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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Um estranho perto de minha casa

       Um velho camponês observava, descontente, um jovem que construía uma cabana perto do seu arrozal.
       - Pergunto-me de onde veio - disse à mulher, nessa mesma noite. - Não é daqui da terra. A julgar pelas roupas, é originário das montanhas. Que vem fazer para aqui? Isto não me agrada nada. Isto não me agrada mesmo nada...
       - Porque não vais cumprimentá-lo amanhã? - Aconselhou a mulher.
       - Dá-lhe as boas vindas. De certeza que não conhece ninguém por estes lados.
       - Nem penses nisso - ripostou o camponês. - Não sabes que os habitantes das montanhas são todos uns ladrões? Ignoremo-lo; com sorte, talvez até se vá embora.
       Todos os dias, o camponês trabalhava no arrozal. Com a água pela barriga das pernas, arrancava as ervas daninhas e punha-as num balde. Uma manhã, descobriu que o balde não estava no sítio do costume.
       - Eu sabia. - Vociferava, enquanto levantava a cama e espreitava por detrás do armário. - Eu sabia. O homem roubou-me. Roubou o meu balde!
       A mulher perguntou-lhe:
       - Quem te roubou o balde?
       - Ora quem! - Sussurrou o homem - O montanhês!
       - Ninguém te roubou nada - assegurou a mulher. - Sabes muito bem que passas a vida a perder tudo. Procura bem o balde e acabarás por encontrá-lo!
       Mas o camponês não lhe deu ouvidos. Saiu de casa à socapa e foi espiar o vizinho. O jovem estrangeiro cuidava tranquilamente das suas tarefas, mas o camponês achou que ele tinha um ar suspeito.
       - Não há dúvida - disse para consigo, semicerrando os olhos enquanto observava o montanhês. - Tem ar de ladrão de baldes, anda como um ladrão de baldes: é um ladrão de baldes!
       - Bom-dia, vizinho - saudou-o o jovem, ao aperceber-se de que o camponês o espreitava por detrás de uma árvore.
       O velho fugiu a correr. Quando chegou junto da mulher, disse-lhe, esbaforido:
       - Estás a ver, até me cumprimenta para que não desconfie dele. É mesmo arrogante! Desafia-me! Ri-se de mim!
       O camponês barricou-se em casa com a mulher, as dez galinhas e os três porcos.
       - Meu pobre amigo - disse-lhe a mulher, abrindo a porta. - Perdeste mesmo a cabeça!
       - Mas - gemeu o camponês - Agora que tem o meu balde, vai querer tudo o que eu tenho. E ainda não te disse tudo - acrescentou o homem, batendo os dentes. - Quando não são ladrões, os montanheses são assassinos!
       A mulher encolheu os ombros e foi dedicar-se às tarefas do dia.
       Ao cair da tarde, o camponês saiu de casa para beber água do poço. E o que viu ele, pousado no parapeito do poço? O seu balde! Lembrava-se agora que tinha ido buscar água para dar de beber aos animais. Tinha-se esquecido completamente de pôr o balde no lugar.
       - Mas - repetia para si mesmo, envergonhado - O montanhês tinha mesmo ar de ladrão...

Johanna Marin Coles & Lydia Maria Marin Ross. O balde. Retirado de Caminhos de Encontro, Manual de EMRC, 5.º Ano

domingo, 4 de abril de 2010

Quem pode ser Padre numa Freguesia destas?


...Se prega dez minutos, nunca mais se cala.
...Se não faz homilia, não está para se maçar.
...Se tem carro,é rico.
...Se anda à boleia é um coitadinho.
...Se fala do céu, é um anjinho
...Se fala do Inferno, é antiquado
...Se aborda assuntos sociais, mete-se na política.
...Se não fala dos problemas da paróquia, é egoísta.
...Se usa barba, é um revolucionário.
...Se usa cabeção, é padre à antiga.
...Se usa gravata é um padre progressista.
...Se baptiza e casa toda a gente, é bonzinho.
...Se é exigente, afasta os paroquianos.
...Se sai da paróquia, não está ao serviço das suas ovelhas.
...Se fuma,como pode ele ajudar a vencer o vício.
...Se bebe, é um mundano.
...Se passeia, é porque quer gozar a vida.
...Se está metido na casa paroquial é um acomodado.
...Se reza muito, é místico e não trabalha.
...Se faz obras, é vaidoso e arranja pregos.
...Se não as faz, deixa cair a igreja aos bocados.
...Se apresenta contas é um pedinchão.
...Se não dá a saber o que gasta, não é sério.
...Se na paróquia é só ele a mandar, é autoritário.
...Se chama ajudantes,é acomodado e preguiçoso.
...Se moraliza as festas,quer acabar com a religião.
...Se é amigo de dançar,desvirtua a missão de padre.
...Se é jovem, não tem calo.
...Se é idoso, o bispo devia reformá-lo.
...Se pede a côngrua é ambicioso.
...Se promove encontros com os jovens, não tem juízo.
...Se passa muito tempo no confessionário, quer saber a vida dos outros.
...Se em 15 minutos celebra a Missa, não é padre de oração.
...SE...SE...SE...
...Se se afasta de vez da paróquia ou morre, então...é INSUBSTITUÍVEL!!!

...Se querem saber, quem tanto disse,vão "Ao Sabor das ondas".

Publicado no blogue "floresnotempo"

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Silêncio!

A arte de dar amor é semelhante
à arte de receber amor.
Muitas vezes,
nosso julgamento sobre a felicidade alheia
é responsável por nossa infelicidade.
Um casal idoso tomava café no dia de suas
bodas de ouro.
A mulher passou manteiga na casca do pão
e deu ao seu marido, ficando com o miolo.
Pensou ela:
"Sempre quis comer a melhor parte do pão,
mas amo demais meu marido e, por 50 anos,
dei-lhe sempre o miolo.
Hoje quis satisfazer o meu desejo".
Para sua imediata surpresa,
o rosto do marido abriu-se num sorriso
sem fim e disse:
"Muitíssimo obrigado por este presente,
meu amor.
Durante 50 anos, sempre quis comer a casca
do pão,
mas como você sempre gostou tanto dela,
eu jamais ousei pedir".
(Autor desconhecido)