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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

SEÁN O’MALLEY - GAMBIARRAS DE LUZ

SEÁN O’MALLEY, Ofm Cap. (2019). Gambiarras de Luz. Prior Velho: Paulinas Editora. 208 páginas. 
“A busca pela luz surge espontaneamente no nosso coração. Nós não podemos viver sem luz. A luz de Cristo permite-nos encontrar significado, descobrir a nossa própria identidade, e abraçar a missão que Cristo nos deu. As reflexões deste livro são as modestas tentativas de um pastor para ajudar as pessoas a roubarem um pouco da luz dos céus, conectando-se à mensagem de Jesus no Evangelho e às perceções de um simples frade que busca penetrar uma luz e uma sabedoria que não são dele, mas sim uma dádiva de um Deus cheio de amor”. 
É este o propósito com que o autor, o Cardeal Seán O’Maaley, franciscano capuchinho, arcebispo de Boston, disponibiliza mais um conjunto de intervenções, homilias e discursos, sobressaindo a sua missão como cristão, bispo e um dos responsáveis da Igreja mais próximos do Papa Francisco, integrando precisamente o Conselho de Cardeais. Está muito ligado à Comissão para as Atividades Pró-Vida da Conferência Episcopal Americana, entre outros compromissos, tal como ser Presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores. 
São vários os textos que têm precisamente a ver com a ligação convicta do Cardeal às atividades Pró-Vida, numa América em que a comunicação social e a classe política utilizam todos os meios para promover uma cultura de indiferença face aos outros e ao seu sofrimento, defendendo a individualismo, quando facilmente se percebe que todos estamos dependentes uns dos outros e somos responsáveis uns pelos outros, ao longo de toda a vida, mas sobretudo nos momentos de mais fragilidade, no início e no fim da vida. O Cardeal participa habitualmente nas marchas a favor da vida. A Igreja não é contra nada, é a favor da vida. Não se trata de perseguir e condenar, mas de ajudar a encontrar soluções positivas, de vida, de promoção da dignidade de cada ser humano, independentemente da fragilidade em que se encontre. 
Ligado ao aborto, a pobreza. As questões que eram usadas para a defesa da legalização do aborto eram as má-formações, a violação, o perigo de vida para a mãe. Mas na realidade, mais de 90% dos abortos são por questões financeiras. Depois do aborto, a eutanásia, o suicídio assistido e agora o homicídio assistido, por vezes sem consentimento do próprio, outras sem sequer avisar a família. 
Os textos são um hino à vida, procurando sublinhar a beleza do Evangelho e da vida.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Seán O'Malley - Procura-se: Amigos e Lavadores de Pés

SÉAN O'MALLEY (2019). Procura-se: Amigos e Lavadores de Pés. Prior Velho: Paulinas Editora. 216 páginas.
       O Cardeal Seán O’Malley é Arcebispo de Boston e muito próximo do Papa Francisco, pertence ao Conselho dos Cardeais, criado pelo Papa como grupo que o assessoria em diferentes questões. É uma das vozes mais proeminentes da Igreja no combate contra a pedofilia, numa opção clara pela transparência, na criação de regras claras, para proteger as crianças e afastar os prevaricadores, ou em definitivo, ou até se provar a inocência. Regras claras e transparência também facilitam a vida a quem é acusando injustamente. A prioridade são as vítimas e a urgência nas denúncias, levando-as a sério. 
       Entre os dias 11 a 15 de março, o Cardeal orientou os Exercícios Espirituais, da Quaresma, aos bispos portugueses, em Fátima. Já em 1996 tinha sido convidado para este tempo de oração, reflexão e formação dos bispos portugueses. 
       Aproveitando a presença em Fátima, O’Malley apresentou esta obra que contempla as reflexões propostas aos nossos bispos, agora disponíveis para todos, bem como outras reflexões, mensagens, intervenções do Cardeal, por exemplo duas homilias em outras tantas Ordenações Episcopais, homilia numa ordenação diaconal, outra na Missa crismal, em Ano Jubilar da Misericórdia.
       São textos simples, acessíveis, que transparecem a sua fé e a sua vida sacerdotal e episcopal. Bem-humorado, com histórias reais, a cultura social e religiosa da América, as raízes irlandeses, a vida como franciscano capuchinho, a Igreja proposta pelo Papa Francisco, simultaneamente jesuíta e franciscano, o contacto com migrantes, nomeadamente hispânicos e portugueses. Acolhimento e compreensão. Ternura e proximidade. Misericórdia e cultura do encontro. Comprometidos com Jesus, oração e formação, discípulos missionários. A luta pela tolha e não tanto pelos melhores lugares à mesa.
       No decorrer da Última Ceia, Jesus levanta-Se da mesa, coloca uma toalha à cintura e começa a lavar os pés aos discípulos. A preocupação é exemplificar o seguimento e o compromisso daqueles e daquelas que queiram integrar o Seu Corpo que é a Igreja. Jesus, como em outras situações, não faz grandes discursos, exemplifica, mostra como se faz, ou faz-nos atores de uma história (parábola), para nos sentirmos suficientemente livres para optarmos, seguindo-O ou rejeitando-O. O Cardeal refere-o desta maneira: “Ele queria que os seus Apóstolos, os seus Amigos, parassem de disputar os primeiros lugares à mesa e começassem a lutar pela toalha”.
       Aproximava-se rapidamente a Cruz e os Apóstolos apressavam-se a disputar a coroa, o primeiro lugar à mesa, o ministério mais honroso e com mais poder. Abertamente, em mais que uma ocasião, Pedro contesta Jesus. Quando necessário, pega na espada! Mas todos eles querem ser o primeiro, o maior! O caminho de Jesus é o do servo, daquele que disputa a toalha!
       Boa leitura.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

CARDEAL SEÁN O'MALLEY - Anel e Sandálias

CARDEAL SEÁN O'MALLEY (2010). Anel e Sandálias. Prior Velho: Paulinas Editora. 168 páginas.
       Em 2003, o Papa João Paulo II nomeou-o Arcebispo de Boston e em 2006 foi escolhido para Cardeal pelo Papa Bento XVI, mas antes disso, desde 1984, quando foi ordenado Bispo, passou por outras dioceses: São Tomás, nas Ilhas Virgens, Fall River, em Massachusetts e de Palm Beach, na Florida. Nasceu em 1944 e aos 21 anos professou na Ordem dos Frades Menores capuchinhos, sendo ordenado aos 26 anos de idade. É franciscano, é capuchinho, é Bispo e tem sangue irlandês.
       Esta é uma leitura intemporal, diríamos. Pessoas sábias, humildes, simples falam de forma simples, acessível, tocam-nos nas feridas, comprometem-nos com os que nos rodeiam.
       O livro é formado por um conjunto de Homilias, algumas delas aos sacerdotes, em quinta-feira santa, um intervenção, como por exemplo sobre a identidade capuchinha. Uma das homilias foi proferida no Santuário de Fátima, no dia 13 de agosto de 2007.
       O que dizemos integra o que somos e obviamente que o Cardeal recorre frequentemente à sua vida, dando exemplos concretos, como filho, com a costela irlandesa, como sacerdote capuchinho, como Bispo. Trabalhou de perto com emigrantes portugueses mas sobretudo hispânicos, em busca de uma terra de liberdade e se sonho, com empenho pessoal/eclesial para os acolher e os ajudar. Contactou diretamente, nos anos de formação, com D. Óscar Romero, o Bispo-mártir que se colocou à lado do seu povo, dos pobres e dos trabalhadores.
       Nas páginas deste livro sobrevém a clareza do pensamento, mas sobretudo a firmeza da fé e do testemunho cristão, na comunhão com a Igreja e na proximidade a Jesus e ao Seu Evangelho de ternura, no compromisso com as comunidades, com os mais desfavorecidos, no acolhimento a todos os que chegam! Uma das ideias-chaves do Papa Francisco é a Igreja em saída, também presente nas Homilias do Cardeal na Missa crismal das quinta-feiras santas, convocando a ir ao encontro não apenas da ovelha perdida, mas do rebanho que já se encontra fora. A não descurar nunca, para uma missão evangelizadora eficaz, a oração, a oração diligente, oração pessoal e comunitária. «Ser franciscano quer dizer procurar o último lugar à mesa e ser o menor dos irmãos. A função do Bispo, na Igreja, é a autoridade apostólica e de paternidade. Ser ao mesmo tempo o irmão mais pequeno e o pai é um verdadeiro desafio» Explicando título - Anel e Sandálias: «Na parábola evangélica, os dois presentes que  pai dá ao filho pródigo são um anel e umas sandálias... Tal como o filho pródigo, eu não merecia tanta generosidade da parte do Pai. O mínimo que posso dizer é que fui apanhado de surpresa...».