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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Irmãos: Jacob e Isaú - Génesis 32

       À medida que regressava a Canaã, Jacob ficou preocupado. Ele não era de modo algum popular entre os parentes que agora deixava para trás. À sua frente encontrava-se o país onde Esaú vivia… o irmão que tinha jurado matá-lo. “Lembrai-Vos da Vossa promessa – rezou a Deus –, salvai-me do meu irmão.” 
       Embora rezasse com determinação, não se sentia confiante. “Talvez consiga cair nas suas graças oferecendo-lhe presentes” – pensou ele. “Farei uma seleção de entre os animais dos meus rebanhos. Então, poderei enviar os meus servos à frente com os animais para ver se Esaú se compadece.”
       Nessa noite, um homem chegou e lutou com Jacob. Ambos lutaram sem parar – mas o forasteiro não conseguia vencer. Assim que a alvorada começou a romper, o forasteiro dirigiu-se ao seu opositor. 
       “Irei dar-vos um novo nome. Lutastes com Deus e com os homens e conseguistes vencer. O vosso nome será Israel: aquele que luta com Deus.”
       No crepúsculo, Jacob teve a certeza que o forasteiro não podia ser outro senão Deus.
       Então o sol subiu no céu. Jacob viu Esaú a aproximar-se com os seus guerreiros. Jacob sentiu arrepios de medo. Com a boca seca, começou a dar ordens: “Rápido, os servos e seus filhos devem ir primeiro, depois Lia e os seus filhos, depois Raquel e por fim, José. Quando o encontrares, curvai-vos: curvai-vos muito, mesmo muito.”
       Jacob liderou a comitiva. Esaú avistou-o. Primeiro parou… depois correu na direção do seu irmão e abraçou-o. “Ora então aqui estás” – gritou calorosamente.
       “Finalmente encontrei-te. Quem são estas pessoas? É a tua família? Que surpresa! Então, o que significava todo aquele desfile de animais que acabei de ver?”
       “São presentes para ti, irmão.” – respondeu Jacob, de forma pouco percetível.
       “Eu não preciso disso – riu Esaú –, sou suficientemente rico.”
       No final, Esaú acabou por aceitar os presentes apenas para agradar a Jacob. O passado ficou esquecido. Jacob e Esaú voltaram a ser irmãos.

Mónica Aleixo, in Boletim Voz Jovem, maio 2012.

Jacob e os seus filhos - Génesis 30, 1-43

       Jacob trabalhou para Labão durante muitos anos. Durante esse tempo, Lia deu-lhe seis filhos. Como era então costume, ele teve também filhos das escravas das suas mulheres: dois da escrava de Lia e dois da escrava de Raquel.
       Durante muito tempo, Raquel não teve filhos. Até que por fim teve um filho. Ela chamou-lhe José.
       O nascimento assinalou um ponto de viragem para Jacob. Ele foi procurar Labão. “Servi-vos bem” – disse ele. “Agora gostaria de levar a minha família e regressar ao país onde nasci.”
       “Hmm” – disse Labão. “Suponho que te devo deixar ir. O que te devo pagar para saldar as nossas contas?”
       “Oh, eu pensei numa proposta simples” – disse Jacob. “Ajudei a aumentar os vossos rebanhos de ovelhas e cabras. Quando eu partir, deixa-me levar aquelas que forem pretas ou malhadas.”
       Labão deu uma gargalhada. “De acordo” – disse ele.
       Ambos os homens entendiam da criação de ovelhas e de cabras. Agora o acordo estava assente e levaria a melhor quem fosse mais esperto. Para consternação de Labão, Jacob havia delineado a forma exata como acasalar os carneiros e as ovelhas, os bodes e as cabras. Labão e os seus filhos foram ficando furiosos: na medida exata em que Jacob acumulava enormes rebanhos, os seus iam diminuindo.
       A questão transformou-se numa enorme discussão familiar. Após muito amargor, Labão e Jacob concordaram em seguir caminhos separados.

Mónica Aleixo, in Boletim Voz Jovem, abril 2012.

Enganado - Gn 29, 15-30

       Jacob acordou na manhã seguinte junto da sua nova esposa. A luz da manhã brilhava por entre as cortinas. Ele virou-se para olhar para ela. O que viu fê-lo gritar de raiva. Vestiu à pressa as suas roupas e tempestuosamente partiu para encontrar Labão. “Onde está a Raquel?” – gritou. “Eu trabalhei sete anos para casar com ela. Trouxeste-me a irmã dela! Seu enganador sem escrúpulos.”
       Labão não pareceu minimamente surpreendido com a explosão, nem muito preocupado. Fez sinal aos seus criados para continuarem com os seus deveres: como pai da noiva, era seu dever oferecer à comunidade celebrações que durassem uma semana e não ia desapontá-la. Depois voltou-se para Jacob com um sorriso calmo.
       “Costume local, meu rapaz” – disse ele. “É preciso respeitar estas coisas. A Lia é a mais velha. Temos de cumprir a tradição de ser ela a casar primeiro.”
       “Mas a Lia é tão feia…”
       “Acalma-te, meu rapaz. Todos dizem que a minha filha mais velha tem olhos ternos. Aguarda até que terminem os dias de banquete. Nessa altura terás também a Raquel.”
       Labão fez uma pequena pausa para beber um pouco da sua bebida: “Claro que terás de trabalhar depois mais sete anos, para concluir o acordo de forma adequada, mas pelo menos terás a Raquel.”
       Jacob ficou sem margem para negociar. Atirou um olhar furioso ao seu tio, mas Labão, simplesmente, voltou-lhe as costas e regressou aos festejos do dia.
         Jacob observou-o furioso, mas em silêncio. “Muito bem” – disse por fim.

Mónica Aleixo, in Boletim Voz Jovem, março 2012.