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segunda-feira, 24 de março de 2014

José Maria Cabral - O desafio da Normalidade

JOSÉ MARIA CABRAL. O Desafio da Normalidade. (Impressões do fim da vida). Rei dos Livros. Lisboa 1994, 2.ª Edição. 296 páginas.
       Ler um bom livro pode ajudar a abrir a mente e o coração, a pensar em ideias positivas, em deixar-se desafiar pela história vivida e contada em momentos de grande provação. Na parte final do livro Manuel Forjaz, Nunca desistas da Vida, que fizemos questão de ler e, após a leitura envolvente, achamos por bem sugerir, cujo testemunho do autor tinha como um dos propósitos incentivar outras pessoas com cancro a manter as rotinas, procurando manter a mesma agenda, fazer o que se costumava fazer, não alterar nem hábitos nem afazeres. Lembramo-nos então destoutro comovente testemunho. Lemo-lo há vários anos, lá para o ano de 1996. Depois disso voltamos a repescar algumas passagens.
       José Maria Cabral é médico, ligado precisamente à oncologia. Familiar e próximo de muitas pessoas com cancros e com cancros de muitas estirpes. No dia 8 de outubro de 1991, às três da tarde, no meio do trabalho, foi-lhe comunicado que sofria de uma doença maligna incurável (linfoma maligno). "O cancro parece representar o princípio do mal, a dissolução da unidade, a desindividualização. Por tudo isto e por razões mais obscuras, o cancro, entre outros males, constitui um verdadeiro desafio à normalidade".
       A primeira reação é de dor, de surpresa, de medo. A reflexão fá-lo fixar-se no outono, o declínio da natureza e do espírito. Como sempre, procura a calma serena. "Preparei a minha esperança para dar sentido a uma nova etapa da vida... Percebi a minha nudez... Sentia-me novo para morrer". 44 anos... "Antes, mais jovem tinha preguiça em deitar-me, agora tinha preguiça em permanecer ativo e só pensava em adormecer"... Os médicos são os doentes mais piegas.
       Com o progredir da doença e dos tratamentos, fica cada vez mais dependente, mais exposto aos outros. Agora está do outro lado. Não é médico, é o doente, com neessidade de atenção, de cuidado, de precauções variadas. Mas insiste com a vida. Não deixa de viver a família, com a mulher e os filhos, e de fazer viagens. Naquele que ele define como "o ano da minha morte", não deixa de ir numa viagem a Roma, embora seja o Porto, a sua cidade, e a família, os espaços onde se sente feliz.
       Perpassa muito sofrimento, certamente. A linha condutora, porém, é de grandeza corajosa, procurando viver bem, fazer as coisas mais normais como ir à casa de banho, apreciar pequenas vitórias, enfrentar os medos, os próprios mas sobretudo os da família. Custa mais ainda o sofrimento que a família possa vir a ter. Tem pouco tempo de vida. Mas quer esgotar as hipóteses que lhe são colocadas para minorar a dor ou a possibilidade de cura, calculando o preço/benefício. Sobrevém uma grande fé em Deus. Há um momento em que a normalidade parece ser aceitar a própria morte como inevitável, para não sofrer e não fazer sofrer os outros. É um testemunho muito lúcido sobre a vida, o amor, a família, a introspecção (o Porto e a família), a beleza, a alegria e a santidade, o trabalho e os amigos. Pedindo emprestado as palavras a Manuel Forjaz, diria que o cancro o matará mas não matará a sua a vida, relacionando-se com os amigos, com a família, com o mundo, com Deus. Enquanto houver tempo, há que viver o melhor possível, procurando viver, com as limitações da doença, a normalidade. Estuda com afinco os tratamentos. Às tantas dão-o como curado, que é sol de pouca dura... Novos tratamentos... transplante da medula óssea... debates acesos... perante 5% de hipótese, valerá a pena submeter-se a novo tratamento? Em Paris, ou em Portugal... sempre o Porto.

Da dedicatória do livro:
"Diverte-me a vida, aprecio a vida com intensidade todos os dias. Todo o tipo de vida: vegetal, animal, humana, espiritual..., a criação!
Agradeço aos que me ajudaram no aprofundamento deste sentimento que me arrebata.
Agradeço a dedico estas considerações em particular à minha mulher e aos meus filhos, à família que me faz viver".

Frases avulso:
"Como custa o silêncio! O silêncio da aceitação e obediência, o silêncio para me encher dos outros e me encher de nada de mim!" (p 58).

"As batalhas do meu temperamento desigual oscilavam assim dentro de uma grande amplitude, entre o fantástico e o péssimo, entre a realidade e o sonho, entre a alegria e a tristeza, entre a amizade e o isolamento, entre a glória e o arrependimento" (p 69)

Sobre Mafalda, a mulher: "Eu sofria por ver a dor dela e ela sofria por ver que sobre a minha dor eu tinha a dor pela dor dela. Cada um de nós como desaparecia na dor do outro" (p 82).

"O mês de janeiro chegou. Entrei no ano da minha morte. Era assim que eu interpretava a minha vocação" (p 100).

"Admirava cada vez mais a criação. Quanto mais sentia que nada do que existia era meu, que as minhas coisas e o meu corpo estavam hipotecados, mais gosto tinha pela vida e pelas coisas, pelas coisa em si, não porque fossem minhas... Eu não tenho nada, mas nada, nada meu! E que importa" (p 101).

"Sempre o tempo, sempre o espaço sem tempo, sempre o espírito sem a morada do tempo, sempre a qualidade sem medida... O homem sem tempo não pode ser homem! O tempo parece a alma do homem. Espaço e tempo, corpo e alma, dor e liberdade, obediência e vontade, ato e desejo, diversidade e unidade, dilemas longos e irreais como essas horas sem ritmo" (p. 125).

"É preciso amar inteiramente sem contrapartidas. Amar é querer estar sempre vivo para morrer. É preciso amar sem ver, sem possuir, viver com o estranho e o doloroso instrumento da fé, não a minha mas a que Deus me oferece" (p 196)

"Não poderei transportar uma árvore para o mar e plantá-la.mas poderei ver Deus face a face, poderei plantar-me na intimidade divina. Deus roçou o universo do querer humano. Deus procurou na pequenez do homem a grandeza divina. Deus quis-se na vontade do homem" (p 290).

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Chega de crises sem sentido

Chega,
de sentir a alma ferida.

Chega,
de ver gente a dormir ao frio,

Chega,
de ver lá fora um Sol magnífico,
e de ficar todo o dia a penar,
cá dentro,
com o coração triste e num desatino,
como se fora ele também um sem-abrigo,

Chega,
de viver ancorado
ao esquecimento dos outros,
ao tempo do desamor,
ao tempo da indiferença,
submetidos apenas pelo maldito
confronto ideológico,
pela ganância e pelo ódio,
que transparece no semblante carregado do outro,
porque vive mordido e espicaçado pela ambição
pelo efémero,
e pela cobiça.

Chega,
de viver num tempo sem tempo,
que nem sequer nos deixa,
saborear com prazer,
o supremo bem da fraternidade e
da partilha,
o privilégio que é ter um só amigo.

Chega de presenciar rostos que empalidecem de medo,
por nem sequer terem pão para dar a um filho.

Chega,
de observar gente a correr num desatino,
à procura daquilo que não chega,
o emprego,
o mero salário,
uma protecção para o vento e para a chuva.

Chega, Chega, Chega.
Se não o mundo não vai chegar sequer,
para um novo homem poder nascer!

Chega,
definitivamente,
chega,
destas crises sem sentido!

Chega,
porque senão,
eu morro antes do tempo,
saudável e com vida!

(autora Beatriz Barroso)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Tu, nada temas! Inspirados...

Sinta pelo menos uma gota de alegria

Que tenha sorrisos, suspiros e abraços.
Sinta pelo menos uma gota de alegria,
Desfrute do caminho, conte os seus passos.
Olhe o céu, as nuvens brancas
Sinta o vento soprando o rosto
Renove as velhas esperanças
Prove novos sabores, um novo gosto.
Distraia-se, não faça nada
Pelo menos, um minuto esqueça
Das vozes, dos sons, das estradas...
Ore, por aquele que mereça.
Se doe, de alma e coração
Ou não, mas também não faça nada mau.
Olhe nos olhos, deixe fluir a emoção
Não perca, a paixão, pois o corpo é mortal.
O que temos são apenas sentimentos,
Vontades, desejos e sonhos.
Vivemos de bons momentos,
Fantasias, visões e planos.
Mas de nada vale, se não temos um bom dia
Pois a vida é a soma de cada um
E na soma dos dias,
o saldo positivo é o que tem de ficar.
Então... que você tenha um ótimo dia,
uma ótima vida !!

postado a partir de "Nova Civilização". Pode ver-se também em "Mensagens ao Minuto"

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ser transparente...

       Belíssimo diaporama, com imagens deslumbrantes, acompanhadas com um texto que nos desafia a sermos melhores:

terça-feira, 18 de maio de 2010

A Voz do Coração


Nossas intuições, podemos escutar, com precisão, a voz que vem de dentro:

... A Voz do Coração!
Nunca deixe de fazer algo de bom que seu coração lhe pede.
O tempo poderá passar... E a oportunidade também !!!
Mas não se esqueça de que:

A META - Nós vamos em busca;
O CAMINHO - Nós achamos;
O DESAFIO - Nós o enfrentamos;
A VIDA - Nós inventamos;
A SAUDADE - Nós vamos matando;
SONHO - Nós tentamos realizar.... Mas...
OS AMIGOS - Nós guardamos do lado esquerdo do peito, dentro de uma caixinha que se chama coração...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

As minhas filosofias preferidas...

       Mais um diaporama interessantíssimo, que nos interpela sobre a postura a asumir diante das dificuldades da vida. Esta podem ser um obstáculo fatalista, ou uma oportunidade de ir mais alto e mais longe na busca da felicidade, escolhendo o perdão, a compreensão, a bondade dos outros, a alegria que nos rodeia, a esperança com que devemos inundar a nossa vida.
       Ouça, veja, relaxe, reflicta:

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sem palavras... Sinais...

       Num dos blogues que acompanhamos - TOQUES de DEUS -, encontramos este vídeo que é extremamente provocador para este tempo da Quaresma. O jejum, a penitência e a oração da Quaresma não é sinónimo de fechamento, de solidão egoística, de recusa dos outros, mas há-de ser sobretudo um tempo de descoberta, de encontro com Deus e de abertura ao nosso semelhante, um tempo de partilha e de comunhão. Deixar-se afectar pela história da própria vida, abrir-se aos demais, deixar-se surpreender...
       Há tantos sinais à nossa volta, no nosso mundo, em nós, nas pessoas que nos rodeiam.
       Não cessemos de acolher os sinais que Deus nos dá constantemente. Vivamos a Quaresma como descoberta, como procura, como encontro...