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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Pietá ou a Imitação do Mestre

       A estátua da Pietá e o seu autor, o célebre pintor/escultor Miguel Ângelo, também autor do Juízo Final da Capela Sistina no Vaticano, são o mote para este romance: Pietá ou a Imitação do Mestre, de Francisco Gouveia (Editalma. Porto: 2000).
       Já tínhamos recomendado para leitura o seu romance Escadas do Céu. Neste Pietá o tema é outro, ainda que as terras do interior e a proximidade ao Douro seja visível. Ana é uma mulher do povo, simples, devota, trabalhadora. Na capela onde vai rezar, existe um quadro com a imagem/réplica da Pietá, onde muitas vezes vai rezar. Pergunta ao Pe. Mário como se chama o autor daquela obra e assim coloca ao seu único filho o nome desta celebridade. O filho seguirá as pisadas do seu patrono.
       No Porto, entra para a Escola de Belas Artes, mas cedo verificará que a sua veia de artista não lhe traz muito sucesso, com uma crítica feroz, vende sobretudo quadros de imitação. É uma artista a imitar Miguel Ângelo. Cada raço, cada insinação.
       A vida de artista não é fácil. O álcool é um refúgio cada vez mais frequente. Depois chegará a droga.
       Aqui se concentra este romance, o mundo obscuro e degradande da toxicodependência e a extrema dificuldade em alguém se livrar desse mundo. E por outro, a família que é arrastada para o submundo. Ana identifica-se com a mãe da Pietá, com Maria com o seu filho morto no Seu regaço...
       Intenso; é, como se diz na contracapa, um hino à coragem maternal e á redenção humana... 

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Leituras - As escadas do Céu

       Francisco Gouveia é naural de Pinheiros. Na Páscoa de 2006 fez-nos chegar duas obras da sua autoria: "Pietá" e "As escadas do Céu". É este último romance (Edição do Notícias da Beira, 1999) que agora recomendamos como leitura. Tem todos os ingredientes: hsitória portuguesa e duriense, intriga, tradições, usos e costumes, ódio e amor, trabalho e vingança.
       O grande cenário é o Douro, onde as montanhas foram esculpidas com a dedicação, com o suor, com o esforço, com o sangue, com a vida de muitos homens e de mulheres. Trabalho duro, para levar alguns tostões para casa e para o sustento da família. Quando a colheita era boa, todos ganhavam, quando era má, quem mais sofria eram os contratados, que passariam miséria com as suas famílias.
       Alfred Spencer e Mafalda, casados por interesses económicos, mas onde o amor venceu e germinou num fruto chamado Alice. Julião, o feitor que sucede ao pai, e Ana que se torna "aia" da patroa. II Guerra Mundial e Spencer a aventurar-se, quase no fim da guerra, a ir a Inglaterra, visitar a sua terra e as suas raízes, não voltará o mesmo. A desgraça que se abate sobre a quinta e sobre a casa. O sócio que só vê dinheiro e que quer casar o filho, pródigo de vícios, com a filha de Spencer, que entretanto fora dado como morto. Os amores de Alice com o filho do feitor, o Daniel. O casamento de Vítor com Alice, forçado, redunda em desgraça... A guerra no Ultramar e a mobilização dos jovens. de novo a desgraça se abate sobre a quinta... Virá depois a debandada dos que ainda têm força e esperança para França onde ganharão um futuro melhor.
       Em pano de fundo sempre o Douro, com descrições magníficas, que encantam quem nos visita.
       A pergunta de sempre: como foi possível construir com mãos humanas o que tinha sido moldado por Deus e como o homem acentuou a beleza plantada por Deus...