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domingo, 16 de junho de 2019

Mamoru Itoh - Quero falar-te dos meus sentimentos

MAMORU ITOH (2013). Quero falar-te dos meus sentimentos. Lisboa: Padrões Culturais Editora. 4.ª Edição. 80 páginas.
Já o publicámos, na tradução magnífica de Helena Gil da Costa - Quero falar contigo sobre os meus sentimentos. Neste livrinho, os textos são acompanhados por ilustrações.
O autor recorre a uma imagem muito sugestiva, a do jogo da bola. “Comunicar é como jogar a bola. Eu atiro a bola e tu apanha-la. E outra vez: eu atiro a bola… Eu quero falar contigo sobre os meus sentimentos”. Foi assim que a comunicação começou. Tal como precisamos de lançar a bola de um lado para o outro para que haja jogo, nós, para comunicar, precisamos de falar de uns para com os outros sobre os nossos sentimentos”.
Mas, tal como no jogo, também na comunicação, alguém tem de tomar a iniciativa. Não posso simplesmente ficar à espera que o outro o faça. E, tomando a iniciativa, tenho de estar preparado para que as coisas não decorram como expectável. A bola pode não chegar ao outro. Eu atiro a bola e o outro pode não a apanhar por ser demasiado pesada, ou ser lançada com demasiada força ou não saber jogar à bola! Ou estar demasiado distante. Pode não a devolver, ou devolvê-la com um tamanho mais reduzido…
Não há comunicação se falamos os dois ao mesmo tempo. Falar de banalidades não é comunicar. Comunicar implica-me e implica-te, envolve sentimentos. Podemos estar preparados para comunicar (sentimentos), darmo-nos, e o outro simplesmente ignorar, por não estar preparado ou por estar noutra onda.
«Se a pessoa a quem atiraste a bola não a apanhou da maneira que tu querias, não culpes essa pessoa. Talvez ela não seja muito boa a jogar a bola. Talvez ela estivesse nervosa, e a sua mão tenha deslizado. Talvez a tua bola fosse demasiado pesada».

domingo, 3 de setembro de 2017

VL - Quero falar contigo sobre os meus sentimentos - 2

       A comunicação é como jogar à bola. Eu lanço a bola. Tu lanças a bola. Alguém tem de lançar a bola em primeiro lugar. Deus é o primeiro a lançar a bola, toma a iniciativa, vem “jogar” o nosso jogo, faz-Se, em Jesus Cristo, um de nós, em tudo igual a nós exceto no pecado.
       Na comunicação contam várias condicionantes, mas o essencial são as pessoas que comunicam. A primeira condição é a aceitação: aceitar e escutar. A predisposição não apenas para falar mas para criar as condições para a outra pessoa falar. Aceitar o que tem para me dizer, sem preconceitos. A aceitação inicia-se ouvindo o que ela tem para me dizer. E então a comunicação acontece. É possível que alguma coisa mude.
       Com efeito, a comunicação visa a mudança. Se nada muda, é porque não houve comunicação, pois esta leva sempre a novos comportamentos.
       Falar do tempo, do futebol, falar das fases da nossa vida, é parecido com comunicação, mas a verdadeira comunicação fala de sentimentos e procura tocar o coração do outro.
       Por outro lado, na comunicação pode haver a tentação de eu procurar mostrar à outra pessoa que sou melhor que ela. "Se ao menos eu fosse melhor do que aquela pessoa! Sem se perceber, muitas vezes usamos a comunicação como uma forma de competição”. Dessa forma nada muda. A mudança começa quando o outro se sente aceite como pessoa. Não se trata de concordar com tudo o que diz, trata-se de a aceitar como pessoa e dar valor ao que nos diz.
       É isto que Deus faz connosco. Por amor nos chama à vida e por amor Se comunica, em palavras mas sobretudo pela Palavra que encarna, que Se assume Pessoa, em Jesus Cristo. A comunicação é “corporal”, encurtando distâncias. Jesus comunica-Se com a Sua própria vida. Na relação com as multidões, com os discípulos, com as pessoas mais frágeis, Jesus olha, escuta, pergunta, responde. A primeira preocupação de Jesus não é julgar, mas acolher, escutar, perceber o coração de quem d’Ele se aproxima ou, muitas das vezes, de quem Ele se aproxima. “Nós vivemos através da comunicação. Quando a tua comunicação muda com outra pessoa, a tua relação muda com todas as outras pessoas também. A tua relação com o teu trabalho e as relações na tua vida mudarão também”.
       É isso que acontece com os discípulos: o encontro com Jesus muda-os e mudam para sempre as suas vidas, indo ao encontro de outros para comunicarem a Vida por excelência: Jesus, morto e ressuscitado.

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4424, de 8 de agosto de 2017

sábado, 2 de setembro de 2017

VL - Quero falar contigo sobre os meus sentimentos

       "I want to tell you about my feelings". Belíssimo texto de MAMORU ITOH (1992), traduzido do inglês por Helena Gil da Costa e facultado, salvo erro, em Técnicas de Comunicação, na Faculdade de Teologia no Porto. É um texto (livro já publicado) sobre comunicação e sobre sentimentos, sobre a vida e o relacionamento entre pessoas.
       Comunicar é como jogar à bola. Para que haja jogo é preciso que alguém atire a bola para o outro. Uma e outra vez. Atiro a bola. Tu atiras a bola. Recolhes a bola. Eu recolho a bola. Para haver comunicação, e para haver relacionamento, alguém precisa de tomar a iniciativa e falar sobre os seus sentimentos e atirar primeiro a bola.
       Na comunicação, tradicionalmente, existem o emissor, a mensagem e o recetor. Nesta parábola percebem-se as condicionantes. As circunstâncias. Eu posso atirar a bola com demasiada força ou com força insuficiente. O outro pode estar preparado para receber a bola, mas não conseguir apanhá-la, porque vai com força demasiada ou não chega. «Todos nós queremos que apanhem as nossas bolas». Eu posso atirar a bola com meio metro diâmetro e quando voltar para mim pode vir com poucos centímetros. Alguém tem de lançar primeiro a bola. Mas posso ter medo que ela não seja recolhida ou não seja devolvida. E o outro pode ter medo ou não estar preparado para atirar a bola, para falar dos seus sentimentos.
       «Se a pessoa a quem atiraste a bola não a apanhou da maneira que tu querias, não culpes essa pessoa. Talvez ela não seja muito boa a jogar a bola. Talvez ela estivesse nervosa, e a sua mão tenha deslizado. Talvez a tua bola fosse demasiado pesada».
       Para que haja verdadeira comunicação não posso ficar só à espera que o outro me atire a bola. Tenho que também atirar a bola, arriscar, falar sobre os meus sentimentos. Não é possível falarmos ao mesmo tempo. Um fala e outro escuta. Pode haver nervosismo, ansiedade. Mas o mal não é a ansiedade, mas não a reconhecer. Queres falar, mas o mais importante não é falar, mas a tua capacidade para fazeres com que o outro fale. Começa por confiar e por aceitar o que a outra pessoa tem para te dizer. A aceitação é o primeiro passo para que a comunicação possa acontecer. 
       Transpondo para a nossa fé: Deus toma a iniciativa de Se comunicar e a Sua Palavra é carne viva, é Jesus Cristo! Ele precede-nos e lança a primeira bola. A comunicação acontece e a vida surge!

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4423, de 1 de agosto de 2017

terça-feira, 12 de março de 2013

Gianfranco RAVASI - O que é o Homem?

Gianfranco RAVASI. O que é o Homem? Sentimentos e laços humanos na Bíblia. Paulinas Editora, Prior Velho 2012, 144 páginas.
       O Cardeal Gianfranco Ravasi, que se encontra em Conclave para a eleição de um novo Papa, sendo um dos papáveis segundo a comunicação social, e que pregou o Retiro Quaresmal à Cúria Romana, na qual se incluía o então Papa Bento XVI, que tinha anunciado a renúncia ao Pontificado no dia 11 de fevereiro, com efeitos a partir do passado dia 28 de fevereiro, o último do mês, ajuda-nos a uma caminhada pela Bíblia, procurando o essencial do ser humana, em linha com a história da aliança de Deus com o povo, com a reflexão crente sobre a vida, o ser humano, imagem e semelhança de Deus, as formas de viver o amor, e o sofrimento.
       Este livro faz parte de uma coleção "Poéticas do viver crente. Linhas de Rumo", coordenada pelo Pe. Tolentino de Mendonça, com textos muito acessíveis, de fácil leitura, positivos, envolventes, alimentados na Palavra de Deus, para iluminar as horas que passam.
       O autor parte do sentir humano, com raízes na Bíblia, lançando pontes para outras religiões, para outras culturas, para tempos de antigamente e para os nossos dias. E nesse sentir, a evolução das emoções/sentimentos, na busca da mansidão que aproxima, constrói, fazendo-nos apostar nos outros, no perdão, na partilha, numa justiça que vai muito além da medida retribuitiva.
Do sentimento do medo, que nos dobra e escraviza, ao temor que nos abre o coração a Deus, como preparação para a festa do encontro com Deus, para saborear o amor, a alegria, a festa.
       O ser humano descobre-se na festa, na alegria, no amor, mas também no sofrimento. Também aqui, o autor não deixa de nos fazer viajar pela história do povo de Deus, descrita na Bíblia, mas também por outros mundos culturais e religiosos. O sofrimento diz-nos da nossa fragilidade e falibilidade. Mas poderá também fazer-nos encontrar connosco e com Deus. Há muitas reflexões teológicas sobre o sofrimento, nem sempre uma teologia do sofrimento. Job lança muitas luzes sobre o sofrimento, explorando a constatação que o sofrimento não é consequência do pecado. Jesus vai ainda mais longe. Vive. Não anula e não esconde o sofrimento. Há de entregar-Se. O Seu sofrimento é vicário, sofre por nós, em nossa vez, para nos libertar, para nos colocar na comunhão com Deus, em absoluto. A fraqueza e a debilidade poderão ser oportunidade para se manifestar a grandeza de Deus e o seu amor..
       O ser humano pode desenhar-se numa linha contínua, segundo o autor, na qual há lugar para o sentir, para o medo, para o sofrimento, para a festa, para o amor. Segundo ele, são vários (7) os rostos do amor: eclesial, social, nupcial, paterno e materno, familiar, de amigos (amical), e o amor pátrio. A este propósito alguns dos títulos dos capítulos finais: Amigos do peito, amigos na vida e na morte; Casal humano: à imagem do amor de Deus; A família; Cabelos brancos, «Coroa de Glória», sobre a velhice, com as virtudes que poderá trazer, ainda que não seja sinónimo de sabedoria ou de santidade...
       Mais uma leitura interessante para a Quaresma, ou para qualquer grande, sobre o ser humano, com as suas fraquezas, com a grandeza que lhe vem de Deus.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

As mulheres têm a custódia da vida, na ausência de Deus

       "Os homens têm medo das mulheres. É um medo que vem de longe, de tão longe quanto a vida. É um medo assinalado desde o primeiro dia, e não é só medo do corpo, da face e do coração da mulher, mas também medo da vida e de Deus. Porque estas três realidades estão muito próximas: a mulher, a vida e Deus... As mulheres têm a custódia da vida, durante a ausência de Deus".

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O amor é o que permanece quando nada mais resta

       "O amor é o que permanece quando nada mais resta. Todos temos uma memória no fundo de nós mesmos, quando irrompe a fundura da noite como um canto longínquo, a garantia de que para lá de tudo, para lá até da alegria e da pena, do nascimento e da morte, existe um espaço que nada suplanta, mais forte do que todas as ameaças, que não corre risco algum de destruição, um espaço intacto, o do amor que fundou o nosso ser".

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Adão está triste: o paraíso não vale a ausência de Eva...

       "Nada nos torna mais felizes do que sentir sermos algo para os outros, para o seu coração. E não conta o número daqueles para os quais somos importantes, mas a intensidade.
       Esta é a bênção para toda a terra: querer-se bem, pessoa a pessoa, coração a coração, casa a casa, clausura e aldeia, até envolver a cidade inteira do homem.
       Adão, senhor de todas as coisas, busca no Éden uma ajuda semelhante a ele. Busca a coisa mais importante da sua vida: o assombro da infinita abertura. Ao outro mundo, a si mesmo.
       Adão está triste: o paraíso não vale a ausência de Eva...
       Só quando te sentes amado, podes desabrochar em todos os teus aspetos; só quando te sentes escutado, dás o melhor de ti próprio...
       O amor, em todas as suas formas, desvenda o sonho de Deus de que está repassada toda a criação...
       Cada história de amor e de amizade põe a nú a verdade da nossa alma. Ali podes ser tu próprio, sem hipocrisia e sem exibicionismos... amo, logo existo.

A solidão de Adão representa a primeira expressão do mal

       "O Senhor vê a tristeza de Adão, vê uma solidão que nem sequer Deus pode colmatar, mas tão só alguém semelhante a ele: «Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele (Gn 2,18)».
       A solidão de Adão representa a primeira expressão do mal, nascida no jardim, ainda antes da sedução da serpente: o primeiro mal de viver é a solidão. É o próprio Deus que afirma: «Não é bom que o homem esteja só».
       O estar só é um «não bem», anterior, mais original ainda do que o pecado original. O ser humano nasce esfomeado: é fome de amor, eros e ágape inseparáveis. Fome de ser amado por muitos. E as mães alimentam os filhos com leite e sonhos, com leite e amor.
       (...) Cada filho de homem não é, na realidade, filho de um homem e de uma mulher, mas é filho da sua comunhão, do seu encontro ao longo de uma vida ou breve como um instante. A vida floresce a partir do encontro"

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Está-se vivo quando se está interessado na vida

       "Humanamente, está-se vivo na medida em que se está interessado na vida e se reparte a vida com outro, com aquele interesse que apelidamos de amor. E quanto mais amarmos a vida, apaixonadamente, tanto mais sairemos de nós próprios e nos exporemos às experiências que a vida nos oferece (o amor não protege, antes expõe), tanto mais seremos capazes de sentir felicidade. E, ao mesmo tempo, também dor, envolvimento no sofrimento e nas desilusões".

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O amor não explica, cura...

       "O amor não fornece explicação do universo, não é justificação da história, não faz nascer cientistas ou filósofos. Faz muito mais. Não justifica, mas faz viver. Não explica, mas cura. Nada impõe, mas cria homens verdadeiros. Quem saboreia o amor, mesmo que se sentisse a morrer, pode renascer. Por isso O [Jesus Cristo] seguiam".

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Amigo: uma salvação que caminha a teu lado

       "O amigo não te condena, mas também não te absolve incondicionalmente. Olha para ti com o olho límpido do médico que não se espanta com nenhuma enfermidade. Está perto de ti, disposto a perder a estima para te ganhar. Caminha contigo, não um milha ou duas, mas durante toda a noite, até que não tenhas medo.
       Amar uma pessoa significa aceitar em mesmo a debilidade do outro e carregar com ela: assim fez Jesus, tornando-se pecado por nós.
       Amar significa ainda transformar a sua vida em função do amado. Por isso, o amigo torna-se para o amigo «uma salvação que caminha a seu lado», segundo o projeto do Éden...
       O amigo não é apenas um espelho que me reflete, é também o outro mim-mesmo sonhado.
       No olhar do amigo tens a confirmação de que existes, de que sabes amar, de que és amado. O amigo é aquele que solicita amoravelmente a expressão mais profunda de nós próprios...

Buscamos nos olhos do outro a evidência de que existimos

       "Todos buscamos nos olhos do outro a evidência de que existimos, a certeza de que sabemos amar, de que somos capazes de relações verdadeiras, a garantia de que temos valor para alguém, de que merecemos atenção, interesse, talvez amor. Quem, pelo contrário, está sozinho é levado até a duvidar de si mesmo".

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Só os que te tocam são capazes de mudar a tua vida

       Ser tocado é um dos acontecimentos mais emocionantes e capitais da vida: aquele que te tocou no íntimo, mesmo só uma vez, permanecerá entre os teus profetas.
       Quem te toca entra em ti, doravante recebe-lo em casa; ele rasga sulcos, trabalha o teu campo, extirpa raízes, traz sementes, solicita e desperta as fontes da vida.
       Só os que te tocam são capazes de mudar a tua vida. O amigo é amigo porque te toca, desarmado e desarmante. Quando consegues deixar-te tocar pelo outro e tocá-lo, podes ali dizer que és tu próprio, porque deixaste cair todas as máscaras.
       Eis o milagre que sempre se deve implorar: alguém que saiba tocar o coração.
       Eis o sonho de Deus: que ninguém esteja sozinho na vida e que nenhuma casa exista sem festa no coração.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O que aproxima é a aceitação da outra pessoa

       As ideias são iscos, mas não são elas que separam ou aproximam as pessoas. O que aproxima é a aceitação da outra pessoa. Aceitar outra pessoa não significa concordar com ela, mas sim permitir que a pessoa seja ela própria perante.
       ... quem tem medo de se desentender nunca chega a entender-se.

Laurinda Alves e Alberto Brito, sj. Ouvir, Falar, Amar.

domingo, 1 de julho de 2012

Deus está presente no coração da vida

       "Não devemos buscar Deus nas margens da existência ou no fim daquilo que é humano. Deus está presente no coração da vida e nós damos pela sua proximidade com todos os nossos sentidos. sentimos Deus quando sentimos a vida e, quando amamos deveras a vida nesta terra, amamos o próprio Deus.
       Deus está no centro da vida, não nas margens. O Evangelho não nos liberta das realidades temporais, mas da sua idolatria.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Eu sou assim e os outros que se aguentem...

       ... Uma pessoa diz: «Eu sou assim e os outros que se aguentem, porque não há nada a fazer», está a demitir-se de ser pessoa, a desresponsabilizar-se. E o pior é que muitas vezes pode acrescentar a frase terrível: «E cá sou muito sincero, aquilo que tenho a dizer digo! Não me venham cá com coisas, esteja quem estiver, eu digo o que tenho a dizer!»...
       Há quem lhe chame sinceridade. Mas isso nada tem a ver com sinceridade! Será uma descarga emocional. Será tratar as outras pessoas como se fossem um caixote de lixo. Será dizer o que lhe vem à cabeça. E os outros que se aguentem.
       Ora, insto não é ser sincero! É ser descontrolado, para não dizer malcriado!
       Só sou sincero se atendo à pessoa a quem me dirijo!
       ... E já nem falo das pessoas que, depois de «desbobinar» tudo, declaram: «Mas ao menos disse tudo o que tinha a dizer, ao menos aproveitei a ocasião para...» Isso, então, é inqualificável.... Além de ser um comportamento próprio de adolescentes, é ridículo. Faz lembrar aqueles miúdos que dizem uns aos outros: «Eu sou mais forte do que tu e o meu pai é polícia! Ganhei!» Francamente...

Laurinda Alves e Alberto Brito, sj. Ouvir, Falar, Amar.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Memória e consciência!

       É a consciência que define quem somos, como estamos, onde estamos, qual o nosso papel e quais as nossas responsabilidades e habilidades sociais. Representa o centro consciente da personalidade, representa a motivação consciente do homem actuar no mundo e de ser um agente modificador da sua história. Portanto, por ser identidade consciente do homem, o eu nunca se destrói, apenas se transforma. A única coisa que pode levar o eu à destruição é a morte ou a lesão da memória...

A memória não é livre, é automática...

       "Podemos ser livres para ir aonde quisermos, mas não somos livres para decidir o que queremos registar na nossa memória. Se viveu experiências más, elas irão depositar-se nos recantos inconscientes da memória. Se hoje passou por uma angústia, uma situação de medo, uma crise de agressividade, tenha a certeza de que tudo isso está registado na sua memória.
       Cuidar da qualidade daquilo que é registado na nossa memória é mais importante do que cuidar das nossas contas bancárias. Nestas, depositamos dinheiro; naquelas, fazemos os depósitos que financiarão a nossa riqueza emocional".
        "... As crianças têm de ter infância, têm de registar uma história de prazer, criatividade e interacção. Uma criança alegre gerará um adulto com um grande prazer de viver. Uma criança rígida gerará um adulto bloqueado, tímido, inseguro....
       "A memória de uma criança é como uma folha em branco, pronta para ser escrita, embora aos sete anos de idade uma criança já tenha milhões de experiências arquivadas...
       "A memória não pode ser apagada, extinta e nem sequer eliminada, mas sim reeditada".
     

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Do sucesso e da vida...

"O sucesso não é ser-se continuamente feliz, mas construir a felicidade com as coisas simples da vida. O Mestre dos Mestres da escola da vida, Jesus, apesar de ser Alguém poderoso e famoso, ainda arranjava tempo para contemplar atenta e embevecidamente os lírios do campo".

Todos somos aprendizes da vida!

       "Não há gigantes no território da emoção. Todos somos aprendizes na escola da vida, quer sejamos psiquiatras quer sejamos pacientes. Se o eu aprender a intervir com lucidez, crítica e determinação nos pensamentos e emoções tensas e negativas, ele pode geri-los, controlá-los e, consequentemente, reescrevê-los".