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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Gianfranco RAVASI - Quem és TU Senhor?

GIANFRANCO RAVASI (2013). Quem és TU Senhor? Encontros e desencontros com o Homem que mudou a História. Prior Velho: Paulinas Editora. 144 páginas.
       Belíssima leitura do Cardeal Gianfranco Ravasi, centrando-se em Jesus Cristo. Os encontros e desencontros com o Crucificado Ressuscitado. A identidade de Jesus. O ambiente que que nasceu e cresceu. A linguagem utilizada no anúncio da Boa Nova. Anúncio de uma grande Alegria.
       Na primeira parte, as Aparições da Páscoa; o encontro com os discípulos de Emaús e como os olhos se abrem; o Cordeiro imolado; o encontro/desencontro com o Cônsul Pilatos, governador da Judeia. Na segunda parte, a identidade de Jesus, segundo São Lucas; as duas genealogias de Jesus e as preocupações que estão na sua base; a intrução de Jesus, saberia ler e escrever - numa terra de quatro línguas (latim, grego, hebraico e aramaico - o mais provável é que Jesus fosse bilingue (hebraico e aramaico); Jesus como Messias, aceite por novos movimentos, que o consideram Messias mas não filho de Deus, pelo que partilham o património comum até ao Concílio de Niceia; o celibato de Jesus como vocação. Na terceira parte, o Anunciador da Alegria, com o seu perfil de comunicador, acentuando-se as parábolas, os milagres, o diálogo/discussão alguns grupos de judeus, palavras envolventes que desafiam, interpelam, provocam, abençoam, curam, expulsam demónios. A concluir, o envio dos discípulos "obrigados" a tornar visível a fé, o Evangelho, em palavras e em obras, testemunhando. O testemunho não é uma qualquer publicitação egoísta, mas luz que há de transparecer para o mundo.
       A leitura abre o nosso horizonte, permitindo-nos não apenas conhecer uma pessoa, um acontecimento, mas enriquecendo o nosso vocabulário, para mais facilmente percebermos os outros e para melhor nos fazermos compreender. No caso concreto, para melhor conhecermos Jesus Cristo, como viveu e como as comunidades O experimentaram, e como na atualidade Jesus Cristo (e o Cristianimo) continua a ser uma Pessoa que desafia, provoca, renova, converte, nos faz ter vontade de O imitar, com coragem e humildade.
       De forma simples, quase poética, o autor leva-nos ao encontro de Jesus, para que n'Ele descubramos a nossa condição de filhos de Deus e nos comprometamos como irmãos. Um dos temas também presentes é a relevância de Cristo e do cristianismo nesta Europa descristianizada, mas cujos elementos estruturantes, e identificação da Europa se encontram muito vincados, além das divisões políticas e económicas e pese embora alguns estados se manifestarem contra os sinais que evocam a nossa origem, a nossa cultura, comum, e nos aproximam como irmãos.

          Sobre o tema do Cristianismo na Europa vale a pena ler também: CHRISTOPH SCHÖNBORN (2014). Cristo na Europa. Uma fecunda interrogação.
       Do mesmo autor também recomendámos: O que é o Homem? Sentimentos e laços humanos na Bíblia.

domingo, 15 de junho de 2014

Christoph Schörborn - CRISTO na EUROPA

CHRISTOPH SCHÖNBORN (2014). Cristo na Europa. Uma fecunda interrogação. Prior Velho: Paulinas Editora. 48 páginas.
       Um texto denso do Cardeal de Viena de Áustria, que foca a relação entre Cristianismo e Europa, com a sua identidade. Por um lado, o cristianismo como fundamento da Europa/Ocidente, mas, ao mesmo tempo, como um corpo estranho, cada vez mais estranho. Os valores da liberdade, da dignidade humana, de igualdade, emergiram com o Cristianismo. Todos filhos de Deus. Dignidade por sermos imagem de Deus, irredutível, pelo que não pode ser destruído. Unidade da espécie humana, na diversidade de pessoas e de culturas. A um momento, o Cristianismo trouxe ao Ocidente valores da vida, da dignidade, da igualdade. Noutro momento parece que a Europa prescinde do cristianismo para se sentir plenamente livre.
       O cristianismo sempre foi estranho ao império, ao poder. É um fundamento bíblico. O próprio Jesus, na Oração Sacerdotal, o acentua, dizendo que os discípulos estão no mundo mas não são do mundo. No entanto, quando o cristianismo assume a sua missão, ser no mundo como o sal na comida, sem estar a fazer concorrência com os poderes estabelecidos, tudo corre bem. Quando se coloca em concorrência com outros poderes, como sucedeu pela Idade Média, é mau para o cristianismo e para a Europa, para o poder.
       Por outro lado, o facto de se verificar, por parte dos poderes do mundo, e da sociedade, rejeitarem ou privatizarem o cristianismo, a fé, a religião, isso não tem significado libertação, pelo contrário, assiste-se ao recrudescer da violência, da destruição, do não reconhecimento da dignidade humana e da própria inviolabilidade da vida humana.
       O cristianismo é fundamento da Europa, do Ocidente. Por outro lado, deve permanecer estranho, para ser fiel a Cristo e um desafio para o mundo do nosso tempo.
       30 páginas para refletir a Europa e a relevância do Cristianismo.