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quarta-feira, 26 de março de 2014

A Caridade na Verdade

"O amor - "caritas" - é uma força extraordinária, que impele as pessoas a comprometerem-se com coragem e generosidade no campo da justiça e da paz" (1);
"A verdade é luz que dá sentido e valor á caridade" (3);
"A sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos" (19);
"O primeiro capital a valorizar é o homem, a pessoa na sua integridade" (25);
"A acção é cega sem o saber, e este é estéril sem o amor" (30);
"Os custos humanos são também sempre económicos, e as disfunções económicas acarretam também sempre custos humanos" (32);
"O ser humano está feito para o dom, que exprime e realiza a sua dimensão de transcendência" (34);
"O desenvolvimento económico, social e político precisa, se quiser ser autenticamente humano, de dar espaço ao princípio da gratuidade como expressão da fraternidade" (34).
BENTO XVI, A Caridade na Verdade. Caritas in Veritate.
Recolha da revista Cidade Nova. Outubro 2009.

domingo, 17 de novembro de 2013

10 Mandamentos para um futuro sem Fome

1 - Contribui para que todas as pessoas tenham o suficiente para comer.
2 - Não cobices o pão do teu vizinho.
3 - Não guardes para ti os alimentos que fazem falta a pessoas necessitadas.
4 - Honra a terra e o trabalho para combater as alterações climáticas e para que todos tenham uma vida mais longa e uma terra melhor.
5 - Vive de acordo com o teu próprio estilo de vida.
6 - Não cobices a terra ou a propriedade do teu vizinho.
7 - Usa um política agrícola para reduzir a fome e não aumentá-la.
8 - Toma uma atitude contra os governos corruptos e aqueles que os seguem.
9 - Ajuda a evitar conflitos armados e guerras.
10 - Combate a fome de forma eficaz através da ajuda ao desenvolvimento.

terça-feira, 13 de março de 2012

Se defendermos o Amor, o Amor defender-nos-á...

por ocasião do Dia Nacional da Cáritas
D. António Couto, no no Dia da Cáritas:

UMA REDE DE CARIDADE

«Edificar o bem comum: tarefa de todos e de cada um»

       1. O Evangelho deste Domingo III da Quaresma faz-nos ver Jesus a entrar no Templo de Jerusalém, que Jesus chama de forma significativa e carinhosa «a Casa do meu Pai» (João 2,16) ou «a minha Casa» (Mateus 21,13; Marcos 11,17; Lucas 19,46). Dito isto, ganha uma enorme relevância a informação que nos é transmitida de Jesus ter encontrado na Casa do seu Pai, que é também a sua Casa, não filhos e irmãos, mas vendedores, banqueiros e comerciantes (João 2,14). Estávamos todos à espera que lá fosse encontrar filhos e irmãos. Na verdade, «a Casa do meu Pai», e «a minha Casa», por um lado, e o Mercado, por outro lado, são lugares incompatíveis. Trata-se, de facto, de duas maneiras diferentes de conceber e ocupar o espaço. Avista-se daqui a vida jovem, leve e bela dos primeiros cristãos que, conforme o relato dos Atos dos Apóstolos, «partiam o pão nas suas Casas com alegria e simplicidade de coração» (Atos 2,46).

       2. Casa, Casa, Casa, é uma das palavras mais belas que conheço. Mesa, Mesa, Mesa, é outra das palavras mais belas que conheço. O Mercado são casas, mas sem Casa. São mesas, mas sem Mesa. Lareiras, mas sem Lar. Corações, mas sem Amor. Sem Pai nem Mãe nem Filhos nem Irmãos. O gesto de Jesus, de derrubar pedras e mesas, é emblemático e ilustrativo. É urgente quebrar esta crosta de indiferença. É urgente a Casa, é urgente a Mesa, é urgente o Amor.

       3. Permiti-me, meus irmãos, que traga para aqui uma antiga história rabínica. Um homem tinha três amigos. Mas tinha-os catalogados por ordem de importância: o amigo n.º 1, o amigo n.º 2 e o amigo n.º 3. O amigo n.º 1 era naturalmente o melhor amigo do nosso homem; digamos que eram amigos íntimos, e, por isso, inseparáveis: andavam sempre juntos. O amigo n.º 2 era aquele amigo que o nosso homem encontrava de vez em quando, apenas de vez em quando, altura em que confraternizavam e punham a conversa em dia. O amigo n.º 3 era aquele género de amigo que o nosso homem encontrava muito raramente, por mero acaso, e de quem já nem sequer se lembrava do nome.

       4. Um dia, o nosso homem foi apanhado de surpresa. Chegou-lhe pelo correio uma carta que provinha do palácio do Rei. O nosso homem abriu a carta, leu, releu, e ficou muito preocupado. Tratava-se de uma intimação que obrigava o nosso homem a comparecer no palácio do Rei. Ora, acontece que o nosso homem, o homem desta história, nem sabia o que era um Rei, e muito menos um palácio. Tão-pouco sabia o caminho para o palácio. Mas preocupava-o sobretudo o modo como se devia comportar na presença do Rei. Não era o mundo dele.

       5. Ficou aflito. Já nem conseguia comer nem dormir. Apoderou-se dele uma grande tremedeira. Quando isto nos acontece, lembramo-nos naturalmente de recorrer aos amigos. Foi assim que o nosso homem foi desabafar com o seu melhor amigo, o amigo n.º 1. Expôs-lhe o assunto que o preocupava. Tinha sido intimado a comparecer no palácio do Rei, e tinha muito medo, pois nada percebia de palácios e de reis. Foi assim que pediu ao seu amigo n.º 1 o favor de o acompanhar naquela viagem difícil. Nem era nada demais, dado que andavam sempre juntos, eram amigos inseparáveis. O amigo n.º 1 respondeu assim ao nosso homem: é verdade que somos muito amigos; de facto, andamos sempre juntos. Pede-me o que quiseres, que eu estou disposto a ajudar-te; porém, nessa viagem, não te posso acompanhar.

       6. É assim que o nosso homem, desiludido, tem de ir à procura do seu amigo n.º 2. Pô-lo a par do seu problema, e implorou-lhe, da mesma maneira, que o acompanhasse naquela viagem difícil. O amigo n.º 2 ouviu atentamente a exposição do nosso homem, e respondeu assim: sim, disponho-me a acompanhar-te, mas com uma condição: vou contigo, mas só até à porta do palácio; daí para a frente, terás de ir sozinho, pois não te posso acompanhar. O nosso homem, porém, insistiu: mas o meu problema é dentro do palácio, porque eu não entendo nada de reis e de palácios. Compreendo, retorquiu o amigo n.º 2, mas, nesse caso, não te posso mesmo ajudar. Terás de ir sozinho.

       7. Foi então que o nosso homem se pôs a caminho para ver se encontrava o seu amigo n.º 3, aquele amigo de quem já nem se lembrava do nome nem de quando tinha sido a última vez que se tinham encontrado. Com alguma sorte, lá o encontrou, e expôs-lhe o problema, e suplicou-lhe que o acompanhasse naquela viagem difícil. O amigo n.º 3 ouviu atentamente, e nem sequer deixou o nosso homem terminar. Respondeu logo: mas é claro que te acompanho. Até te digo mais: ficaria mesmo muito triste, se soubesse que estavas a braços com esse problema, e não me tivesses dito nada!

       8. Permiti-me agora, meus irmãos, que descodifique a história, para entendermos melhor o seu alcance. O nosso homem, o homem desta história, sou eu, és tu, pode ser qualquer um de nós. O Rei é Deus. A viagem é a morte. O amigo n.º 1, aquele que anda sempre connosco, é a nossa própria vida, os nossos projetos, os nossos trabalhos, os nossos sonhos, as nossas ambições. De facto, andamos sempre juntos, somos inseparáveis. Todavia, naquela viagem, os nossos projetos e trabalhos não nos podem acompanhar. O amigo n.º 2, aquele que encontramos de vez em quando para confraternizar e pôr a conversa em dia, são os nossos próprios amigos. Aqueles que se mostram dispostos a ir connosco, mas só até à porta… do cemitério! O amigo n.º 3, aquele que muito raramente encontramos, de quem até acabamos por esquecer o nome, mas que até ficaria triste e sentido se não lhe disséssemos nada, e que é o único que nos pode acompanhar, é o Bem que fazemos, o Amor que pomos naquilo que fazemos.

       9. Bem vistas as coisas, está bom de ver que temos de inverter a ordem dos nossos amigos, e passar para 1.º lugar aquele que temos no catálogo em 3.º lugar. Decisivo, decisivo, decisivo é o Amor. Temos de nos encontrar muito mais vezes com este amigo. Na verdade, diz bem S. Paulo, tudo passa; só o Amor permanece (1 Coríntios 13,8).

       10. Contei esta história, porque hoje é o dia do Amor, da Caridade, da Caritas. Hoje é o dia de partir a crosta da indiferença, daquela couraça ou máscara a que nos agarramos tanto, para nos defendermos, para subirmos na vida, ainda que seja à custa dos outros. Hoje é o dia de não olharmos apenas para o nosso grupinho de amigos. Hoje é o dia de visitar e acolher cada ser humano, de o sentar à nossa mesa, de lhe lavarmos os pés e a alma e o coração. Hoje é o dia do Amor. Hoje é o dia de sermos irmãos, e não comerciantes ou banqueiros desalmados. Hoje é o dia de limparmos as lágrimas que correm de tantos rostos belos como os nossos, porque também neles se espelha a imagem de Deus.

       11. Hoje é o dia do Amor que rompe bolsos e derruba corações empedernidos. Sim, diz-nos Jesus em jeito de séria advertência: «Destas majestosas construções não ficará pedra sobre pedra» (Mateus 24,2; Marcos 13,2). Os Templos, as paredes, as pedras da nossa idolatria, «obra de mãos humanas», convém que sejam destruídos, para darem lugar a outros, «não feitos por mãos humanas» (Marcos 14,58). Paredes desabitadas, sem Deus aqui no meio dos seus filhos e filhas, são ídolos. Neste sentido, refere João Paulo II, expondo diante dos nossos olhos, com singular afeto, um belo programa, que a paróquia é «a própria Igreja que vive no meio das casas dos seus filhos e das suas filhas» (Christifideles Laici, n.º 26), e que a sua vocação «é a de ser a casa de família, fraterna e acolhedora» (Catechesi tradendae, n.º 67), e grava esta afirmação emocionada e mobilizadora: «O homem é amado por Deus. Este é o mais simples e o mais comovente anúncio de que a Igreja é devedora ao Homem» (Christifideles Laici, n.º 34), a todos os homens, porque a caridade tem a vastidão do mundo.

       12. Caríssimos irmãos da Caritas Diocesana, queridos avôs e avós, pais e mães, filhos e filhas, irmãos e irmãs, que Deus me deu nesta bela Diocese de Lamego, desafio-vos a todos a entretecermos, com as nossas mãos abertas e carinhosas, uma vasta rede de Amor em que todos nos sintamos unidos, envolvidos e empenhados. Apelo vivamente a que juntos defendamos o Amor, a Caridade, a Caritas. Se defendermos o Amor, o Amor defender-nos-á. O resto pouco vale. Até as mais majestosas construções caem.

       13. Apelo a todos os párocos e paroquianos de todas as paróquias desta nossa Diocese de Lamego a que, com a ajuda da Caritas Diocesana e em rede com ela e comigo, formemos o mais rapidamente possível – a tanto nos impele a urgência do Evangelho – em todas as paróquias Grupos de Caridade, Grupos Caritas, para que ninguém se sinta sozinho, abandonado ou desfigurado, mas todos transfigurados e configurados à Imagem de Cristo, Bom Pastor, que cuida carinhosamente de todas as suas ovelhas e vai, sem descanso, à procura da ovelha perdida até a encontrar.

       14. Ensina-nos, impele-nos, acaricia-nos, Senhor, com o vendaval manso do alento do teu Amor. Fica connosco, Senhor, bem no meio de nós, para te vermos bem no rosto dos nossos irmãos. Senhora do puro Amor, Mãe da Igreja e nossa Mãe, vela por nós, fica à nossa beira. É bom ter a Esperança como companheira.

Catedral de Lamego, 11 de março de 2012
D. António Couto, Bispo de Lamego

domingo, 4 de março de 2012

Cáritas Diocesana de Lamego: mensagem do Responsável

O calendário litúrgico aproxima-nos a passos largos de mais um Dia Cáritas (III Domingo da Quaresma - 11 de março).

"Edificar o Bem Comum, tarefa de todos e de casa um", é o tema deste ano. Cada cristão, em verdadeiros espírito de partilha, é chamado a cooperar na construção dum mundo mais justo e fraterno, começando, antes de mais, pela atenção aos irmãos que fazem parte da comunidade paroquial.

"Se a caridade não está presente no anúncio do Evangelho, qual o Evangelho que se anuncia? Se a caridade não transparece do que se celebrar, que vida cristã é a que se celebra? Que Ressurreição?". Estas questões basilares expressam na perfeição a necessidade de viver a comunhão, promovendo a articulação/cooperação entre todas as Instituições, Movimentos, Grupos que, nas paróquias, atuam na dimensão do Serviço, sem desprezar a participação dos outros setores da Pastoral, em torno da opção preferencial de Cristo pelos mais pobres. É neste sentido que o Sr. Bispo exorta à prioritária e urgente organização do setor da caridade ao nível comunitário/paroquial.

A Cáritas, na qualidade de Serviço do Bispo para a dimensão sócio caritativa, congrega, em si mesma, as referidas "entidades" da Igreja que atuam no espaço diocesano, promovendo a sua animação e sensibilizando para um trabalho que é tão mais urgente, quanto a exigência dos tempos que estamos a atravessar.

Que cada paróquia possa partilhar um pouco do que tem.
Que o amor de Deus, derramado sobre nós, a todos se manifeste na partilha solidária.

Lamego, 27 de fevereiro de 2012
O Presidente da Direção,

Pe. Adriano Monteiro Cardoso.

Não deixe de ler também a Nota Pastoral para o Dia Cáritas 2012

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Hora dos bons interromperem o silêncio

“O que mais preocupa não é o grito dos violentos,
nem dos corruptos,
nem dos desonestos,
nem dos sem caráter,
nem dos sem-ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
                                                 Martin Luther King


       Vivemos, hoje, momentos complexos que ao longo dos anos não quisemos admitir que era o tempo da mudança. A mudança do mundo a que João XXIII foi sensível aprofundou-se e acelerou. A Gaudium et Spes assumiu-o claramente: “verificam-se transformações profundas nos nossos dias, nas estruturas e nas instituições dos povos, que acompanham a sua evolução cultural, económica e social” (G.S. nº 73).
       Meio século depois, os efeitos da mudança contínua alteraram o rosto da humanidade, mudaram os valores das civilizações e traçaram um novo quadro para o sentido da vida, individual e coletiva. E os cristãos não ficaram imunes a esta transformação, mudaram ao ritmo da sociedade, encontrando, em geral, a chave da interpretação da vida e da história, na mudança da sociedade, e não no Evangelho e na fé como fonte de uma compreensão global da existência.
       A transformação tornou-se mais solidária e interventiva, daí a vasta rede de instituições de solidariedade social existentes no nosso País, muitas das quais situadas na área de influência da Igreja Católica, contribuindo para a mudança de paradigma e seu enorme impacto na erradicação da pobreza. Contudo, sabemos que não chega fazer mudanças particulares se vivemos num Estado que gere o dia a dia dos cidadãos, criando-lhes dificuldades de acessos básicos do viver, em vez da melhoria do bem-estar individual e coletivo.
       Exemplo disso é o novo imposto extraordinário, aprovado recentemente e, que irá incidir sobre o subsídio de Natal, afetando milhares de pessoas, nomeadamente os dependentes e pensionistas. Entre tantas outras medidas de austeridade, esta é mais uma grave decisão governamental que coloca as famílias numa situação ainda mais complicada.
       É neste contexto, que as ações desenvolvidas pela Caritas Portuguesa (atuando através das Caritas diocesanas), na conceptualização e na inovação da intervenção social, surgem com particular relevo.
       Em concreto, a Operação 10 Milhões de estrelas – um Gesto pela Paz, apresenta-se como uma resposta na promoção da justiça social e da solidariedade, num momento complexo e ímpar das famílias portuguesas. O apelo à importância das verbas recolhidas por cada Caritas diocesana reforça a eficácia que cada um de nós poderá ter na divulgação e promoção desta ação, contribuindo para o pleno sentido do agir humano tendo em vista o bem comum.
       Através da iniciativa Operação 10 Milhões de estrelas – um Gesto pela Paz, a Caritas Portuguesa lança uma mensagem clara de solidariedade e apela aos cidadãos, em particular aos cristãos, para se mobilizarem em torno dos mais carenciados contribuindo com a compra de uma vela pelo preço de 1 euro.
       Diante do quadro atual de crise, ninguém pode permanecer passivo, como se as soluções para os problemas pessoais e coletivos pudessem vir dos outros, sem o contributo de cada um. O debate que é preciso fazer não deve situar-se apenas ao nível das premissas e dos valores, mas deve igualmente sugerir ações que possam promover a solidariedade.
       A hora difícil que estamos todos a viver ao nível dos valores humanos, requer uma profunda reflexão e o envolvimento alargado da sociedade portuguesa, na resposta aos desafios que se colocam. E dessas respostas sairá a possibilidade de construir, em consenso, uma Economia ao serviço do ser humano e uma Política que a ajude a encontrar-se e a cumprir as tarefas de uma civilização que tem de ser cada vez mais humana.
       Porém, a força e a potência criadora, Deus, é sempre a mesma. Por conseguinte, é no encontro com Deus que os homens e mulheres se transformam fazendo uma história de vida humana em comunhão com uma história divina. Esta é a hora dos bons interromperem o seu silêncio!

Bernardino Silva, Coordenador nacional da Operação 10 Milhões de estrelas – um Gesto pela Paz

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Muito obrigado: 50 000 visitas!

       Estamos neste espaço de reflexão, de partilha, de inspiração cristã católica desde 27 de Junho de 2009, há cerca de 2 anos. Chegamos hoje às 50.000 visitas. Sublinhe-se, no dia em que João Paulo II faria 91 anos de idade. Coincidência feliz.
       É um número redondo. Vale o que vale. O que conta é cada visita, cada pessoa que por aqui passa. E se volta, melhor, é sinal que alguma coisa de positivo reteve!
       Renovamos o agradecimento a todos os que passaram, passam e passarão pelo CARITAS IN VERITATE: àqueles que voltam, àqueles que nos seguem regularmente, àqueles que deixam comentários e nos incentivam, aos que nos recomendam, o nosso agradecimento redobrado.
       Por mais que gostássemos de escrever, ou de apontar leituras, acontecimentos, sugerir reflexões, espalhar a Boa notícia de Jesus Cristo, no final é que alguém passe e se sinta tocado por Jesus Cristo, pela Sua Palavra de Amor e de Perdão. Ainda que seja, ou que fosse, apenas uma pessoa. Já teria valido a pena. Também na certeza, de que este é um meio, não um fim, uma oportunidade, não uma meta, para comunicar o que de melhor a vida tem e reflectir a partir da situação presente, propondo o Evangelho de Jesus Cristo, vivido, amadurecido, aprofundado, partilhado e celebrado na comunidade crente.
       Obrigado a todos os que enriquecem este blogue, que procurará seguir as propostas de Bento XVI na Encíclica "Caritas in Veritate", a prática da caridade vivida com autenticidade.
       O Deus da vida, que nos encontro no nosso quotidiano, a todos nos abençoe e proteja com amor.

domingo, 27 de março de 2011

Bento XVI: consequências da precariedade

       Bento XVI manifestou-se hoje preocupado com as condições “difíceis ou precárias” do actual mundo do emprego, manifestando o apoio da Igreja a quem se esforça por ter um trabalho seguro e digno.
        “A Igreja apoia, conforta, encoraja qualquer esforço destinado a garantir a todos um trabalho seguro, digno e estável”, afirmou.
       O Papa falava no Vaticano, perante um grupo de peregrinos da diocese italiana de Terni-Narni-Amelia, que comemoram 30 anos da visita de João Paulo II aos estabelecimentos siderúrgicos da cidade.
       “As difíceis ou precárias condições do trabalho tornam difíceis e precárias as condições da própria sociedade, as condições de uma vida ordenada segundo as exigências do bem comum”, disse.
       Bento XVI falou especificamente da precariedade do trabalho no “mundo juvenil” afirmando que a mesma “não deixa de provocar angústia em muitas famílias”.
       Neste contexto, surgiu a questão do “desemprego”, com o Papa a afirmar que “o trabalho é um dos elementos fundamentais tanto da pessoa como da sociedade”.
       “O trabalho deve ser entendido na perspectiva cristã, em vês de ser visto apenas como um meio de lucro, ou de exploração, como acontece em muitas partes do mundo, onde é ofendida a própria dignidade da pessoa”, declarou.
       No seu discurso, Bento XVI falou do “grave problema da segurança no trabalho” e apelou a todos os esforços possíveis para evitar a “cadeia de mortes e incidentes”.
       O Papa falou ainda do tema do trabalho aos domingos, alertando para o risco de o “ritmo do consumo” eliminar o “sentido da festa e do Domingo como dia do Senhor e da comunidade”.

sábado, 26 de março de 2011

Marinho Pinto - a situação actual do país e o papel da Igreja Católica

       Quase a finalizarmos a Semana Nacional Cáritas, aqui fica um testemunho sobre o papel da Igreja Católica, com as suas diversas instituições e com milhares de pessoas anónimas que trabalham para que os pobres vejam minorada a sua situação.
       Depois de traçar um cenário sobre a situação do país, o louvor à Igreja Católica...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

José Mourinho em "10 Milhões de Estrelas"

       "10 Milhões de Estrelas - um Gesto pela Paz". É este o título da campanha de Natal da Caritas que em cada ano recolhe fundos a favor das pessoas mais carenciadas, este ano mais voltada para o apoio a crianças desfavorecidas. O spot que se segue inclui a generosa participação de José Mourinho.

sábado, 16 de outubro de 2010

No Dia Mundial da Alimentação...

       Propomos também esta outra notícia, que se segue: 20% da população mundial vive penosamente:
       Cerca de 1,2 mil milhões de pessoas (20% da população mundial), vive penosamente, muito abaixo do limiar mínimo da pobreza (com menos de um dólar por dia); 850 milhões de seres humanos sofrem de fome e 30 mil morrem de causas directamente relacionadas com a pobreza. Estes dados vêm referidos na Mensagem do Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio da Fonseca, para o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
       Dia 17 de Outubro assinala-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. A pobreza “é um flagelo que afecta uma parte significativa da população mundial” e muitos seres humanos continuam a viver e a morrer em condições degradantes” – escreve Eugénio da Fonseca.
       Apesar de a União Europeia ser considerada uma das regiões mais ricas do mundo, “17% da sua população não tem os meios necessários para satisfazer as suas necessidades mais básicas” – sublinha a mensagem.
       Viver na pobreza é sinónimo de ter “habitação precária ou não ter alojamento, ter saúde precária e não ter acesso ao sistema de saúde ou tê-lo de forma muito limitada, não ter acesso à educação, não ter acesso à formação profissional, não ter acesso a actividades de lazer, ser excluído financeiramente ou ser sobreendividado e ter acesso limitado às tecnologias modernas” – refere.
       Os desempregados, os idosos e reformados, as pessoas com baixo nível de educação, formação ou habilitações, os trabalhadores precários, os deficientes ou os doentes crónicos, os dependentes do álcool, drogas ou outras substâncias deste tipo, as famílias monoparentais, os jovens adultos, as crianças, os imigrantes, as pessoas com problemas de saúde mental, as mulheres e os ciganos são grupos sociais que correm mais riscos de serem pobres.
       O primeiro Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM) é erradicar a pobreza extrema e a fome, reduzindo-a para metade até 2015. “Alguns progressos têm sido verificados nesse domínio embora os resultados difiram muito de uns países para outros e até de umas regiões para outras dentro do mesmo país”. E adianta: “Há países, particularmente de África, cujos avanços na luta contra a pobreza ou não têm existido ou têm sido diminutos”.
       Como os pobres “não necessitam de governantes que instituam a cultura do dinheiro fácil e a corrupção”, Eugénio da Fonseca sublinha que é fundamental alterar a situação. E conclui: “precisamos de «governantes do milénio» para o desenvolvimento”.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

20 mil visitas... Obrigado

       Ultrapassámos as 20.000 visitas.
       Muito obrigado: aos que nos seguem, que nos visitam, que espreitam, que reflectem connosco, colaboradores, e que Deus nos dê o discernimento para servirmos a Sua Palavra de Amor e de Vida.
       Caritas in Veritate mantém o espírito com que há uma ano, 27 de Junho de 2009, viu a luz do dia, pouco tempo depois da publicação da 3.ª Carta Encíclica do Papa de Bento XVI, Caritas in Veritate, onde fomos buscar o título do blogue, prosseguindo um blogue anterior, e que continua ligado, agora com o sugestivo nome de "Escolhas & Percursos".

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Aniversário natalício de Bento XVI

       O papa Bento XVI completa hoje 83 anos de idade. Eleito Papa a 19 de Abril de 2005, três dias depois do seu aniversário natalício. Nasceu na Alemanha em 1927. Como Papa sucedeu a João Paulo II, passando-se de um Papa polaco para um Papa alemão, oportunidade simbólica de sanar as feridas da Segunda Guerra Mundial. Aqui deixamos a nossa homenagem, retomando um vídeo que elaborámos com diversas imagens de Bento XVI e com a música de "Alma Mater", que contém canções e palavras de Bento XVI.

       Para ver textos, imagens, comentários, feitos neste blogue sobre Bento XVI, basta clicar aqui. O próprio título do blogue é uma homenagem a Bento XVI, é o título da Sua terceira Carta Encíclica, sobre a Caridade.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Caritas in Veritate: 10 mil visitas

       Bom dia.
       Chegámos às 10 mil visitas. É certamente um número como qualquer outro. Por outro lado, mais que este número, vale cada visita, cada comentário, cada sugestão.
       Aproveitamos este número redondo para agradecer a todos os que passam por este espaço de partilha, de informação, de encontro e vivência eclesial, a todos os que têm comentado algum post, a todos os seguidores, e aos autores deste blogue...
       Contamos convosco. Continuaremos a ser, se Deus quiser, um espaço de partilha positiva, acentuando sempre a nossa inspiração e matriz cristã católica.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Esperança apesar do Mal

       É impossível não ver a Cáritas como uma referência de compromisso, de esperança, de fé e de amor pelo próximo. Um sinal concreto de que é sempre possível acreditar.

   
       "Ilusão das ilusões”, disse Qohélet, “ilusão das ilusões: tudo é ilusão. Uma geração passa, outra vem; e a terra permanece sempre”. O que vale, afinal, o ser humano?
       Após termos sido confrontados, há pouco mais de um mês, com as imagens tremendas da devastação no Haiti, chegam da Madeira outras igualmente devastadoras, que deixaram atrás de si um inimaginável rasto de morte e destruição.
       Impossível não ficar perturbado perante a desfiguração quase completa de uma cidade, a perda de tantas vidas, o sofrimento de quem nada fez para o “merecer” nem o poderia prever.
       É essa aliás a questão mais dolorosa para quem vive esta situação de longe e não tem de estar mergulhado na lama ou a tentar arrancar do seu caminho as pedras que impedem uma vida normal, construída tantas vezes à custa de muito trabalho e suor: Porquê? Porque sofre o inocente? Porque morrem uma jovem mãe, uma criança, um idoso que dormia descansado?
       A violência do que vemos é assim intensificada por estas perguntas que nos acompanham perante tais imagens. Custa acreditar que o sofrimento tenha um qualquer objectivo purificador, que a vida tenha um sentido para lá deste “sem-sentido” em que a natureza nos reduz a uma terrível insignificância.
       Em boa verdade, é nestas situações que nos confrontamos com uma verdade incontornável sobre a nossa humanidade: não temos respostas. Pensamos que sim, gostamos de acreditar que o questionamento constante terá um resultado óbvio, feliz, mas às vezes nem mesmo o fim do caminho parece lançar alguma luz sobre o percurso que se acabou de fazer. Resta-nos questionar. E acreditar mesmo quando, aparentemente, não há esperança.
       Job, símbolo bíblico do sofrimento do inocente, dizia a certa altura: “Recordai-Vos que a minha vida não passa de um sopro e que os meus olhos nunca mais verão a felicidade”. Mergulhado num sofrimento terrível, tinha respostas definitivas. Enganava-se.
       Sem respostas, pelo menos as que desejaríamos ou as suficientemente óbvias para que as possamos perceber, parece impossível que haja lugar para a esperança. Felizmente, há alguns dos melhores entre nós que não param perante estas calamidades e lançam imediatamente mãos à obra para que o terrível presente destrua apenas o passado (se assim tiver sido) e não hipoteque por completo o futuro.
       No nosso país, quando chegam estes momentos, é impossível não ver a Cáritas como uma referência de compromisso, de esperança, de fé e de amor pelo próximo. Um sinal concreto de que é sempre possível acreditar. Em todas as lutas.
Octávio Carmo, Editorial, in Agência Ecclesia.

Erradicar a fome e radicar a jutiça

       É este o lema da Semana Nacional da Cáritas, que culminará no dia da Cáritas, 7 de Março, como habitualmente no III Domingo da Quaresma, no "Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social".
       A pobreza parece ser um estigma endémico, mas não nos deve desmobilizar, é possível que da nossa generosidade e partilha possamos minorar as dificuldades de outros. Sabendo também que a justiça só será possível na igualdade de oportunidades. Não podemos pedir a uma pessoa que seja justa e honesta se ela vive em extrema pobreza e nada tem a perder, mesmo que se revolte, mesmo que o seu destino seja a morte. Como pedir que uma mãe ou um pai veja o filho a morrer e não tenha nada que lhe dar, que seja justo(a)?!
       Há depois muitas outras questões: a corrupção estruturada que acentua a pobreza e a escravização de muitas pessoas..., a exploração da pobreza, no trabalho desqualificado, no trabalho infantil, na sobrecarga de horários sem compensações, em competições ferozes em que pessoas são esmagadas a favor do lucros e das máquinas...

       Veja os vários textos de reflexão e aprofundamento deste tema na Agência Ecclesia e na página da Cáritas Portuguesa poderá acopmpanhar as várias Campanhas de solidariedade em curso.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Madeira: capela destruída, imagem intacta

       A Madeira é uma terra desolada pelo temporal que se abateu sobre o Funchal, sobre a Ribeira Brava. A atenção deve voltar-se antes de mais para os sobreviventes, procurando minorar a sua dor e devolver-se a esperança, colaborando par que possam retomar a sua vida, e para com os que morreram, presentes na nossa oração.
       Em todo caso, nestes dias irão surgir diversas estórias, dentro da história da Madeira, de pessoas que sobreviveram por um triz, que estavam num lugar diferente do que tinham previsto estar e sobreviveram.
       A vida das pessoas também é feita de muitas vivências. O povo da Madeira, como tradicionalmente todo o país, é um povo muito religioso.       Nesta tragédia, morreram pessoas, muitas ficaram feridas, houve casas arrasadas, e aqui a história da Capela de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecida como Capela das Babosas, na paróquia do Monte, que ficou completamente destruída. No entanto, no meio dos escombros, como que miraculosamente a imagem da padroeira intacta, Nossa Senhora da Conceição, o que muito alegrou os naturais, é “sinal de esperança e consolação para todo o povo”, como referiu o pároco, Pe. Giselo Andrade. Entretanto a imagem de Nossa Senhora foi colocada na Igreja Paroquial, até que a Capela possa ser uma realidade.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Temporal da Madeira e a Caridade

Desta vez formos surpreendidos pelas notícias que nos chegaram pelos meios de comunicação social, da calamidade da Madeira, fruto de chuvas intensas e de ventos fortes, provocando o transvase das três principais ribeiras do Funchal, inundando ruas, casas, levando pela frente carros, pessoas, destruindo árvores, habitações, estradas, pontes, com aldeias, lugares, pessoas, a ficarem isoladas.
A morte de várias pessoas, os números oficiais apontam para já para 42, uma vez que ainda não há condições de recolher dados mais concretos, bem como dezenas de feridos. Em todo o caso o menos importante são mesmo os números, nestas horas são importantes as pessoas, cada pessoa, e ainda que fosse apenas uma vítima já deveria (e deve) merecer a nossa atenção, a nossa solidariedade e a nossa oração.
As imagens do sismo no Haiti comoveram-nos.
Outra catástrofe, agora, mais perto de nós, pode ter um efeito mais distante.
Quando nos habituamos às mesmas imagens, por vezes, familirizamo-nos tanto que já não lhes devotamos a mesma preocupação. É o efeito das imegens muitas vezes repetidas.
Mas, em todo o caso, são momentos dolorosos, os do Haiti, como os da Madeira.
Uma família que perde todos os seus bens, que não tem alimento, não tem vestuário, não tem casa, merece-nos toda a consideração.
Uma família que perde um dos seus membros, ou dois, ou mais, deve sensibilizarmos em qualquer circunstância, é um momento extremamente doloroso.
Tal como aquando do sismo do Haiti, a solidariedade para com as pessoas da Madeira não se fez esperar, a solidariedade das palavras, dos meios, da oração. Vários organismos mobilizaram-se para resgatar o que é possível, procurando ajudar as pessoas que se encontram isoladas, que estão feridas, ajudando a reconstruir.
Destacamos também o papel da Igreja. A Cáritas Portuguesa disponibilizou de imediato € 25.000,00, através da Cáritas do Funchal.
Associemo-nos também pela oração. Que Deus acolha os que partiram, dê coragem aos que perderam familiares. Que as nossas preces possam confortar todos os que desesperam, e que através das pessoas mais próximas encontram um mão amiga, acolhedora, confortante.
Deus abençoe o povo da Madeira, nesta hora de tristeza e luto.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tragédia do Haiti - reflexões avulsas

São dramáticas as imagens que nos chegam do Haiti, não apenas as das primeiras horas mas também as actuais. O sismo devastador deu lugar a uma situação de descalabro e mesmo na procura de comida e de água há conflitos, violência, disputas várias pela sobrevivência e num ou noutro caso o ensejo de tirar algum proveito da desgraça alheia.
       Primeira nota: por mais violências e comovedoras que sejam as imagens, nada se compara ao caos instalado, ao sofrimento, ao luto e ao desespero das pessoas que perderam tudo e sobretudo perderam os seus familiares e amigos. Entenderão como uma bênção o terem sobrevivido, mas sobre-vem também a angústia pelo que perderam e por quem perderam. Mesmo depois do país estar recuperado haverá milhares de rostos desfigurados pela tragédia, pelo medo, pela perda de algum familiar. Por mais que tentemos nunca chegaremos a compreender totalmente a dimensão desta tragédia na vida concreta das pessoas.
       Segunda nota: a solidariedade internacional para com as vítimas e para com o Haiti é louvável. Um drama que suscita a comoção e a compaixão de pessoas, instituições e estados do mundo inteiro, mobilizados para minorar a dor e a confusão que se instalou. O ser humano, capaz de muitos atropelos, revela em momentos como este, o seu lado melhor e a capacidade de tentar fazer a diferença. Todos querem participar na ajuda ao Haiti.
       Terceira nota: o sismo pôs a descoberto uma situação que se vivia há muito: a pobreza. Quando ouvíamos falar do Haiti, do Havai, da República Dominicana, era numa linguagem romântica, de paisagens paradisíacas, lugar de férias, de turismo e de encantamento. O sismo desfez a imagem romântica que pudéssemos ter do Haiti. Afinal era um país extremamente pobre, dos mais pobres do planeta, onde as pessoas viviam na miséria. Talvez agora os olhos do mundo se voltem para o Haiti, e sobretudo para as pessoas concretas, como um desafio solidário de partilha e de ajuda na vida quotidiana, permitindo que ao recuperar o país, as pessoas recuperem também e possam encontrar condições humanas para enfrentar novos tempos...
       Quarta nota: só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja, nesta como em muitas situações da vida. O investimento para minorar os resultados do sismo e reconstruir o país, já deveria ter tido lugar no combate à pobreza e a degradação humana.. Por exemplo, os EUA disponibilizaram à partida 100 milhões de dólares. Naturalmente que países industrializados como os EUA, que muitas vezes apregoam a solidariedade, mas que chega apenas quando os holofotes estão ligados. As pessoas já viviam há muito na miséria, em condições sub-humanas...
       Quinta nota: decorrente do aspecto anterior, o investimento feito em armamento, ou até mesmo os gastos de reuniões internacionais, que não dão fruto, que se tornam muitas das vezes reuniões sociais e turísticas para os chefes de Estado, poderia em parte ser canalizado para a irradiação da pobreza. Esta é de bradar aos céus em países já reconhecidos como extremamente pobres, mas mesmo em países desenvolvidos.
       Há dias passava uma reportagem numa das nossas televisões que mostram como havia muitas pessoas que sobreviviam a partir de uma lixeira... e tanto desperdício... Diga-se, a este propósito ainda, que a atenção que o combate ao terrorismo merece, não invalida o investimento prioritário no combate pela irradiação da pobreza, que por sua vez, gera violência: quem nada tem, tudo pode fazer, porque nada tem a perder... por vezes nem a dignidade... que nunca lhe reconheceram...
       Sexta nota: no Haiti, quando os holofotes se apagarem ou se desviarem para outro acontecimento, o pior está para vir, a comoção poderá dar lugar à indiferença e ao esquecimento e quem sofrerá serão os mesmos que agora beneficiam do auxílio e das promessas, mas cujas dificuldades não serão facilmente sanadas. Importa que instituições locais continuem a obra de reconstrução do país e da "reconstrução" das pessoas e das famílias. A este propósito e como referência, o papel da Caritas Internacional e da Caritas Portuguesa, apoiam mas através da Caritas do Haiti, ou seja, de pessoas que já estão há muito no terreno da solidariedade e que lá continuarão. Obviamente, com isto não queremos significar a ajuda que for de fora não é meritória, mas que esta suscite também aquela, para que no final não fiquem desamparados aqueles que agora queremos ajudar...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Campanha da Cáritas Portuguesa para o Haiti

Conta de Solidariedade da CARITAS na Caixa Geral de Depósitos
A Cáritas Portuguesa deseja que a ajuda às vítimas do sismo no Haiti constitua “um inequívoco gesto de solidariedade”. Para isso lançou já uma campanha de solidariedade, disponibilizando 5.000€ à sua congénere do Haiti, e espera, a par das anteriores iniciativas que promoveu, “que o nosso povo dê uma resposta ampla, generosa e inequívoca nesta hora de dor dos irmãos que vivem naquele país do Caribe”.
A Organização convida, por isso, todos os que quiserem ser solidários a fazerem o seu donativo na conta “Cáritas Ajuda Haiti”, com o NIB 003506970063000753053 da Caixa Geral de Depósitos.
Em comunicado, a Direcção da Cáritas recorda as “centenas, milhares de mortos e feridos numa devastação indescritível que tornou ainda mais pobre um dos mais miseráveis países do Mundo”.
“Neste momento, ainda devastados pelo sofrimento de terem visto partir entes queridos e amigos e de verem a destruição ter tomado conta das suas ruas, das suas cidades, os haitianos precisam de tudo. Por muito pouco que possamos dar, essa será, certamente, uma generosa contribuição”.
A Cáritas deixa um apelo directo a todos os cristãos: “É porque fazemos da nossa crença uma religião viva que vamos mostrar, uma vez mais, que a nossa solidariedade é real".

Notícia: Agência Ecclesia.