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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

SANTA TERESA DE CALCUTÁ, Religiosa

       Madre Teresa de Calcutá nasceu a 26 de agosto de 1910, em Skopje, na Albânia, no seio de uma família muito crente. O nome de batismo é Gonxhe Agnes (Inês) Bojaxhiu. Filiação: Nikollë Bojaxhiu (pai) e Dranafile Bernai (mãe).
       Com 18 anos foi para a Irlanda, tornando-se irmã de Nossa Senhora do Loreto, em Dublin, escolhendo então o nome religioso como homenagem a Santa Teresa de Lisieux.
       Em 1928 foi para a Índia, a fim de ensinar (geografia e religião) no colégio de St. Mary, em Entally, Calcutá, tornando-se Diretora.
       Em 1946, sente a "vocação dentro da vocação", para sair ao encontro dos mais pobres dos pobres, daqueles que ninguém quer. Pouco depois solicita ao Vaticano autorização para fundar uma nova Congregação, as Missionárias da Caridade (1951). Seguem-na antigas alunas. Começa a usar um simples sari de algodão branco com um bordado azul e muda-se para um subúrbio de barracas de Calcutá para ensinar e prestar cuidados básicos.
       Em 1952, a descoberta de uma mulher em agonia numa estrada leva-a a pressionar as autoridades da cidade para conseguir um velho edifício para acolher e tratar com dignidade os moribundos, quando os hospitais já não os querem. Seguem-se as casas para os órfãos, leprosos, doentes mentais, mães solteiras, doentes de sida.
       Em 1979, recebe o Prémio Nobel da Paz. No seu discurso de aceitação, a irmã religiosa de 1,54 metros de altura choca o seu auditório ao denunciar o aborto como “a maior força de destruição da paz hoje (…), uma morte direta pela própria mãe”.
       Madre Teresa morreu a 5 de Setembro de 1997, na casa-mãe da sua congregação em Calcutá, onde repousa num túmulo que as irmãs decoram todos os dias com uma palavra escrita com pétalas de flores. Até à sua morte entregar-se-á inteiramente a Jesus Cristo no cuidado dos mais desfavorecidos. 
       Foi beatificada por João Paulo II em 19 de outubro de 2003.
      Foi canonizada por Francisco em 4 de setembro de 2016.

       Algumas expressões sintomáticas de Santa Teresa de Calcutá:
"Pela minha missão, pertenço a todo o mundo, mas o meu coração pertence a Jesus Cristo... Quando olhamos para a cruz, compreendemos a grandeza do Seu amor. Quando olhamos para a manjedoira compreendemos a ternura do Seu amor por ti e por mim, pela tua família e por cada família... Nunca estejais tristes. Sorri, pelo menos, cinco vezes por dia. Basta um sorriso, um bom-dia, um gesto de amizade. Fazei pequenas coisas com grande amor... Muitos de vós, antes de partir, vão pedir-me autógrafos. Seria melhor que vos aproximasses de um pobre e, através dele, pudésseis encontrar o autógrafo de Cristo"
«Reza como se tudo dependesse de Deus e age como se tudo dependesse de ti... A verdadeira santidade consiste em fazer a vontade de Deus com um sorriso... É fácil sorrir às pessoas que estão fora da nossa casa. É fácil cuidar das pessoas que não se conhecem bem. É difícil ser sempre solícito e delicado e sorridente e cheio de amor em casa, com os familiares, dia após dia, especialmente quando estamos cansados e irritados. Todos nós temos momentos como estes e é precisamente então que Cristo vem ter connosco vestido de sofrimento»
«Eu sou um lápis nas mãos de Deus. Ele usa-me para escrever o que quer... Demo-nos conta que o que fazemos é apenas uma gota no oceano. Mas sem essa gota, faltaria alguma coisa no oceano. Sejamos capazes de amar uma só pessoa de cada vez, de servir uma pessoa de cada vez... Jesus é o meu tudo. A minha plenitude».
“Para mim, as nações que legalizaram o aborto são as nações mais pobres, têm medo de uma criança não nascida e a criança tem que morrer”. 
“Em todo mundo se comprova uma angústia terrível, uma espantosa fome de amor. Levemos, portanto, a oração para as nossas famílias, levemos a oração para as nossas crianças, ensinemos-lhes a rezar. Pois uma criança que ora, é uma criança feliz. Família que reza é uma família unida”
“Amai-vos uns aos outros, como Jesus ama a cada um de vós. Não tenho nada que acrescentar à mensagem que Jesus nos transmitiu. Para poder amar, é preciso ter um coração puro e é preciso rezar. O fruto da oração é o aprofundamento da fé. O fruto da fé é o amor. E o fruto do amor é o serviço ao próximo. Isso nos conduz à paz”.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

VL – Santa Mãe dos Pobres

       Madre Teresa de Calcutá nasceu a 26 de agosto de 1910, em Skopje, na Albânia. O nome de batismo é Agnes (Inês). Com 18 anos foi para a Irlanda, tornando-se irmã de Loreto. Em 1928 foi para a Índia, a fim de ensinar (geografia e religião) no colégio de St. Mary, em Entally, Calcutá. Em 1946, sente a "vocação dentro da vocação", para sair ao encontro dos mais pobres dos pobres, daqueles que ninguém quer. Pouco depois solicita ao Vaticano autorização para fundar uma nova Congregação, as Irmãs da Caridade. Até à sua morte entregar-se-á inteiramente a Jesus Cristo no cuidado dos mais desfavorecidos.
       Beatificada por João Paulo II em 19 de outubro de 2003.
       Canonizada por Francisco em 4 de setembro de 2016.
       Partindo de Cristo… "Pela minha missão, pertenço a todo o mundo, mas o meu coração pertence a Jesus Cristo... Quando olhamos para a cruz, compreendemos a grandeza do Seu amor. Quando olhamos para a manjedoira compreendemos a ternura do Seu amor por ti e por mim, pela tua família e por cada família... Nunca estejais tristes. Sorri, pelo menos, cinco vezes por dia. Basta um sorriso, um bom-dia, um gesto de amizade. Fazei pequenas coisas com grande amor... Muitos de vós, antes de partir, vão pedir-me autógrafos. Seria melhor que vos aproximasses de um pobre e, através dele, pudésseis encontrar o autógrafo de Cristo".
       Na oração e na intimidade com Deus, a ousadia para servir os enjeitados deste mundo. «Reza como se tudo dependesse de Deus e age como se tudo dependesse de ti... A verdadeira santidade consiste em fazer a vontade de Deus com um sorriso... É fácil sorrir às pessoas que estão fora da nossa casa. É fácil cuidar das pessoas que não se conhecem bem. É difícil ser sempre solícito e delicado e sorridente e cheio de amor em casa, com os familiares, dia após dia, especialmente quando estamos cansados e irritados. Todos nós temos momentos como estes e é precisamente então que Cristo vem ter connosco vestido de sofrimento».
       O mundo precisa de Deus. E precisa de nós para levarmos Deus aos mais pobres. «Eu sou um lápis nas mãos de Deus. Ele usa-me para escrever o que quer... Demo-nos conta que o que fazemos é apenas uma gota no oceano. Mas sem essa gota, faltaria alguma coisa no oceano. Sejamos capazes de amar uma só pessoa de cada vez, de servir uma pessoa de cada vez... Jesus é o meu tudo. A minha plenitude».

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4377, de 6 de setembro de 2016

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Maria Teresa Gonzalez - Um Lápis chamado Teresa

MARIA TERESA MAIA GONZALEZ (2016). Um lápis chamado Teresa. Prior Velho: Paulinas Editora. 72 páginas.
       Há livros pequenos em tamanho que são enormes pelo conteúdo e pelas marcas que podem deixar impressas, pelos desafios que nos lançam.
       É conhecida a afirmação da Santa Teresa de Calcutá sobre o trabalho a favor dos mais pobres dos pobres: Sou um lápis nas mãos de Deus. A Madre Teresa de Calcutá não se deixava engrandecer, mas remetia o louvor para Deus, pois é Ele que chama, que envia, dá força, compromete. Cuidar das feridas de alguém maltratado, abandonado, excluído, é cuidar das feridas de Jesus. O que fizerdes ao mais pequeno dos meus irmãos é a Mim que o fazeis.
       A autora torna fácil a biografia de Madre Teresa de Calcutá. Sentando-se como aluna nas cadeiras da escola, no quarto ano de escolaridade, quando a professora Maria do Carmo nos pediu para fazer um trabalho «se eu fosse...» A narradora relata que escreveu "Se eu fosse um lápis". O diálogo com a tia vai permitir-lhe conhecer a frase de Madre Teresa de Calcutá - Sou um lápis nas mãos de Deus. Três anos depois, na época em que está a escrever, a autora faz outro trabalho, agora específico sobre a Mãe dos Pobres.
       O professor de Português pediu uma mini-biografia sobre uma personagem importante e, de preferência, que tivesse o mesmo nome ou de um familiar. Como Teresa será sobre Teresa de Calcutá que a narradora fará o seu trabalho, surpreendo os outros, mas surpreendendo-se, pois no final, verifica que talvez os santos não estejam muito na moda... o mais importante talvez não seja a nota do trabalho, mas identificar-se com a biografada.
       A linguagem do livro é própria de um adolescente, mas cuidada, para ressalvar o realmente importante. No final do livro algumas frases conhecidas de Madre Teresa de Calcutá:
"Precisamos de dizer aos pobres que são alguém para nós. Que também eles foram criados pela mão de Deus, para amarem e serem amados"
"Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão"
"Façam algo de belo para Jesus (...) Desprendam-se dos vossos bens e do vosso tempo. Deem até doer"
"Não estamos no mundo apenas para existir. Não estamos só de passagem. A cada um de nós foi dada a capacidade de fazer algo maravilhoso!"
"Trabalhai por Jesus e Jesus trabalhará convosco".
"Jesus espera-nos sempre em silêncio. Escuta-nos em silêncio e no silêncio fala às nossas almas. No silêncio é-nos dado poder escutar a sua voz"
A vida é uma oportunidade, agarra-a.
A vida é beleza, admira-a.
A vida é felicidade, saboreia-a.
A vida é um sonho, faz dele uma realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida dela.
A vida é uma riqueza, conserva-a.
A vida é amor, aprecia-o.
A vida é um mistério, penetra-o.
A vida é promessa, cumpre-a.
A vida é tristeza, vence-a.
A vida é um hino, canta-o.
A vida é um combate, aceita-o.
A vida é aventura, arrisca-a.
A vida é alegria, merece-a.
A vida é vida, defende-a.

domingo, 4 de setembro de 2016

Homilia de Francisco na Canonização de Madre Teresa

Praça de São Pedro - 4 de setembro de 2016
JUBILEU DOS OPERADORES E DOS VOLUNTÁRIOS DA MISERICÓRDIA


«Qual o homem que conhece os desígnios de Deus?» (Sab 9,13). Esta interrogação do Livro da Sabedoria, que escutamos na primeira leitura, apresenta-nos a nossa vida como um mistério, cuja chave de interpretação não está em nossa posse. Os protagonistas da história são sempre dois: Deus de um lado e os homens do outro. A nossa missão é perceber a chamada de Deus e aceitar a sua vontade. Mas para aceitá-la sem hesitar, perguntemo-nos: qual é a vontade de Deus na minha vida?

No mesmo trecho do texto sapiencial encontramos a resposta: «Os homens foram instruídos no que é do Vosso agrado» (v 18). Para verificar a chamada de Deus, devemos perguntar-nos e entender o que Lhe agrada. Muitas vezes, os profetas anunciam o que é agradável ao Senhor. A sua mensagem encontra uma síntese maravilhosa na expressão: «Misericórdia quero, e não sacrifício» (Os 6,6; Mt 9,13). Para Deus todas as obras de misericórdia são agradáveis, porque no irmão que ajudamos, reconhecemos o rosto de Deus que ninguém pode ver (cf. Jo 1,18). E todas as vezes em que nos inclinamos às necessidades dos irmãos, dêmos de comer e beber a Jesus; vestimos, apoiamos e visitamos o Filho de Deus (cf. Mt 25,40). Em definitiva, tocamos a carne de Cristo.

Estamos chamados a por em prática o que pedimos na oração e professamos na fé. Não existe alternativa para a caridade: quem se põe ao serviço dos irmãos, embora não o saibamos, são aqueles que amam a Deus (cf. 1 Jo 3,16-18; Tg 2,14-18). A vida cristã, no entanto, não é uma simples ajuda oferecida nos momentos de necessidade. Se assim fosse, certamente seria um belo sentimento de solidariedade humana, que provoca um benefício imediato, mas seria estéril, porque careceria de raízes. O compromisso que o Senhor pede, pelo contrário, é o de uma vocação para a caridade com que cada discípulo de Cristo põe ao seu serviço a própria vida, para crescer no amor todos os dias.
Escutamos no Evangelho que «seguiam com Jesus grandes multidões» (Lc 14,25). Hoje, a “grande multidão” é representada pelo vasto mundo do voluntariado, aqui reunido por ocasião do Jubileu da Misericórdia. Sois aquela multidão que segue o Mestre, e que torna visível o seu amor concreto por cada pessoa. Repito-vos as palavras do apóstolo Paulo: «Tive grande alegria e consolação por causa do teu amor fraterno, pois reconfortaste os corações dos santos» (Flm 7). Quantos corações os voluntários confortam! Quantas mãos apoiam; quantas lágrimas enxugam; quanto amor é derramado no serviço escondido, humilde e desinteressado! Este serviço louvável dá voz à fé – dá voz a fé! - e manifesta a misericórdia do Pai que se faz próximo daqueles que passam por necessidade.

Seguir Jesus é um compromisso sério e ao mesmo tempo alegre; exige radicalidade e coragem para reconhecer o divino Mestre no mais pobre e descartado da vida e colocar-se ao seu serviço. Para isso, os voluntários que servem os últimos e necessitados por amor de Jesus não esperam nenhum agradecimento ou gratificação, mas renunciam tudo isso porque encontraram o amor verdadeiro. E cada um pode dizer: “Como o Senhor veio até mim e se inclinou sobre mim na hora da necessidade, assim vou ao seu encontro e me inclino sobre aqueles que perderam a fé ou vivem como se Deus não existisse, sobre os jovens sem valores e ideais, sobre as famílias em crise, sobre os enfermos e os prisioneiros, sobre os refugiados e imigrantes, sobre os fracos e desamparados no corpo e no espírito, sobre os menores abandonados à própria sorte, bem como sobre os idosos deixados sozinhos. Onde quer que haja uma mão estendida pedindo ajuda para levantar-se, ali deve estar a nossa presença e a presença da Igreja, que apoia e dá esperança”. E fazê-lo com a memória viva da mão do Senhor estendida sobre mim quando eu estava por terra.
Madre Teresa, ao longo de toda a sua existência, foi uma dispensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível a todos, através do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e daqueles abandonados e descartados. Comprometeu-se na defesa da vida, proclamando incessantemente que «quem ainda não nasceu é o mais fraco, o menor, o mais miserável». Inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes - diante dos crimes!- da pobreza criada por eles mesmos. A misericórdia foi para ela o “sal”, que dava sabor a todas as suas obras, e a luz que iluminava a escuridão de todos aqueles que nem sequer tinham mais lágrimas para chorar pela sua pobreza e sofrimento.

A sua missão nas periferias das cidades e nas periferias existenciais permanece nos nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres. Hoje entrego a todo o mundo do voluntariado esta figura emblemática de mulher e de consagrada: que ela seja o vosso modelo de santidade! Parece-me que, talvez, teremos um pouco de dificuldade de chamá-la de Santa Teresa: a sua santidade é tão próxima de nós, tão tenra e fecunda, que espontaneamente continuaremos a chamá-la de “Madre Teresa”. Que esta incansável agente de misericórdia nos ajude a entender mais e mais que o nosso único critério de ação é o amor gratuito, livre de qualquer ideologia e de qualquer vínculo e que é derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião. Madre Teresa gostava de dizer: «Talvez não fale a língua deles, mas posso sorrir». Levemos no coração o seu sorriso e o ofereçamos a quem encontremos no nosso caminho, especialmente àqueles que sofrem. Assim abriremos horizontes de alegria e de esperança numa humanidade tão desesperançada e necessitada de compreensão e ternura.

sábado, 3 de setembro de 2016

XXIII Domingo do Tempo Comum - ano C - 4/09/2016

       1 – Preferência e seguimento, humildade e despojamento. A vocação primeira do cristão é seguir Jesus. Segui-l'O amando-O antes e acima de tudo. Quanto mais próximos de Deus mais disponíveis para amarmos e servirmos os irmãos. Quanto menos tempo tivermos para Deus menor a disponibilidade para cuidarmos dos outros, com alegria e prontidão.
       A atualidade deixa-nos ansiosos e preocupados, como Marta, amiga de Jesus. Tantas são as tarefas e tão urgentes que deixamos de ter tempo para o essencial: a vida, os amigos, a família, a qualidade na relação com os outros. Para que os laços se fortaleçam precisamos de convívio, de paciência, de persistência, de tempo. Podemos sempre dizer que mais importante que a duração do tempo é a qualidade do mesmo. De certa maneira. Se temos uma agenda muito preenchida que, pelo menos, estejamos totalmente naqueles instantes que dispomos com os outros. Mas que não seja uma desculpa ou justificação para nos distrairmos da família, dos amigos ou da vida.
       A vivência do domingo, tradicionalmente dia de descanso, era uma belíssima oportunidade para promover o encontro social, cultural, religioso, familiar. O trabalho é muito importante, como realização pessoal-profissional, como ganha-pão, como transformação da sociedade e do mundo, como supressão de carências. Mas o trabalho não é tudo. É um drama para quem não tem acesso a um trabalho digno e uma condigna remuneração. Mas também é dramático quando o trabalho justifica as chatices com a família, o afastamento crónico dos filhos, a indisponibilidade para os amigos. O trabalho é para nos aproximar e nos ajudar a crescer, não é um passatempo para nos distrair das dificuldades ou dos problemas.
       2 – Quando precisares de ajuda, pede a quem está ocupado, porque arranjará sempre tempo. Não peças colaboração a quem não tem nada que fazer (por opção), pois não estará disponível. Neste sentido, também a prioridade dada a Deus não nos indisponibiliza para os outros.
       Há uma grande multidão que segue Jesus. A motivação de cada pessoa poderá ser diferente: curiosidade, à procura de um sentido para a vida, para ver um milagre, por arrastamento... Alguns regressarão a casa transformados, prontos a mudar a vida pessoal, familiar, profissional e a maneira de se relacionarem com Deus – um Amigo e não um Ser Terrível – e com os outros, em quem se pode encontrar Deus.
       O Evangelho é para todos. Se, por vezes, Jesus se dirige especificamente a uma pessoa ou a um grupo, é para que todos ouçamos. Jesus volta-se, também nós, e diz: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo... quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».
       Optar não é excluir, mas dar preferência ao que realmente importa. Em todo o caso, a vida é feita de escolhas que, por sua vez, implicam renúncias, sacrifícios, gastando prevalentemente as energias e a vida na opção que fizemos. Quando não se escolhe, também se escolhe não escolher ou deixar que outros escolham ou que a vida se encarregue de nos arrastar. Assim sendo, é melhor sermos atores da nossa história que meros espectadores à espera que os outros realizem a vida por nós.
       Se decidimos ser cristãos, ajamos como cristãos, procurando agrafar a nossa vida à vida de Jesus e, como Ele, transparecer a misericórdia do Pai em tudo o que dissermos e fizermos. Não há cristãos a meio tempo ou quando dá jeito. Há cristãos por inteiro, mesmo que por vezes sobrevenha em nós a fragilidade, a limitação e o pecado. Mas maior que o nosso pecado é a misericórdia de Deus.
       3 – Neste domingo, 9 anos depois da sua morte (5 de setembro de 1997), é canonizada a Madre Teresa de Calcutá, cujo testemunho de vida transparece a entrega total a Jesus Cristo, que se refletiu no serviço aos mais pobres dos pobres. A mulher franzina, com uma coragem intrépida na luta pelos desvalidos da sociedade. Nasceu a 26 de agosto de 1910, em Skopje, na Albânia. O nome de batismo é Agnes (Inês) Ganxhe Bojaxhui. Com 18 anos vai para a Irlanda, onde se torna irmã de Loreto, cuja Ordem envia missionárias sobretudo para a Índia. Em 1928 vai finalmente para a Índia, com a missão, como as companheiras, de ensinar (geografia e religião) no colégio de St. Mary, em Entally, Calcutá, de que se tornará Diretora. Em 1946, sente a "vocação dentro da vocação", para sair ao encontro dos mais pobres dos pobres, daqueles que ninguém quer. Cerca de 2 anos depois solicita ao Vaticano a autorização para deixar a Ordem de Loreto e fundar uma nova Congregação, as Irmãs da Caridade. Até à sua morte não cessará de se entregar a Jesus Cristo no cuidado das pessoas mais desfavorecidas. Em 19 de outubro de 2003 foi beatificada por João Paulo II. Já em vida é considerada santa…
       Madre Teresa sintoniza-nos com o Evangelho: "Pela minha missão, pertenço a todo o mundo, mas o meu coração pertence a Jesus Cristo... Quando olhamos para a cruz, compreendemos a grandeza do Seu amor. Quando olhamos para a manjedoira compreendemos a ternura do Seu amor por ti e por mim, pela tua família e por cada família... Nunca estejais tristes. Sorri, pelo menos, cinco vezes por dia. Basta um sorriso, um bom-dia, um gesto de amizade. Fazei pequenas coisas com grande amor... Muitos de vós, antes de partir, vão pedir-me autógrafos. Seria melhor que vos aproximasses de um pobre e, através dele, pudésseis encontrar o autógrafo de Cristo".
       A sua entrega foi total. Não olhou nunca para trás, ainda que com dificuldades e trevas. Na oração e na intimidade com Deus forjou a coragem e a ousadia para servir os enjeitados deste mundo e destes reinos, procurando justiça, aliviando-os nos seus sofrimentos, devolvendo-os à vida, reconhecendo-os como filhos amados de Deus, fazendo-os sentir-se únicos!
       «Reza como se tudo dependesse de Deus e age como se tudo dependesse de ti... A verdadeira santidade consiste em fazer a vontade de Deus com um sorriso... É fácil sorrir às pessoas que estão fora da nossa casa. É fácil cuidar das pessoas que não se conhecem bem. É difícil ser sempre solícito e delicado e sorridente e cheio de amor em casa, com os familiares, dia após dia, especialmente quando estamos cansados e irritados. Todos nós temos momentos como estes e é precisamente então que Cristo vem ter connosco vestido de sofrimento».
       O mundo precisa de Deus. E precisa de nós para levarmos o Deus que nos habita a todos que não O conhecem ou vivem afastados d’Ele. «Eu sou um lápis nas mãos de Deus. Ele usa-me para escrever o que quer... Demo-nos conta que o que fazemos é apenas uma gota no oceano. Mas sem essa gota, faltaria alguma coisa no oceano. Não devemos pensar na quantidade, nos números. Sejamos capazes de amar uma só pessoa de cada vez, de servir uma pessoa de cada vez... Jesus é o meu tudo. A minha plenitude». O mundo inteiro para cuidar é a pessoa que precisa de mim, agora. 
       4 – Seguir e amar Jesus não nos distrai nem da vida nem dos outros, mas dá-lhe um sentido de plenitude, a certeza que a vida não se perde e que os outros são a nossa oportunidade de nos redimirmos e neles encontrarmos o próprio Deus que conta com o nosso sorriso e com a nossa ajuda. Em Cristo, Deus deixa-Se tocar, embalar, amar, perseguir, deixa-Se matar, mas nunca, nunca, nunca deixa que o Seu amor e a Sua misericórdia vacilem. O Seu poder é a Sua misericórdia infinita. A Sua grandeza está em fazer-Se pequeno, ficando do nosso tamanho, escondendo-Se entre nós. Ele vive. Podemos novamente e sempre encontra-l’O, segui-l’O, amá-l’O em cada ser humano.
       Peçamos ao Senhor que nos conceda a sabedoria para discernirmos sobre as escolhas que nos fazem escolhê-l'O, a humildade para acolhermos os Seus desígnios e a fortaleza para os cumprir. "Ensinai-nos a contar os nossos dias, para chegarmos à sabedoria do coração. Voltai, Senhor! Até quando... Tende piedade dos vossos servos. Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade, para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias. Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus. Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos".
       O Reino novo está a emergir, desde Cristo. Cabe-nos hoje a nós prosseguir com o Seu projeto de amor e de vida nova, levando a todos a esperança, fazendo com que todos se sintam parte deste sonho, para, entre avanços e recuos, nos tornarmos a Sua família.

       5 – São Paulo encontrou Jesus a caminho de Damasco. Já O perseguia sem saber, perseguindo os cristãos. "Sou Jesus, a Quem tu persegues". Finalmente os seus olhos abrem-se. Deixa tudo. A sua sabedoria, as suas certezas, a sua terra, para seguir Jesus, anunciando-O em toda a parte, em todas as situações e circunstâncias.
       Está prisioneiro por amor de Cristo Jesus, a interceder por um escravo, que quer que seja como um irmão muito querido. Ao dirigir-se e Filémon, Paulo agradece-lhe o cuidado e a atenção, "devolvendo" Onésimo, pedindo-lhe que o trate como se se tratasse do próprio Apóstolo. Em Cristo não há livres ou escravos, homens ou mulheres, mas todos são irmãos e assim devem ser tratados.


Pe. Manuel Gonçalves



Textos para a Eucaristia (C): Sab 9, 13-19; Sl 89 (90); Flm 9b-10. 12-17; Lc 14, 25-33.

domingo, 16 de agosto de 2015

Pensamentos de Madre Teresa de Calcutá

"Para mim evangelizar significa ter Jesus no coração e levá-lo aos corações dos outros»

Fórmulas mágicas:
"- Nunca estejais tristes. Sorri, pelo menos, cinco vezes por dia. Basta um sorriso, um bom-dia, um gesto de amizade.
- Fazei pequenas coisas com grande amor. Contando pelos cinco dedos da mão, pronunciai as palavras de Jesus: Foi a mim que fizeste.
- Fazei pequenas coisas que ninguém, teve tempo de fazer.
- Muitos de vós, antes de partir, vão pedir-me autógrafos. Seria melhor que vos aproximasses de um pobre e, através dele, pudésseis encontrar o autógrafo de Cristo"

«Reza como se tudo dependesse de Deus e age como se tudo dependesse de ti»

"A Igreja somos nós. Não devemos julgar os outros, mas a nós mesmos. Nós seremos julgados por aquilo que tivermos feito a Jesus sofredor e abandonado"

"Temos o Corpo de Cristo. Ele dá-nos força. Jesus vem a nós em forma de pão mostrar-nos o seu amor, e tão faminto que possamos dar-lhe de comer"

"O meu segredo é a oração que se transforma em ação. O que fazemos é amor de Deus em ação"
«A oração é uma linha direta de comunicação com deus».
«No Pai-nosso há tudo. Deus, próximo, eu própria. Se perdoar aos outros posso orar. Não há complicações e, todavia, nós complicamos tanto a vida com tantas coisas supérfluas»

«Caros jovens, o maior mal de hoje é a falta de amor e de caridade, a terrível indiferença com os irmãos e as irmãs, filhos de Deus nosso Pai, que vivem marginalizados, presas da exploração, da corrupção, da pobreza e da doença... A vida é um dom maravilhoso de Deus e todos foram criados para amar e ser amados. Não é um dever ajudar os pobres material e espiritualmente: é um privilégio, porque Jesus, Deus feito Homem, assegurou-nos que "tudo o que fizerdes ao último dos meus irmãs a Mim o fareis"... só no Céu é que veremos quanto somos devedores aos pobres, por nos terem ajudado a amar melhor o Senhor».

«Vós no Ocidente tendes que fazer com que aqueles que são espiritualmente os mais pobres dos pobres, mais do que com pessoas pobres no sentido material. É muito mais simples dar um prato de arroz a um esfomeado, encontrar um leito para quem o não tem... mas consolar ou eliminar um certo tipo de amargura, remover aquela raiva, aquela solidão, requer um empenhamento muito maior».
«No Ocidente, não se morre de fome, mas vós tendes outro tipo de pobreza, muito pior. É a pobreza de quem não ora, de quem não se preocupa com os outros, de quem não sabe sofrer e de quem se desespera. Esta pobreza do coração é mais difícil socorrer»

«O fruto do silêncio é a oração.
O fruto da oração é a fé.
O fruto da fé e o amor.
O fruto do amor é o serviço.
O fruto do serviço é a PAZ»

"A verdadeira santidade consiste em fazer a vontade de Deus com um sorriso"
"A alegria é oração, a alegria é força, a alegria é uma rede de amor. Quem dá com alegria dá muito mais. O melhor modo de mostrar gratidão a Deus e aos homens é aceitar tudo com alegria".
"A alegria é oração. A alegria é força. A alegria é amor. A alegria é uma rede de amor para conquistar as almas. Deus ama quem dá com alegria"
"Nada deve provocar-te tanta dor que te faça esquecer a alegria de Cristo ressuscitado".
"Quem dá com alegria é grande. A alegria é a marca de uma pessoa generosa, humilde que se esquece de tudo, até de si mesma, e procura agradar a Deus em tudo o que faz. Frequentemente, a alegria esconde uma vida de sacrifício, uma contínua união com Deus".
"Fazei com que todo aquele que for ter convosco saia da vossa beira sentindo-se melhor. Todos devem ver a bondade no vosso rosto, nos vossos olhos, no vosso sorriso. a Alegria transparece pelos olhos, manifesta-se quando falamos e caminhamos. Não pode. permanecer encerrada dentro de nós. A alegria é contagiosa».

«É fácil sorrir às pessoas que estão fora da nossa casa. É fácil cuidar das pessoas que não se conhecem bem. É difícil ser sempre solícito e delicado e sorridente e cheio de amo em casa, com os familiares, dia após dia, especialmente quando estamos cansados e irritados. Todos nós temos momentos como estes e é precisamente então que Cristo vem ter connosco vestido de sofrimento».
«O amor começa na própria casa e continua na própria casa, onde nunca faltam ocasiões de o demonstrar. A casa é o primeiro lugar onde é necessário praticar o amor e o espírito de serviço. Não há necessidade de ir a Jericó, o nosso trabalho mais importante deve desenvolver-se em Jerusalém [onde estava a falar], onde está o templo do verdadeiro Deus. Conheceis realmente os vossos familiares, os vossos vizinhos, as pessoas que frequentais? Preocupais-vos com a sua felicidade? Procurai, antes de tudo,  fazer isto e, depois, podereis pensar também nos pobres da Índia ou de outros países»
«As almas de oração são almas de grande silêncio. Nãos e pode encontrar Deus no barulho e na agitação. Deus é amigo do silêncio. Observai a natureza: as árvores, as flores, a erva crescem no silêncio; as estrelas, o Sol, a Lua movem-se no silêncio. Quanto mais recebemos na oração silenciosa mais podemos dar na vida ativa. Temos necessidade de silêncio para poder tocar as almas. Todas as nossas palavras serão inúteis se não vierem do nosso coração. As palavras que não têm a luz de Cristo aumentarão a escuridão. O silêncio dá-nos um modo novo de olhar as coisas»

«Deus criou-nos para amar e para ser amados. É este o início da oração: saber que Ele me ama, saber que fui criada para coisas maiores».

«Jesus teria morrido por uma única pessoa»
«Muitos falam dos pobres, mas poucos falam com os pobres»
«Os pobres não precisam da nossa comiseração. Os pobres precisam da nossa ajuda. O que eles nos dão é muito mais do que o que nós lhes damos».

"Demo-nos conta que o que fazemos é apenas uma gota no oceano. Mas sem essa gota, faltaria alguma coisa no oceano. Não devemos pensar na quantidade, nos números. Sejamos capazes de amar uma só pessoa de cada vez, de servir uma pessoa de cada vez».

"Para mim, cada um é Cristo e, assim, como existe um só Jesus, aquele que encontro é, naquele momento, o único no mundo".

«Nunca pensei mudar o mundo. Só procurei ser uma gota de água limpa em que o amor de Deus pudesse brilhar. Esforce-se também por ser uma gota de água limpa e já seremos dois. É casado?... Então diga à sua esposa e, assim, já seremos três! Tem filhos? (três filhos)... Diga-lhes também a eles e já seremos seis!»

«Eu sou um lápis nas mãos de Deus. Ele usa-me para escrever o que quer. O lápis não tem nada a ver com tudo isto. O lápis só deve ser usado»

«O amor é um fruto de todas as estações e ao alcance de todos».
"Todos têm o direito de vir ao mundo, desejado ou não. As crianças são o mais belo dom de Deus. O aborto é um crime realizado no ventre da mãe. Ninguém pode decidir sobre a vida alheia. O primeiro direito é nascer. Todos os outros vêm depois".
«Nós combatemos o aborto com a adoção. salvamos milhares de vidas. fazemos circular este aviso nos hospitais e nas clínicas e nas esquadras de polícia: "por favor, não mateis a criança antes de nascer; confiai-no-la". Assim, cada hora do dia e da noite, há sempre alguma (sabei, entre nós há muitas mais solteiras) a quem dizer: "Vem, tomaremos conta de ti, ficaremos com a criança que nascer de ti e dar-te-emos uma família". É uma bênção do Senhor para nós».

«Sente muitas vezes durante o dia a necessidade da oração e preocupa-te em orar. A oração alarga o coração até quando ele é capaz de conter o dom que Deus faz de Si mesmo. Pede e procura e o teu coração será suficientemente grande para recebê-lo e para conservá-lo absolutamente teu».
"Jesus é a palavra que temos de falar
Jesus é a verdade que temos de gritar.
Jesus é o caminho que temos de percorrer.
Jesus é a luz que temos de acender.
Jesus é a vida que temos de viver.
Jesus é o amor que temos de amar.
Jesus é a alegria que temos de partilhar.
Jesus é o sacrifício que temos de oferecer.
Jesus é é a paz que temos de levar.
Jesus é o faminto a quem temos de matar a fome.
Jesus é o sedento a quem temos de matar a sede.
Jesus é o nu que temos de vestir.
Jesus é o sem-teto que temos de abrigar.
Jesus é o doente que temos de tratar.
Jesus é o abandonado que temos de amar.
Jesus é o o não querido que temos de querer...»


Recolha a partir:
FRANCA ZAMBONINI (2005). Madre Teresa. A mística dos últimos.
Prior Velho: Paulinas Editora.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

F. Zambonini: MADRE TERESA, a mística dos últimos

FRANCA ZAMBONINI (2005). Madre Teresa. A mística dos últimos. Prior Velho: Paulinas Editora. 176 páginas.

       Há muita bibliografia sobre a Madre Teresa de Calcutá, a Mãe dos pobres, a pequena freira que se dedicou aos mais pobres dos pobres. Neste biografia, de Zambonini, ressalva-se o essencial da vocação, da vida, da obra de Madre Teresa, bem assim como das Missionárias da Caridade que ela fundou e que estão espalhadas um pouco por todo o mundo. A escolha pelas mais pobres, pois em cada um deles está impresso o rosto de Jesus Cristo.
       Tocar as feridas de um leproso, recolher um moribundo, acolher uma criança abandonada, adotar uma criança que estava para ser descartada antes de nascer, ir pelas ruas pedir esmola para alimentar os famintos, instruir as crianças, apoiar os mas desfavorecidos... como refere muitas vezes a Madre Teresa, é tocar as feridas de Cristo, acolhê-l'O, cuidar d'Ele, "Isto Me fizeste a Mim" (expressão adaptada do inglês para português: cada palavra corresponde a um dedo da mão). É a expressão do juízo final, o que fizeste ao mais pequeno dos meus irmãos a Mim o fizeste. Tem a ver com as obras de misericórdia. Sublinhe-se, como se pode ver no livro, que as Missionárias da Caridade têm casas abertas em muitos países ocidentais, onde a maior pobreza e mais difícil de atender é mesmo a pobreza da solidão, da perda de sentido de Deus, de abertura aos outros e à vida.
       Madre Teresa nasceu a 26 de agosto de 1910 - embora ela refira o dia 27, dia do seu batismo, como o dia do seu nascimento - em Skopje, na Albânia. O nome de batismo é Agnes (Inês) Ganxhe Bojaxhui. Com 18 anos vai para a Irlanda, onde se torna irmã de Loreto, cuja Ordem envia missionárias sobretudo para a Índia. Em 1928 vai finalmente para a Índia, com a missão, como as companheiras, de ensinar (geografia e religião) no colégio de St. Mary, em Entally, Calcutá, de que se tornará Diretora.

       Em 1946, sente a "vocação dentro da vocação", para sair ao encontro dos mais pobres dos pobres daqueles que ninguém quer. Cerca de 2 anos depois solicita ao Vaticano a autorização para deixar a Ordem de Loreto e fundar uma nova Congregação. A partir daqui nunca mais descansará no serviço diário de ajuda aos mais pobres. Pouco a pouco engrossa o números das irmãs que se querem dedicar como ela aos mais pequeninos. vai abrindo casas, primeiro na Índia mas logo em outros países. É um trabalho árduo. Pelo menos 12 horas dedicadas a serviço dos outros, percorrendo as ruas de Calcutá, batendo a muitas portas, autoridades, hospitais, recolhendo as pessoas encontradas abandonadas para morrer. Mais 2 horas de oração, indispensável ao trabalho prático. As Missionárias da Caridade têm também um ramo contemplativo. A Irmã Nirmala, que viria a ser a Sucessora de Madre Teresa à frente da Congregação, ficou responsável por abrir a casa das Missionárias da Caridade, no ramo da Contemplação, em Nova Iorque, invertendo as horas, 12 horas para a oração, duas horas para o serviço aos outros, indicando desta forma que a contemplação leva ao serviço, o serviço leva à oração.
       Pelo caminho a Madre Teresa é reconhecida pelo seu trabalho, nomeadamente sendo-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz e, na Índia, tendo direito a funeral de Estado. Morreu a 5 de setembro de 1997. Continua a inspirar cristãos e não cristãos em todo o mundo. Marcou a Índia, o mundo e a Igreja, com a sua vontade férrea de chegar aos mais desfavorecidos.
       Como a própria referia, não se podem resolver todos os problemas do mundo, comecemos por resolver o que está à nossa frente. Mesmo que sejamos como uma gota de água, mas ainda ainda o oceano ficará incompleto sem essa gota. Começar por nós, amar os de nossa casa. É sempre mais fácil amar e cuidar daqueles que não conhecemos. É imperativo que amemos os que estão perto de nós.
       Este livro é uma biografia, mas é sobretudo um testemunho de vida. A autora conviveu em diferentes ocasiões com Madre Teresa, entrevistando-a e acompanhando-a em viagens, e beneficiando de gestos concretos que demonstram a postura de Madre Teresa de Calcutá.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Domingo VI do Tempo Comum - ano B - 15.fev.2015

       1 – «Se quiseres, podes curar-me». O primeiro passo para a cura é o desejo de ser curado. A doença é, certamente, uma experiência de fragilidade, de impotência e, muitas vezes, de desencanto. Na presença de pessoas doentes, vem ao de cima, muitas vezes, o protesto contra a vida e contra Deus. Nunca é fácil lidar com a doença dos nossos familiares e amigos e sobretudo quando é prolongada e já não existem possibilidades de cura. Havendo esperança de melhoras, de estabilização ou de cura, então é possível aceitar as dores, os incómodos, os tratamentos. Não havendo, tudo se torna mais difícil, para o próprio e para quem está à volta.
       Outra das consequências da doença, crónica ou prolongada, além do desgaste físico e emocional, é o isolamento e a solidão. Os amigos vão desaparecendo progressivamente. Por esquecimento. Por cansaço. Por não quererem ver ou já não terem paciência para escutar os lamentos. Ou simplesmente por medo, porque se reveem em situações semelhantes.
       Uma pessoa (e a sua família) surpreendida por uma doença incurável poderá sentir-se revoltada e transparecer azedume para com aqueles que estão mais próximos. À doença acrescenta-se a solidão. A pessoa doente não faz vida social, deixa de conviver, pela (in)disposição, ou, em alguns casos, porque a própria doença desaconselha os ajuntamentos. E a falta de vontade; não quer ouvir ninguém; não quer ouvir as mesmas perguntas de sempre nem os olhares compadecidos!
       2 – Imaginemos agora uma doença infectocontagiosa!
       A Bíblia preserva o medo de contágio e as prescrições para evitar qualquer tipo de contacto com um leproso, dando à lei um carácter divino. «Quando um homem tiver na sua pele algum tumor, impigem ou mancha esbranquiçada, que possa transformar-se em chaga de lepra, devem levá-lo ao sacerdote Aarão ou a algum dos sacerdotes, seus filhos. O leproso com a doença declarada usará vestuário andrajoso e o cabelo em desalinho, cobrirá o rosto até ao bigode e gritará: ‘Impuro, impuro!’. Todo o tempo que lhe durar a lepra, deve considerar-se impuro e, sendo impuro, deverá morar à parte, fora do acampamento».
       A lei defende os sãos, mas condena ao isolamento e à exclusão os leprosos.
       Há pouco mais de 50 anos, existiam leprosarias e aldeias isoladas e situações em que os animais tinham um melhor tratamento. Lembremos a parábola de Lázaro, contada por Jesus.
       A propósito seria interessante ler a biografia do Padre Damião, o Santo de Molokai, ou algum dos filmes que se fizeram sobre ele; o galardoado filme Ben-Hur (adaptação do livro com o mesmo nome), e que mostra o tratamento dado aos leprosos, votados ao completo esquecimento, ou o romance de Victoria Hislop, “A Ilha” (Spinalónga), recordando como os leprosos eram obrigados a viver em ilhas, isolados da civilização, com acessos difíceis.
       3 – Se um leproso vem ter com Jesus é porque já ouviu falar d'Ele, já alguém lhe anunciou Jesus. Novamente a dinâmica da evangelização e da intercessão. Sorrateiramente, este homem aproxima-se. Confia no que lhe disseram, mas também no que o seu íntimo lhe diz. Arrisca muito, arrisca tudo, sujeita-se a ser escorraçado, apedrejado e morto.
       «Se quiseres, podes curar-me». O leproso faz a sua profissão de fé de forma simples, humilde e direta. São Marcos deixa-nos ver de perto a postura de Jesus. Há oito dias, víamos que Ele pega na mão da sogra de Simão Pedro e levanta-a. Esta semana, a mesma delicadeza, proximidade, sem meias nem peias, simplesmente, compadecido, Jesus estende a mão, toca-lhe e diz: «Quero: fica limpo». E como no momento da criação, também aqui a palavra de Deus tem efeito: aquele homem fica limpo da lepra.
       Quantas pessoas precisam apenas de um toque, um aperto de mão, um abraço, uma afaço, um beijo, um sorriso, para se sentirem humanas e se sentirem salvas! Ao vermos fístulas numa pessoa, a nosso instinto é, quase sempre, de defesa, desviamos o olhar e mantemo-nos com uma distância de segurança. Jesus arrisca tudo, como aquele homem arriscou tudo.
       4 – Aquele que é abençoado por Deus, quem se encontrou com Jesus, transborda em testemunho a alegria e a bênção desse encontro. A sogra de Pedro, uma vez curada, levanta-se e serve-os, a Jesus e aos discípulos. Hoje, este homem que fica curado, e apesar da recomendação de Jesus – «Não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua cura o que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho» – logo apregoa o que lhe aconteceu. E desta forma a fama de Jesus se espalha, com o risco de O procurarem para ver milagres (o espetáculo) e não para serem curados (conversão, fé, mudança de vida).

       5 – Jesus não se deixa amedrontar pela doença e muito menos por uma tradição que exclui pessoas. Para Jesus, doentes ou sãos, santos ou pecadores, homens ou mulheres, adultos ou crianças, todos são filhos de Deus. Prioridades? Os mais frágeis.
       A lepra foi um flagelo até há bem pouco tempo. Atualmente a cura é possível e está acessível. A vida do Pe. Damião de Malokai traz muitas histórias que falam de abandono, exclusão, famílias desfeitas, em que algum dos seus membros é forçado a embarcar para fora da pátria. Leprosarias, sanatórios, ilhas. Condições desumanas, degradantes.
       O proceder de Jesus não é fácil para nós, que nos queremos proteger. Por um lado, a vida merece que nós cuidemos dela. Por outro, na maioria das vezes as pessoas não têm culpa da doença, ou do flagelo. Bem basta a doença quanto mais a solidão. E um dia destes somos nós!
       Jesus atua de forma diferente. Aquele que se dispõe a dar a vida até à última gota de sangue não recua perante as dificuldades. Se Jesus agiu deste modo, os seus discípulos seguirão no Seu encalço, procedendo do mesmo modo. Como nos recorda São Paulo: "Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus. Fazei como eu, que em tudo procuro agradar a toda a gente, não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se. Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo".

       6 – Se o apóstolo é um exemplo vivo para àquelas comunidades, hoje encontramos outros. Como víamos antes, Damião de Malokai, que vai viver no meio dos leprosos, leva o amor de Jesus Cristo, a fé, a Palavra de Deus e luta para que haja condições, como habitações condignas, escola, hospitais, medicamentos e assistência médica, cuidados de higiene, aliviando o sofrimento, devolvendo a dignidade humana, integrando, quanto possível, as pessoas com lepra, fazendo-as sentir-se úteis uns para os outros. Acabará por morrer de lepra, mas com a certeza de ter cumprido o mandato de Cristo. Foi beatificado por João Paulo II a 3 de junho de 1995 e canonizado por Bento XVI a 11 de outubro de 2009.
       E, como não falar da dedicação de Raoul Follereau a favor dos leprosos? E da Associação por ele criada – Amigos de Raoul Follereau – para sensibilizar e ajudar as vítimas desta doença?
       Em Portugal, o Padre Américo é expressão da entrega e dedicação de Jesus, junto dos mais pobres, de crianças abandonadas, meninos de rua, sem pai nem mãe nem casa. A Obra da Rua, ou do Gaiato, continua a acolher crianças carenciadas, a educá-las e a integrá-las na sociedade.
       Madre Teresa de Calcutá que dedicou grande parte da sua vida a cuidar dos mais pobres dos pobres, na Índia; recolhia as pessoas que encontrava na berma da estrada, abandonadas para morrer, algumas com doenças infeciosas, tratava delas como se estivesse a cuidar de Jesus. Foi beatificada por João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003.
       E quantas pessoas encontramos nas nossas comunidades paroquiais que são autênticos anjos junto dos doentes, nas palavras que encontram para consolar, nos silêncios que respeitam a dor, na serenidade com que acariciam?!

Pe. Manuel Gonçalves


Textos para a Eucaristia (ano B): Lev 13, 1-2. 44-46; Sl 31 (32); 1 Cor 10, 31– 11, 1; Mc 1, 40-45.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

João Paulo II :: Bento XVI - Beata Teresa de Calcutá

       "Quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se servo de todos" (Mc 10, 44). Estas palavras de Jesus aos discípulos, que ressoaram há pouco nesta Praça, indicam qual é o caminho que leva à "grandeza" evangélica. É o caminho que o próprio Cristo percorreu até à Cruz; um itinerário de amor e de serviço, que inverte qualquer lógica humana. Ser o servo de todos!
       Madre Teresa de Calcutá, Fundadora dos Missionários e das Missionárias da Caridade, que hoje tenho a alegria de inscrever no Álbum dos Beatos, deixou-se guiar por esta lógica. Estou pessoalmente grato a esta mulher corajosa, que senti sempre ao meu lado. Ícone do Bom Samaritano, ela ia a toda a parte para servir Cristo nos mais pobres entre os pobres. Nem conflitos nem guerras conseguiam ser um impedimento para ela.
       De vez em quando vinha falar-me das suas experiências ao serviço dos valores evangélicos. Recordo, por exemplo, as suas intervenções a favor da vida e contra o aborto, também quando lhe foi conferido o prémio Nobel pela paz (Oslo, 10 de Dezembro de 1979). Costumava dizer: "Se ouvirdes que alguma mulher não deseja ter o seu menino e pretende abortar, procurai convencê-la a trazer-mo. Eu amá-lo-ei, vendo nele o sinal do amor de Deus".

       Os Santos — pensemos, por exemplo, na Beata Teresa de Calcutá — hauriram a sua capacidade de amar o próximo, de modo sempre renovado, do seu encontro com o Senhor eucarístico e, vice-versa, este encontro ganhou o seu realismo e profundidade precisamente no serviço deles aos outros. Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis, constituem um único mandamento. Mas, ambos vivem do amor preveniente com que Deus nos amou primeiro. Deste modo, já não se trata de um «mandamento» que do exterior nos impõe o impossível, mas de uma experiência do amor proporcionada do interior, um amor que, por sua natureza, deve ser ulteriormente comunicado aos outros. O amor cresce através do amor. O amor é «divino», porque vem de Deus e nos une a Deus, e, através deste processo unificador, transforma-nos em um Nós, que supera as nossas divisões e nos faz ser um só, até que, no fim, Deus seja «tudo em todos» (1 Cor 15, 28).
in BENTO XVI, Deus Caritas Est: AQUI.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Papa Francisco na Casa DOM de MARIA

       No dia 21 de maio, o Papa Francisco deslocou-se à Casa Dom de Maria, estrutura desejada  e inaugurada pelo beato João Paulo II, da responsabilidade das Missionárias da Caridade, congregação criada pela beata Madre Teresa de Calcutá.
Amados irmãos e irmãs, boa tarde!

        Dirijo uma saudação carinhosa a todos vós; de modo totalmente especial a vós, queridos hóspedes desta Casa, que é sobretudo vossa, porque para vós foi pensada e instituída. Agradeço a quantos, de vários modos, contribuem para esta bonita realidade no Vaticano. A minha presença esta tarde quer ser, antes de tudo, um agradecimento sincero às Missionárias da Caridade, fundadas pela Beata Teresa de Calcutá, que trabalham aqui há vinte e cinco anos, com numerosos voluntários, a favor de muitas pessoas que necessitam de ajuda. Obrigado de coração! Vós, prezadas Irmãs, juntamente com os Missionários da Caridade e com os colaboradores, tornais visível o amor da Igreja pelos pobres. Mediante o vosso serviço quotidiano, sois — como reza um Salmo — a mão de Deus que sacia a fome de cada ser vivo (cf. Sl 145, 16). Ao longo destes anos, quantas vezes vos inclinastes sobre os necessitados, como o bom samaritano, os fitastes nos olhos e os ajudastes a erguer-se! A quantas bocas destes de comer com paciência e dedicação! Quantas feridas, especialmente espirituais, curastes! Hoje, gostaria de meditar sobre três palavras que vos são familiares: Casa, Dom e Maria.

       Esta estrutura, desejada e inaugurada pelo Beato João Paulo II — mas trata-se de algo entre santos, entre beatos! João Paulo II, Teresa de Calcutá; e a santidade passou; isto é bonito! — é uma «casa». E quando dizemos «casa» referimo-nos a um lugar de acolhimento, a uma morada, a um ambiente humano onde estar bem, encontrar-se a si mesmo, sentir-se inserido num território, numa comunidade. Ainda mais profundamente, «casa» é uma palavra com um sabor tipicamente familiar, que evoca o entusiasmo, o carinho e o amor que se podem experimentar no seio de uma família. Então, a «casa» representa a riqueza humana mais preciosa, a do encontro, a dos relacionamentos entre as pessoas, diferentes por idade, por cultura e por história, mas que vivem unidas e que, juntas, se ajudam a crescer. Precisamente por isso, a «casa» é um lugar decisivo na vida, onde a vida se desenvolve e se pode realizar, porque se trata de um lugar onde cada pessoa aprende a receber amor e a doar amor. Esta é a «casa». E é isto que procura ser, desde há vinte e cinco anos, também esta casa! No limite entre Vaticano e Itália, ela constitui uma vigorosa exortação a todos nós, à Igreja e à Cidade de Roma, a ser cada vez mais família, «casa» onde devemos permanecer abertos ao acolhimento, à atenção e à fraternidade.

       Depois, há uma segunda palavra muito importante: o termo «dom», que qualifica esta Casa e define a sua identidade típica. Com efeito, trata-se de uma Casa que se caracteriza pela dádiva, pelo dom recíproco. Que quero dizer com isto? Quero dizer que esta Casa vos oferece acolhimento, ajuda material e espiritual, a vós estimados hóspedes, provenientes de várias regiões do mundo; mas também vós constituís uma dádiva para esta Casa e para a Igreja. Vós dizeis-nos que amar Deus e o próximo não é algo de abstracto, mas de profundamente concreto: significa ver em cada pessoa o rosto do Senhor para servir, e para o servir concretamente. E vós, caros irmãos e irmãs, sois a face de Jesus. Obrigado! Vós «ofereceis» a quantos trabalham neste lugar, a possibilidade de servir Jesus naqueles que se encontram em dificuldade, em quem precisa de ajuda. Então, esta Casa constitui uma transparência luminosa da caridade de Deus, que é um Pai bom e misericordioso para com todos. Aqui vive-se uma hospitalidade aberta, sem distinção de nacionalidade ou de religião, segundo o ensinamento de Jesus: «Recebestes de graça, dai também de graça» (Mt 10, 8). Todos nós temos o dever de recuperar o sentido do dom, da gratuidade e da solidariedade. Um capitalismo selvagem tem ensinado a lógica do lucro a qualquer custo, do dar para obter, da exploração sem considerar as pessoas... e podemos ver os resultados na crise que estamos a viver! Esta Casa é um lugar que educa para a caridade, uma «escola» de caridade que ensina a ir ao encontro de cada pessoa, não para obter lucro, mas por amor. A música — por assim dizer — desta Casa é o amor. E isto é bonito! E gosto que seminaristas do mundo inteiro venham aqui para fazer uma experiência directa de serviço. Assim, os futuros sacerdotes podem viver de forma concreta um aspecto essencial da missão da Igreja e fazer valorizar isto para o seu ministério pastoral.

       Finalmente, há uma última característica desta Casa: ela qualifica-se como um dom «de Maria». A Virgem Santa fez da sua existência uma dádiva incessante e inestimável a Deus, porque amava o Senhor. Maria é um exemplo e um estímulo para aqueles que vivem nesta Casa, e para todos nós, a viver a caridade em relação ao próximo não devido a uma espécie de dever social, mas a partir do amor de Deus, da caridade de Deus. E também — como ouvimos a Madre dizer — Maria é aquela que nos leva a Jesus e nos ensina como ir até Ele; e a Mãe de Jesus é a nossa e forma uma família connosco e com Jesus. Para nós, cristãos, o amor ao próximo nasce do amor de Deus e constitui a sua expressão mais límpida. Aqui procura-se amar o próximo, mas também deixar-se amar pelo outro. Estas duas atitudes caminham juntas, pois uma não pode existir sem a outra. No papel timbrado das Missionárias da Caridade estão impressas estas palavras de Jesus: «Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes» (Mt 25, 40). Amar Deus nos irmãos e amar os irmãos em Deus.

        Dilectos amigos, mais uma vez obrigado a cada um de vós. Rezo a fim de que esta Casa continue a ser um lugar de acolhimento, de dom e de caridade no coração da nossa Cidade de Roma. A Virgem Maria vele sempre sobre vós, e acompanhe-vos a minha Bênção. Obrigado!

FONTE - AQUI.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

YOUCAT - citações e sublinhados - Madre Teresa Calcutá

Madre Teresa de Calcutá, Beata - alguns dados biográficos AQUI.

"Pelo nascimento sou albanesa; pela nacionalidade, sou indiana; sou uma freira católica. Pela minha missão, pertenço a todo o mundo, mas o meu coração pertence a Jesus Cristo".

"Quando olhamos para a cruz, compreendemos a grandeza do Seu amor. Quando olhamos para a manjedoira compreendemos a ternura do Seu amor por ti e por mim, pela tua família e por cada família".

"O verdadeiro amor dói. Ele dói sempre. Amar uma pessoa custa mesmo; é doloroso abandoná-la e deseja-se morrer por ela. Quando as pessoas se casam, têm de deixar muitas coisas de lado para se poderem amar. A mãe que dá a vida a uma criança sofre muito. A palavra “amor” é tão mal entendida e abusa-se tanto dela".

"Ninguém teria sido melhor sacerdote do que ela [Maria] foi. Ela podia ter dito sem hesitar: «Isto é o Meu Corpo» porque Ela realmente ofereceu a Jesus a seu próprio corpo. E, no entanto, Maria permaneceu a despretensiosa serva do Senhor, para que pudéssemos recorrer sempre a ela como nossa mãe. Ela é uma de nós e estamos sempre unidos a ela. Depois da morte de seu Filho, ela continuou a viver na Terra, para fortalecer os Apóstolos no seu serviço, sendo sua Mãe, até que a jovem Igreja adquirisse forma".

"Pois só Ele é o Caminho, que vale a pena seguir, a Luz, que vale a pena acender, a Vida que merece ser vivida e o Amor que vale a pena amar".
"Amai os pobres e não lhes vireis as costas, pois, quando virais as costas aos pobres, virais as costas a Cristo. Ele próprio Se fez faminto, nu, sem-abrigo, para que vós e eu tenhamos possibilidade de O amar"

"A tuberculose e o cancro não são as piores doenças. Creio que a pior doença é não ser desejado nem amado "

"Não sei bem como será o Céu, mas sei que, quando morrermos, será tempo de Deus nos julgar. Então, Ele não nos perguntará: «Quantas coisas boas fizeste na tua vida?» Ele perguntar-te-á antes: «Com quanto amor fizeste aquilo que fizeste?»

"Nem mesmo Deus poderia fazer algo por alguém que não Lhe dá espaço. devemos estar completamente vazios, para O deixar entrar, para que Ele faça o que quer".

"O enigma é totalmente simples: eu pratico a oração. E por ela me uno ao amor de Cristo e vejo que orar é amá-l'O, orar é viver com Ele, e isso implica realizar as Suas palavras... Para mim, orar é estar ao longo de 24 horas unida à vontade de Jesus, viver para Ele, por Ele e com Ele".

"Há fome do pão ordinário, mas há também a fome de amor, de bondade e de atenção mútua - e esta é a grande pobreza que as pessoas hoje sofrem muito".

sexta-feira, 30 de março de 2012

Quem olha só para si nunca ilumina, nunca ressurge

       A maternidade é hospitalidade que parte em peregrinação dos irmãos. esta é a atitude suprema, esta é a brecha aberta no cerco da dor, esta é a peregrinação a caminho do outro que todos deveríamos tentar prolongar. Cura outros e a tua vida sarará. Ilumina outros e iluminar-te-ás (cf. Is 58). Mata a sede a outros e a tua sede aplacar-se-á. Quem olha só para si nunca ilumina, nunca ressurge.

Oração corajosa a de Madre Teresa:
       «Senhor, quando estiver triste, manda-me alguém para consolar; quando tiver fome, manda-me alguém a quem eu possa matar a fome; quando não tiver tempo, manda-me alguém a quem eu possa ajudar, ao menos por um momento».

ERMES RONCHI, As casas de Maria

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Oração


Mantenha seus olhos puros para que Jesus possa olhar através deles.
Mantenha sua língua pura para que Jesus possa falar por sua boca.
Mantenha suas mãos puras para que Jesus possa trabalhar com suas mãos.
Mantenha sua mente pura para que Jesus possa ouvir seus pensamentos em sua mente.
Mantenha seu coração puro para que Jesus possa amar com seu coração.
Peça a Jesus para viver sua própria vida em você porque:
Ele é a verdade da humildade.
Ele é a luz da caridade.
Ele é a Vida da santidade.

Madre Teresa de Calcutá

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Bento XVI almoça com 250 pobres

       Bento XVI almoçou este Domingo, dia 26, com 250 pobres e sem-abrigo de Roma, numa refeição que decorreu no átrio da sala Paulo VI, no Vaticano, assinalando o centenário do nascimento da beata Madre Teresa de Calcutá.
       Juntamente com o Papa e uma representação das Missionárias da Caridade, fundadas por Madre Teresa, participaram no almoço pessoas que frequentam regularmente, em Roma, diversas comunidades destas religiosas.
       No dia 5 de Janeiro, o Papa vai visitar crianças doentes do hospital Gemelli, de Roma, na vigília da festividade dos Reis Magos.
       Em palavras improvisadas no final do almoço de Domingo, Bento XVI recordou o testemunho de Madre Teresa de Calcutá como "um reflexo da luz do amor de Deus".
       A beata, que "viveu de maneira humilde por amor a Deus", dizia que o seu "maior prémio era amar Jesus e servi-lo por meio dos pobres", indicou o Papa.
       Madre Teresa, acrescentou, dá aos homens a certeza de que "Deus jamais nos abandona".
       Considerada uma das mulheres mais influentes do século XX, Agnes Gonxha Bojaxhiu nasceu na actual Skopje, capital da Macedónia (à época Üsküb, integrada no império Otomano), a 26 de Agosto de 1910. Deixou a sua terra natal em Setembro de 1928, entrando no convento de Rathfarnam (Dublin), Irlanda. Ali foi acolhida como postulante no dia 12 de Outubro e recebeu o nome de Teresa, como a sua padroeira, Santa Teresa de Lisieux.
       Foi enviada pela congregação do Loreto para a Índia e chegou a Calcutá no dia 6 de Janeiro de 1929, com 19 anos. Fez a profissão perpétua a 24 de Maio de 1937 e daquele dia em diante foi chamada Madre Teresa.
       No dia 10 de Setembro de 1946, no comboio que a conduzia de Calcutá para Darjeeling, Madre Tereza recebeu aquilo que ela chamou “chamamento no chamamento”, que teria feito nascer a família dos Missionários da Caridade.
       Ao longo dos anos 50 e no início dos anos 60, Madre Teresa estendeu a obra das Missionárias da Caridade seja internamente dentro Calcutá, seja em toda a Índia. No dia 1 de Fevereiro de 1965, Paulo VI concedeu à Congregação o “Decretum Laudis”, elevando-a a direito pontifício.
       Em 1979, Madre Teresa recebeu o Prémio Nobel da Paz, como reconhecimento pelo seu trabalho.
       No final dos anos 80 e durante os anos 90, não obstante os crescentes problemas de saúde, Madre Teresa continuou a viajar pelo mundo para a profissão das noviças, para abrir novas casas de missão e para servir os pobres e aqueles que tinham sido atingidos por diversas calamidades.
       Às 9h30 da noite do dia 5 de Setembro de 1997, morreu na Casa Geral. No dia 13 de Setembro teve um funeral de Estado e o seu corpo foi conduzido num longo cortejo através as estradas de Calcutá.
       Foi beatificada por João Paulo II a 19 de Outubro de 2003, após o Papa polaco ter dispensado o período de espera de 5 anos para a abertura da Causa de Canonização.

domingo, 17 de outubro de 2010

Nobel para Madre Teresa

Nobel para Madre Teresa
Em 17 de Outubro de 1979, Madre Teresa de Calcutá ganha o Prémio Nobel da Paz. Ao receber o prémio disse que sua obra é "uma gota de salvamento num mar de sofrimento". Sua mensagem é clara: "Juntos proclamamos com alegria a difusão da paz e percebemos que os pobres são nossos irmãos".

Ensinamentos de Madre Teresa

A vida é uma oportunidade, aproveite-a...
A vida é beleza, admire-a...
A vida é felicidade, deguste-a...
A vida é um sonho, torne-o realidade...
A vida é um desafio, enfrente-o...
A vida é um dever, cumpra-o...
A vida é um jogo, jogue-o...
A vida é preciosa, cuide dela...
A vida é uma riqueza, conserve-a...
A vida é amor, goze-o...
A vida é um mistério, descubra-o...
A vida é promessa, cumpra-a...
A vida é tristeza, supere-a...
A vida é um hino, cante-o...
A vida é uma luta, aceite-a...
A vida é aventura, arrisque-a...
A vida é alegria, mereça-a...
A vida é vida, defenda-a..."

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Madre Teresa de Calcutá: o Amor e a Vida

       Um texto magnífico de Madre Teresa de Calcutá, já colocado anteriormente, mas agora com outro colorido, em formato de diaporama, com imagens fabulosas, com música de Celine Dion, sobre a Vida, o Amor, as escolhas que nos fazem verdadeiramente felizes:

(Se não avançar automaticamente, clicar sobre >>, ou sobre o diaporama no lado direito)