A terceira Carta Encíclica de Bento XVI empresta o título a este blogue. A Caridade na Verdade. Agora permanecem a fé, a esperança e a caridade, mas só esta entra na eternidade com Deus. Espaço pastoral de Tabuaço, Távora, Pinheiros e Carrazedo, de portas abertas para a Igreja e para o mundo...
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sábado, 23 de dezembro de 2017
sábado, 9 de setembro de 2017
O Filho do homem é senhor do sábado
Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos apanhavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. Alguns fariseus disseram «Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?». Respondeu-lhes Jesus: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome? Entrou na casa de Deus, tomou e comeu os pães da proposição, que só aos sacerdotes era permitido comer, e também os deu aos companheiros». E acrescentou; «O Filho do homem é senhor do sábado» (Lc 6, 1-5).
Jesus não é, de modo nenhum, anarquista ou reacionário. No entanto, aproveita diversas ocasições para alertar que a lei ordena a convivência social e religiosa, procurando, precisamente, o bem de todos, a harmonia, a paz, a justiça, um sentido para a vida. Quando a lei impede ou dificulta a sadia relação entre as pessoas, e o crescimento das mesmas, deverá ponderar-se se a lei é necessária, ou se mais importante são as pessoas.
A lei está ao serviço da vida, ao serviço das pessoas, ao serviço da dignidade. E nunca a pessoa ao serviço da lei. A lei é um intrumento a favor das pessoas. Não pode ser a pessoa a transformar-se em intrumento a favor da lei. E bem sabemos como há leis injustas e imorais, leis que dificultam a dignidade e promovem a destruiçãoda vida ou a dimunuição da qualidade da vivência humana.
Uma lei é o argumento para lançarem mais uma cilada a Jesus: como é que em dia de sábado os discípulos apanhavam algumas espinhas, debulhavam-nas e comiam os grãos. A lei permitia o que eles vinham fazendo. E no tempo de muita carestia, e em longas jornadas, seria uma forma de enganar o estômago que todos compreendiam. Por isso também estava na lei. Agora comer os grãos dedebulhados ao sábado é que não lhes parecia lá muito bem.
A resposta da Jesus baseia-se em acontecimentos narrados na Bíblia, no bom senso, e naquilo que é verdadeiramente importante: a pessoa humana.
segunda-feira, 24 de abril de 2017
VL - Resiliência na oração
A Quaresma recentra-nos tradicionalmente em três dinâmicas para melhor vivermos a Páscoa do Senhor: a oração, o jejum e a esmola. São vistas como expressões da conversão interior, da adesão decidida a Jesus e ao Seu Evangelho, como concretização do nosso compromisso em nos tornarmos discípulos missionários, identificando-nos com o Mestre da Docilidade para, como Ele e com Ele, nos fazermos próximos dos outros e os acolhermos como irmãos.
A oração é o ponto de partida e o chão que nos move para Deus. E se a oração é autêntica levar-nos-á a querer o que Deus quer. Na oração predispomo-nos a encontrar a vontade de Deus para nós. A referência é Jesus Cristo, cuja vontade paterna é o Seu programa de vida, o Seu alimento. Eu venho, ó Deus, para fazer a Vossa vontade. Faça-se não o que Eu quero, mas o que Tu queres! A oração não é fácil. Ou nem sempre é fácil, sobretudo quando a vida não corre de feição. Ainda assim não devemos deixar de rezar, de suplicar, de louvar, de agradecer a Deus, a chuva e o sol, o vento e a névoa!
Alguns modelos de oração combativa: Abraão, Jacob, Moisés, Ana, Job, David, Jesus.
Abrão “negoceia” com Deus, insistindo até ao limite, com veemência, tentando proteger a cidade de Sodoma e de Gomorra. É um dos exemplos muito queridos ao Papa Francisco. Jacob é aquele que luta com Deus pela noite dentro e, por isso, o seu nome é mudado para Israel, porque lutou com Deus e venceu. Moisés eleva os braços, o coração, a vida para Deus, intercedendo uma e outra vez pelo povo, de dura servis, mas ainda assim o povo que Deus lhe confiou. Ana, mãe de Samuel, que persiste na oração até que Deus lhe concede o que deseja. Job, na imensidão do mistério de Deus, no confronto com a desgraça pessoal e familiar, não desiste de se dirigir a Deus, convocando-O à justiça. E Deus responde-lhe. David, grande Rei – o Papa Francisco invoca-o como São David – apesar do grave pecado contra o próximo, tomando a mulher de Urias e provocando-lhe a morte, não deixa de dialogar com Deus, penitente, arrependido, assumindo as consequências do seu pecado, protegendo o povo. E, claro, a oração de Jesus. Em todos os momentos cruciais da Sua vida, Jesus respira oração, suplicando, louvando, agradecendo, oferecendo. A sua vida faz-se oração, mas Jesus reserva momentos específicos para orar a Deus Pai: antes da vida pública, antes de escolher os apóstolos, na realização de milagres, antes do Calvário… e na Cruz!
Publicado na Voz de Lamego, n.º 4406, de 4 de abril de 2017
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
O teu Deus será o meu Deus, o teu povo será o meu...
No tempo em que os juízes governavam, houve uma fome no país. Certo homem deixou Belém de Judá e emigrou para os campos de Moab, com a mulher e dois filhos. Ele chamava-se Elimelec e a mulher Noémi. Elimelec, marido de Noémi, faleceu e ela ficou só com os seus dois filhos.
Ambos casaram com esposas moabitas, uma chamada Orpa e a outra Rute. Permaneceram lá cerca de dez anos. Entretanto os filhos também morreram e Noémi ficou só, sem os dois filhos e sem o marido. Resolveu então voltar dos campos de Moab, juntamente com as noras, por ter sabido, nos campos de Moab, que o Senhor tinha abençoado o seu povo, dando-lhe pão. Orpa despediu-se da sogra e voltou para o seu povo; mas Rute ficou com Noémi. Disse-lhe Noémi: «Olha que a tua cunhada voltou para o seu povo e para o seu deus. Vai também com ela». Rute respondeu-lhe: «Não insistas comigo, para que te deixe e me afaste de ti, pois irei para onde fores e viverei onde viveres. O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus». Foi assim que Noémi regressou dos campos de Moab, trazendo consigo sua nora Rute, a moabita. Chegaram a Belém no início da ceifa da cevada (Rute 1, 1-2a.3-6.14b-16.22 ).
Este é um extraordinário texto sobre a conversão de Rute, moabita, e sobre o compromisso que assume com o povo hebreu, o povo da primeira Aliança. Os filhos de Noémi casaram com duas mulheres de Moab. Viúva, Noémi ficou junto dos dois filhos, que viriam a falecer, pelo que voltou para a sua terra, para o seu povo. Como os filhos não deixaram descendências, as noras poderiam voltar para casa dos seus pais a fim de procurarem novos maridos e assim assegurar descendência.
Noémi, sem marido, sem filhos e sem netos, regressa ao seu povo, sabendo que Deus abençoou o seu povo e que entre os seus poderá encontrar alguma proteção e ajuda. Uma das noras regressa a sua casa. Rute, porém, e em definitivo, segue Noémi, fazendo luminosa profissão de fé: «Irei para onde fores e viverei onde viveres. O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus».
Por um lado, pode sublinhar-se a importância de Noemi, certamente que a sua bondade, a sua vivência e a sua fé conduzem Rute pela mão. Por outro, a na continuação do texto se verá que o acolhimento que Noemi teve em terra estrangeira, também a estrangeira Rute será bem acolhida na terra da sua sogra. Nestes dias que se fala de bem acolher estrangeiros e refugiados, aqui está um belíssimo testemunho. Veja-se, no breve livro de Rute, a tradição que perdurou no tempo, de respigar os campos de trigo a fim de matar a fome...
Chamada de atenção também para o facto de Rute ser incluída na genealogia de David e posteriormente na genealogia de Jesus. A salvação que Deus nos dá inclui-nos a todos, também aos estrangeiros.
sábado, 23 de novembro de 2013
Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo - 24 novembro
1 – A realeza de Jesus Cristo que hoje temos a dita de celebrar assenta no Amor, na doação por inteiro, na entrega da vida a favor dos outros. É uma realeza frágil, exposta, carente, dependente do acolhimento e da aceitação alheia. Não é imposta e não vive pela força, pelas armas, pela persuasão coerciva, pelo estatuto social, cultural, político ou religioso. Impõe-se unicamente pelo serviço, pelo testemunho, como lâmpada que se acende para irradiar Luz.
Hoje são vários os motivos que nos levam/trazem à Eucaristia: solenidade de Cristo Rei, Senhor do Universo, Dia da Igreja Diocesana de Lamego, Encerramento do Ano da Fé, convocado por Bento XVI e concluído pelo Papa Francisco.
A síntese e o enquadramento do Ano da Fé pode encontrar-se na primeira carta Encíclica do novo Papa, Lumen Fidei, escrita a quatro mãos, preparada por Bento XVI e assumida, com as suas contribuições pessoais, por Francisco. Melhor síntese ainda: a passagem de testemunho de um a outro papa, sublime Evangelho da Humildade. Um, a fé, o serviço e o despojamento, pondo em evidência o que sempre foi: simples trabalhador da vinha do Senhor. Outro, com a temperatura muito latina, próximo, afável, universalizando o que era como sacerdote e cardeal, pastor da proximidade e da clareza, do encontro e da ternura. A Barca, porém, é conduzida, ontem como hoje, pelo Bom Pastor, Cristo Senhor. Outra síntese luminosa, anunciada neste ano, a canonização do Bom Papa João XXIII e do infatigável papa João Paulo II, a realizar em 27 de abril de 2014.
2 – Curioso o Evangelho que hoje nos é proposto: a coroação de Jesus realiza-se na Cruz, bela expressão do Amor sem fronteiras nem reservas, sem condições prévias.
Alguns zombam de Jesus: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito»; «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo»; «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também». O próprio letreiro pregado na cruz refere a realeza de Jesus: «Este é o Rei dos judeus».
A zombaria contrasta com a bondade de Jesus durante a vida pública. Ele prega e vive a proximidade com todos, especialmente com as pessoas mais frágeis e desconsideradas social, política e religiosamente, acerca-se delas, faz-Se caminho para coxos, aleijados, portadores de deficiência, publicanos, crianças, mulheres. Coloca no centro precisamente aqueles que foram colocados (ou se colocaram) nas periferias da vida. Surge como Messias prometido e esperado. São multidões que acorrem à Sua presença, para O ver, para O ouvir, para se encontrarem com Ele. É o Eleito do Senhor, Aquele em Quem Deus pôs todo o Seu enlevo, a Sua complacência.
Quando entra triunfalmente em Jerusalém (em Domingo de Ramos), faz-nos visualizar uma realeza pobre, despretensiosa, humilde. Não é acompanhado com carros de bois e de cavalos, com forte exército, armado, para O protegerem. Vai em cima de um burrito, símbolo da pobreza, do despojamento, sem adornos nem artifícios. E até o jumento é emprestado. No final, Jesus não tem nada, nem sequer Lhe é permitido ficar com a roupa do corpo. Nada tem. Tudo é para Deus. É todo de Deus. É todo para a humanidade.
3 – A história de salvação, que nos chega através da Sagrada Escritura, e do Povo da Aliança, no qual nasce Jesus, está marcada pelo desejo de uma realeza agregadora, fazendo com que o povo judeu seja luz para as nações, e nele sejam abençoados todos os povos da terra, como bem expressa o velho Simeão aquando da apresentação de Jesus no Templo.
É uma promessa constantemente renovada. O próprio Deus exercerá a justiça e o poder sobre Israel e sobre o mundo inteiro. A condição colocada é a observância dos preceitos de Deus, sintetizados nos 10 mandamentos.
O grande líder é Moisés. Fala com Deus, face a face, e, por seu intermédio, o povo é libertado e chega às portas da terra prometida. A liderança justa e gloriosa de Moisés, após a sua morte, provoca o sonho de um novo Moisés que conduza novamente o povo a uma terra prometida, onde corra leite e mel, terra fértil em paz, unidade e justiça.
As coisas nem sempre correm como esperado. No horizonte surge um REI cuja sabedoria parece iluminar os seus súbditos. David, o pastor, humilde e pobre, que passa despercebido, e se torna Rei. Não é um rei imposto, mas proposto: governa sobre nós, "somos dos teus ossos e da tua carne". O argumento é sobrenatural: «o Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel, tu serás rei de Israel’». David é ungido. A aliança é tripartida, do rei com o povo, diante do Senhor Deus. David congrega todas as tribos de Israel num só povo (para Deus). Ainda em vida assiste a contendas que mais à frente hão de desmoronar a harmonia que ele conseguiu. O sonho prossegue no desejo de um novo David, um pastor de Israel, que conduza o povo a pastagens verdejantes, fundando a nova Jerusalém.
Para nós, cristãos, Jesus Cristo é, sem dúvida, o novo Moisés, o novo David, o Ungido do Senhor. E mais que isso, é o Filho de Deus entre nós, sem coroa e sem poder. Vem para congregar com a força do perdão e do amor, introduzindo-nos na verdadeira e sempiterna cidade santa, a mais bela morada do Deus altíssimo, para a qual estamos convocados!
4 – «O meu reino não é deste mundo». Diante de Pilatos Jesus acentua a sobrenaturalidade do Reino de Deus, visível aos simples e humildes de coração, interior e com efeitos na prática do bem e da justiça. Se o meu reino fosse deste mundo, diz Jesus, então os meus guardas viriam para Me proteger. Se fosse uma questão de poder, Deus mandaria os exércitos celestes, e num instante faria desaparecer da face da terra todos os malfeitores. Mas o meu reino não é deste mundo. Não é aqui que se realiza a Jerusalém celeste, mas é aqui que se inicia este projeto de vida nova. A cidade de Deus está no meio dos homens, é Jesus Cristo.
4 – «O meu reino não é deste mundo». Diante de Pilatos Jesus acentua a sobrenaturalidade do Reino de Deus, visível aos simples e humildes de coração, interior e com efeitos na prática do bem e da justiça. Se o meu reino fosse deste mundo, diz Jesus, então os meus guardas viriam para Me proteger. Se fosse uma questão de poder, Deus mandaria os exércitos celestes, e num instante faria desaparecer da face da terra todos os malfeitores. Mas o meu reino não é deste mundo. Não é aqui que se realiza a Jerusalém celeste, mas é aqui que se inicia este projeto de vida nova. A cidade de Deus está no meio dos homens, é Jesus Cristo.
O grito do bom ladrão chega ao Céu: «Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza». A resposta dada é também para nós: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso». Esta certeza, que nos é revelada por Jesus Cristo, provoca-nos a alegria do salmista: «Alegrei-me quando me disseram: 'Vamos para a casa do Senhor'».
Com a morte e a ressurreição de Cristo chega até nós a vastidão do Céu. N'Ele somos assumidos, não como súbditos mas como filhos bem-amados, como herdeiros da verdadeira aliança que Se alicerça no sangue e no corpo de Jesus, na Sua vida por inteiro, inteiramente oferecida a nosso favor. Por isso, «damos graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados. Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura... Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus».
A última tentação, na Cruz e na vida, é o “cada um por si”, cada um procurar salvar-se a si mesmo, usando todos os meios, mesmo que à custa de outros. «Salva-te e ti e a nós também». Jesus não quer salvar a pele e muito menos à custa do sacrifício de outros. Ao invés, Jesus oferece-Se como sacrifício, como Amor partilhado, para salvar a todos. No final, Ele não se livra do sofrimento, do suplício e da morte. Mas aprouve a Deus que na Sua oferenda todos fôssemos reconciliados com Ele, eternamente.
Textos para a Eucaristia: 2 Sam 5, 1-3; Sl 121 (122); Col 1, 12-20; Lc 23, 35-43.
Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Pe. Léo - superando as limitações
David tinha mulher bonita... David peca por causa do seu ponto fraco... peca porque alimenta a visão de um modo errado... quem não tem o que fazer acha... quem não tem que fazer é um perigo para a sociedade... a pessoa fica à toa, quem mais reclama da vida é quem não tem que fazer... aliás, quando precisar de alguém para ajudar você procura a pessoa mais ocupada... quem tem tempo sobrando é preguiçosa, usa o tempo para reclamar da vida, está sempre atrasada para ir para lugar nenhum, ela precisa sempre chegar não sabe a onde nem fazer o quê, por isso ela para em qualquer lugar e enrosca em qualquer coisa. não produz, não lê um livro, não reza... não sabe para onde vai olha para todo o lado... quem sabe para onde vai fixa o olhar... quem fica olhando para todo o lado enxerga o que não deve... David está lá, olhando... o pecado tem o poder do zoom... da atração... o pecado de David é da irresponsabilidade, da indelicadeza... da insensibilidade, do orgulho prepotente... dá uma de alcoviteiro... ele vai descendo... foi-se reduzindo como se fosse um moleque... usa e deita fora, usa o poder para tomar a mulher do próximo...
sábado, 2 de abril de 2011
Domingo IV da Quaresma - 3 de Abril
1 – Dois elementos essenciais no nosso mundo: a ÁGUA, indispensável à vida, que nos refresca e alimenta, e a LUZ, que nos permite caminhar em segurança e nos guia confiantes ao encontro dos outros. Duas realidades do nosso quotidiano que, carregadas de simbolismo, nos transportam para Aquele que nos transcende, infinitamente, mas Se faz próximo, no tempo e na história, Se faz Deus connosco, em Jesus Cristo.
Os domingos da Quaresma, neste ciclo de leituras, ANO A, apresentam-nos claramente a liturgia baptismal. Se no domingo anterior se falava da água que jorra para a vida eterna – Jesus apresenta-Se como a água viva, que sacia a nossa sede de sentido, de justiça e verdade –, neste domingo centramo-nos na Luz.
Diz-nos Jesus: "É preciso trabalhar, enquanto é dia, nas obras d’Aquele que Me enviou. Vai chegar a noite, em que ninguém pode trabalhar. Enquanto Eu estou no mundo, sou a luz do mundo"... Ele é a luz do mundo, é n'Ele que nos encontramos e nos reconhecemos como irmãos. Na ausência de luz, na escuridão, tudo se transforma em tropeço, em ocasião para o medo, para a queda. Na luz de Jesus Cristo, tornamo-nos novas criaturas, caminhamos seguros.
2 – No Evangelho, um cego de nascença beneficia da proximidade de Jesus, e recupera a visão. Para lá do milagre, como sinal da presença de Deus no meio de nós, e do Seu poder salvador, o simbolismo é por demais evidente. Andámos cegos, às apalpadelas, sempre à procura de um significado para a vida, uma justificação para o que nos acontece, para o que acontece no mundo, à nossa volta. Só em Cristo Jesus encontramos um sentido definitivo. Ele é a Luz que nos deixa ver para lá das aparências.
Com efeito, diz o Senhor a Samuel, na hora de eleger o Rei de Israel: "Não te impressiones com o seu belo aspecto, nem com a sua elevada estatura, pois não foi esse que Eu escolhi. Deus não vê como o homem; o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração".
A escolha de Deus não recai nas nossas competências, na nossa sabedoria, nas nossas qualidades, embora estas sejam também expressão da Sua benevolência. Chama-nos para nos enviar, para Se "apoderar" de nós: "Daquele dia em diante, o Espírito do Senhor apoderou-Se de David". Cabe-nos deixar que o Espírito de Deus Se "apodere" da nossa vontade, para que em nós actue a misericórdia e a bênção de Deus para o mundo inteiro.
3 – O cego de nascença, depois da cura, do encontro com Jesus, encontra a luz que o guia para a verdade e o torna destemido diante da ameaça dos fariseus e dos doutores da Lei. É dele que escutámos estas sábias palavras: "Isto é realmente estranho: não sabeis de onde Ele é, mas a verdade é que Ele me deu a vista. Ora, nós sabemos que Deus não escuta os pecadores, mas escuta aqueles que O adoram e fazem a sua vontade. Nunca se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. Se Ele não viesse de Deus, nada podia fazer".
Agora ele vê, e não apenas para o exterior, vê a verdade, reconhece em Jesus a presença de Deus. Vê para lá dos argumentos e das aparências. Está no caminho de luz, para a qual também nós somos impelidos pelo Espírito de Deus que nos habita. "Outrora vós éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz, porque o fruto da luz é a bondade, a justiça e a verdade. Procurai sempre o que mais agrada ao Senhor. Não tomeis parte nas obras das trevas, que nada trazem de bom… Desperta, tu que dormes; levanta-te do meio dos mortos e Cristo brilhará sobre ti".
Com efeito, na ressonância das palavras de Paulo, agora que vivemos da Luz, não deixemos de praticar as obras da luz: bondade, justiça, verdade.
____________________________
Textos para a Eucaristia (ano A): 1 Sam 16, 1b.6-7.10-13a; Ef 5, 8-14; Jo 9, 1-41
Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço.
sábado, 26 de junho de 2010
XIII Domingo do Tempo Comum
Primeira Leitura:
Salmo Responsorial - Sl 15 (16): O Senhor é minha herança

"Então Eliseu abandonou os bois, correu atrás de Elias e disse-lhe: «Deixa-me ir abraçar meu pai e minha mãe; depois irei contigo». Elias respondeu: «Vai e volta, porque eu já fiz o que devia». ...Depois, Eliseu, levantou-se e seguiu Elias, ficando ao seu serviço" (1 Re 19,16b.19-21).
Salmo Responsorial - Sl 15 (16): O Senhor é minha herança
Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio.
Diga ao Senhor: «Vós sois o meu Deus».
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,alegria plena na vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.
Segunda Leitura:
"Pela caridade, colocai-vos ao serviço uns dos outros, porque toda a Lei se resume nesta palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo». Se vós, porém, vos mordeis e devorais mutuamente, tende cuidado, que acabareis por destruir-vos uns aos outros" (Gal 5,1.13-18).
Evangelho:

Jesus respondeu-lhe: "Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus" (Lc 9,51-62).
Leia a Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço, aqui!
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domingo, 20 de junho de 2010
A CRUZ é lugar de encontro e de salvação
1 – A CRUZ é um lugar de encontro, de partilha, de desafio, é um lugar de salvação.
Paira sobre o cristão não como "machado" de sacrifício, sofrimento e morte, mas como ceptro de alegria, de paz, de esperança e de amor. Jesus Cristo salva-nos a partir da Cruz que é, sempre e antes de mais, expressão do amor de Deus. Ao primeiro olhar a dúvida e a incerteza: quererá Deus que os seguidores de Cristo sofram como Ele?
Ao deixarmo-nos olhar por Ele, vemos claramente que se trata de amor, de paixão pela humanidade. O seu suplício é voluntarioso, vicarial, substitui-nos. É Ele que decide dar a vida. Tendo poder para Se livrar de todo o sofrimento, assume por amor, elevando à radicalidade a Sua entrega. Poderia ser de outra maneira, mas foi assim. Podia fugir. Optou por viver na verdade, na caridade e na oblação, realizando a vontade de Deus Pai. Diga-se que a vontade de Deus não é a morte de Jesus, mas a entrega, o amor, a vida.
A crucifixão é o epílogo na vida de Jesus: amando, fazendo o bem, pregando a verdade, acolhendo os mais débeis, escolhendo o perdão e a partilha solidária. Ele não vira as costas nem às pessoas, nem à verdade. Procura sempre viver do amor de Deus para nos conduzir ao amor de Deus.

2 – Quando contemplamos a CRUZ, na verdade de nossas vidas, envolvemo-nos com Jesus, comprometemo-nos com o seu projecto de salvação. Acolhemos o Seu amor, para vivermos na Sua paz, para progredirmos na Sua santidade, para amarmos sem medida, caminhando para a eternidade.
É certo que na Cruz também estão as nossas lágrimas. Também nós O levamos, com o nosso pecado e com a nossa treva, até ao lenho da cruz. "Ao olhar para Mim, a quem trespassaram, lamentar-se-ão como se lamenta um filho único, chorarão como se chora o primogénito". No entanto, Deus dá-nos novas oportunidades: "Sobre a casa de David e os habitantes de Jerusalém derramarei um espírito de piedade e de súplica. Naquele dia, jorrará uma nascente para a casa de David e para os habitantes de Jerusalém, a fim de lavar o pecado e a impureza" (1.ª leitura).
A identidade do cristão passa pela CRUZ. Primeiro Ele, nós como seguidores. Não para sofrer, mas para nos perdermos no Seu AMOR: "Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á" (Evangelho).
3 – A morte e a ressurreição de Jesus é o conteúdo central e essencial da fé cristã. Em cada Eucaristia, na qual o pão e o vinho, por acção do Espírito Santo, se convertem em Corpo e Sangue de Jesus, anunciamos, actualizamos, tornamos presente este grande mistério da nossa fé. Mas também em cada celebração cristã, na palavra proclamada, nos gestos, nas orações, em tudo anunciamos e vivemos na morte e ressurreição de Jesus.
Com efeito, "Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque todos vós, que fostes baptizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo" (2.ª leitura). Fomos/somos baptizados na morte e ressurreição de Jesus. E se todos somos baptizados em Cristo, todos somos filhos. É n'Ele que nos comprometemos com os outros, com o mundo, com a história.
Não basta saber o que é o cristianismo, ou quem é Jesus Cristo. É inevitável, como discípulos seus, respondermos por nós, deixarmo-nos interpelar por Ele: "E vós, quem dizeis que Eu sou?" (Evangelho). Cabe-nos responder com a vida.
Fonte: Paróquia de Tabuaço.
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sábado, 19 de junho de 2010
XII Domingo do Tempo Comum
Primeira Leitura:
"Ao olhar para Mim, a quem trespassaram, lamentar-se-ão como se lamenta um filho único, chorarão como se chora o primogénito... Sobre a casa de David e os habitantes de Jerusalém derramarei um espírito de piedade e de súplica. Naquele dia, jorrará uma nascente para a casa de David e para os habitantes de Jerusalém, a fim de lavar o pecado e a impureza" (Zac 12,10-11;13,1).
"Ao olhar para Mim, a quem trespassaram, lamentar-se-ão como se lamenta um filho único, chorarão como se chora o primogénito... Sobre a casa de David e os habitantes de Jerusalém derramarei um espírito de piedade e de súplica. Naquele dia, jorrará uma nascente para a casa de David e para os habitantes de Jerusalém, a fim de lavar o pecado e a impureza" (Zac 12,10-11;13,1).
Segunda Leitura:
"Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque todos vós, que fostes baptizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo" (Gal 3,26-29).
"Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque todos vós, que fostes baptizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo" (Gal 3,26-29).
Evangelho:
"Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á" (Lc 9,18-24).
"Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á" (Lc 9,18-24).
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domingo, 13 de junho de 2010
O Perdão é a marca do cristão
O perdão é a marca do cristão. Não se compreende a mensagem de Jesus Cristo e, consequentemente, dos seus discípulos, sem o perdão, como expressão da caridade, como desafio permanente à humildade diante de Deus e à compreensão na relação com o semelhante.
Ao longo de toda a vida pública, Jesus mostra como o perdão, enquanto expressão do amor, é essencial para construir uma comunidade justa e fraterna. A experiência de perdão passa pelas suas palavras e sobretudo pelos seus gestos de acolhimento. Para Ele não há pessoas boas ou pessoas más, mas todos são filhos de Deus e dignos de serem reconhecidos como tal, dignos de perdão e de amor.
Vemos como muitas pessoas são afastadas da convivência social, política, religiosa. Mas vemos também como Jesus as acolhe. Diante de alguns murmúrios, Jesus aproveita a oportunidade para nos lembrar que todos somos igualmente limitados, falíveis e pecadores.
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Perdoar para ter saúde
O perdão não é apenas uma atitude de benevolência para o agressor, mas é uma forma de equilíbrio e de saúde. Quando alguém insiste na vitimização e se concentra no "agressor" pode passar a viver em função do seu inimigo, acordar, adormecer e sentar-se à mesa com o inimigo. Perdoar liberta a pessoa que perdoa do rancor, da melancolia, da tristeza e do desgaste que tal concentração provoca.
Quando Jesus fala do perdão sabe que nem sempre é fácil. Por vezes a ofensa é de tal ordem que é muito difícil perdoar. Mas é a única atitude do crente. Faz-nos bem à saúde. E se há humildade no pedir perdão, há igualmente humildade e generosidade em quem perdoa. Perdoar é aceitar a limitação própria e a limitação alheia, aceitar-se pecador e aceitar que o outro é meu irmão e que também pode errar.
Obviamente o perdão não apaga a necessidade da justiça e de repor a verdade.
Perdoar também não significa esquecer. Esquecer tem a ver com a memória. Perdoar tem a ver com a vontade.
Perdoar não é converter o mal em bem. O mal não passa a ser bem porque perdoo, continua a ser mal. Perdoar é aceitar (não o mal mas) a pessoa pecadora e querer que ela viva e seja feliz, apesar do mal que me fez.
Perdoar não exige iniciativa do outro, que ele venha pedir perdão, mas parte da pessoa que perdoa, é uma decisão que está para lá da decisão do agressor, perdoa independentemente de o outro pedir ou não pedir perdão. De contrário, a pessoa ofendida dependia da vontade do ofensor.
Leia a Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço, aqui!
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A CRUZ que nos ama e salva
Nas leituras deste domingo aponta-se o perdão como um momento de graça, de salvação, de reabilitação.
Na primeira leitura, o pecado de David é perdoado: "Então David disse a Natã: «Pequei contra o Senhor». Natã respondeu-lhe: «O Senhor perdoou o teu pecado: Não morrerás»".
No Evangelho, Jesus acentua que o perdão como expressão de amor. A quem muito se perdoa muito ama e quem ama verdadeiramente perdoa. "São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama». Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados»".
Conclui-se também daqui que o perdão de Deus não tem a ver com a "grandeza" do pecado, não é um perdão quantificável. Deus perdoa muito além do nosso pecado e por maior que seja o nosso pecado. A condição é acolher a graça de Deus e a humildade para nos reconhecermos pecadores.
São Paulo, de forma clara e como testemunho aponta-nos a condição para vivermos ao jeito de Jesus: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Se ainda vivo dependente de uma natureza carnal, vivo animado pela fé no Filho de Deus, que me amou e Se entregou por mim". Se vivermos em Jesus, torna-se mais fácil e natural agir em conformidade com o Seu amor. Ele perdoa do alto da CRUZ.
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sábado, 12 de junho de 2010
XI Domingo do Tempo Comum
Primeira Leitura: "Então David disse a Natã: «Pequei contra o Senhor». Natã respondeu-lhe: «O Senhor perdoou o teu pecado: Não morrerás»" (2 Sm 12,7-10.13).
Segunda Leitura: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Se ainda vivo dependente de uma natureza carnal, vivo animado pela fé no Filho de Deus, que me amou e Se entregou por mim" (Gal 2,16.19-21).

Evangelho: "São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama». Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados»" (Lc 7,36 – 8,3).
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