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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Alfredo DINIS e João PAIVA | Educação, Ciência e Religião

Alfredo DINIS e João PAIVA (2013). Educação, Ciência e Religião. Lisboa: Gradiva. 2.ª Edição. 204 páginas.
       A confusão, a distinção, a sobreposição, a ruptura, o confronto entre fé e cultura, entre ciência e religião, entre sociedade e Igreja, entre o homem e Deus, entre a terra e o céu, preenche muitas bibliotecas, milhares de páginas de livros, revistas, boletins, com discussões que vêm de há muito tempo mas que, uma e outra vez, voltam à discussão.
       O Papa Bento XVI, citado diversas vezes neste trabalho, em diversas ocasiões, como Cardeal e depois como Papa, refletiu muitas vezes na necessidade da ciência e da religião trabalharem conjuntamente, respeitando o campo uma da outra, mas, no plano da fé, a ciência desemboca na na fé, como sentido das coisas, do mundo, da pessoa. Por sua vez, a fé precisa da razão, da ciência, para nacionalizar o que é necessário racionalizar, pois também a religião não é um fenómeno abstrato, sem ligação à vida, ao mundo, ao que de mais profundo existe no ser humano.
       Os autores deste livro lançam pistas e procuram respostas para diversos questionamentos levantados pelos homens das ciências e pelos crentes. Se alguns "cientistas" fecham todas as portas à religião, muitos outros encontram Deus nas ciências e nas diferentes descobertas. Estas podem contradizer a Bíblia, nas suas especificações concretas e históricas, mas não anulam a necessidade do ser humano procurar um sentido, uma razão de ser para viver, para existir neste tempo e neste mundo.
       Pode haver pontos de contacto entre a ciência e a religião. Não se anula, mas podem ajudar-se. A melhor atitude, de parte a parte, é a da abertura, de se colocar a hipótese de que o outro tem as suas razões. Não se pode negar um Absoluto (crer em Deus) com outro absoluto (Deus nunca, não é sequer hipótese).
       Alfredo Dinis (1952-2013) é licenciado em Filosofia e Humanidades, e em Teologia, Mestre e Doutor em História e Filosofia da Ciência. Sacerdote jesuíta.
       João Paiva é licenciado em Química e mestre em Ensino da Física e da Química, doutorado em Química e Professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
       Universos diferentes mas que se tocam na mesma ambiência cristã e católica. No caso presente, a ciência não é uma obstáculo à fé e à vivência da mesma em situações reais e concretas, mas no entanto a ciência desafia a fé, a religião, a formular novos conceitos, mas que, como referiu Bento XVI, a fé seja luz e não obscurantismo.
       A linguagem é simples, acessível, assertiva, sem dogmatismos, com muitas portas abertas. Adão e Eva? Preservativo e amor responsável? Galileu, Copérnico. Idade Média. Teoria da evolução das espécies, evolucionismo, e a criação obra de Deus? Vida em outras planetas? Jesus como único Mediador, também extensível para outras galáxias?

Veja também a seguinte notícia/debate:

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Bento XVI - Caro Odifreddi, vou-lhe contar quem foi Jesus

       O papa emérito Bento XVI escreve uma carta ao matemático ateu italiano Piergiorgio Odifreddi sobre a fé, a ciência, o mal. Um diálogo à distância sobre o livro Caro papa, ti scrivo, de autoria de Odifreddi. O cientista, por sua vez, relatou emoção e surpresa ao receber em sua casa a "inesperada carta" do ex-pontífice.
       Ilustríssimo Senhor Professor Odifreddi, (...) gostaria de lhe agradecer por ter tentado até o último detalhe se confrontar com o meu livro e, assim, com a minha fé; é exatamente isso, em grande parte, que eu havia intencionado com o meu discurso à Cúria Romana por ocasião do Natal de 2009. Devo agradecer também pelo modo leal como tratou o meu texto, buscando sinceramente prestar-lhe justiça.
       O meu julgamento acerca do seu livro, no seu conjunto, porém, é em si mesmo bastante contrastante. Eu li algumas partes dele com prazer e proveito. Em outras partes, ao invés, me admirei com uma certa agressividade e com a imprudência da argumentação. (...)
       Várias vezes, o senhor me aponta que a teologia seria ficção científica. A esse respeito, eu me admiro que o senhor, no entanto, considere o meu livro digno de uma discussão tão detalhada. Permita-me propor quatro pontos a respeito de tal questão:

       1. É correto afirmar que "ciência", no sentido mais estrito da palavra, só a matemática o é, enquanto eu aprendi com o senhor que, mesmo aqui, seria preciso distinguir ainda entre a aritmética e a geometria. Em todas as matérias específicas, a cientificidade, a cada vez, tem a sua própria forma, segundo a particularidade do seu objeto. O essencial é que ela aplique um método verificável, exclua a arbitrariedade e garanta a racionalidade nas respectivas modalidades diferentes.

       2. O senhor deveria ao menos reconhecer que, no âmbito histórico e no do pensamento filosófico, a teologia produziu resultados duradouros.

       3. Uma função importante da teologia é a de manter a religião ligada à razão, e a razão, à religião. Ambas as funções são de essencial importância para a humanidade. No meu diálogo com Habermas, mostrei que existem patologias da religião e – não menos perigosas – patologias da razão. Ambas precisam uma da outra, e mantê-las continuamente conectadas é uma importante tarefa da teologia.

       4. A ficção científica existe, por outro lado, no âmbito de muitas ciências. Eu designaria o que o senhor expõe sobre as teorias acerca do início e do fim do mundo em Heisenberg, Schrödinger, etc., como ficção científica no bom sentido: são visões e antecipações para chegar a um verdadeiro conhecimento, mas são, justamente, apenas imaginações com as quais tentamos nos aproximar da realidade. Além disso, existe a ficção científica em grande estilo, exatamente dentro da teoria da evolução também. O gene egoísta de Richard Dawkins é um exemplo clássico de ficção científica. O grande Jacques Monod escreveu frases que ele mesmo deve ter inserido na sua obra seguramente apenas como ficção científica. Cito: "O surgimento dos vertebrados tetrápodes (...) justamente tem sua origem do fato de que um peixe primitivo 'escolheu' ir a explorar a terra, sobre a qual, porém, ele era incapaz de se deslocar, exceto saltitando desajeitadamente e criando, assim, como consequência de uma modificação do comportamento, a pressão seletiva graças à qual se desenvolveriam os membros robustos dos tetrápodes. Entre os descendentes desse audaz explorador, desse Magellan da evolução, alguns podem correr a uma velocidade de 70 quilômetros por hora..." (citado segundo a edição italiana de Il caso e la necessità, Milão, 2001, p. 117ss.).

       Em todas as temáticas discutidas até agora, trata-se de um diálogo sério, para o qual eu – como já disse repetidamente – sou grato. As coisas são diferentes no capítulo sobre o sacerdote e a moral católica, e ainda diferentes nos capítulos sobre Jesus. Quanto ao que o senhor diz sobre o abuso moral de menores por parte de sacerdotes, eu só posso reconhecer – como o senhor sabe – com profunda consternação. Eu nunca tentei mascarar essas coisas. O fato de que o poder do mal penetra a tal ponto no mundo interior da fé é para nós um sofrimento que, por um lado, devemos suportar, enquanto, por outro, devemos, ao mesmo tempo, fazer todo o possível para que casos desse tipo não se repitam. Também não é motivo de conforto saber que, segundo as pesquisas dos sociólogos, a porcentagem dos sacerdotes réus desses crimes não é mais alta do que a presente em outras categorias profissionais semelhantes. Em todo caso, não se deveria apresentar ostensivamente esse desvio como se se tratasse de uma imundície específica do catolicismo.
       Se não é lícito calar sobre o mal na Igreja, também não se deve silenciar, porém, sobre o grande rastro luminoso de bondade e de pureza, que a fé cristã traçou ao longo dos séculos. É preciso lembrar as figuras grandes e puras que a fé produziu – de Bento de Núrsia e a sua irmã Escolástica, Francisco e Clara de Assis, Teresa de Ávila e João da Cruz, aos grandes santos da caridade como Vicente de Paulo e Camilo de Lellis, até a Madre Teresa de Calcutá e as grandes e nobres figuras da Turim do século XIX. Também é verdade hoje que a fé leva muitas pessoas ao amor desinteressado, ao serviço pelos outros, à sinceridade e à justiça. (...)
       O que o senhor diz sobre a figura de Jesus não é digno do seu nível científico. Se o senhor põe a questão como se, no fundo, não soubesse nada de Jesus e como se d'Ele, como figura histórica, nada fosse verificável, então eu só posso lhe convidar de modo decidido a tornar-se um pouco mais competente do ponto de vista histórico. Recomendo-lhe, para isso, sobretudo os quatro volumes que Martin Hengel (exegeta da Faculdade de Teologia Protestante de Tübingen) publicou juntamente com Maria Schwemer: é um exemplo excelente de precisão histórica e de amplíssima informação histórica. Diante disso, o que o senhor diz sobre Jesus é um falar imprudente que não deveria repetir. O fato de que na exegese também foram escritas muitas coisas de escassa seriedade é, infelizmente, um fato indiscutível. O seminário norte-americano sobre Jesus que o senhor cita nas páginas 105ss. só confirma mais uma vez o que Albert Schweitzer havia notado a respeito da Leben-Jesu-Forschung (Pesquisa sobre a vida de Jesus), isto é, que o chamado "Jesus histórico" é, em grande parte, o espelho das ideias dos autores. Tais formas mal sucedidas de trabalho histórico, porém, não comprometem, de fato, a importância da pesquisa histórica séria, que nos levou a conhecimentos verdadeiros e seguros sobre o anúncio e a figura de Jesus.
        (...) Além disso, devo rejeitar com força a sua afirmação (p. 126) segundo a qual eu teria apresentado a exegese histórico-crítica como um instrumento do anticristo. Tratando o relato das tentações de Jesus, apenas retomei a tese de Soloviev, segundo a qual a exegese histórico-crítica também pode ser usada pelo anticristo – o que é um fato incontestável. Ao mesmo tempo, porém, sempre – e em particular no prefácio ao primeiro volume do meu livro sobre Jesus de Nazaré – eu esclareci de modo evidente que a exegese histórico-crítica é necessária para uma fé que não propõe mitos com imagens históricas, mas reivindica uma historicidade verdadeira e, por isso, deve apresentar a realidade histórica das suas afirmações de modo científico também. Por isso, também não é correto que o senhor diga que eu estaria interessado somente na meta-história: muito pelo contrário, todos os meus esforços têm o objetivo de mostrar que o Jesus descrito nos Evangelhos também é o Jesus histórico real; que se trata de história realmente ocorrida. (...)
       Com o 19º capítulo do seu livro, voltamos aos aspectos positivos do seu diálogo com o meu pensamento. (...) Mesmo que a sua interpretação de João 1, 1 seja muito distante da que o evangelista pretendia dizer, existe, no entanto, uma convergência que é importante. Se o senhor, porém, quer substituir Deus por "A Natureza", resta a questão: quem ou o que é essa natureza. Em nenhum lugar, o senhor a define e, assim, ela parece ser uma divindade irracional que não explica nada. Mas eu gostaria, acima de tudo, de fazer notar ainda que, na sua religião da matemática, três temas fundamentais da existência humana continuam não considerados: a liberdade, o amor e o mal. Admiro-me que o senhor, com uma única referência, liquide a liberdade que, contudo, foi e é o valor fundamental da época moderna. O amor, no seu livro, não aparece, e também não há nenhuma informação sobre o mal. Independentemente do que a neurobiologia diga ou não diga sobre a liberdade, no drama real da nossa história ela está presente como realidade determinante e deve ser levada em consideração. Mas a sua religião matemática não conhece nenhuma informação sobre o mal. Uma religião que ignore essas questões fundamentais permanece vazia.
       Ilustríssimo Senhor Professor, a minha crítica ao seu livro, em parte, é dura. Mas a franqueza faz parte do diálogo; só assim o conhecimento pode crescer. O senhor foi muito franco e, assim, aceitará que eu também o seja. Em todo caso, porém, avalio muito positivamente o fato de que o senhor, através do seu contínuo confronto com a minha Introdução ao Cristianismo, tenha buscado um diálogo tão aberto com a fé da Igreja Católica e que, apesar de todos os contrastes, no âmbito central, não faltem totalmente as convergências.
       Com cordiais saudações e com todos os melhores votos para o seu trabalho.
FONTE: AQUI.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Bento XVI responde a matemático italiano

Papa emérito destaca importância do diálogo entre fé e razão apesar das divergências

        O Papa emérito Bento XVI escreveu ao matemático e escritor italiano Piergiorgio Odifreddi, que em 2001 publicou a obra ‘Caro Papa, escrevo-te’, para responder a algumas das suas críticas e questões sobre Jesus e a Igreja.
       A missiva, parcialmente divulgada hoje pelo jornal italiano ‘La Reppublica’, assume uma crítica “dura”, mas franca, às posições de Odifreddi sobre a historicidade de Jesus e a relação entre a Teologia e o mundo científico.
        “Aquilo que diz sobre a figura de Jesus não é digno do seu nível científico”, escreve Bento XVI, após o matemático italiano ter afirmado que sobre Cristo não se saberia nada, do ponto de vista histórico, recomendando ao seu interlocutor a leitura da obra de Martin Hengel (publicada em conjunto com Maria Schwemer), exegeta protestante.
       Joseph Ratzinger, autor de uma trilogia sobre ‘Jesus de Nazaré, nega ter desvalorizado a exegese histórico-crítica dos evangelhos e diz nesta carta que a mesma é “necessária para uma fé que não propõe mitos com imagens históricas, mas reclama uma verdadeira historicidade”.
       “Por isso, também não é correto que afirme que eu me teria apenas interessado apenas pela meta-história: pelo contrário, todos os meus esforços têm o objetivo de mostrar que o Jesus descrito nos evangelhos é também o real Jesus histórico”, acrescenta o Papa emérito.
       Bento XVI responde também às observações de Piergiorgio Odifreddi a respeito dos casos de abusos sexuais de menores por parte de sacerdotes, começando por mostrar “profunda consternação”.
       “Eu procurei desmascarar estas coisas: que o poder do mal penetre até este ponto no mundo interior da fé é um sofrimento para nós”, sublinha, antes de frisar que a Igreja vai fazer “todos os possíveis para que tais casos não se repitam”.
       Segundo o Papa emérito, que liderou a Igreja entre abril de 2005 e fevereiro deste ano, não é “lícito” calar os problemas das comunidades católicas, mas isso não deve fazer esquecer “o grande rasto luminoso de bondade e pureza que a fé cristã deixou ao longo dos séculos”.
       “Ainda hoje, a fé leva muitas pessoas ao amor desinteressado, ao serviço aos outros, à sinceridade e à justiça”, refere.
       A resposta de Bento XVI chegou à casa do matemático italiano no último dia 3: 11 páginas com data de 30 de agosto.
       A carta agradece pelo confronto “leal” de ideias e manifesta o “proveito” tirado de algumas das passagens do livro de Odifreddi, sem deixar de observar “uma certa agressividade e descuido na argumentação” do autor.
       Joseph Ratzinger deixa críticas, em particular, ao que chama de “religião matemática” que deixaria de fora questões “fundamentais” da existência humana, como “a liberdade, o amor e o mal”.
       “A sua religião matemática não tem qualquer informação sobre o mal. Uma religião que descura estas questões fundamentais fica vazia”, responde a Piergiorgio Odifreddi.
       Neste contexto, Bento XVI destaca a necessidade de “manter a religião ligada à razão e a razão à religião”, pedindo que se reconheça que a Teologia produziu resultados “no âmbito histórico e no do pensamento filosófico”.
       A missiva refuta a acusação de que a Teologia seria apenas “ficção científica” e aponta o dedo às teorias sobre a origem do homem e do universo que apresentam “imaginações” com as quais se procura “aproximar-se da realidade”.
 
NOTÍCIA: Agência Ecclesia.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

D. António Couto: Fé e Ciência

       Ao completar o primeiro ano à frente da Diocese de Lamego, D. António Couto proferiu uma conferência sobre a correlação Fé e Ciência. No passado dia 28 de janeiro, no Centro Pastoral de Almacave... A entrada na Diocese foi há um ano, no dia 29 de janeiro de 2012.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Bento XVI falou com Astronautas...

       Bento XVI tornou-se, no passado sábado, 21 de maio, o primeiro Papa a comunicar com astronautas em missão espacial, considerando-os “representantes da humanidade numa exploração que introduz novos espaços e possibilidades de futuro”.
       “Admiramos a valentia, a disciplina e a extrema responsabilidade com que se preparam para esta missão e estamos convencidos de que tem como finalidade colocar os resultados à disposição do bem comum” sublinhou o Papa, numa conversa via satélite com 12 tripulantes da Estação Espacial Internacional, e transmitida em direto da Biblioteca do Vaticano.
       Segundo a Rádio Vaticano, “o modo como a ciência pode contribuir para a causa da paz” ou a responsabilidade que os seres humanos têm sobre o futuro do planeta, ajudando a desenvolver uma maior “consciência” ambiental, foram alguns dos temas abordados, durante os cerca de 20 minutos de ligação.
       Entre os elementos que se encontravam no vaivém espacial Endeavour seguiam dois astronautas italianos, Robeto Vittori e Paolo Nespoli.
       Bento XVI disse acreditar que se trata de uma “aventura do espírito humano, um poderoso estimulo para refletir sobre a origem e o futuro do universo e da humanidade”.
       Mostrou-se também curioso sobre se, no meio do “intenso compromisso de trabalho e pesquisa”, existem momentos de “oração ao Criador”.
       “Quando temos um momento para olhar para baixo, a beleza tridimensional do nosso planeta captura o nosso coração” explicou Roberto Vittori, que confirmou rezar “por si, pela família e pelo futuro.
       O Papa terminou este “colóquio espacial” expressando os “melhores desejos para o desenvolvimento do trabalho e pelo resultado desta grande missão ao serviço da ciência, da colaboração internacional, do progresso autêntico e da paz”.
       “Continuarei a segui-los com o meu pensamento e a minha oração”, conclui Bento XVI.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Leituras: "O outro JONAS"

JOAQUIM GONÇALVES (Bispo de Vila Real, substituído na Diocese, hoje, por D. Amândio Tomás, até agora Coadjutor), O Outro Jonas. Nas Bodas de Ouro Sacerdotais. Gráfica de Coimbra 2: Vila Real 2010.

       Este é o pequeno livro, que se lê no intervalo de qualquer coisa, mas grande para reflectir, rezar, para louvar a Deus, para agradecer o dom da vida e da técnica, da pessoa humana, da humildade, da bondade e da generosidade.
       Nas Bodas de Ouro Sacerdotais, D. Joaquim Gonçalves deu à estampa um texto poético: O outro JONAS. Partindo desta figura bíblica, dois anos depois de lhe ser feito um transplante ao coração, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, pelo cirurgião, Dr. Manuel Antunes, comparando o transplante ao percurso feito por Jonas, que é engolido por uma baleia, durante três dias. Também D. Joaquim desceu da Montanha de Vila Real, ao coma em Gaia, e ao transplante em Coimbra.
       O texto divide-se em 4 partes:
  1. Missão
  2. Naufrágio
  3. O Sermão de Jonas
  4. A conversão de Jonas
        Entrelaça-se no texto os anos de sacerdócio, de Bispo Auxiliar em Braga, de Bispo em Vila Real, e os momentos de doente coronário. É também uma proposta de vida. Um desafio à pastoral do coração a coração, das pessoas, dos grupos.
       O livro inclui ainda a belíssima reflexão de D. Joaquim, explorando o texto poético, acrescentando dados, aprofundando, dando mais explicações, fundamentando, agradecendo, louvando a Deus pela técnica e sobretudo pelas pessoas que a utilizam positivamente, ao serviço da criação.
        Para enriquecer esta pequena reflexão, uma entrevista concedida pelo Próprio ao "Correio de Coimbra", Como vive um Bispo um transplante cardíaco, quando ainda estava em convalescença.
       Na parte final, duas intervenções dos dois últimos papas: João Paulo II e Bento XVI, sobre o transplante e a doação de órgãos.
       Deixamos três excertos da reflexão de D. Joaquim sobre o seu texto poético, O outro Jonas:
       "Moldado pela técnica, o homem urbano é prisioneiro das mãos e da eficácia da produção, mãos que não se cruzam para rezar, e o homem torna-se uma ovelha sem rebanho e sem pastor, sem Igreja e sem Deus. A tecnociência substitui a Providência e embotou o espírito do homem em relação a tudo o que vá para além da eficácia..."
       "Religiosamente, o homem moderno tende a ser agnóstico inquieto. Vive uma filosofia do cansaço: não sabe como ser crente, mas não tem força para ser herege. Sensível às dores do homem, sonha ajudá-lo sem cultivar o amor de Deus, um filantropia sem calor. Em muitos casos, essa sensibilidade aos outros abre uma janela para Deus".
      "Deus acompanha sempre com amor a nossa vida, mesmo na doença e na morte. A isso chamamos Providência, mas essa Providência não pode ser controlada pelos nossos meios. Acredita-se. Por isso, quando nos encontramos gravemente doentes, é vontade de Deus que recorramos ao saber científico como se tudo dependesse dos homens, que lutemos sempre pelo dia seguinte e, ao mesmo tempo, nos confiemos à Providência, como se tudo dependesse de Deus..."

sábado, 25 de setembro de 2010

Milagre de Moisés à luz da ciência

Um vento de cem quilómetros por hora permitiria separação das águas, mas não no mar Vermelho
       Segundo a Bíblia, Moisés ergueu as mãos para o mar Vermelho e durante toda a noite Deus separou as águas com um forte vento de leste para permitir a fuga do povo hebreu do Egipto para a Palestina. De manhã, quando o exército do faraó os tenta seguir, foi engolido pelas águas. Agora, uma nova simulação de computador concluiu que um fenómeno natural pode realmente ter permitido este milagre, mas não no mar Vermelho.
       "As pessoas sempre ficaram fascinadas com esta história do Livro do Êxodo, perguntando-se se tem origem em factos históricos", disse o investigador do Centro Nacional para a Pesquisa Atmosférica norte-americano, Carl Drews. "O que este estudo mostra é que a descrição da separação das águas tem por base leis da física", acrescentou o principal autor do estudo publicado online no jornal científico PloS ONE.
       Com o recurso a antigos mapas topográficos, registos arqueológicos e modernas medições de satélite, a equipa encontrou um possível local para a travessia: não no mar Vermelho, onde normalmente se localiza o acontecimento de há três mil anos, mas numa área no delta do Nilo, onde aparentemente um ramo do rio inundava o antigo lago de Tanis.
       Aí, um vento de leste a soprar a uma velocidade de um pouco mais de cem quilómetros por hora, durante oito horas, teria permitido afastar as águas (com 1,8 metros de profundidade). Uma faixa de terra lamacenta com entre 3,2 e quatro quilómetros de comprimento e 4,8 quilómetros de largura teria ficado a descoberto durante quatro horas, com duas paredes de água de ambos os lados. Assim que o vento parasse, o caminho teria ficado alagado.
       "A simulação corresponde de forma bastante rigorosa com o relato do Êxodo", indicou Drews, no texto que acompanha as conclusões do estudo. "A separação das águas pode ser percebida através da dinâmica de fluidos. O vento move a água de acordo com as leis da física, criando uma passagem segura com a água nos dois lados e depois permitindo uma rápida inundação", acrescentou.
       Este tipo de vento, capaz de diminuir as águas num determinado local e empurrá-las para outro, já foi documentado várias vezes - aconteceu, por exemplo, no Lago Erie perto de Toledo, no Ohio. Em pelo menos uma ocasião foi também detectado no delta do Nilo no século XIX, quando as águas terão recuado cerca de 1500 metros.
       Uma anterior simulação de computador, feita por cientistas russos, tinha estabelecido que seriam necessários ventos de nordeste de pelo menos 120 quilómetros por hora para criar uma passagem no mar Vermelho, perto do actual Canal do Suez. Mas Drews e a sua equipa duvidam que fosse possível os refugiados caminharem com ventos tão fortes, explicando que o solo tinha de ser totalmente liso para permitir que a água recuasse em apenas 12 horas.
       O novo estudo, que contou com a colaboração da Universidade de Colorado, é parte de uma investigação maior sobre o impacto dos ventos na profundidade das águas. Drews espera que, ao dar esta nova localização para o milagre de Moisés, possa ajudar os arqueólogos a descobrir provas concretas deste evento.
Nota:
       Diga-se que a Igreja e a reflexão teológica já tinham explicado que o milagre da separação das águas e a passagem a pé enxuto era sobretudo uma feliz coincidência das condições naturais, conjugando a altura do ano, o clima... O facto de a ciência demonstrar que o "milagre" de Moisés é possível, é mais um argumento para a veracidade/fundamentação de tal coincidência, que Moisés e o Povo interpretaram como milagre.
       Como disse um dia Laurinda Alves, os milagres são coincidências através das quais Deus nos mostra o Seu caminho...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Expressão de Bento XVI é verdadeira

       Laboratório de Expressão Facial da Emoção, da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, fez um estudo inédito da expressão e linguagens faciais do Papa Bento XVI.
       Segundo Freitas-Magalhães, director do laboratório da Faculdade de Ciências da Saúde, e especialista em expressão facial da emoção, "os movimentos e linguagens faciais do Papa Bento XVI são simétricos e articulados com o discurso verbal e contexto nos quais são produzidos e exibidos".
       Ou seja, o Sumo Pontífice exibe uma expressão facial "congruente, consistente e verdadeira".
       O estudo inédito da expressão e linguagens faciais do Papa Bento XVI, que está em desenvolvimento no Laboratório de Expressão Facial da Emoção da Universidade Fernando Pessoa, iniciou-se quando foi eleito pelo conclave de cardeais, em 2005, e faz parte do projecto científico "A neuropsicofisiologia da face: Os movimentos e linguagens em figuras públicas".
       O presidente norte-americano, Barack Obama, foi o primeiro a ser objecto da "autópsia facial" no âmbito daquele programa, seguindo-se o chefe de estado português, Cavaco Silva.
       Freitas-Magalhães vai apresentar os resultados sobre o estudo da expressividade da face do Papa Bento XVI durante a conferência "Os Vestígios Emocionais do Cérebro na Face Humana: O Efeito da Idade", a 20 de Maio, na Universidade Católica, em Braga.

sábado, 1 de maio de 2010

2012: A Ascensão do Nosso Planeta

Antes de mais nada, ninguém se deve desesperar porque NÃO será o fim do mundo. Pelo menos não como as pessoas imaginam o fim do mundo (dilúvios, terremotos, tsunamis, etc.)

Já estamos na fase de transição para a nova dimensão humana desde 1992. O que acontece é que muita gente nunca colocou "2 e 2" juntos para deduzir que o que tem acontecido com o planeta e com os seres que o habitam nestes anos todos, tem a ver com a profecia maia.

Estamos nos direccionando para uma dimensão onde o amor, a verdade, honestidade, caridade, os bons pensamentos e emoções reinarão. Todos se estão encaminhando para o "shift" dimensional? Sim e não.

Sim, porque eventualmente todos os seres humanos chegarão lá. Não, porque de início apenas alguns terão a capacidade para realmente compreender e assimilar o que está realmente se passando com seus corpos, espíritos e mentes.

Não importa. Eventualmente, todos conseguirão atingir a nova dimensão e mais um capítulo da história da humanidade se terá iniciado, de facto.

A coisa mais incrível sobre o nosso actual "shift" é que ele acontecerá dentro do espaço de apenas UMA geração. Nunca dantes, na história da evolução humana ou animal no planeta, houve uma mudança tão drástica no processo evolucionário de uma espécie em apenas UMA geração.

E esta geração somos nós! Nós estaremos vivos e presenciaremos tudo o que está por vir.

Não há razão para medo ou pânico.

Observe que, o que de ruim iria acontecer já vem acontecendo. Veja a crise económica mundial. Algo jamais visto, com tamanha intensidade, antes no planeta.

Hoje mesmo, um enorme terremoto afectou partes da Itália.

Nosso planeta está nos avisando que teremos de mudar nossos hábitos ou SUCUMBIREMOS! Terremotos e outros desastres naturais são uma prova incontestável de que a Terra está tentando chamar nossa atenção para a conservação de nosso meio ambiente, através de um redireccionamento energético e comportamental da espécie humana.

Todos os nossos pensamentos e emoções afectam, não apenas a todas as outras pessoas do planeta, mas ao planeta em si. Não há como negar isso, é facto. Cientistas que estudam a física quântica já conseguiram provar que as ondas de nossos pensamentos contêm campos energéticos poderosíssimos e conseguem afectar muito mais do que se pensava antes.

É tempo de unirmos a religião (ou espiritualidade) e a ciência.

É como um de meus cientistas e professores favoritos, Albert Einstein, costumava dizer:

"A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega."

Alguns conseguem enxergar o que se passa. Não todos, infelizmente. Mas aqueles que sabem e entendem o que está acontecendo não temem. Muito pelo contrário: se sentem privilegiados por estarem vivos para presenciar algo que mudará para sempre o curso da história humana e do nosso lindo, amado e bondoso planeta Terra.

Retirado do blogue "Pedacinhos de Luz"

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Opções com Sentido

       Opções com Sentido: Blogue dedicado à disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), da Escola EB 2,3/S Abel Botelho, de Tabuaço. Será um espaço para informações acerca da disciplina e de tudo o que a envolve, a religião, a catequese, a educação, os valores e os princípios, a cultura e a educação, a escola; será espaço para colocar trabalhos dos alunos de EMRC, trabalhos preparados para as aulas, bem como porta de entrada para outras ligações internautas relacionadas com a disciplina, com a Igreja, e com a comunidade educativa de Tabuaço.
     Queremos que seja um espaço interactivo no âmbito da disciplina de EMRC,  e que ajude a fazer opções com sentido, na partilha solidária, na justiça e na alegria, na vida e no bem.