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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

AUGUSTO CURY - FELICIDADE ROUBADA

AUGUSTO CURY (2015). Felicidade Roubada. Lisboa: Editora Pergaminho. 208 páginas. 
       Há autores que não precisam de apresentações. Augusto Cury é sobejamente conhecido em todo o mundo, sobretudo no âmbito da psiquiatria, psicologia, é, parafraseando-o, um poeta da mente humana e da saúde emocional.
       Criou uma nova teoria sobre a mente humana, a Inteligência Multifocal. A inteligência é complexa, tudo tem a ver com tudo, uma palavra, um gesto, pode armadilhar a mente e, com o tempo, ou quando menos se espera, resultar numa depressão, numa reação violenta ou extemporânea, sem se saber porquê, nem o próprio nem os outros. Quatro mil páginas, depois sintetizadas em pouco mais de 400, para se tornar acessível a todos. Janelas Killer (assassinas) e janelas light, síndrome do pensamento acelerado, reescrever memórias (já que as memórias não se podem apagar), memória RAM (registo automático da memória), são alguns dos termos “criados” pelo autor. Desafios sobre a importância de falar dos próprios sentimentos, também sobre as dificuldades e fracassos, higienizar mente, ter uma atitude positiva da vida, duvidar das ditaduras do insucesso, ser ator e não espectador da vida. DCD - duvidar, criticar, determinar.
       Hoje recomendamos este livro, mas recomendamos vivamente outros títulos, como os cinco que escreveu sobre a inteligência de Jesus Cristo - O Mestre dos Mestres, o Mestre da Sensibilidade, o Mestre da Vida, o Mestre do Amor, o Mestre Inesquecível, Maria, a maior educadora da história, mas também os romances, O Vendedor de Sonhos, O Semeador de Ideias, A Saga de um Pensador. Em cada um dos livros vêm ao de cima aspetos da teorização sobre a Inteligência Multifocal. Através dos livros, das palestras e intervenções, o autor tem como fito resgatar a mente humana, a saúde mental, que se repercute na saúde do corpo. Ler a teoria, com as teses, premissas, conclusões, pode ser interessante para se ficar por dentro desta original perspetiva sobre a memória e a inteligência, com a evocação de muitas situações, a ligação a muitos estudos, porém, ao escrever romances ou estudos (sobre Jesus, sobre a ditadura da beleza, sobre Maria, sobre educação, com muitas histórias reais à mistura), simplifica e torna mais contagiante os princípios que defende com o propósito de ajudar as pessoas, e a relação entre elas, os pais e os filhos, os professores e os alunos, os patrões e os empregados, e até mesmo profissionais que trabalham na área da saúde, para que não desistam de ninguém, mas que sejam humanos, que não temam falar abertamente dos medos, da ansiedade, dos fracassos, das perdas.
       Neste romance, o epicentro é um famoso neurocirurgião, cuja inteligência e rapidez de pensamento e sucesso com o bisturi, o levam a ser reconhecido e a ser convidado para conferências, a preparar outros médicos, como professor e a trazer fama ao hospital do qual também é um dos principais sócios. Até que tem um ataque de pânico, durante uma operação, com todos os sinais que pode ser um enfarte do miocárdio (ataque do coração), o fazem ter a sensação que a morte se aproxima. Os exames mostram que está bem de saúde, ao nível físico, mas o corpo sofre com um surto de ansiedade, medo de falhar, de deixar morrer quem tem na mesa de operações. Segundo o protagonista, mais perigoso do que os cirurgiões, só os psiquiatras – “Só há um médico que pode destruir mais do que um cirurgião: um psiquiatra. Quando é um mau profissional, o primeiro destrói o corpo, o segundo destrói a mente” –, mas descobrirá quanto é essencial reconhecer que precisa de ajuda para enfrentar os medos e, nessa missão, a criticar os anseios, a valorizar o que é, a olhar para quem lhe quer bem, a arranjar tempo de qualidade para a família e para os amigos, a dar descanso à mente.
       Logo no prefácio, Augusto Cury situa-nos na trama e na finalidade deste romance: "Quando abraçamos mais e julgamos menos, elogiamos mais e criticamos menos, apostamos mais cobramos menos (inclusive a nós próprios), dialogamos sobre quem somos e menos sobre onde estamos, aceitamos mais os limites dos outros e temos menos a necessidade neurótica de mudá-los, vivemos mais o presente e sofremos menos pelo futuro, protegemos a nossa emoção e traímos menos a nossa cama, o nosso sono, os nossos sonhos".
Mas vejamos algumas expressões significativas que o autor, também através das personagens do romance, explana e aprofunda algumas das ideias que estão na base da inteligência multifocal, na procura de criar seres humanos mais assertivos e saudáveis: 
"A necessidade de evidência social é um dos sintomas da infelicidade".
“Mais de 3 mil milhões de pessoas, mais cedo ou mais tarde, desenvolverão um transtorno psiquiátrico... as sociedades modernas tornaram-se uma fábrica de pessoas stressadas". 
"Antes escraviza-se o corpo, hoje escraviza-se a mente".
"Azedas a alma com as tuas reclamações". 
“Quando se ama não há sacrifícios, apenas há prazer em dar". \
"É melhor compreender do que julgar". 
  • Tratei e operei milhares de pacientes como um vendedor de tempo e de qualidade de vida. fazia quase o impossível para prolongar meses, ou mesmo alguns dias, a vida de cada paciente que estava no último estágio da vida... 
  • Todos os cérebros estão tranquilos quando se está distante da morte. Contudo, quando se aproximam dela, milhares de milhões de neurónios entram em estado de choque, clamam pela continuidade da existência através do aumento da frequência cardíaca... Se todos os seres humanos estivessem às portas da morte, ainda que virtualmente, através de um ataque de pânico, não haveria guerras, corrupção, disputas irracionais. Erradicaríamos as nossas loucuras. Nós seres humanos, vivemos como deuses, embora saibamos que somos mortais. 
  • A questão toda não é se Deus existe ou não, se se é materialista ou espiritual, se se é neurocientista, como eu fui, ou um leigo. A questão é que Deus tem de existir, senão a vida humana tornar-se-ia uma ilusão. Você ama, mas nunca mais poderá tocar quem ama e conviver com eles. É possível aceitar este fatalismo? Só se não se ama ou se não se tem consciência das sequelas irreparáveis do fim da existência. Já parou para pensar sobre o que acontece na solidão de um túmulo? 
  • Esfacela-se a memória, silencia-se a consciência, destrói-se a autonomia... tenho necessidade de crer em Deus. 
  • O edifício do presente apoia-se nos alicerces do passado, seja ele glorioso ou desastroso... 
  • Quem cobra demasiado de si próprio, sabota a sua saúde emocional, aumenta os níveis de exigência para ser feliz... 
  • Amar é necessitar, trocar, entregar-se, procurar, esperar... 
  • Uma dívida de amor não é uma dívida numérica... 
  • Se as palavras fossem balas, todos seríamos assassinos 
  • Quem só vê à sua frente a sua profissão ou o seu partido político tem um desequilíbrio intelectual doentio 
  • Todos vamos morrer. Quando? Não sabemos. O importante é fazer de cada dia um momento eterno 
  • Quem tem ciúmes diminui-se e sobredimensiona o outro... vive em função da perda... quem tem medo da perda, já perdeu. 
  • Ter uma cama confortável não quer dizer dormir bem 
  • Ter comida farta à mesa não quer dizer ter prazer em comer 
  • Conheço muitos milionários que mendigam o pão da alegria 
  • Saber corretamente uma língua não quer dizer ter maturidade para falar de si próprio e educar 
  • Ter bajuladores não quer dizer ter um ombro em que se apoiar quando o mundo desaba 
  • Ter um seguro de automóvel, de habitação, de vida, não significa, em hipótese alguma, ter proteção psíquica 
  • Ter tido uma vida mutilada, privada, ferida, abandonada não quer dizer ser programado para ser infeliz, doente, emocionalmente miserável 
  • Sem esperança, a emoção não tem oxigénio.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Memória e consciência!

       É a consciência que define quem somos, como estamos, onde estamos, qual o nosso papel e quais as nossas responsabilidades e habilidades sociais. Representa o centro consciente da personalidade, representa a motivação consciente do homem actuar no mundo e de ser um agente modificador da sua história. Portanto, por ser identidade consciente do homem, o eu nunca se destrói, apenas se transforma. A única coisa que pode levar o eu à destruição é a morte ou a lesão da memória...

sexta-feira, 9 de março de 2012

Destruir a memória seria destruir a consciência

       "Os arquivos da memória contêm o tecido das nossas experiências conscientes e inconscientes. Tais arquivos nunca podem ser destruídos, a não ser involuntariamente, por meio de um temor cerebral, um traumatismo craniano ou uma degeneração das células nervosas, como na doença de Alzheimer. destruir estes arquivos significa destruir a nossa consciência, eliminar a nossa identidade...
       Isso produziria a morte da identidade. Deixaríamos de saber quem somos, como estamos e onde estamos. Tornar-nos-íamos animais irracionais, pois não teríamos mais consciência da existência... seria conspirar contra a própria liberdade, pois sem a memória não poderíamos produzir pensamentos e tomar decisões. Portanto, Ele protegeu a memória contra ataques do eu, contra possíveis crises que o homem atravessa. Apagar a memória é impossível, só é possível reeditá-la.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Testamento de um idoso com Alzheimer (Lilian Alicke)

"Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde;
Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro;
Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.“ (Buda)

Junto com meu testamento, no qual lego a meus filhos e amigos a minha vontade de viver e meu amor a Deus e a toda a criação, faço um pedido:
Se, por ventura, no meu cérebro a senilidade penetrar sorrateiramente, a demência se infiltrar inesperadamente e o esquecimento, a falta de lucidez e a confusão se instalarem, por favor, lembrem que eventualmente, ainda tenho uma vaga idéia de minha identidade;
gosto de ser chamada pelo meu nome, aquele que meus pais me deram;
posso ainda saber onde estou e com quem estou;
posso estar gostando ou não de onde estou e com quem estou faço ainda questão de usar aquele tipo de sapato que toda a minha vida usei;
gosto ainda de usar a roupa ao estilo que sempre preferi; a roupa dos outros colocada em mim me entristece.
A falta de atenção em me ajudar na higiene pessoal me traz ansiedade.
A comida de um estilo que não conheço não me apetece;
as fraldas de vez em quando me incomodam e me deixam envergonhada.

Gostaria, às vezes, de caminhar para espairecer e ver a natureza.
Receber uma palavrinha me faz lembrar que sou gente;
receber visitas me faz lembrar que sou importante;
receber um abraço e um beijo me diz que alguém ainda tem afecto por mim.

A falta de sono não é proposital, nem intencional;
a falta de interesse está além do meu controle;
minha falta de jeito é inexplicável para mim mesma;
o esquecimento me deixa traumatizada.

Tenho dores que às vezes não posso contar.

Nem sempre o que me fazem fazer é o que eu gostaria de estar fazendo.
Meu olhar vago não reflecte o que sinto.
E se não dou um abraço é porque os meus braços não me obedecem mais se não dou um beijo é porque meus lábios não sabem mais o que fazer.
Se não te digo que valorizo sua dedicação e seu amor é porque a ponte se partiu e perdi o caminho que me levaria a compartilhar meus sentimentos com você....
Ass. “Um ser Humano que Envelhece"
"Os homens não têm muito respeito pelos outros porque têm pouco até por si próprios."
(Leon Trotsky)

"A vida é mais simples do que a gente pensa; basta aceitar o impossível, dispensar o indispensável e suportar o intolerável."
( Kathleen Norris)

O Mal de Alzheimer, ou Doença de Alzheimer ou simplesmente Alzheimer é a forma mais comum de demência.
Esta doença degenerativa, até o momento incurável e terminal foi descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, de quem herdou o nome.
Esta doença afeta geralmente pessoas acima dos 65 anos, embora o seu diagnóstico seja possível também em pessoas mais novas do que esta idade.
Cada paciente de alzheimer sofre a doença de forma única mas existem pontos em comum, por exemplo o sintoma primário mais comum é a perda de memória.
Muitas vezes os primeiros sintomas são confundidos com problemas de idade ou de stress.

Quando é suspeitado Alzheimer o paciente é submetido a uma série de testes cognitivos.

Com o avançar da doença vão aparecendo novos sintomas como confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo e o paciente começa a desligar-se da realidade.
As suas funções motoras começam a perder-se e o paciente acaba por morrer.

Antes de se tornar totalmente aparente o alzheimer vai-se desenvolvendo por um período indeterminado de tempo e pode manter-se invisível durante anos.

quinta-feira, 18 de março de 2010

PAIS MAUS!!!!...

“Um dia quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de dizer-lhes:
- Eu amei-vos o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
- Eu amei-vos o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
- Eu amei-vos o suficiente para vos fazer pagar os rebuçados que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e vos fazer dizer ao dono: “Nós tiramos isto ontem e queríamos pagar”.
- Eu amei-vos o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o vosso quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
- Eu amei-vos o suficiente para vos deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
-Eu amei-vos o suficiente para vos deixar assumir a responsabilidade das vossas acções, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
-Mais do que tudo, eu amei-vos o suficiente para vos dizer NÃO, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram).
-Estas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci… Porque no final vocês venceram também! E qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se os seus pais eram maus, os meus filhos vão lhes dizer:
- “Sim, os nossos pais eram maus. Eram os piores do mundo…As outras crianças comiam doces no café e nós só tínhamos que comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvetes ao almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Nossos pais tinham que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.
- “Insistiam que lhes disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nossos pais insistiam sempre connosco para que lhes disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade.
- E quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata”!
-“Nossos pais não deixavam os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para que os nossos pais os conhecessem.
- Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelo menos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aqueles chatos levantavam para saber se a festa foi boa (só para verem como estávamos ao voltar)”.
- “Por causa dos nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência.
- Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em actos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime”.
- “FOI TUDO POR CAUSA DOS NOSSOS PAIS!”
-“Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o melhor para sermos “PAIS MAUS”, como eles foram.

EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE:

“NÃO HÁ PAIS MAUS SUFICIENTES”!

(Dr. Carlos Hecktheuer, Médico Psiquiatra)