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sábado, 25 de janeiro de 2025

Domingo III do Tempo Comum - ano C - 26 de janeiro

       1 – São Lucas é o evangelista que mais de perto nos acompanhará nos Domingos e Solenidades deste Ano C. É considerado o Evangelho da Oração (do Senhor), do Envio, Evangelho Missionário, Evangelho da Misericórdia de Deus, e também o Evangelho dos Encontros. O Pai de Jesus Cristo, e nosso Pai, é um Deus misericordioso, clemente e compassivo. Algumas das parábolas que teremos oportunidade de escutar são uma marca luminosa da misericórdia de Deus: o Bom Samaritano; a Oração do Fariseu e do Publicano, a Parábola do Filho Pródigo e também da ovelha tresmalhada e da dracma perdida, do Juiz iníquo e da viúva insistente, do rico avarento e do pobre Lázaro ou mesmo do grande banquete. Da mesma forma os diversos encontros de Jesus: com Levi (Mateus), com Zaqueu, com a mulher apanhada em flagrante adultério, a refeição em casa do fariseu Simão e a pecadora arrependida, com a viúva de Naim, a quem ressuscita o filho único, com os 10 leprosos, com o bom ladrão.
       Logo no início do Evangelho, São Lucas apresenta o seu propósito: "Já que muitos empreenderam narrar os factos que se realizaram entre nós, como no-los transmitiram os que, desde o início, foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também eu resolvi, depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens, escrevê-las para ti, ilustre Teófilo, para que tenhas conhecimento seguro do que te foi ensinado".
       O Evangelho é colocado por escrito para ser transmitido com mais segurança e rigor aos vindouros. É para nós que São Lucas escreve, para acolhermos as palavras e sobretudo a vida de Jesus. Teófilo – o amigo de Deus – somos nós, se nos dispomos acolher Deus com a Sua Palavra.
       2 – Durante a quadra de Natal, escutámos o Evangelho de Infância: anunciação, visitação, nascimento de Jesus, perda e encontro de Jesus no Templo. E claro as referências a São João Batista, anúncio a Zacarias que vai ser pai, nascimento de João Batista, e a pregação do Precursor. Entretanto, o texto lucano faz-nos avançar para a prisão de João Batista, seguindo-Se o batismo (inicial) de Jesus. Logo Jesus é impelido pelo Espírito Santo ao deserto (texto para escutar e refletir no primeiro domingo da Quaresma), onde é tentado pelo demónio. Volta para a Galileia e inicia-se (em definitivo) o ministério público, assumindo-Se como Enviado, Ungido do Senhor, o Filho bem-amado do Pai.
       Vai a Nazaré, onde se tinha criado. A sua fama já se espalhara por toda a região, pelo que também aqui se pressupõe que Jesus já pregava e realizava prodígios, ainda que para Lucas esta presença em Nazaré seja um dos primeiros "atos" públicos de Jesus.
       Era habitual Jesus ir à Sinagoga aos sábados, como todos os judeus crentes. Jesus integra-se no povo, na sua cultura e na sua religião. Estando na Sinagoga de Nazaré, chegado o momento, levanta-se para fazer a Leitura. Faz-nos lembrar a nossa liturgia, com as leituras e com a subsequente reflexão. Entregam-lhe o rolo (livro) de Isaías e encontra a seguinte passagem: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor».
       A liturgia desenrola-se, Jesus enrola o livro de Isaías e entrega-o ao ajudante. Senta-se. Como "mestre", senta-se para fazer a homilia e diz: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
       Simples, direto, sucinto. HOJE cumpriu-se a Escritura. Vejamos: O Espírito do Senhor está em Jesus, ungiu-O para anunciar a boa nova aos pobres e a liberdade a todos os que vivem oprimidos pela doença, pela solidão, pelo medo. Veio trazer-nos a graça de Deus, cujo ano proclama. É um ANO de GRAÇA que HOJE nos é dado. Hoje, não ontem, não amanhã. Hoje.
       3 – Jesus surge no seguimento de outros Profetas, sendo Ele, não mais um, mas o último, o Profeta por excelência, o Ungido do Senhor. Os Patriarcas, os Juízes e os Profetas mantiveram Deus por perto, com as suas palavras inspiradas, a mensagem da Aliança, animando nos momentos históricos adversos, convocando para a fidelidade à Misericórdia de Deus para se manterem fiéis ao sonho, ao caminho, integrando outros e sendo bênção para todos os povos.
       Extraordinário e comovente relato nos é oferecido na primeira leitura. O Livro da Lei volta a estar disponível. Aqui o Livro sagrado visualiza a presença, o amor, a aliança de Deus com o Povo. O sacerdote Esdras traz o Livro da Lei, coloca-se diante da assembleia, de homens e de mulheres, isto é, todos os que eram capazes de compreender. E leu desde a aurora ao meio-dia.
       Relembremos também a nossa liturgia da Palavra. Esdras está de pé, num estrado de madeira, feito de propósito, elevado em relação à assembleia. Quando Esdras abriu o Livro todos se levantaram. Esdras bendisse a Deus, e o povo, erguendo as mãos, respondeu: «Ámen! Ámen!».
       Homens e mulheres prostram-se por terra para adorarem o Senhor. Os levitas leem, clara e distintamente, a Lei de Deus, explicando o seu sentido, para que todos possam compreender. Esdras e os Levitas ensinam todo o povo, que agradece, emocionado. É então que o governador Neemias, o sacerdote e escriba Esdras e os levitas dizem a todo o povo: «Hoje é um dia consagrado ao Senhor vosso Deus. Não vos entristeçais nem choreis». – Porque todo o povo chorava, ao escutar as palavras da Lei –. Depois Neemias acrescentou: «Ide para vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado. Hoje é um dia consagrado a nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza».
       É o dia consagrado ao Senhor, dedicado à escuta e reflexão da Palavra de Deus, à adoração, mas também à festa em família.
       Podemos perguntar-nos como nos predispomos a escutar, a viver, a testemunhar a Palavra de Deus. Aquele povo emociona-se, comove-se, pois a Palavra de Deus que lhes é dirigida garante-lhes a presença e a bênção de Deus. A sinagoga de Nazaré coloca-se em posição, com os olhos voltados para Jesus, para O escutarem. E nós?
       4 – Hoje somos nós que estamos naquela Sinagoga! HOJE temos os olhos fitos em Jesus, os olhos e os ouvidos. Hoje: a Lei do Senhor, mas muito mais, a Sua graça. É um Ano feliz, santo, benfazejo, porque Deus está no meio de nós, já não apenas em palavras e promessas, mas na Palavra, em Jesus Cristo, que vive no meio de nós e se esconde (especialmente) nos mais pequeninos que colocou na nossa vida, para amarmos e servimos e para aprendermos a ser irmãos.
"A lei do Senhor é perfeita, ela reconforta a alma; as ordens do Senhor são firmes, dão sabedoria aos simples. / Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; os mandamentos do Senhor são claros e iluminam os olhos. / O temor do Senhor é puro e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros, / todos eles são retos. / Aceitai as palavras da minha boca e os pensamentos do meu coração estejam na vossa presença: Vós, Senhor, sois o meu amparo".
       Há leis que matam, que aprisionam, que nos encolhem, que assustam, leis que dividem em maiores e menores, pessoas de primeira e de segunda, leis que nos subjugam. A Lei do Senhor reconforta-nos, desafia-nos, provoca-nos para o melhor de nós mesmos, liberta-nos para o bem, para a justiça e para a verdade. A LEI do Senhor agora tem um ROSTO: Jesus, Rosto da Misericórdia do Pai. Deus não nos governa de fora, distante e indiferente aos nossos sofrimentos. Deus ama-nos a partir de nós, do interior. Em Cristo vem habitar-nos, vem morar connosco.

       5 – Belíssima também a página de São Paulo que temos a dita de hoje escutar. A Igreja é o Corpo de Cristo, do qual Ele é a Cabeça e nós os membros. O Apóstolo sublinha o lugar e a importância de todos os membros, diferentes mas necessários.
       "O corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um só corpo". Também em Cristo acontece da mesma forma: todos nós - "judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos batizados num só Espírito para constituirmos um só corpo e a todos nos foi dado a beber um só Espírito".
       No corpo todos os membros contam, todos são importantes. Muitas vezes os membros aparentemente mais frágeis são os que precisam de mais cuidados, pois a sua importância é crucial. E se um dos membros está em sofrimento, todos os membros padecem. Sabemos bem disso: se me doer um dente, é todo o corpo que fica em sofrimento, os ouvidos, a cabeça, o equilíbrio, a disposição, a vontade. É apenas um dente e afeta todo o meu dia.
       "Vós sois corpo de Cristo e seus membros, cada um por sua parte". O mesmo Deus, a mesma fé, o mesmo Batismo, Deus atua em todos. Os dons que Deus nos dá destinam-se ao bem de todos.

Pe. Manuel Gonçalves


Textos para a Eucaristia (C): Ne 8, 2-4a. 5-6. 8-10; Sl 18 B (19); 1 Cor 12, 12-30; Lc 1, 1-4: 4, 14-21.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

O próprio David Lhe chama ‘Senhor’...

Jesus ensinava no templo, dizendo: «Como podem os escribas dizer que o Messias é filho de David? O próprio David afirmou, sob a acção do Espírito Santo: ‘Disse o Senhor ao meu Senhor: Senta-Te à minha direita, até que Eu faça dos teus inimigos escabelo dos meus pés’. O próprio David Lhe chama ‘Senhor’. Como pode ser seu filho?». E a numerosa multidão escutava com prazer o que Jesus dizia. (Mc 12, 35-37).
       O prazer com que a multidão escuta Jesus não é extensível a todas as pessoas e grupos. Era assim então. Será assim agora. Jesus é Mestre da delicadeza, do serviço e do perdão. Porém, não se demite de dizer o que tem a dizer, denunciando aqueles que se servem do poder, da religião ou do saber para espezinharem os outros. Apresenta-Se como o Messias de Deus que vem para ser bênção e salvação, justiça e paz, partilha solidária e fraternidade. Para Ele todos são filhos bem amados de Deus e quem trata mal um dos mais pequeninos está a blasfemar contra Deus, pois Deus está (sobretudo) presente nos mais frágeis.
      A postura de Jesus não agrada a todos, especialmente às classes dirigentes, porque se sentem ameaçados no seu saber e no seu poder. Não são apenas as palavras de Deus. É a própria conduta: encontra-Se e faz-Se acompanhar de pobres, maltrapilhos, doentes, pecadores, publicanos, mulheres, crianças, estrangeiros. Não faz questão de ir a grandes banquetes, ainda que não se faça rogado. Por iniciativa própria senta-se à mesa com publicanos e pecadores, e atrai a Si aqueles e aquelas que são considerados escumalha face aos padrões da época para a sociedade.
       Como é que nos sentimos? Provocados ou tranquilos? O que nos diz Jesus, é para nós ou passa-nos ao lado?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Dos nascidos de mulher, o maior é João Baptista

       Jesus começou a falar dele à multidão: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento? Mas que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Os que vestem com luxo e vivem regaladamente encontram-se nos palácios dos reis. Que fostes ver então? Um profeta? Sim – Eu vo-lo digo – e mais do que profeta. É aquele de quem está escrito: ‘Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de ti’. Eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior do que João; mas o mais pequeno no reino de Deus é maior do que ele» (Lc 7, 24-30).
        João Baptista continua a ser uma personagem fundamental em tempo de advento. Vem para preparar o caminho do Senhor, para abrir uma passagem para o Messias. O Messias Jesus, por sua vez, testemunha a sue favor: João é o maior nascido de mulher. Ao mesmo tempo diz-nos que podemos ser maiores que João Baptista tornando-nos artífices do reino de Deus, na justiça, na paz e no bem.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

És Tu o Messias, ou devemos esperar outro?

       João Baptista chamou dois dos seus discípulos e enviou-os ao Senhor com esta mensagem: «És Tu Aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?» Ao chegarem junto de Jesus, os homens disseram-Lhe: «João Baptista mandou-nos perguntar-Te: ‘És Tu Aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?’» Nessa altura Jesus curou muitas pessoas, de doenças, padecimentos e espíritos malignos, e deu a vista a muitos cegos. Então respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciado o Evangelho; e feliz daquele que não encontrar em Mim ocasião de queda» (Lc 7, 19-23).
     João Batista, depois de ter ouvido dizer muitas coisas de Jesus, manda alguns dos seus discípulos para dissipar as dúvidas: «És Tu Aquele que há-de vir ou devemos esperar outro?» Jesus respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres...".
       Não esqueçamos, também, que a resposta de Jesus não é retórica, mas responde com a sua postura diante do mundo, perante as pessoas que encontra pelo caminho... 
      Para os cristãos, a vinda do Messias não se situa no futuro mas no presente como nos diz o Evangelho, onde Jesus responde às expectativas anunciadas.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

No meio de vós está Alguém...

       Foi este o testemunho de João Baptista, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: «Quem és tu?» Ele confessou e não negou: «Eu não sou o Messias». Eles perguntaram-lhe: «Então, quem és tu? És Elias?» «Não sou», respondeu ele. «És o Profeta?» Ele respondeu: «Não». Disseram-lhe então: «Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?» Ele declarou: «Eu sou a voz que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías». Entre os enviados havia fariseus que lhe perguntaram: «Então porque baptizas, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?». João respondeu-lhes: «Eu baptizo na água; mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias». Tudo isto se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava a baptizar (Jo 1, 19-28).
       O tempo de Natal que atravessamos ou que nos atravessa, traz-nos os relatos que nos colocam no nascimento de Jesus e na sua origem humana - nascido da Virgem Maria -, e divina - a força do Espírito Santo. Mas trazem-nos também o início da vida pública de Jesus, sublinhando-se, no tempo do Advento e do Natal, a cumplicidade de João Batista que prepara o Caminho do Messias, e que O apresenta aos seus discípulos.
       No evangelho de São João que hoje nos é proposto, surge um interrogatório mandatado. Alguns grupos de judeus, sacerdotes e levitas, querem verificar as possibilidades de João, se este será uma promessa, um perigo, um desafio. Quase se depreende que é uma daquelas ciladas que armam a Jesus. Vamos lá ver quem é este que prega a proximidade do Reino, desafia à conversão e aos arrependimento e batiza! Em nome de quê ou de quem?
       A reposta de João Batista, num momento que granjeava aceitação e fama, mostra humildade, despojamento e "altruísmo": Não, não, não sou. Não sou o Messias, não sou Elias, não sou o Profeta. Sou a voz que clama no deserto, mas estai atentos, porque no meio de vós está o Salvador, o Messias, o Profeta esperado.
       Neste segundo dia do ano, peçamos ao Senhor a graça de acolher o Seu Espírito, tornando-nos dóceis para O descobrirmos, para O encontrarmos no meio de nós.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Judá, tu és um leão novo: voltaste com a tua presa...

Jacob chamou os seus filhos e disse-lhes: «Reuni-vos e escutai, filhos de Jacob. escutai Israel, vosso pai. Judá, os teus irmãos hão-de louvar-te, a tua mão pesará sobre a cabeça dos teus inimigos e os filhos de teu pai hão-de inclinar- se diante de ti. Judá, tu és um leão novo: voltaste, meu filho, com a tua presa. Ele dobra o joelho e deita-se como o leão, ou como a leoa: quem o fará levantar-se? O ceptro não se afastará de Judá, nem o bastão de comando de entre os seus pés, até que venha Aquele a quem pertence e a quem os povos hão-de obedecer» (Gen 49, 2.8-10)
        Jacob, aproximando-se da morte, chama os filhos para lhes deixar as últimas recomendações e conselhos, deixando também esta profecia sobre o reino eterno que surgirá em Judá e que para nós cristãos se cumpre em Jesus Cristo o Messias de Deus.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Respeitai o direito, praticai a justiça, porque a minha salvação está perto

       Eis o que diz o Senhor: «Respeitai o direito, praticai a justiça, porque a minha salvação está perto e a minha justiça não tardará a manifestar-se. Feliz o homem que assim procede, o filho do homem que nisto se firma, guardando o sábado, sem o profanar, e abstendo-se de todo o mal. Não diga o estrangeiro que aderiu ao Senhor: ‘O Senhor vai excluir-me do seu povo’. Quanto aos estrangeiros que aderiram ao Senhor para O servirem, para amarem o seu nome e serem seus servos, se guardarem o sábado, sem o profanarem, e forem fiéis à minha aliança, hei-de conduzi-los ao meu santo monte, hei-de enchê-los de alegria na minha casa de oração. Os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceites no meu altar, porque a minha casa será chamada ‘Casa de oração para todos os povos’». Assim fala o Senhor Deus, que reúne os dispersos de Israel: «Reunirei ainda outros àqueles que já foram reunidos» (Is 56, 1-3a.6-8).

       Isaías fala, de novo, da chegada eminente do Reino de Deus, da chegada da salvação, da justiça. Para isso é necessário que a espera seja activa, comprometida, afastando-nos do mal, da injustiça, respeitando o dia de Sábado, isto é, colocando Deus em primeiro lugar.
Ninguém está excluído da salvação, nem mesmo os estrangeiros. De qualquer forma, para estrangeiros ou para os elementos do povo eleito, ou para nós, a exigência é mesma, respeitar o dia de Sábado, ou seja, colocar Deus no centro das nossas vidas.

sábado, 3 de dezembro de 2011

O Senhor te dará a chuva para a semente...

       Eis o que diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: «Povo de Sião, que habitas em Jerusalém, tu não voltarás a chorar. À voz da tua súplica, o Senhor terá compaixão de ti; logo que ouvir os teus clamores, Ele te responderá. O Senhor poderá dar-te a comer o pão da angústia e a beber a água da tribulação; mas Aquele que te ensina não Se esconderá mais e os teus olhos verão Aquele que te ensina. Se te desvias para a direita ou para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão dizer atrás de ti: ‘É este o caminho; segui por ele’. O Senhor te dará a chuva para a semente que tiveres lançado à terra e o pão que a terra produzir será farto e nutritivo. Nesse dia, os teus rebanhos pastarão em extensos prados; os bois e os jumentos que lavram a terra comerão forragem com sal, limpa com a pá e a joeira. Em todo o alto monte e em toda a colina elevada, haverá regatos e águas correntes, no dia da grande mortandade, quando as torres se desmoronarem. Então a claridade da lua será como a luz do sol e a luz do sol ficará sete vezes mais forte; nesse dia, o Senhor tratará as chagas do seu povo e curará as feridas dos seus golpes» (Is 30, 19-21.23-26).
        O anúncio dos novos tempos que vão chegar com a vinda do Messias de Deus, o Ungido do Senhor, o Emanuel, anunciam também um tempo de graça, de salvação, de harmonia, de conciliação entre pessoas e povos, de abundância. Deus não Se esconderá. Mesmo que o tempos sejam de provação e de dificuldades, Deus mostrar-Se-á próximo. A imagem do pastoreio continua a ser privilegiado por Isaías. Deus é como o pastor que cuida do rebanho, conduzindo as suas ovelhas para as melhores pastagens, onde haja alimento em abundância e água límpida  para saciar a sede.
       O anúncio de Isaías é de esperança e de mobilização para o bem.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os humildes alegrar-se-ão cada vez mais no Senhor

       Assim fala o Senhor Deus: «Daqui a muito pouco tempo, não há-de o Líbano transformar-se num jardim e o jardim parecer uma floresta? Nesse dia, os surdos ouvirão ler as palavras do livro; libertos da escuridão e das trevas, os olhos dos cegos tornarão a ver. Os humildes alegrar-se-ão cada vez mais no Senhor e os mais pobres dos homens rejubilarão no Santo de Israel. O tirano deixará de existir, o escarnecedor desaparecerá e serão exterminados os que só pensam no mal: aqueles que fazem condenar os outros pelas suas palavras, os que armam ciladas no tribunal a quem promove a justiça e sem razão arruínam o justo. Por isso, o Senhor, que libertou Abraão, assim fala à casa de Jacob: ‘Doravante Jacob não terá de que se envergonhar, o seu rosto não voltará a empalidecer, porque, ao verem no meio dele os seus filhos, obras das minhas mãos, proclamarão santo o meu nome’. Proclamarão a santidade do Santo de Jacob e temerão o Deus de Israel. Os espíritos desnorteados aprenderão a sabedoria e os murmuradores hão-de aceitar a instrução» (Is 29, 17-24).

       Continuamos com o profeta do Advento, Isaías, mensageiro de Deus, em tempos de dificuldades, o anúncio e a certeza de tempos novos. Deus não falha nas Suas promessas. Isaías, na sua fé, estimula os crentes a não se deixarem derrotar pelo medo e pelas dificuldades, mas a lutar pela justiça, pelo bem, pela paz, incessantemente, animados pela presença de Deus nas suas vidas.
       Nas palavras de Isaías, vislumbramos o cântico de louvor que Nossa Senhora profirá na presença da sua prima santa Isabel, na certeza que só a humildade nos abre aos outros e a Deus.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

... até que venha Aquele a quem pertence toda a realeza...

       Jacob chamou os seus filhos e disse-lhes: «Reuni-vos e escutai, filhos de Jacob. escutai Israel, vosso pai. Judá, os teus irmãos hão-de louvar-te, a tua mão pesará sobre a cabeça dos teus inimigos e os filhos de teu pai hão-de inclinar- se diante de ti. Judá, tu és um leão novo: voltaste, meu filho, com a tua presa. Ele dobra o joelho e deita-se como o leão, ou como a leoa: quem o fará levantar-se? O ceptro não se afastará de Judá, nem o bastão de comando de entre os seus pés, até que venha Aquele a quem pertence e a quem os povos hão-de obedecer» (Gen 49, 2.8-10).

       Jacob profetiza uma realeza que perdurará até à vinda d'Aquele a quem pertence todo o poder e toda a realeza. É um anúncio profético que, para nós crentes cristãos, atinge a plenitude em Jesus Cristo. Hoje, ao escutarmos a genealogia de Jesus, segundo o Evangelho de São Mateus, é-nos mostrada a ligação de Jesus a todas as gerações de judeus que viveram segundo a Lei do Senhor.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Que fostes ver ao deserto?

       Jesus começou a falar dele à multidão: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento? Mas que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Os que vestem com luxo e vivem regaladamente encontram-se nos palácios dos reis. Que fostes ver então? Um profeta? Sim – Eu vo-lo digo – e mais do que profeta. É aquele de quem está escrito: ‘Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de ti’. Eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior do que João; mas o mais pequeno no reino de Deus é maior do que ele» (Lc 7, 24-30).
       O Evangelho que hoje nos é proposto, e tal como o de ontem, é parte do Evangelho do III Domingo do Advento.
       Jesus não perde a ocasião para testemunhar a favor de João Baptista – "Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista" – e nos apontar para o reino de Deus, não como algo distante, mas como realidade ao nosso alcance, basta-nos escutar e viver a Boa Notícia e, dessa forma, "o menor no reino dos Céus é maior do que ele», do que o maior dos nascidos de mulher, João Baptista.

sábado, 19 de dezembro de 2009

O Sinal

Eles olhavam o céu.Observavam os astros. Noite após noite olhando o céu, tentavam descobrir este mistério da natureza. Uns homens olhavam o céu pacientemente, e pouco a pouco - ou quem sabe de uma noite para outra - descobriram algo diferente:
Uma estrela que brilhava mais forte. Mais persistente.

Uns homens - não sabemos como eram - Sabemos apenas que olharam o céu e descobriram uma estrela. Estes homens, aceitando o sinal, partiram de suas terras, esperando encontrar a promessa.
Homens buscando respostas, magos seguindo uma estrela.


Há sinais que brilham à nossa volta.
Há uma consciência que grita na nossa mente.Persistente, insistente, fortemente uma voz nos diz: Levanta-te, prepara-te, sai, há uma jornada que tem que ser feita. Olha à tua volta, não ouves o grito dos homens?
Homens viram uma estrela. Magos seguiram o sinal - Propósito, Decisão, Acção.


Os Magos são capazes de reconhecer a estrela, são capazes de se pôr a caminho. Confiam na estrela, não desistem quando deixam de a ver - Procuram, perguntam, insistem.
Os Magos deixam-se guiar. Não são eles que escolhem o caminho, os Magos confiam e seguem a estrela, pouco se importando com a distância ou as consequências.
O essencial é encontrar o Menino Salvador - Objectivo, Determinação, Convicção.

E depois de o encontraram, voltaram por outro caminho.

O caminho de regresso nunca é o mesmo caminho, na verdade na vida nunca há um caminho de regresso. Só há um caminho em frente. Ninguém volta ao passado, voltamos sempre ao futuro. Voltamos pelo caminho que nos guia, que nos transforma, que nos faz pessoas diferentes. Homens receberam um sinal, Magos encontraram o Rei.

Vamos até Belém, sabendo que procuramos algo que mude quem somos, ou como vivemos.
Vamos até Belém, sabendo que jamais regressaremos iguais.
Vamos até Belém, aceitando o sinal, aceitando mudar, aceitando que Deus nos torne em algo diferente.

sábado, 28 de novembro de 2009

Coroa do Advento


Advento significa esperar o que está para vir e desejar o que vai acontecer.
Advento é promessa, anúncio, preparação; é a expectativa da vinda do Messias.
Advento é a esperança de que Deus virá e habitará connosco. Ansiamos pela libertação, por um novo início, por uma vida radicalmente nova.
Advento é um tempo de preparação para acolhermos o Senhor que vem.
Advento é o tempo litúrgico que nos incita à preparação para viver e sentir o Natal.
São quatro semanas de preparação e reflexão.

Um símbolo que nos pode ajudar nas Liturgias do Advento é a Coroa do Advento.

A Coroa de Advento tem a sua origem numa tradição pagã europeia. No Inverno, acendiam-se algumas velas que representavam o "fogo do deus sol" com a esperança de que a sua luz e o seu calor voltasse. Os primeiros missionários aproveitaram esta tradição para evangelizar as pessoas. Partiam de seus próprios costumes para encenhar-lhes a fé. Assim, a coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos:

A forma circular: O círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca se deve terminar. Além disso, o círculo dá uma ideia de "elo", de união entre Deus e as pessoas, como uma grande "Aliança".

As ramas verdes: Verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida. Bênçãos que nos foram derramadas por Jesus Cristo ,na sua primeira vinda até nós, e que agora, com esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na sua segunda e definitiva volta.

As quatro velas: As quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento. No inicio, vemos a nossa coroa sem luz e sem brilho. À medida que se vai aproximando o Natal, vamos em cada uma das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas representando assim a chegada de Jesus, luz do mundo, que dissipa toda a escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada.



Este mês fica aqui uma “caminhada” de vivência do Advento para celebrar o maior dos acontecimentos: Jesus nasceu para dar Vida aos homens.