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terça-feira, 20 de março de 2018

VL – Vai, e faz tu também do mesmo modo.

Lema proposto por D. António Couto para o novo ano pastoral, cuja abertura ocorreu no passado sábado, a 30 de setembro, no Seminário Maior de Lamego. A Carta Pastoral de D. António Couto para 2017-2018 fundamenta e dá forma ao Plano Pastoral da Diocese: Vai, e faz do mesmo modo. O proceder de Jesus há de ser o proceder de cada cristão. Seguir Jesus é proceder do mesmo modo, na proximidade e no cuidado aos irmãos em situação mais frágil. É uma acentuação, que deve traduzir uma vivência permanente, na imitação do divino Mestre. 

D. António Couto parte, antes de mais, do Amor precedente de Deus que nos ama e por amor nos chama à vida e nos mantém vivos. Amar-nos uns aos outros deriva do amor que Deus é e nos tem. E será amando-nos como Ele nos ama que seremos reconhecidos como discípulos de Jesus. 

O quadro referencial é a parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 25-37), com que Jesus responde a um Doutor da Lei que queria armar-lhe uma cilada. É também uma resposta para nós e um desafio. Identifica o Seu agir, o Seu modo de acolher, de Se aproximar, de tratar as feridas, de curar e chamar outros para cuidarem, para tratarem as feridas de todo o homem caído à beira do caminho ou à porta de nossa casa. Em alguns momentos podemos assumir o modo de agir do Sacerdote e do Levita que passaram, viram e se afastaram, para não se incomodarem e não terem chatices. Eles são tocados pelo preconceito. Cabe-nos olhar e imitar o Bom Samaritano, aproximar-nos, usar de misericórdia, cuidar, e agregando outros para ajudar. A indiferença em relação a quem sofre pode ser uma tentação que nos bate à porta, nos entra pelo coração a dentro e nos desirmana dos outros. 

Vai, e faz também tu do mesmo modo. É o desafio lançado por Jesus àquele doutor da Lei e a nós quando o saber não nos conduz ao fazer. É a interpelação de D. António Couto a toda a Diocese de Lamego e destina-se a todos, pessoas, paróquias e movimentos, serviços e departamentos, mais velhos e mais novos, homens e mulheres. A pertença a Cristo compromete-nos com o Seu MODO de pensar, falar e de atuar. O Bom Samaritano espelha bem o AGIR de Jesus que Se aproxima dos mais frágeis e tudo faz para os curar, reabilitar, devolver à vida. 

Respirar Jesus, viver Jesus, testemunhar Jesus e fazer, cada um de nós, do mesmo modo.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Fé mística, irmanada com as criatura, fundada em Deus

       Do muito que aprendi na Acão Católica, (JAC) Juventude Agrária Católica e na (JOC) Juventude Operária Católica, descobri que, as pessoas do campo, em contacto constante e direto com a natureza, não só pela beleza que o envolve, mas o próprio trabalho, o contemplar, o germinar das sementes, a paciência de saber esperar, têm, em princípio, mais sensibilidade para as coisas de Deus. O camponês sabe que o resultado da sua colheita depende do seu saber fazer, do seu esforço e, por isso, trabalha como se tudo dependesse dele, sabendo no entanto que há outros fatores também decisivos para que a colheita resulte. De qualquer modo não desiste, confia, sabe que Deus providenciará.
       Ainda jovem, participei numa conferência, de um famoso teólogo alemão, sobre o Cristo-centrismo do mundo. Dessa conferência, guardei algo que me tem servido para a vida. Tudo no mundo está imbuído, penetrado de Deus. Deus é como um Pintor célebre, que deixa a sua marca em toda a sua obra, de tal modo que os apreciadores, ao olharem para ela, reconhecem de imediato o seu autor.
       Passeando com uma amiga, ao entardecer, como quem revela um segredo, confessa-me:
       – Gosto tanto de vir para aqui!... Quando venho sozinha eu rezo e sinto-me tão bem! É como se estivesse na Igreja. Vejo esta paisagem, estes montes, estes campos, estas árvores, estas flores, os passarinhos cantando, a água correndo… Que maravilha! Tudo nos fala de Deus. 
       Vem isto a propósito de um texto que li e refleti e rezei e partilho convosco, ainda que seja muito sinteticamente. O autor começa afirmando que, todos nós, estamos feitos de fé e sem fé, sem confiança, não poderíamos ser, falar ou mesmo conviver. A partir destas premissas, apresenta alguns rasgos caraterísticos da fé que estamos chamados a viver nos tempos de hoje:

1 – Uma fé Mística
       De uma fé apoiada numa cosmovisão de certezas firmes, temos que passar a uma fé mística cada vez mais enraizada no mistério de Deus, mistério que nos envolve, nos origina, nos funda e nos regenera.
       Uma fé feita de confiança radical e simples, vivida no seio da complexidade e incerteza, no meio da intempérie. Uma fé que nos leva a saber que somos acolhidos e defendidos na nossa vulnerabilidade, lugar para a misericórdia. Uma fé dialogante e amável, que sabe que a verdade e o bem, não são posse sua, mas não renuncia a ser testemunho da graça que a faz viver.

2 – Irmanados com todas as criaturas.
       Precisamos viver uma espiritualidade ecológica que implica uma nova maneira de nos situarmos ante a natureza e ante os outros. Uma espiritualidade que proporcione a nossa harmonia com o Cosmos, que repare a rutura secular entre Deus e a criação.
       Uma espiritualidade que redescubra o mistério de Deus no coração do Cosmos e contemple o Cosmos no Mistério de Deus.
       Precisamos duma espiritualidade animada pela cortesia e gentileza para com todas as criaturas, tratadas como irmãs.
       Uma espiritualidade que:
  • é um modo de pensar, sentir e atuar em comunhão;
  • uma forma de se situar ante qualquer realidade, desde o respeito e a reciprocidade;
  • que vê tudo com admiração, gratidão e confiança;
  • que admira venera e cuida;
       Animada pela convicção de que “todos os seres, dos mais simples aos mais complexos, formam um todo orgânico”, “todos procedemos de um mesmo ato amoroso do Criador” e por isso “há uma fraternidade e uma sonoridade fundamentais entre todos os seres”, todos “levam em si os traços das mãos divinas que os plasmaram”.

3 – Uma fé fundada em Deus

       Tudo está fundado em Deus que é “essencialmente comunhão, vida em relação, energia em expressão e amor supremo”, que vê no universo em formação uma metáfora do mesmo Deus, uma imagem da sua exuberância de ser, de viver e de colaborar que deu a cada ser o poder de se ir fazendo em relação com todos os seres;
       Fundada numa fé em Deus que “sustem todas as coisas com sua palavra poderosa”;
       Uma fé que partilhe a esperança de libertação e o gemido da criação inteira. Corpórea e sensível, convencida de que “não há redenção pessoal sem redenção da natureza humana e da natureza da terra a que os seres humanos estão indissoluvelmente ligados, porque convivem com ela”.
       Ante todo isto resta-nos cantar com o Salmista: 
Grandes e maravilhosas são as Tuas Obras,
Ó Senhor Deus, Omnipotente!...
Justos e verdadeiros os Teus caminhos
Ó Rei dos povos
Como não temer-Te, Senhor!
Quem não dará glória ao Teu Nome!...
Porque só Vós sois Santo. Aleluia, Aleluia.
Eva La Salette  (a partir de ARREGUI, A Graça de Crer no Nosso Tempo),

terça-feira, 7 de agosto de 2012

E D I T O R I A L :: Voz Jovem :: julho 2012

       Respiramos férias, ainda que nem todos as possam usufruir, pelos compromissos profissionais, ou pelas condições económicas adversas, ou porque ainda se encontram com trabalhos precários ou mesmo sem trabalho.
       Nas comunidades paroquiais, como em Tabuaço, o ambiente ferial é notório nas atividades pastorais e na participação nas celebrações, em especial na Eucaristia, sobretudo na vespertina, mas também na dominical. Um dos fatores (in)visíveis é a maior ausência de crianças e adolescentes, em particular daqueles que eram assíduos em tempo de catequese paroquial.
       Em abono da verdade, as férias são benéficas para todos e todos deveriam ter não apenas o direito mas a possibilidade de as gozar. Uma pausa na rotina quotidiana, mudança de ocupação, um horário diferente, momentos de encontro e de convívio, de festa e reunião da família e dos amigos, maior tempo de repouso. Poderá ser também tempo de reflexão, de mudar aqueles aspetos que nos impedem de estarmos bem connosco e com os outros e com o mundo.
       A fé, contudo, não tira férias. É como o ar que respirámos. É como o alimento. Se não fizermos uma refeição compensamos por outra mais farta (pode não ser mais saudável), ou por outros alimentos mais frugais ou mesmo por comidas de plástico. É como a vida familiar, ou como o amor. Os tempos podem ser diferentes e as vivências das mesmas também, mas não há lugar para desaparecer do mapa, ou de anular os laços por algum tempo. Com efeito, o amor, a alegria, a fé, os sentimentos, quanto mais se partilham, vivem e celebram, tanto mais hão de frutificar.
       Neste contexto, o voz jovem de julho aponta já para o próximo Ano Pastoral, o ANO da FÉ, convocado pelo Papa Bento XVI, com vários momentos importantes: Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização, em Roma, 50 anos após o início do Vaticano II, 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, Jornada Mundial da Juventude, no Brasil…
       Na nossa Diocese o lema está escolhido: “Vamos juntos construir a casa da Fé e do Evangelho”, tendo em conta o ano da Fé, e a Nova Evangelização, e a Igreja como casa de todos e para todos. Dia 17 de setembro, o Plano Pastoral será apresentado na Assembleia do Clero...