Norte. Trata-se de populações massacradas desde 1996 por toda a espécie de guerras e violências….
Este caminho da nossa Caridade Quaresmal será anunciado, como de costume, em todas as Igrejas da nossa Diocese no Domingo I da Quaresma, realizando-se a Coleta no Domingo de Ramos na Paixão do Senhor.

CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA. Normas para o Jejum e a Abstinência. (publicadas com a data 28 de Janeiro de 1985).

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A Dívida Soberana - 7 Mandamentos...

O pão multiplica-se quando aceita ser repartido.
A gramática da Vida é a condivisão.
       1º - A primeira de todas as dívidas soberanas, e certamente a mais fundamental, é aquela que cada um de nós mantém para com a Vida. Essa dívida nunca a pagaremos, nem ela pretende ser cobrada. Reconhecer isso em todos os momentos, sobretudo naqueles mais exigentes e confusos, é o primeiro dos mandamentos.

       2º - Se a maior de todas as dívidas soberanas é para com um dom sem preço como a vida, cada pessoa nasce (e cresce, e ama, luta, sonha e morre) hipotecada ao infinito e criativo da gratidão. A dívida soberana que a vida é jamais se transforma em ameaça. Ela é, sim, ponto de partida para a descoberta de que viemos do dom e só seremos felizes caminhando para ele. É o segundo mandamento.

       3º - O terceiro mandamento lembra-nos aquilo que cada um sabe já, no fundo da sua alma. Isto de que não somos apenas o recetáculo estático da Vida, mas cúmplices, veículos e protagonistas da sua transmissão.

       4º - O quarto mandamento compromete-nos na construção. Aquilo que une a diversidade das profissões e as amplas modalidades do viver só pode ser o seguinte: sentimo-nos honrados por poder servir a Vida. Que cada um a sirva, então, investindo aí toda a lealdade, toda a capacidade de entrega, toda a energia da sua criatividade.

       5º - A imagem mais poderosa da Vida é uma roda fraterna, e é nela que todos estamos, dadas as nossas mãos. A inclusão representa, por isso, não apenas um valor, mas a condição necessária. O quinto mandamento desafia-nos à consciência e à prática permanente da inclusão.

       6º - As mãos parecem quase florescer quando se abrem. Os braços como que se alongam quando partem para um abraço. O pão multiplica-se quando aceita ser repartido. A gramática da Vida é a condivisão. Esse é o mandamento sexto.

       7º - O sétimo mandamento resume todos os outros, pois lembra-nos o dever (ou melhor, o poder) da esperança. A esperança reanima e revitaliza. A esperança vence o descrédito que se abate sobre o Homem. A esperança insufla de Espírito o presente da história. Só a esperança, e uma Esperança Maior, faz justiça à Vida.

José Tolentino Mendonça, Editorial Agência Ecclesia.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Editorial Voz Jovem - maio 2012

       A comunidade de Jerusalém é modelar, ainda hoje, ou sobretudo hoje, para as comunidades cristãs. “Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações… Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum… Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração” (Atos 2, 42-47).
       A descrição dá-nos uma ideia da vivacidade dos crentes e das relações solidárias e fraternas entre todos. Funcionam a um só coração, voltados para Jesus Cristo e para a Sua postura de amor, de entrega, de inclusão.
       A partir desta descrição, nestes meses de maio e de junho, mas solidificando o que deve ser sempre a comunidade dos cristãos, sublinhamos três realidades essenciais na vivência da nossa fé e no compromisso com os outros.
       A oração é o ponto de partida e de chegada da nossa fé. Há de ser o nosso alimento. O paradigma é Jesus Cristo. Sempre que se aproximam ocasiões decisivas, Ele afasta-Se para rezar, para escutar a Deus, Seu e nosso Pai. Este afastamento é físico mas não espiritual, pois pela oração tornamo-nos mais próximos uns dos outros. Se todos estamos unidos a Deus nem a realidade espácio-temporal inibe a nossa cumplicidade, a nossa comunhão.
       Por outro lado, há de ser na oração que descobrimos a alegria de sermos cristãos, filhos amados de Deus, abrindo a nossa mente e o nosso coração para acolhermos o Espírito Santo na força da Sua luz e da Sua graça santificante.
       Como fácil se conclui, a oração não nos isola, não nos desliga do mundo das pessoas. Ao invés, a oração une-nos mais radicalmente aos outros e ao mundo. A oração reenvia-nos na missão de testemunharmos a todos e em toda a parte o amor de Deus que experimentamos em nossas vidas, ainda que em momentos de sofrimento, de solidão e de doença, tenhamos mais dificuldade em expressar a alegria e a confiança no Deus da Vida e do Amor, do Encontro e da Festa. 
       Em Jesus, Deus faz-nos para sempre partícipes da Sua vida. Somos filhos no Filho. Somos herdeiros da vida eterna. Somos raça de Deus, portamos em nós as marcas do amor divino. No código de barras, que é cada um de nós, pode ler-se a pertença a Deus, a nossa origem, o nosso chão seguro, a casa do nosso conforto, da nossa confiança. É o amor maior. Somos habitação de Deus. Jesus, o rosto do Pai, e nós, o rosto de Cristo, que nos mostra os sinais da Sua paixão, as marcas do amor que nos devota. O amor que O leva a estender os braços na Cruz, é o mesmo Amor que se desprende da Cruz e nos abraça, terna e longamente. Da Sua à nossa Ressurreição. Até à eternidade.
       Se cada um é filho de Deus, somos todos irmãos. Comunidade. Família. Não são já os laços de sangue que nos identificam com os outros, mas os laços do amor de Deus em nós. A oração provoca-nos para a missão, com o fito de estreitarmos a comunhão entre todos, coração a coração, como repetidamente nos diz o nosso Bispo.
       Não bastam espaços físicos de encontro, é imperioso que nos encontremos nos sentimentos, nas emoções, nas alegrias e nas tristezas, fazendo da Igreja casa de todos e fazendo com que em cada casa brilhe a luz do Evangelho e da fé em Cristo Jesus. Como no princípio, na comunidade de Jerusalém, bata em nós o coração de Jesus.

domingo, 4 de março de 2012

Cáritas Diocesana de Lamego: mensagem do Responsável

O calendário litúrgico aproxima-nos a passos largos de mais um Dia Cáritas (III Domingo da Quaresma - 11 de março).

"Edificar o Bem Comum, tarefa de todos e de casa um", é o tema deste ano. Cada cristão, em verdadeiros espírito de partilha, é chamado a cooperar na construção dum mundo mais justo e fraterno, começando, antes de mais, pela atenção aos irmãos que fazem parte da comunidade paroquial.

"Se a caridade não está presente no anúncio do Evangelho, qual o Evangelho que se anuncia? Se a caridade não transparece do que se celebrar, que vida cristã é a que se celebra? Que Ressurreição?". Estas questões basilares expressam na perfeição a necessidade de viver a comunhão, promovendo a articulação/cooperação entre todas as Instituições, Movimentos, Grupos que, nas paróquias, atuam na dimensão do Serviço, sem desprezar a participação dos outros setores da Pastoral, em torno da opção preferencial de Cristo pelos mais pobres. É neste sentido que o Sr. Bispo exorta à prioritária e urgente organização do setor da caridade ao nível comunitário/paroquial.

A Cáritas, na qualidade de Serviço do Bispo para a dimensão sócio caritativa, congrega, em si mesma, as referidas "entidades" da Igreja que atuam no espaço diocesano, promovendo a sua animação e sensibilizando para um trabalho que é tão mais urgente, quanto a exigência dos tempos que estamos a atravessar.

Que cada paróquia possa partilhar um pouco do que tem.
Que o amor de Deus, derramado sobre nós, a todos se manifeste na partilha solidária.

Lamego, 27 de fevereiro de 2012
O Presidente da Direção,

Pe. Adriano Monteiro Cardoso.

Não deixe de ler também a Nota Pastoral para o Dia Cáritas 2012

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Hora dos bons interromperem o silêncio

“O que mais preocupa não é o grito dos violentos,
nem dos corruptos,
nem dos desonestos,
nem dos sem caráter,
nem dos sem-ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
                                                 Martin Luther King


       Vivemos, hoje, momentos complexos que ao longo dos anos não quisemos admitir que era o tempo da mudança. A mudança do mundo a que João XXIII foi sensível aprofundou-se e acelerou. A Gaudium et Spes assumiu-o claramente: “verificam-se transformações profundas nos nossos dias, nas estruturas e nas instituições dos povos, que acompanham a sua evolução cultural, económica e social” (G.S. nº 73).
       Meio século depois, os efeitos da mudança contínua alteraram o rosto da humanidade, mudaram os valores das civilizações e traçaram um novo quadro para o sentido da vida, individual e coletiva. E os cristãos não ficaram imunes a esta transformação, mudaram ao ritmo da sociedade, encontrando, em geral, a chave da interpretação da vida e da história, na mudança da sociedade, e não no Evangelho e na fé como fonte de uma compreensão global da existência.
       A transformação tornou-se mais solidária e interventiva, daí a vasta rede de instituições de solidariedade social existentes no nosso País, muitas das quais situadas na área de influência da Igreja Católica, contribuindo para a mudança de paradigma e seu enorme impacto na erradicação da pobreza. Contudo, sabemos que não chega fazer mudanças particulares se vivemos num Estado que gere o dia a dia dos cidadãos, criando-lhes dificuldades de acessos básicos do viver, em vez da melhoria do bem-estar individual e coletivo.
       Exemplo disso é o novo imposto extraordinário, aprovado recentemente e, que irá incidir sobre o subsídio de Natal, afetando milhares de pessoas, nomeadamente os dependentes e pensionistas. Entre tantas outras medidas de austeridade, esta é mais uma grave decisão governamental que coloca as famílias numa situação ainda mais complicada.
       É neste contexto, que as ações desenvolvidas pela Caritas Portuguesa (atuando através das Caritas diocesanas), na conceptualização e na inovação da intervenção social, surgem com particular relevo.
       Em concreto, a Operação 10 Milhões de estrelas – um Gesto pela Paz, apresenta-se como uma resposta na promoção da justiça social e da solidariedade, num momento complexo e ímpar das famílias portuguesas. O apelo à importância das verbas recolhidas por cada Caritas diocesana reforça a eficácia que cada um de nós poderá ter na divulgação e promoção desta ação, contribuindo para o pleno sentido do agir humano tendo em vista o bem comum.
       Através da iniciativa Operação 10 Milhões de estrelas – um Gesto pela Paz, a Caritas Portuguesa lança uma mensagem clara de solidariedade e apela aos cidadãos, em particular aos cristãos, para se mobilizarem em torno dos mais carenciados contribuindo com a compra de uma vela pelo preço de 1 euro.
       Diante do quadro atual de crise, ninguém pode permanecer passivo, como se as soluções para os problemas pessoais e coletivos pudessem vir dos outros, sem o contributo de cada um. O debate que é preciso fazer não deve situar-se apenas ao nível das premissas e dos valores, mas deve igualmente sugerir ações que possam promover a solidariedade.
       A hora difícil que estamos todos a viver ao nível dos valores humanos, requer uma profunda reflexão e o envolvimento alargado da sociedade portuguesa, na resposta aos desafios que se colocam. E dessas respostas sairá a possibilidade de construir, em consenso, uma Economia ao serviço do ser humano e uma Política que a ajude a encontrar-se e a cumprir as tarefas de uma civilização que tem de ser cada vez mais humana.
       Porém, a força e a potência criadora, Deus, é sempre a mesma. Por conseguinte, é no encontro com Deus que os homens e mulheres se transformam fazendo uma história de vida humana em comunhão com uma história divina. Esta é a hora dos bons interromperem o seu silêncio!

Bernardino Silva, Coordenador nacional da Operação 10 Milhões de estrelas – um Gesto pela Paz

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Parábolas sobre o Céu e o Inferno

       Quando frequentava o sétimo ano de escolaridade, há uns anos largos, o Livro de EMRC, trazia uma pequena história/parábola sobre o céu e o inferno:
Dois burros presos um ao outro, com dois fardos de erva, de cada lado. Cada um puxava para o seu monte e a corda não dava para que os dois chegassem ao respectivo monte em simultâneo. Cada um procurava comer do monte de erva que tinha pela frente. Resultou infrutífero. Era o inferno. Numa situação posterior, os dois burros juntaram-se e comeram primeiro de um monte e depois do outro. É o Céu. A partilha leva-nos a lucrar a todos. O egoísmo prejudica-nos a todos.
Uma outra parábola, recolhida sobre esta temática, cuja origem desconhecemos:
Pessoas com um rico manjar pela frente, à base de arroz. Uma condição: para comerem tinham que usar os pauzinhos (comer como os chineses), com dois metros de cumprimento. Cada qual tentava comer o seu manjar, sem se preocupar com o outro, apenas com a preocupação de não deixar nada. Nenhum conseguia comer. Era o inferno. A outra situação mostrava o mesmo manjar delicioso, com as pessoas, alegres e sorridentes, a estenderem a comida à pessoa que tinham à sua frente. Era o Céu. Todos conseguiam comer, saborear, apreciar o outro a comer!!! Partilha e solidariedade.
       Por vezes pequenas gestos decidem a vida e podem alterar o mundo que nos envolve. A atitude é fundamental. Uns diante das imensas dificuldades que a vida lhes coloca, lutam, lutam até vencerem. Outros, com tantas oportunidades mas que não mexem uma palha. Deixam como está. Mas como a história é dinâmica, deixar como está é contribuir para tornar o mundo pior.
       Não cabe aos outros decidir. Cabe a cada um de nós. A felicidade bate-nos à porta, tantas vezes, de tantas maneiras diferentes, em ocasiões diversas. escolhamos ser felizes com os outros. Se ainda assim for difícil, deixemo-nos surpreender por Deus...

Outros textos sobre esta temática, neste nosso blogue.
Ao procurarmos uma imagem que ilustrasse este post, encontramos a segunda imagem também blogada e talvez mais fiel à parábola original, aqui!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

I want to tell you about my feelings

QUERO FALAR CONTIGO SOBRE OS MEUS SENTIMENTOS [1]
       Quero falar contigo sobre os meus sentimentos. Foi assim que a comunicação começou.
       Comunicar é como jogar a bola. Eu atiro a bola e tu apanha-la. E outra vez: eu atiro a bola…
       “Eu quero falar contigo sobre os meus sentimentos”. Foi assim que a comunicação começou. Tal como precisamos de lançar a bola de uma lado para o outro para que haja jogo, nós, para comunicar, precisamos de falar de uns para com os outros sobre os nossos sentimentos.
       Se vós estiverdes demasiadamente perto, ou se estiverdes demasiadamente longe um do outro, não é fácil jogar à bola. Se vós estiverdes demasiadamente perto, ou demasiadamente longe, da pessoa a quem amam, ou do vosso amigo, ou do vosso filho, ou dos vossos pais, não é fácil comunicar.
       A comunicação não começa com as duas pessoas a falar ao mesmo tempo. De um lado ou do outro tem de partir o primeiro movimento. Alguém tem de lançar primeiro a bola.
       Mas tu podes não querer ser o primeiro a atirar a bola – talvez queiras esperar que alguém te atire a bola. (Porque quando a atiras e ninguém a apanha, ficas infeliz). Há ocasiões em que, sem o esperares, és rejeitado. Há ocasiões em que, quando atiras a bola, porque queres jogar com outra pessoa, essa pessoa atira-a para outra.
       Desde muito cedo que nos habituámos a ter algumas pessoas que não ouvem o que dizemos. "Agora estou muito ocupado", dizem. "Falamos mais tarde, está bem?" Por isso, acabamos por pensar: "Não tem importância o que eu possa dizer". É por isso que é preciso ter coragem para ser o primeiro a atirar a bola.
       Às vezes ganhaste finalmente coragem para lançar a bola a outra pessoa só para a ver lançá-­la para longe. Alguma vez isto aconteceu contigo? Ou então tu lanças a bola a partir do teu coração, só para que a pessoa a quem a lançaste lhe dê um pontapé... Alguma vez isto aconteceu contigo?
       Ou então tu lanças uma bola com meio metro de diâmetro, mas, quando ela volta para ti, só tem alguns centímetros... Alguma vez isto aconteceu contigo?
       Alguma vez disseste para ti mesmo "Em vez de ser eu a lançar a bola e ser infeliz, é melhor não lançar a bola; espero que alguém me lance a bola"? Mas, e se ninguém te atira a bola…?
       Tu não és o único que foste surpreendentemente rejeitado, que já recebeu uma bola devolvida, que é infeliz. Talvez tu já tenhas dado também alguns pontapés na bola, e feito alguém infeliz, e nem saibas que o estás a fazer. Todos nós queremos que apanhem as nossas bolas. Todos nós queremos que as pessoas ouçam o que temos para dizer. Todos nós queremos que as pessoas percebam que nós existimos.
       Quem é que no mundo vai aceitar todas as pessoas que querem ser aceites?
       Se a pessoa a quem atiraste a bola do coração a apanha, e se tu apanhas a bola que essa pessoa te atirou do coração, então uma fase da comunicação foi preenchida.
       Mas algumas vezes nós sentimos que "Ele não a apanhou da maneira que eu queria!", ou que "Não tenho possibilidade de apanhar a bola que ele me atirou!", Nós temos muitas formas como estas de falta de comunicação.
       Quando se acumulam momentos de falta de comunicação, as nossas emoções ficam instáveis. Nós ficamos aborrecidos, preocupados, zangados, com preconceitos, hostis. De vez em quando, explodimos... Depois, aos poucos e poucos, começamos a não sentir nada... E, mais cedo ou mais tarde, estamos sozinhos.
       Se a pessoa a quem atiraste a bola não a apanhou da maneira que tu querias, não culpes essa pessoa. Talvez ela não seja muito boa a jogar a bola. Talvez ela estivesse nervosa, e a sua mão tenha deslizado. Talvez a tua bola fosse demasiado pesada.
       Se o teu chefe, ou os teus pais, ou o teu companheiro nunca te deixam dizer o que queres, como te sentes? Se houver três ou quatro bolas que são atiradas para ti ao mesmo tempo, como te sentes?
       Medes a tua capacidade de comunicar através da reacção da pessoa com quem estás a tentar comunicar. Mesmo que não o queiras admitir.
       Há uma maneira boa e uma maneira má de comunicar. Trocar comunicação é uma maneira boa de comunicar. Não trocar comunicação é uma maneira má de comunicar. Igualmente má, é trocar alguma coisa que é parecida com comunicação – mas que não é realmente comunicação.
       O que significa ser parecido com comunicação? Só falar do tempo, ou de desporto, ou do sexo oposto, é parecido com comunicação. Só falar do que fases na vida (como alguém mais velho, como professor, como jovem, como marido, como mulher) é parecido com comunicação. Quando trocas alguma coisa parecida com comunicação, não tens de te preocupar por te sentires só, ou sentires dor. Não tens de te preocupar com sentimentos ou argumentos inesperados. Mas também não tens a experiência de uma alegria inesperada – ou a sensação de estar realmente vivo.
       Se o comportamento da pessoa com quem estás a comunicar não muda, isso significa que realmente aí não houve comunicação. Houve apenas conversa social. A verdadeira comunicação leva sempre a novos comportamentos.
       Há uma diferença entre comunicar com as pessoas e simplesmente confirmar a relação com essas pessoas. As relações tornam-se rígidas. A comunicação muda isso.
       Que tipo de relações queres ter?
       Uma das razões para a existência de problemas na comunicação é que, quando dizes ser amigo de alguém, com que estás mesmo preocupado é em mostrar a essa pessoa que és melhor do que ela.
       Que tipo de relação queres ter com outra pessoa? Uma relação unilateral? Queres que se ignorem uma à outra? Ou queres jogar "contra a parede"? Ou queres conservar os teus sentimentos fechados dentro de ti?
       "Se ao menos eu fosse melhor do que aquela pessoa", dizes tu. Sem se perceber, muitas vezes usamos a comunicação como uma forma de competição. Mas, mete isto na tua cabeça: o preenchimento da fase seguinte da comunicação vem daquilo a que se pode chamar aceitação. As pessoas mudam o seu comportamento quando se sentem aceites.
       Gostar de outra pessoa não é necessariamente aceitá-la. Se houver uma pessoa de que tu não gostes, primeiro aceita o "tu" que não gosta dessa pessoa. O grau em que tu aceitas outra pessoa coincide exactamente com o grau com que te aceitas a ti.
       Aceitar é ouvir o que a outra pessoa tem para dizer.
       "Eu quero falar sobre os meus sentimentos", podes dizer, "mas ninguém me ouve". Tu não és a única pessoa que pensa assim muitas vezes. De facto, isto é o que acontece sempre que as pessoas tentam usar a comunicação para competir, em vez de ser para aceitar.
       Enquanto pensares que a tua capacidade de comunicar é a tua capacidade de falar, nunca poderás experimentar a sensação de estar com outra pessoa. A tua capacidade de comunicar depende da tua capacidade de fazer com que a outra pessoa fale – e a tua capacidade de ouvir o que essa pessoa está a dizer. Ouvir só é ouvir quando se escuta tudo o que o outro está a dizer, sem julgar ou negar, ou comparar essa pessoa contigo.
       Se estiveres realmente a ouvir, e se estiveres preparado para aceitar, será fácil para a outra pessoa falar. Mesmo se a bola for difícil de apanhar, ou tiver sido atirada com pouca força, se fizeres o melhor que puderes para a apanhar... tu consegues.
       Não consegues apanhar uma bola se só ficares à espera. Se estás realmente preparado para aceitar, dá um passo em frente. Usa o teu corpo todo. Estica a tua mão e aceita o que está mesmo à tua frente.
       Se achas que aceitar outra pessoa quer dizer concordar com tudo o que ela diz ou faz, a aceitação não será fácil.
       Aceitar significa ouvir tudo o que a outra pessoa tem para dizer e dar-lhe valor.
       Se houver aceitação, pode-se pensar de maneira diferente, ter interesses diferentes, sentimentos diferentes – e mesmo assim estar junto.
       Quando a aceitação acontece, foi preenchido um novo estádio da comunicação. Quando um estádio da comunicação foi preenchido, sentimo-nos aliviados.
       Quando duas pessoas se conhecem, estão as duas ansiosas. O problema não é a ansiedade. O problema surge quando se tenta esconder isso. Estás tão preocupado com a forma como vais atirar a bola que ignoras a preocupação e tentas agir como se não estivesses ansioso. Estás tão preocupado com a forma como apanhas a bola que ignoras a preocupação e ages como se não estivesses ansioso. No momento em que paras de agir como se nada estivesse errado, tu aceitas-te a ti próprio. Só depois de te teres aceitado a ti próprio é que a verdadeira comunicação acontece.
       "Quero falar contigo sobre os meus sentimentos". No momento em que te começas a sentir assim, começas a atirar bolas que são fáceis de apanhar. (É impossível para uma pessoa que não tenha jogado muito a bola apanhar bolas rápidas e curvas, mesmo que ela queira. Se a pessoa com quem estás a jogar não estiver pronta para aceitar, atira a bola de uma maneira suficientemente fácil para que ela a possa apanhar.)
       Nós vivemos através da comunicação. Quando a tua comunicação muda com outra pessoa, a tua relação muda com todas as outras pessoas também. A tua relação com o teu trabalho e as relações na tua vida mudarão também. E a tua relação contigo mudará também.
       "Quero ouvir-te falar sobre os teus sentimentos".
       É assim que a comunicação começa.
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[1] ITOH, MAMORU (1992), I want to tell you about my feelings, translated by Leslie M. Nielsen, William Morrow and Company, Inc., NY. Traduzido do inglês por Helena Gil da Costa (2002).

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um vídeo verdadeiramente inspirador

       Este é mais um momento inspirador. Inspiramo-nos no blogue de Laurinda Alves: A Substância da Vida. Deixe-se guiar pela música...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O mestre e o escorpião

       «Um mestre do Oriente passeava junto ao rio, quando viu que um escorpião se estava a afogar e decidiu tirá-lo da água; mas quando o fez, o escorpião picou-o. Numa reacção instintiva à dor provocada pela picada, o mestre largou o animal que voltou a cair à agua e rapidamente se estava a afogar. O mestre tentou novamente salvá-lo, mas voltou a ser picado.
       Alguém que estava a observar a cena aproximou-se do mestre e disse-lhe:"Desculpe-me, mas o senhor é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?"
       O mestre respondeu: "A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar”. Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e salvou a sua vida.»

Autor desconhecido, in Abrigo dos Sábios.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Não contar só com a ganância do padeiro

Hoje são os próprios economistas a recordar-nos que temos de enriquecer as nossas existências por outros meios e em outras dimensões. Por exemplo, a espiritual.
       Um dos clássicos da economia moderna, Adam Smith, resumia desta maneira pragmática o funcionamento do sistema económico: devemos o nosso pão fresco diário não ao altruísmo do padeiro, mas  à sua ganância.  É graças à ambição do ganho, que os bens de que precisamos chegam às prateleiras dos supermercados. Esse dado é, de resto, comummente aceite e consensualmente aceitável.
       O facto que hoje se coloca, sempre com maior urgência, é, porém, de outra natureza. Claro que não perde validade a justa expectativa de que a atividade laboral produza o seu lucro, mas o que se coloca às nossas sociedades é a questão da sua capacidade para resolver, ainda que de modo não completamente perfeito, os desequilíbrios que elas próprias geram e que ameaçam a sua preservação. Ora, este processo de reajuste e maturação do sistema não parece que possa ficar unicamente dependente daquilo que Adam Smith chamou “a ganância do padeiro”.
       A difícil situação atual mostra-nos, sem margem para hesitações, como se tornou urgente e vital introduzir alternativas de fundo num campo que é económico e financeiro, mas também é humano e cultural. Nesse sentido, vale a pena olhar para os três pontos propostos recentemente por Tim Jackson, professor da Universidade de Surrey, que nos desafia a redefinirmos o que entendemos por prosperidade.
       O primeiro ponto prende-se com a necessidade de nos consciencializarmos todos de que o crescimento económico tem limites. O segundo passa por aceitarmos distribuir os lucros não apenas segundo critérios financeiros, mas também em função de um benefício social e ambiental. O terceiro ponto diz-nos que é preciso mudar a lógica cultural dominante, que identifica prosperidade com enriquecimento material.
       Hoje são os próprios economistas a recordar-nos que temos de enriquecer as nossas existências por outros meios e em outras dimensões. Por exemplo, a espiritual.

José Tolentino Mendonça, in Editorial da Agência Ecclesia.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Muito obrigado: 50 000 visitas!

       Estamos neste espaço de reflexão, de partilha, de inspiração cristã católica desde 27 de Junho de 2009, há cerca de 2 anos. Chegamos hoje às 50.000 visitas. Sublinhe-se, no dia em que João Paulo II faria 91 anos de idade. Coincidência feliz.
       É um número redondo. Vale o que vale. O que conta é cada visita, cada pessoa que por aqui passa. E se volta, melhor, é sinal que alguma coisa de positivo reteve!
       Renovamos o agradecimento a todos os que passaram, passam e passarão pelo CARITAS IN VERITATE: àqueles que voltam, àqueles que nos seguem regularmente, àqueles que deixam comentários e nos incentivam, aos que nos recomendam, o nosso agradecimento redobrado.
       Por mais que gostássemos de escrever, ou de apontar leituras, acontecimentos, sugerir reflexões, espalhar a Boa notícia de Jesus Cristo, no final é que alguém passe e se sinta tocado por Jesus Cristo, pela Sua Palavra de Amor e de Perdão. Ainda que seja, ou que fosse, apenas uma pessoa. Já teria valido a pena. Também na certeza, de que este é um meio, não um fim, uma oportunidade, não uma meta, para comunicar o que de melhor a vida tem e reflectir a partir da situação presente, propondo o Evangelho de Jesus Cristo, vivido, amadurecido, aprofundado, partilhado e celebrado na comunidade crente.
       Obrigado a todos os que enriquecem este blogue, que procurará seguir as propostas de Bento XVI na Encíclica "Caritas in Veritate", a prática da caridade vivida com autenticidade.
       O Deus da vida, que nos encontro no nosso quotidiano, a todos nos abençoe e proteja com amor.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal

Os sinos anunciam a chegada do menino de Belém,

que veio habitar entre nós, trazendo amor, alegria e paz.
Ele é o grande presente enviado por Deus Pai para alegrar
o coração da humanidade.
É o Salvador anunciado pelos profetas, aguardado com
amor pela Virgem Maria.
Ele veio ao mundo para nos salvar!

Natal...

É tempo de recordar o Menino Jesus da Manjedoura.
É tempo de renovar a esperança de que o nascimento de Jesus seja uma
realidade em nossa vida e, com isto, renasça no mundo
a bondade, a solidariedade,e a fraternidade.

Natal...

É tempo de nos inspirarmos a realizar grandes e pequenas coisas...
É tempo de amar, sonhar, e renovar as nossas esperanças...
É tempo de família unida e reunida, de oração, de partilha, de
revisão de vida, de relembrar os belos momentos, de acolher
os pedidos de perdão e de recomeçar.

Natal ...

É tempo de paz, luz,e esperança de salvação, por meio daquele que veio para
nos deixar uma mensagem de fé, alegria e amor!
É tempo de reflexão, de feliz espera e uma renovada busca de motivações.
É tempo de cultivar a fé, de celebrar a vida, e agradecer a
alegria do renascer a cada ano.
O Salvador Jesus, deseja ardentemente nascer em nossos corações!
Que Jesus nasça em nossos corações e que nosso Natal seja uma festa de muita
paz,harmonia e esperança!

"O anjo então lhes disse: 'Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo; hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!"
(Lc 2,10-11)

(autora Rosemary de Ross)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O espinheiro que quis ser rei

       Uma lenda do povo judeu diz que, uma vez, as árvores resolveram escolher um rei ou uma rainha.
       Primeiro elegeram a oliveira, mas ela recusou:
       – Acham que eu ia deixar de produzir azeitonas e o saboroso azeite só para reinar?
       Então as árvores resolveram escolher a figueira:
       – Nem pensar, retorquiu a figueira. – Eu não posso deixar de produzir os meus doces frutos só para ficar acima das outras árvores.
       Depois procuraram convencer a videira a aceitar o cargo.
       – Não quero deixar de produzir as minhas uvas saborosas só para ser mais poderosa do que as outras árvores. – Explicou a videira. Depois de várias reuniões, as árvores foram consultar o espinheiro.
       – Mas é claro que aceito disse o espinheiro entusiasmado –, ó árvores, venham todas descansar à sombra dos meus espinhos.
       Esta lenda não tem como objetivo comparar governantes a espinheiros sem valor, mas encerra uma lição valiosa: o verdadeiro líder não está interessado em posições, em poder, em mandar nos outros, como o espinheiro. Mas, pelo contrário, é alguém preocupado em servir os semelhantes, tal como as árvores que produzem frutos, sem buscar os seus próprios interesses.

Mónica Aleixo, in Boletim Voz jovem, julho 2010.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O pacote de bolachas


Uma moça estava à espera do seu voo, na sala de embarque de um grande aeroporto. Como deveria aguardar ainda muitas horas, resolveu comprar um livro para passar o tempo. E comprou também um pacote de bolachas.

Em seguida, acomodou-se numa poltrona, na sala Vip do aeroporto, para que pudesse descansar e ler em paz. Ao lado da poltrona, sentou-se um homem que abriu uma revista e começou a ler.

Quando ela tirou a primeira bolacha do pacote, o homem também pegou numa. Sentiu-se indignada, mas não disse nada. Apenas pensou: «Mas que cara de pau! Se eu estivesse maldisposta, daria um soco no olho dele, para nunca mais esquecer este atrevimento!»

A cada bolacha que ela pegava, o homem também tirava uma. Aquilo foi-a deixando indignada, mas não conseguia reagir. Quando restava apenas uma bolacha, ela pensou:

«Ah... O que é que este abusador vai fazer agora?»

Então, o homem dividiu a última bolacha ao meio, deixando a outra metade para ela. «Ah! Aquilo era de mais!!!» Ela bufava de raiva.

Pegou no livro e nas suas coisas e dirigiu-se para a porta de embarque.

Quando se sentou, confortavelmente, numa poltrona, já no interior do avião, olhou para dentro da bolsa para tirar uma coisa; para sua surpresa, o pacote de bolachas estava lá, ainda intacto, fechado! Ela sentiu uma imensa vergonha! Percebeu que, afinal, ela é que tinha errado...

Ela tinha-se esquecido de que as bolachas estavam guardadas na sua bolsa. E o homem havia dividido o pacote dele sem se sentir indignado, enervado ou revoltado. Enquanto ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar a dividir com ele as bolachas dela. E já não havia tempo para se explicar nem para pedir desculpas!

Moral: Antes de tirares conclusões, observa melhor! Talvez as coisas não sejam exactamente como pensas! Não penses o que não sabes acerca das pessoas. Existem quatro coisas que não se recuperam nunca: a pedra depois de atirada; a palavra depois de proferida; a ocasião depois de perdida e o tempo depois de passado!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

800,00 € por dia para cada jogador da Selecção...

       Definitivamente a crise não é para todos.
       É necessário que o IVA aumente de 20% para 21% e assim noutros impostos...
       A Selecção Portuguesa representa, e muito bem, todo o país e, por conseguinte, todos pagámos a participação de Portugal no Mundial de Futebol, na África do Sul, até mesmo aqueles que ganham bem menos que o ordenado mínimo nacional contribuem para os € 800,00 diários de cada jogador, o que corresponderá a € 24.000,00 (vinte e quatro mil euros) em 30 dias, mais do que ganham uma maioria silenciosa de portugueses. Cada jogador já tem garantidos € 30.400,00... No regresso podem fazer umas belíssimas férias!
       Dá que pensar! Quando Bento XVI se deslocou a Portugal, com a maioria das despesas pagas por particulares e por empresas privadas, algumas vozes se levantaram. E que dizer duma situação destas? Há uns bons jogadores na minha terra natal que não se importavam de ir ao Mundial, ficavam com o ano profissional resolvido!
       Também ficámos muito tristes e sensibilizados que os ordenados dos Deputados que elegemos passem a ganhar menos 5% por mês, ainda que tenham telemóvel do Estado, carro, gasóleo, e outras mordomias!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Guarda Real Norueguesa

Exibição de banda militar - Um espectáculo imperdível!

Veja lá o que é que o frio pode fazer! SIMPLESMENTE SENSACIONAL!!!
Nunca vi nada assim, nem em superproduções de Hollywood, nem em nada que eu já tenha visto! Dêem só uma olhadela na apresentação da Guarda Real Norueguesa! É de uma precisão indescritível! Imperdível!

Dois Irmãos...

       Uma lenda hebraica diz que dois irmãos agricultores moravam ao lado um do outro, em Jerusalém. Um era casado, o outro solteiro. Trabalhavam exactamente o mesmo e dividiam ao meio o resultado da colheita.
        Uma noite, na altura da colheita, o solteiro pensou: "Não é justo dividir a colheita ao meio, porque o meu irmão tem mais bocas para alimentar do que eu. Vou levar, todas as noites, e sem ele saber, um saco de trigo para o celeiro dele". E assim fez.
        Entretanto, nessa mesma altura, quando desfrutava do convívio da sua família, o irmão casado pensou:
        - "Não é justo repartir igualmente o produto da colheita. Eu tenho uma família, filhos para me ajudarem quando for velho e o meu irmão não tem ninguém. Vou levar sem ele saber, todas as noites, um dos meus sacos de trigo para o seu celeiro".
        Na manhã seguinte, ambos os irmãos sacudiam a cabeça sem entender nada ao contarem os seus sacos de cereal. Embora tivessem dado um saco, tinham o mesmo número no celeiro. A mesma coisa aconteceu durante vários dias.
        Então, certa noite, o irmão solteiro atrasou-se um pouco e o irmão casado estava um pouquinho adiantado. Encontraram-se ambos a meio caminho para os celeiros. Entenderam então a razão por que a contagem dos sacos era sempre a mesma. Colocaram os sacos no chão e começaram a rir.
        A lenda também diz que foi naquele local que Salomão mandou construir o seu templo.
        O mais importante desta lenda é que ela ilustra a verdade de que O AMOR COMPENSA. 

Mónica Aleixo, in Voz Jovem, Março 2010.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Caritas in Veritate: 10 mil visitas

       Bom dia.
       Chegámos às 10 mil visitas. É certamente um número como qualquer outro. Por outro lado, mais que este número, vale cada visita, cada comentário, cada sugestão.
       Aproveitamos este número redondo para agradecer a todos os que passam por este espaço de partilha, de informação, de encontro e vivência eclesial, a todos os que têm comentado algum post, a todos os seguidores, e aos autores deste blogue...
       Contamos convosco. Continuaremos a ser, se Deus quiser, um espaço de partilha positiva, acentuando sempre a nossa inspiração e matriz cristã católica.