A terceira Carta Encíclica de Bento XVI empresta o título a este blogue. A Caridade na Verdade. Agora permanecem a fé, a esperança e a caridade, mas só esta entra na eternidade com Deus. Espaço pastoral de Tabuaço, Távora, Pinheiros e Carrazedo, de portas abertas para a Igreja e para o mundo...
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sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
A minha casa é casa de oração
Jesus entrou no templo e começou a expulsar os vendedores, dizendo-lhes: «Está escrito: ‘A minha casa é casa de oração’; e vós fizestes dela ‘um covil de ladrões’». Jesus ensinava todos os dias no templo. Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam dar Lhe a morte, mas não encontravam o modo de o fazer, porque todo o povo ficava maravilhado quando O ouvia (Lc 19, 45-48).
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O verdadeiro culto, como sublinha Jesus, há de ser em espírito e verdade. O culto que se exterioriza, vivendo-se em comunidade e em lógica de partilha e amadurecimento de fé, é fundamental mas se decorrer do culto interior, da conversão, da adequação da vida aos ideiais do perdão, do amor, da partilha, da paz que nos é dada em Jesus Cristo.
No entanto, o templo como lugar sagrado é espaço de encontro, de oração, de reflexão, de escuta da palavra e da vontade de Deus. Por conseguinte deverá ser um lugar digno, antecipando e expressando o templo que é cada um de nós, arrumado e arejado, recolhido e à escuta, para sermos lugar de encontro com Deus e para que o expressemos em gestos e palavras.
sábado, 24 de março de 2018
É melhor para nós morrer um só homem pelo povo
Os sinais são por de mais evidentes. Jesus provoca uma onda crescente de adesão e uma onda crescente de contestação e oposição. Os milagres que realiza não abonam em Seu favor diante daqueles que se Lhe opõem, pelo contrário, os milagres e a adesão da multidão são vistos que ameaça à tradição, aos poderes instalados e à própria religião do Templo.
A ressurreição de Lázaro, que não deixa dúvidas quanto ao poder de Jesus, parece ser a gota de água. É um sinal da ressurreição futura de Jesus, mas para os opositores é altura para o silenciar, não vá provocar mais estragos entre as fileiras do povo.
Muitos judeus que tinham vindo visitar Maria, para lhe apresentarem condolências pela morte de Lázaro, ao verem o que Jesus fizera, ressuscitando-o dos mortos, acreditaram n’Ele. Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. Então os príncipes dos sacerdotes e os fariseus reuniram conselho e disseram: «Que havemos de fazer, uma vez que este homem realiza tantos milagres? Se O deixamos continuar assim, todos acreditarão n’Ele; e virão os romanos destruir-nos o nosso Lugar santo e toda a nação». Então Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada. Não compreendeis que é melhor para nós morrer um só homem pelo povo do que perecer a nação inteira?» Não disse isto por si próprio; mas, porque era sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação; e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de Deus que andavam dispersos. A partir desse dia, decidiram matar Jesus. Por isso Jesus já não andava abertamente entre os judeus, mas retirou-Se para uma região próxima do deserto, para uma cidade chamada Efraim, e aí permaneceu com os discípulos. Entretanto, estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos subiram da província a Jerusalém, para se purificarem, antes da Páscoa. Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele não virá à festa?» (Jo 11, 45-56).
Caifás tem uma leitura soberba sobre o destino de Jesus: é melhor que morra por todo o povo! E de facto, para nós cristãos, Jesus morre não apenas pelo povo mas por toda a humanidade. "Não disse isto por si próprio; mas, porque
era sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela
nação; e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos
os filhos de Deus que andavam dispersos".
A partir de então congeminaram matar Jesus, procurando uma ocasião propícia. Como se verá Jesus enfrentará com coragem as consequências das suas palavras e dos seus gestos, mas por ora retira-Se com os Seus discípulos para uma cidade próxima. A Sua hora está a chegar, mas ainda não chegou.
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
Apresentação de Jesus no Templo
Nota Histórica:
Quarenta dias após o nascimento de Jesus, em obediência à lei de Moisés (Ex. 13, 11-13), Maria leva o Menino ao templo, a fim de ser oferecido ao Senhor. Toda a oferta implica uma renúncia. Por isso, a Apresentação do Senhor não é um mistério gozoso, mas doloroso. Começa, nesse dia, o mistério de sofrimento, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário, quando Jesus, que não foi «poupado» pelo Pai, oferecer o Seu Sangue como sinal da nova e definitiva Aliança. Ao oferecer Jesus, Maria oferece-Se também com Ele. Durante toda a vida de Jesus, estará sempre ao lado do Filho, dando a Sua colaboração para a obra da Redenção.
O gesto de Maria, que «oferece», traduz-se em gesto litúrgico, quando ao celebrarmos a Eucaristia, oferecemos «os frutos da terra e do trabalho do homem», símbolo da nossa vida.
Antes da Missa, está prevista no Missal a procissão das velas, acesas em honra de Cristo que vem como luz das nações, e ao encontro de quem a Igreja caminha guiada já por essa mesma luz.
Oração de Coleta:
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O gesto de Maria, que «oferece», traduz-se em gesto litúrgico, quando ao celebrarmos a Eucaristia, oferecemos «os frutos da terra e do trabalho do homem», símbolo da nossa vida.
Antes da Missa, está prevista no Missal a procissão das velas, acesas em honra de Cristo que vem como luz das nações, e ao encontro de quem a Igreja caminha guiada já por essa mesma luz.
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: "Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor", e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor.
...Simeão recebeu Jesus em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: "Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo... e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações" (Lc 2, 22-40).
Oração de Coleta:
Deus eterno e omnipotente, humildemente Vos suplicamos que, assim como o vosso Filho Unigénito foi neste dia apresentado no templo, revestido da natureza humana, assim também, de alma purificada, nos apresentemos diante de Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
sexta-feira, 27 de maio de 2016
A minha casa é casa de oração!
Jesus, depois de ser aclamado pela multidão, entrou em Jerusalém e foi ao templo. Observou tudo à sua volta e, como já era tarde, saiu para Betânia com os Doze. No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus sentiu fome. Viu então de longe uma figueira com folhas e foi ver se encontraria nela algum fruto. Mas, ao chegar junto dela, nada encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. Então, dirigindo-Se à figueira, disse: «Nunca mais alguém coma do teu fruto». E os discípulos escutavam. Chegaram a Jerusalém. Quando Jesus entrou no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam: derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas e não deixava ninguém levar nada através do templo. E ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? E vós fizestes dela um covil de ladrões». Os príncipes dos sacerdotes e os escribas souberam disto e procuravam maneira de o fazer morrer. Mas temiam Jesus, porque toda a multidão andava entusiasmada com a sua doutrina. Ao cair da noite, Jesus e os discípulos saíram da cidade. Na manhã seguinte, ao passarem perto da figueira, os discípulos viram-na seca até às raízes. Pedro recordou-se do que tinha acontecido na véspera e disse a Jesus: «Olha, Mestre. A figueira que amaldiçoaste secou». Jesus respondeu: «Tende fé em Deus. Em verdade vos digo: Se alguém disser a este monte: ‘Tira-te daí e lança-te no mar’, e não hesitar em seu coração, mas acreditar que se vai cumprir o que diz, assim acontecerá. Por isso vos digo: Tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes e assim sucederá. E quando estiverdes a orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que o vosso Pai que está nos Céus vos perdoe também as vossas faltas». (Mc 11, 11-26).
Jesus já avisara os seus discípulos que a subida a Jerusalém não será um passeio, mas aproxima-se a hora de o Filho do Homem ser entregue às autoridades, ser morto e três dias depois ressuscitar. Os apóstolos não reagem muito bem, ou melhor, procuram acautelar os seus interesses, ver qual deles ficará no primeiro lugar. ouvem então a resposta de Jesus: O Filho do Homem não veio para ser servido mas para servir e dar a visa pela redenção de todos.
O Evangelho que escutamos hoje faz-nos entrar com Jesus em Jerusalém e concretamente no templo. O Cego Bartimeu começou a ver com a Luz que recebeu de Jesus, mas parece que a Luz ainda não chegou a todos.
Um pouco antes, na viagem para Jerusalém, Jesus e os discípulos sentem fome. Aproximam-se de uma figueira, mas ela não tem alimento. Então Jesus faz com que a figueira fique seca.Cegam a Jerusalém, entram no templo e eis o confronto com os cambistas em que Jesus os expulsa. Dois momentos que deixam transparecer alguma irritação por parte de Jesus. A primeira não é perceptível. Se não era tempo de figos... No Templo, Jesus acentua a sacralidade do Templo, por aí se invocar o Nome de Deus. Em todo o caso, Jesus acentuará a prevalência do Templo espiritual que deve ser cada pessoa.
Ao passarem de novo pela figueira, já seca, Jesus aproveita a ocasião para um ensinamento extraordinário sobre a força da fé e da oração. Percebe-se melhor o gesto para fortalecer a fé dos discípulos, do que a "irritação" pelo facto da figueira não dar fruto fora de tempo, a não ser que Jesus queira que os seus discípulos, hoje somos nós, deem fruto em todo o tempo e que nem o tempo seja desculpa para não produzir abundante fruto.
terça-feira, 10 de março de 2015
Do Templo de Jerusalém ao Templo Novo de Jesus
3.º Domingo da Quaresma
Texto da Caminhada Quaresmal, nas paróquias de Pinheiros e de Tabuaço, assinalada por um gesto/símbolo, sublinhando um aspeto do Evangelho do respetivo domingo. Neste domingo, tendo em conta a passagem em que Jesus expulsa os vendilhões do Templo (cf. Jo 2, 13-25), dois tijolos, um maior ou mais pequeno, um inteiro, outro partido... no Templo que é Cristo, todos temos lugar...
(Paróquia de Tabuaço)
(Paróquia de Pinheiros)
«Destruí este templo e em três dias o levantarei»
Resposta pronta de Jesus àqueles que questionam a Sua autoridade.
Jesus chegou ao Templo para rezar, para refletir, para Se encontrar com Deus, juntamente com o Povo. Em vez de um espaço agradável de acolhimento, Jesus encontra uma balbúrdia, o Templo transformado numa praça, onde se discute, se compra e se vende, com uns tantos a aproveitar-se da miséria e da fé dos muitos crentes que se aproximam.
Bem sabemos que uma construção – uma casa, um templo, um jardim – leva o seu tempo e os seus cuidados. Para destruir é mais fácil!
Quantos dias e quantas horas para que o jardim fique a nosso gosto? Há sempre alguma coisa a acrescentar, a ratificar, a compor! Ervas a mondar, regas a efetuar, proteções a colocar! E de repente, um vendaval, um animal selvagem, um roedor, e é destruído em segundos, o trabalho que demorou tanto a fazer e tantos cuidados ocupou.
O Templo de Jerusalém demorou 46 anos a construir e bastaram algumas horas para os romanos deitarem por terra o trabalho de milhares de judeus! Daí que os judeus não percebam como é possível a Jesus levantar um novo Templo em três dias?
«Destruí este templo e em três dias o levantarei».
Jesus fala-nos de outro templo, fundado na Sua vida e na Sua entrega. Será morto para nos salvar. Três dias depois ressuscitará, dando início a um novo Templo, no Seu Corpo, do qual nos tornamos membros, pelo Batismo.
Neste Templo cada pedra é importante. Ninguém é substituível, pois todos têm o seu lugar. Muitos membros, mas o mesmo Corpo, a mesma Igreja, o mesmo Templo. Numa construção, os tijolos que não prestam, que têm defeito, que estão partidos, são dispensáveis. Nesta construção, (GESTO: introdução do tijolo… ou um tijolo bom e um meio partido) cada pedra, cada prego, cada tijolo, cada pedaço, é fundamental para a construção do Corpo de Cristo. Se um só tijolo estiver de fora será nossa obrigação repescá-lo para a construção do Reino de Deus.
Senhor Jesus, que neste Templo, que é a Igreja, o Teu Corpo, saibamos ser pedras vivas, acolhendo os que chegam, procurando os que partem, indo ao encontro dos desavindos, para construirmos com mais amor a família de Deus. Amém.
sábado, 8 de novembro de 2014
Dedicação da Basílica de São João de Latrão - 9/novembro
1 – A dedicação de um altar e/ou de uma Igreja assinala e visualiza o fundamento de determinada comunidade crente, referencia um espaço especial dedicado a Deus, para uma maior proximidade, recolhimento e intimidade do homem com Deus, e para a comunidade se reunir e viver como Igreja.
A basílica de São João de Latrão é a Sede do Bispo de Roma, considerada a igreja-mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe (da cidade e do mundo), «preside à assembleia universal da caridade» (Santo Ambrósio). Celebrando a Dedicação desta Basílica, Cátedra de Pedro, sinalizamos o amor e a unidade à volta do Sucessor de Pedro.
Quando se fala do Papa, logo nos lembramos do Vaticano e da Basílica de São Pedro. No entanto, o Papa é eleito antes de mais para se tornar Bispo da Diocese de Roma, que tem a Sua Cátedra (= Sé Catedral) em São João de Latrão.
Na Diocese de Lamego, a data da Dedicação da Sé Catedral e a 20 de novembro, celebrando-se no Domingo seguinte. A Dedicação da Catedral sublinha a unidade à volta da sede episcopal, ou melhor, à volta do Sucessor dos Apóstolos, que preside àquela porção do Povo de Deus.
2 – Os espaços sagrados aproximam-nos da nossa dimensão espiritual e transcendental. Somos muito mais do que o que comemos, vestimos e possuímos. A nossa vida estende-se, alarga-se e aprofunda-se para lá do tempo, para lá do espaço geográfico que percorremos ao longo dos nossos dias.
Há um santuário em cada um de nós. Um santuário sagrado, dedicado, inviolável, para nos encontrarmos como pessoas, para encontrarmos a nossa origem e o nosso destino: Deus. Mas, além disso, como seres humanos, precisamos de espaço (e de tempos) para o encontro com os outros. Podemos acentuar a oração individual, e, dessa forma, também a fé. Contudo, encontrar-me com Deus implica que me encontre com os outros. Unir-me a Deus, pela oração e meditação, desemboca na união aos outros. Ou então a minha união com Deus não é nem séria, nem autêntica, nem transcendental, será apenas uma apropriação egoísta, temporária, possessiva e diabólica. O que me separa ou me afasta dos outros, o que me isola e me faz estar contra ou apesar dos outros, não vem de Deus. De todo.
A Encarnação de Deus, com Jesus Cristo, faz disso expressão, sinal, sacramento: a eternidade, a transcendência, a divindade, o infinito, tornam-se acessíveis e percetíveis ao ser humano. Em Jesus, Deus assume a condição limitada, finita, temporal, submetendo-se, por amor, às coordenadas espácio-temporais. A mais sublime adoração é realizada em espírito e verdade. Mas, porquanto, não sendo nem anjos nem puros seres espirituais, situamo-nos perante os outros e perante a história, num determinado tempo e num espaço (físico) concreto. Assim também a nossa relação com Deus, situa-nos na história humana, onde Ele nos procura e nos encontra e onde Se deixa procurar e encontrar por nós.
3 – Quando não houver espaços sagrados, nem tempos dedicados, deixamos de ser o que somos: pessoas, seres em relação com um mundo que vai além do nosso olhar. Há um mundo interior que nos protege dos outros, quando necessário, e que fundamenta a nossa individualidade, melhor, a nossa identidade. Esta forja-se em dois movimentos: o que nos diferencia e o que nos aproxima dos outros. Somos o que somos no confronto com o que os outros são. Se só existíssemos nós, não saberíamos o que somos, ou quem somos, ou o sentido da nossa estada neste mundo.
Jesus sobe ao Templo de Jerusalém, na cidade santa, imagem evocativa da Jerusalém celeste, a mais santa das moradas do Altíssimo, e constata que o Templo erigido para honrar a Deus e aproximar as pessoas, afinal é usado para desonra de Deus, vendendo-O e negociando-O aos melhores preços. Ali se praticam todo o tipo de maquinações e injustiças, formas de ganhar mais, exigindo a quem tem menos, mas cuja fé os torna generosos muito para lá das suas possibilidades.
A reação de Jesus é inesperada. Os que por ali andam já nem estranham. Também nós nos habituamos à realidade que nos circunda, à violência, à corrupção, ao sofrimento, à morte (notícias horripilantes, é o pão nosso de cada dia, já nada nos choca). Aceitamos porque não há nada a fazer ou porque sempre foi assim, pelo menos desde que nos lembramos. Jesus escandaliza-se, faz um chicote, expulsa os vendedores e cambistas, os vendilhões e os seus animais, derruba as mesas e o dinheiro dos cambistas e diz aos que vendem as pombas: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio».
Sob tensão, Jesus mantém a delicadeza, tendo o cuidado de ordenar aos que vendem as pombas para as retirarem daquele espaço. Os judeus presentes, os que negoceiam, os que maquinam, os que se entranharam naquele espetáculo perguntam a Jesus: «Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?» E é então que Jesus faz a ponte para outro Templo: «Destruí este templo e em três dias o levantarei». Os judeus, porém, não percebem que Jesus lhes fala do Seu próprio Corpo, como Templo no qual somos resgatados e no qual nos encontramos como irmãos.
4 – O que nos distingue dos outros seres vivos é o nosso mundo interior, a dimensão espiritual, a capacidade de amar e de acolher o amor, a capacidade de refletir a vida, o sofrimento e a morte, abstraindo-nos do que nos rodeia. Jesus, nesta como em outras ocasiões, aponta para esta prioridade essencial, a intimidade com Deus em Quem encontra mais intensidade para Se fazer próximo de nós.
Desengane-se, todavia, quem quiser fazer da religião uma dimensão meramente espiritual e separada da vida, do mundo, do tempo, da história, do espaço. Tudo o que em nós é espiritual, está ligado à terra: somos um corpo espiritual. Deus encarnou. Não queiramos desencarnar e viver sobre as nuvens. “Peço-te ó Pai, não que os retires do mundo mas que os guardes do mal”.
Tensão saudável esta entre a vida interior e, para ser autêntica e humana, a sua expressão exterior. Eu cá tenho a minha fé. Eu para rezar não preciso de ir à Igreja, rezo em casa. Deus está em todo o lado. Confessar-me? Confesso-me diretamente a Deus, afinal só Ele precisa de saber os meus pecados. Padrinhos? Que é que a Igreja tem a ver com isso? Eu escolho os que entendo serem os melhores. Ir à Missa? "Ouço-a" na televisão. Aliás vejo a da RTP e depois a da TVI e são Missas tão lindas. Gosto tanto de ir a Fátima, mas não me puxa para ir à “nossa” Igreja, ver as mesmas caras…
Estas são algumas formas de espiritualizarmos e individualizarmos a fé e a religião.
Fazer da religião um acontecimento sociológico, com um conjunto de ritos, de práticas, de tradições, oportunidade de encontro, de festa, de convívio, sem a fé, sem a ligação a Deus, sem a experiência pessoal de encontro com Jesus, é redutor. Mas dispensar a dimensão comunitária (social) da fé, é descarná-la. Ora, Deus veio ao mundo e assumiu um CORPO humano, sujeito ao tempo e ao espaço. Um corpo – a Sua vida por inteiro – que Ele entregou por nós. Encontramo-nos, descobrimo-nos e amamo-nos no corpo que somos, integrando o Corpo de Cristo que é a Igreja.
Problema do nosso tempo é que temos menos casa e menos igreja. Atarefados com mil e uma coisas, não nos resta muito tempo para estarmos em casa e, sobretudo, em família. Do mesmo jeito, vamos à Igreja se não há mais nada para fazer. Se vêm uns amigos de Guimarães, ou se o almoço é de festa, deixamos a Igreja, pois pode esperar. Faltando a família e a comunidade (a casa e a Igreja), pouco nos resta para vivermos saudavelmente. Para os descrentes, para que não fiquem eternamente ensimesmados, frequentem espaços (e tempos) de encontro, de descoberta, de partilha…
5 – São Paulo incentiva-nos a edificar o Corpo de Cristo, Verdade do amor de Deus em nós:
Problema do nosso tempo é que temos menos casa e menos igreja. Atarefados com mil e uma coisas, não nos resta muito tempo para estarmos em casa e, sobretudo, em família. Do mesmo jeito, vamos à Igreja se não há mais nada para fazer. Se vêm uns amigos de Guimarães, ou se o almoço é de festa, deixamos a Igreja, pois pode esperar. Faltando a família e a comunidade (a casa e a Igreja), pouco nos resta para vivermos saudavelmente. Para os descrentes, para que não fiquem eternamente ensimesmados, frequentem espaços (e tempos) de encontro, de descoberta, de partilha…
5 – São Paulo incentiva-nos a edificar o Corpo de Cristo, Verdade do amor de Deus em nós:
«Vós sois edifício de Deus. Segundo a graça de Deus que me foi dada, eu, como sábio arquiteto, coloquei o alicerce e outro levanta o edifício. Veja cada um como constrói: ninguém pode colocar outro alicerce além do que está posto, que é Jesus Cristo. Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é santo e vós sois esse templo».
Somos o templo que Deus habita. Se o alicerce é Jesus Cristo, cada um de nós concorrerá para a construção do Corpo completo de Cristo, para o Seu templo sagrado, a Igreja. O edifício apoia-se e identifica-Se com Ele. Por aqui se conclui facilmente que a dimensão espiritual nos compromete com os outros, na imitação da Sua postura e da Sua opção preferencial pelos mais frágeis.
6 – Aquilo que havemos de ser só se manifestará totalmente na eternidade. Para já caminhamos, deixando que Deus nos habite e sendo morada uns para os outros, com a certeza que Ele nos conduz às águas refrescantes, como Bom Pastor; do Seu Templo, como refere Ezequiel, saem águas que nos purificam e nos salvam. As fontes da salvação estão acessíveis em Cristo, no Seu Corpo que é a Igreja.
6 – Aquilo que havemos de ser só se manifestará totalmente na eternidade. Para já caminhamos, deixando que Deus nos habite e sendo morada uns para os outros, com a certeza que Ele nos conduz às águas refrescantes, como Bom Pastor; do Seu Templo, como refere Ezequiel, saem águas que nos purificam e nos salvam. As fontes da salvação estão acessíveis em Cristo, no Seu Corpo que é a Igreja.
«Deus é o nosso refúgio e a nossa força, auxílio sempre pronto na adversidade. Por isso nada receamos ainda que a terra vacile e os montes se precipitem no fundo do mar. Os braços dum rio alegram a cidade de Deus, a mais santa das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela e a torna inabalável, Deus a protege desde o romper da aurora».
Pe. Manuel Gonçalves
Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço.
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Festa da Apresentação de Jesus - Festa das Crianças
No passado dia 2 de fevereiro, tradicionalmente o Dia das Candeias, a Igreja celebra a festa da Apresentação de Jesus no Templo (mas algumas terras continuam a clebrar em honra de Nossa Senhora das Candeias).
Como em outras paróquias, também na de Nossa Senhora da Conceição, oportunidade para envolver as ciranças da catequese, acentuando a LUZ, a BÊNÇÃO, as primícias. A clebração da Eucaristia iniciou com a bênção das velas, recordando o nosso batismo: à LUZ que é Cristo Jesus vamos buscar luz para as nossas vidas.
O Evangelho (que disponibilizámos), foi encenado por crianças e adolescentes da catequese, e com um bébé. No momento de ação de graças, a bênção e distribuição do pão, símbolo da primícias da terra, como oferenda a Deus, pedindo que nos dê fartura de pão e sobretudo de sentido para a nossa vida. No final a bênção de todas as crianças da catequese, renovando o desafio da fé para nos tornarmos bênção uns para os outros.
Para outras fotos visitar a página da Paróquia de Tabuaço no facebook.
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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Apresentação de Jesus no Templo
Nota Histórica:
Quarenta dias após o nascimento de Jesus, em obediência à lei de Moisés (Ex. 13, 11-13), Maria leva o Menino ao templo, a fim de ser oferecido ao Senhor. Toda a oferta implica uma renúncia. Por isso, a Apresentação do Senhor não é um mistério gozoso, mas doloroso. Começa, nesse dia, o mistério de sofrimento, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário, quando Jesus, que não foi «poupado» pelo Pai, oferecer o Seu Sangue como sinal da nova e definitiva Aliança. Ao oferecer Jesus, Maria oferece-Se também com Ele. Durante toda a vida de Jesus, estará sempre ao lado do Filho, dando a Sua colaboração para a obra da Redenção.
O gesto de Maria, que «oferece», traduz-se em gesto litúrgico, quando ao celebrarmos a Eucaristia, oferecemos «os frutos da terra e do trabalho do homem», símbolo da nossa vida.
Antes da Missa, está prevista no Missal a procissão das velas, acesas em honra de Cristo que vem como luz das nações, e ao encontro de quem a Igreja caminha guiada já por essa mesma luz.
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O gesto de Maria, que «oferece», traduz-se em gesto litúrgico, quando ao celebrarmos a Eucaristia, oferecemos «os frutos da terra e do trabalho do homem», símbolo da nossa vida.
Antes da Missa, está prevista no Missal a procissão das velas, acesas em honra de Cristo que vem como luz das nações, e ao encontro de quem a Igreja caminha guiada já por essa mesma luz.
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: "Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor", e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor.
...Simeão recebeu Jesus em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: "Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo... e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações" (Lc 2, 22-40).
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Consagração do Menino a Deus
Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo:
"Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo".
Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: "Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações" (Lc 2, 22-35).
Passados oito dias do nascimento, no mundo judeu, todo o filho varão era apresentado no Templo e consagrado ao Senhor. Maria e José cumprem a tradição judaica e levam o Menino ao Templo, onde o velho Simeão prediz a glória de Israel através do Menino, mas também a dor que trespassará o coração de Maria. Será em todo o caso, ocasião para que os corações se revelem, para o bem ou para o mal...
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